Blog do José Cruz

Arquivo : setembro 2014

Dilma quer a imprensa longe das investigações sobre corrupção
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José Cruz

 

Dilma, há dois meses: Dilma Rousseff: 'Do I look happy, Mr Obama?'

Prefiro o barulho da imprensa ao silêncio da ditadura”.

Dilma, ontem:

Não é função da imprensa fazer investigação e sim divulgar informações”.

 

A presidente estava indignada com as perguntas dos repórteres sobre o escândalo da Petrobras etc e tal.

Certo é que, sem os repórteres investigativos teríamos nos jornais a repetição do Diário Oficial da União. É isso?

“Repórter tem que se comportar como cão de guarda, que rosna contra os abusos do poder, e não como cãozinho de estimação, que sacode o rabo quando vê o dono” — ensinou o jornalista escocês James Reston, morto em 1996, nos Estados Unidos, onde atuava e se tornou referência de sua geração.

No esporte

Comecei nessa área investigativa em 2000, quando nossos atletas não conquistaram medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Sidney. Quis saber os motivos e saí perguntando. Resposta comum: “falta apoio”. E por “apoio” era “dinheiro”.

Em 2001 veio a Lei Piva, que até hoje repassa dinheiro das loterias para o esporte. Em 2003 chega o governo Lula, e aí as torneiras foram abertas, agora sem controle. E com a criação do Ministério do Esporte, ali se instalou rica e lamentável fonte de jornalismo investigativo, a partir de Agnelo Queiroz, o primeiro ministro.

Investigando, cheguei à informação, por exemplo, que Agnelo teve todas as despesas de hotel, carro e telefone celular pagas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003. E quem pagou? O órgão que Agnelo deveria fiscalizar, o Comitê Olímpico do Brasil.

Pior! Agnelo recebeu diárias do Ministério do Esporte para pagar suas despesas. Que tal? Deveria ter silenciado, diante do abuso do poder público, como sugere Dilma Rousseff?

Foi investigando que descobri que uma academia de Brasília recebeu R$ 2 milhões do projeto Segundo Tempo, cujo dono, João Dias, era amigo de Orlando Silva, então secretário executivo do Ministério, e cabo eleitoral do ex-deputado Agnelo.

Mas estou falando de “migalhas” no esporte, diante das denúncias de corrupções maiores nos governos de todos os tempos, Collor, Sarney, FHC, Lula e por aí vai.

Enfim, Dilma deveria ter a imprensa como aliada e até agradecê-la por descobrir desmandos e corrupções dos órgãos públicos que ela dirige e dirigiu. Porque, até a imprensa divulgar, Dilma “não sabia de nada”…

 

Para saber mais sobre a declaração de Dilma Rousseff

http://www.portalimprensa.com.br/noticias/ultimas_noticias/68230/nao+e+funcao+da+imprensa+fazer+investigacao+diz+dilma+sobre+denuncias+da+veja


Reforma do autódromo de Brasília para receber F-Indy custará R$ 300 milhões
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José Cruz

 

Enquanto isso, partos são suspensos em hospital da Capital da República:  faltam medicamentos e até de aventais para os médicos

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que construiu o estádio Mané Garrincha pela bagatela de R$ 1,6 bilhão, colocou Brasília no circuito da Fórmula Indy até 2019. A etapa brasileira do calendário de 2015, em 8 de março, trocará as ruas da capital paulista pelo df-autodromocircuito do Autódromo Nelson Piquet (foto).

A três meses de sair o governo, e pouquíssimas chances de reeleição, Agnelo deixará para o substituto um rombo inicial de R$ 300 milhões no orçamento, valor da reforma do autódromo, que será concluída em três anos, por etapas. Se projetarmos o valor inicial na mesma proporção que evoluíram as obras do estádio, o autódromo terá custo final de R$ 1,5 bilhão…

Enquanto isso…

… a brasiliense Fabrícia esperou seis horas no Hospital de Sobradinho, a 20km do centro da capital da República, até ser informada que a cesariana não seria realizada. Motivo: faltavam medicamentos e até aventais para os médicos!!!

