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Arquivo : Mané Garrincha

Estádio Mané Garrincha: preço final da grama cresceu 664%
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José Cruz

grama

O MPDF (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) ajuizou ação penal contra os ex-diretores da Novacap, empresa gestora das obras do Estádio Nacional de Brasília

O preço do metro quadrado da grama plantada passou de

R$ 12,44 para R$ 82,60

São réus no processo o ex-presidente da Novacap, Nilson Martorelli, a ex-diretora de obras especiais, Maruska Lima de Souza Holanda, e Luiz Rogério Pinto Gonçalves, ex-gerente de fiscalização, ainda ocupante de cargo na companhia. Eles são acusados de favorecer o grupo Greenleaf Projetos e Serviços S/A no contrato de implantação do gramado do Estádio Nacional. A empresa também é ré no processo e o prejuízo aos cofres públicos foi de
R$ 1,6 milhão, só no quesito “plantio de grama”. O Blog está tentando contato com os denunciados, mas devido o fim de semana deverá obter respostas só na segunda-feira.

Conforme a denúncia do MPDF à Justiça do Distrito Federal houve alterações no tipo de plantio e espécie de grama, realizadas após a contratação da empresa. Isso significa “quebra de isonomia da licitação”, além de terem elevado o custo geral do contrato de R$ 5,9 milhões para R$ 6,6 milhões.

Comparação

Um estudo comparativo de auditores do Tribunal de Contas do DF acompanha o processo e mostra disparidade entre os valores cobrados pela empresa Greenleaf para o  Mané Garrincha e os praticados junto à Arena Amazônia, em Manaus, Maracanã. A obra do estádio Mané Garrincha, a mais cara da Copa (R$ 1,7 bilhão), ocorreu na gestão do então governador Agnelo Queiroz. O diretor geral da Copa no DF era Cláudio Monteiro.

Segundo a ação judicial, “os denunciados, de