E quando tudo isso fosse conseguido, as gestantes em geral teriam que esperar que o ar condicionado da sala de partos funcionasse…

Isso ocorreu no momento em que a direção da IndyCar assinava o contrato com o Governo do Distrito Federal.

Veja a realidade da rede hospitalar na capital da Copa e, agora, sede da F-Indy:

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-df/t/edicoes/v/gravida-tem-cesariana-cancelada-por-falta-de-remedio-e-material-no-hospital-de-sobradinho/3639953/


Governo “pedala” e Bolsa Atleta atrasa de novo
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José Cruz

Como o esporte contribui nas “mágicas”  da área econômica, que adia pagamentos para garantir saldo mais robusto do superávit primário

Esta mensagem foi atualizada às 12h35

 Atrasa, de novo, a Bolsa Atleta. Depois do pagamento de julho, o de agosto ainda não foi realizado. O Ministério do Esporte não concorda:

“O benefício não pode ser considerado em atraso, uma vez que está sendo pago no ano subsequente ao evento que capacitou o atleta”…

Esclarecedor!

Os atletas reclamam. Preservo os nomes para evitar retaliações, reais.

O primeiro pagamento cai na conta certinho, no quinto dia útil do mês. Mas na época segundo pagamento começam os atrasos e desculpas. Eu nem sei se isso me entristece ou me revolta… O que eu vou fazer? A última vez que me lembro dos pagamentos do Bolsa Atleta serem feitos pontualmente foi em 2010.”

Atualmente, 6.703 atletas são contemplados programa nas modalidades olímpicas e paraolímpicas. O orçamento para o programa em 2014 é de R$ 181.344.960,00.

Memória

No ano passado, o Ministério atrasou seis meses o pagamento da bolsa. Desculpa: “falha no contrato com a Caixa Econômica”. Mentira!

A verdade se revelou mais tarde. Todo final de ano o governo reduz as despesas e transfere pagamentos de algumas contas para o ano seguinte, numa operação conhecida por “restos a pagar”. Isso ocorre em todos os ministérios para sobrar dinheiro na Secretaria do Tesouro e, assim, aumentar, ilusoriamente, o superávit primário.

Com o cofre mais robusto, a imagem do país cresce lá fora, ganha credibilidade, mas é uma conta maquiada, porque o calote temporário interno contribui para isso. Num momento mais favorável, o governo desbloqueia a conta e o Tesouro paga os atrasados.

É isso deve estar ocorrendo com a Bolsa Atleta, porque esta ano outras contas entraram na “pedalada”. Como lembrou Gil Castello Branco, da Associação Contas Abertas, o governo já fez o mesmo com a Bolsa Família e o Seguro Desemprego. Em julho, o Tesouro segurou a grana e quem pagou a conta foi a Caixa Econômica, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal. Até o repasse do imposto sindical para as centrais foi “pedalado”, como revelou o repórter Sérgio Leo, do jornal Valor Econômico, em agosto.

Explicação

Mas, segundo assessores do Ministério do Esporte, a explicação oficial é esta:

O benefício (Bolsa Atleta) não pode ser considerado em atraso, uma vez que está sendo pago no ano subsequente ao evento que capacitou o atleta. Vale lembrar que o Ministério do Esporte quitou em fevereiro de 2014 as oito parcelas restantes da Bolsa-Atleta referente ao pleito de 2013, que normalmente seriam pagas no decorrer de 2014. As outras quatro haviam sido depositadas em setembro (duas), dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Entre março e maio de 2013, o ministério havia quitado as bolsas do pleito de 2012. Desta forma, em 11 meses o Governo Federal quitou o pagamento das bolsas de dois anos. Com isso, está eliminada a defasagem de tempo entre resultados do atleta e pagamento do benefício.

Explicações à parte, a verdade é: o mês não foi pago como esperavam os atletas que, por sua vez, se lamentam e “pedalam” suas contas.

Tudo isso deve ser ótimo para ajudar na campanha eleitoral oficial.

Atualização – 12h35

Neste momento fui informado por quatro atletas que “a bolsa acabou de ser depositada”

Mas teve atleta que competiria no fim de semana e não disputou sua prova, porque não tinha dinheiro para pagar a passagem…

Esse prejuízo depósito algum vai recuperar.

Bolsa Atleta não é favor é lei federal. E o governo tem obrigação de honrar, no prazo.


Ministério do Esporte faz campanha pró-Dilma doando equipamentos em S.Paulo
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José Cruz

 

No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff atraia as atenções para São Paulo, ontem, onde participou de um debate eleitoral na cidade de Aparecida, o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser Gonçalves, entregava ao Esporte Clube Pinheiros, na capital paulista, R$ 6,8 milhões em equipamentos esportivos, comprados com recursos do governo federal.

pinheiro O Pinheiros é um dos principais clubes formadores de atletas olímpicos do país.

Ficou explícita a ação da máquina do governo em favor da candidatura oficial à eleição de 5 de outubro. Vários assessores ministeriais estão de férias para atuar na campanha de Dilma. E os que detêm cargos de confiança, principalmente os que têm melhores salários, foram “convidados”  a deixar seus gabinetes e entrar nesta reta final da campanha. Quem não obedecer pode ficar sem cargo, no caso de uma reeleição de Dilma.

Leyser tentou ser discreto nessa missão, e a pretexto de entregar equipamentos também discursou para os diretores, atletas e técnicos do tradicional clube paulista, exaltando os feitos do governo. Escancarada propaganda, em plena campanha eleitoral.

Mas…

Em seu discursso, Leyser não falou nada sobre a falta de dinheiro no Ministério do Esporte.

A situação é grave, pois até o pagamento da segunda parcela da Bolsa Atleta está atrasada. O Ministério nega atrasos, mas é bobagem. O que não foi honrado no dia acertado está em atraso. Sobre a Bolsa Atleta e as explicações detalhadas do governo escreverei amanhã.

Além disso, Secretaria de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social não pode desenvolver mais nenhum projeto este ano. Acabou a grana. O governo fechou a torneira para sobrar mais em dezembro e reforçar o tal “superávit primário”. Amanhã darei detalhes disso.

Para conhecer um pouco sobre a campanha da candidata Dilma Rousseff na área do esporte, clique aqui.


No país da Copa e Olimpíada, apenas 7% das obras do PAC 2 foram concluídas
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José Cruz

A menos de oito meses para o fim do prazo de entrega das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, conhecido por PAC 2 , apenas 7%  dos empreendimentos relacionados ao esporte foram concluídos. Estão previstas 9.824 obras, mas somente 660 foram entregues

Por Thais Betat

Do Contas Abertas

O país que sediou a última Copa do Mundo com estádios bilionários não consegue ter a mesma eficiência na promoção do esporte básico.

quaddra2A menos de oito meses para o fim do prazo de entrega das obras do PAC 2, apenas 7% dos empreendimentos relacionados ao esporte foram concluídos. O percentual representa 660 empreendimentos finalizados, dos 9.824 prometidos.

Os empreendimentos seriam realizados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), no “Eixo Comunidade Cidadã” e incluem reforma e construção de quadras esportivas em escolas, centros de iniciação ao esporte e unidades que unem esporte à arte.

Os dados foram levantados pelo Contas Abertas no último Balanço do PAC 2 e englobam o que foi realizado entre janeiro de 2011 e abril de 2014. A segunda etapa do programa vai ser finalizada em dezembro deste ano.

A reportagem completa está aqui.


TCU quer novos critérios para evitar o desperdício de verbas no esporte
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José Cruz

O TCU (Tribunal de Contas da União) realizará nos próximos dias 17 e 23 painéis públicos buscando identificar indicadores e critérios para medir os resultados dos investimentos no esporte de rendimento

tribunal

A partir do depoimento de dirigentes, atletas, representantes do Ministério do Esporte, jornalistas e especialistas no setor, o Tribunal avaliará a eficiência, o controle e resultados  dos recursos financeiros recebidos pelas Comitês Olímpico e Paraolímpico, confederações e o Conselho Nacional de Clubes. O resultado desses painéis ajudará os auditores do TCU a direcionarem fiscalizações futuras.

Muito bom

Chega em boa hora essa iniciativa o do TCU para mapear as fontes de financiamentos ao alto rendimento, avançando nas suas atribuições de órgão fiscalizador. Nesses recursos de várias fontes para as confederações, tendo o atleta como meta principal, há um desperdício já constado, principalmente na Lei de Incentivo ao Esporte, com projetos inexpressivos aprovados, diante de carências enormes.

Atualmente, as fontes que sustentam o esporte são as loterias federais (Lei Piva), convênios com o Ministério do Esporte, Lei de Incentivo ao Esporte, estatais (Caixa, Banco do Brasil, Petrobras, Infraero, Correios etc), Forças Armadas e Bolsa Atleta.

E depois?

Essas questões que o TCU abordará nos painéis são específicas e visam controlar o desperdício da verba pública. Mas há outro ponto que precisa ser atacado pelo futuro governo: a reforma da estrutura do esporte.

Há muito, convive-se com a desordem institucional, que interessa aos cartolas e privilegia o atleta de elite. Um sistema que contrasta, pois são confederações ricas e federações miseráveis, muitas sem sede, telefone ou secretária. E são essas entidades que promovem o esporte regional, ligando atletas e clubes às confederações.

Por isso, é indispensável que o próximo governo, sem se descuidar da preparação do Rio aos Jogos Olímpicos, crie um grupo de estudos que dê novo ordenamento à bagunça, desculpem a expressão, que temos há anos. A partir daí, promover uma total reforma na legislação esportiva, pois a que está aí, retalhada, dá sustentação legal à desordem referida.


Reconhecimento internacional a um Mestre do ensino e da pesquisa do esporte
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José Cruz

No país onde o ensino acadêmico e a própria instituição universitária ainda estão distantes de um intercâmbio contínuo com os movimentos esportivos, em geral, e os megaeventos, em particular, é preciso festejar quando um mestre do ensino e da pesquisa do esporte é reconhecido internacionalmente.

Prof.-Lamartine-DaCostaHá uma semana, a Universidade de Mainz, na Alemanha, homenageou Lamartine DaCosta pelos seus 45 anos de contribuição ao estudo e à pesquisa olímpica, do esporte e da educação física. A solenidade foi prestigiada pela presença de 81 especialistas em estudos de Jogos Olímpicos, inclusive um representante do Comitê olímpico Internacional, e contou com o apoio da Universidade Autònoma de Barcelona, na qual Lamartine assumiu a cadeira de Estudos Olímpicos, em 2006, e foi .

Atualmente, Lamartine é pesquisador visitante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professor visitante na University of East London e membro do conselho consultivo da Russian International Olympic University.

No Brasil, ele foi um dos pioneiros na reformulação do treinamento esportivo com bases científicas nos anos de 1960; renovou a gestão do esporte promovendo o primeiro grande diagnóstico das práticas esportivas no país no início da década de 1970; e na Copa do Mundo de Futebol de 1970 atuou no bem sucedido planejamento da adaptação da seleção brasileira à altitude do México.

atlasEntre seus trabalhos no Brasil destacam-se duas obras que ele coordenou e se tornaram referências no assunto: “Diagnóstico da Educação Física e Desportos do Brasil” e o “Atlas do Esporte do Brasil”.

 Entrevista

Para conhecer mais sobre o pensamento desse Mestre, sugiro a leitura da recente entrevista que ele concedeu à repórter Fabiana Bentes, do Esporte Essencial, quando fez uma abordagem geral sobre a nossa realidade.

Logo no início Lamartine responde sobre a estrutura do nosso esporte.

Falando objetivamente, a minha visão é que o sistema está em estado de falência. Ou seja, existe, mas está quebrado em vários graus. Esse sistema só é sustentado porque a legislação permite isso e se acomodou. A legislação fingiu que modificou o sistema, mas não modificou. A lei de incentivo é um item. Essa história vem de 30, 40 anos atrás e não houve uma mudança. É sempre a mesma coisa. O nosso problema é basicamente institucional. Não houve uma evolução das instituições, elas continuam viciadas. Eu só dou um exemplo entre vários: os clubes são dirigidos por pessoas que não são remuneradas. Então, são entidades políticas. E sendo entidades políticas pode-se esperar qualquer coisa lá de dentro e não se sabe quem são os responsáveis. Precisamos de uma lei de responsabilidade para o dirigente esportivo, e não existe isso. A irresponsabilidade campeia, todo mundo finge que trabalha. E o governo faz parte disso e alimenta.”

A entrevista completa está aqui:

http://www.esporteessencial.com.br/entrevista/lamartine-da-costa-pesquisador

 

Para saber mais:

http://www.esporteessencial.com.br/entrevista/lamartine-dacosta-e-homenageado-na-alemanha

 

 


Para que serve o Ministério do Esporte?
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José Cruz

O jornalista Jorge Luiz Rodrigues, de O Globo, perguntou à candidata Marina Silva o que ela fará com o Ministério do Esporte, se vencer a eleição presidencial.

É um ministério importante, mas, infelizmente, tivemos muitas dificuldades no processo das Olimpíadas, que dão para os brasileiros motivos de preocupação sobre o andamento das obras necessárias, que já deveriam ter alcançado um ponto muito maior de realização. Nós estamos fazendo uma avaliação criteriosa para verificar como vamos fazer a redução de tantos ministérios que já foram criados.essporrte

“Estarrecido”, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reagiu, na página do Ministério do Esporte, usando um espaço de governo para, indiretamente, fazer propaganda à candidatura da presidenta-candidata, Dilma Rousseff. Aqui.

Criado há 11 anos, o Ministério do Esporte é um órgão repassador de dinheiro e faz a alegria dos cartolas. Em termos de políticas públicas ou de projetos de esporte escolar, fracassou. E provocou caso de Polícia com os ex-ministros Agnelo e Orlando. Não saiu do Ministério uma só proposta de política esportiva, apesar de ali terem sido realizadas três Conferências Nacionais do Esporte. Os relatórios foram engavetados.

O Ministério facilita a corrupção pela omissão e ineficiente fiscalização aos recursos que libera. Por exemplo, provei que a CBT (Confederação Brasileira de Tênis), dirigida por Jorge Rosa, fraudou uma prestação de contas. E o ministério só soube disso diante da denúncia, originalmente levantada por Arnaldo Gomes, ex-vice-presidente da CBT.

Propostas?

Três ministros em 11 anos: Agnelo Queiroz, Orlando Silva e Aldo Rebelo. Apenas um concurso público foi realizado, mas a grande parte dos contratados foi embora, porque as condições de trabalho são precárias, controladas pela máquina e interesse partidário, o PCdoB.

Por isso, o Ministério está lotado de funcionários terceirizados e bolsistas, através de parceria com a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (http://www.faurgs.ufrgs.br/). Mesmo assim, a Secretaria de Esporte Educacional tem apenas sete servidores. Na Secretaria de Futebol são dois. Pobre futebol!!!

Já no setor de prestação de contas são apenas cinco funcionários. Apenas um é do quadro. Os outros, contratados, não têm qualificação ou compromisso com o serviço público, pois chegaram ali amparados pelo apoio partidário. E é nas mãos desses cinco que estão milhares de processos da Lei de Incentivo e dos convênios.  Explica-se a pilha de prestações de contas que nunca chegará ao fim… A omissão incentiva a corrupção. Prato cheio para o Tribunal de Contas da União.

Quem poderia mudar esse quadro, o Conselho Nacional do Esporte, não age, pois se reúne apenas duas vezes por ano, mais para homologar decisões já tomadas do que para discutir propostas de interesse nacional.

Discutir sobre o futuro do Ministério do Esporte é, sim, obrigação de todos os candidatos. Não só porque ainda temos megaeventos pela frente, mas até agora essa pasta, que foi tão esperada, não disse a que veio. E porque ignora o artigo 217 da Constituição, que determina aplicar os recursos públicos prioritariamente no desporto escolar. Ao contrário, a grana vai para o alto rendimento.

 


Governo paga para o basquete perder
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José Cruz

Em três anos, Confederação de Basquete recebeu R$ 60 milhões de verbas públicas.  Foi daí que saíram R$ 3 milhões para pagar o “convite”, a fim de que a Seleção Brasileira pudesse disputar o Mundial da Espanha, onde foi eliminada, ontem

bradesco

 

Os 84 x 56 da Sérvia sobre o Brasil, ontem, no Mundial de Basquete, correspondem aos 7 x 1 da Alemanha, na Copa do Mundo: fomos goleados.

Sem esquecer que, com os jogadores que aqui atuam, perdemos a seletiva ao Mundial. E só chegamos ao evento graças a um “convite” de R$ 3 milhões, pagos pelo governo federal.

Recorri às pesquisas de Fábio Balassiano, que assina o excelente blog “Bala na Cesta”, para levantar valores, além de outros que atualizei: o basquete sobrevive graças ao dinheiro público e sem um projeto der massificação. Os recursos oficiais são destinados a vários projetos, mas o que se questiona, também, é a gestão dessa verba e a falta de metas de longo prazo. Isso sem falar se compete ao governo financiar o alto rendimento.

Confira as receitas entre 2011 e junho deste ano:

FONTE       R$ MILHÕES
Lei Piva

        10.279,00

Lei Incentivo Esporte

        20.530,00

Patrocínio Eletrobras

        15.000,00

Ministério Esporte

       14.197,00

    T O T A L

      60.006,00

 

Patrocínio

Em junho passado, acabou a parceria entre a CBB e a Eletrobras. O Bradesco é o novo patrocinador do basquete, mas usa recursos da Lei de Incentivo ao Esporte para tal. Ou seja, o cofre público continua pagando a conta do desperdício.


O basquete pelas tabelas
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José Cruz

 Por Beto Alagoas

Algumas considerações sobre a eliminação da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de Basquete, 84 x 56 contra a Sérvia:

1)  Só quem não conhece ou não acompanha basquete achava que o jogo de hoje seria mais fácil do que foi contra a Argentina.

A Sérvia (herdeira da ex-Iugoslávia) é uma das escolas mais tradicionais de basquete do planeta, tendo no seu currículo CINCO títulos mundiais e UM título olímpico.

Além disso é uma das escolas de basquete que mais da ênfase ao fundamento defesa. Na partida de hoje, o Brasil sentiu na pele o “veneno” da duríssima defesa que desde sempre se aplica na escola iugoslava de basquete.

2)  Mas, sejamos sinceros: as boas colocações da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Londres e na Copa do Mundo da Espanha (5ª e 6ª colocação, respectivamente) foram fruto da experiência adquirida pelos nossos atletas da NBA, de um ou outro jogador que atua na Europa ou de programas de massificação do basquete, a partir da prática esportiva nas escolas (sobretudo as públicas) e universidades?

Lembro que, escolas e universidades dos EUA e da Espanha estão intimamente vinculadas à prática do esporte, do basquete, em particular. E é nesses países onde temos as mais fortes equipes na atualidade.

3)  Afinal, quando vai se popularizar o basquete no Brasil? Quando teremos novos praticantes em quantidade, entre a garotada? Quando vão acabar com as transmissões “secretas”, para canais fechados, como foi mais uma vez a maior competição internacional do basquete, e através de uma ou duas transmissões de jogos do NBB, por temporada, em TV aberta, como faz a emissora “parceira” do basquete brasileiro?

Beto Alagoas é professor de educação física no Paraná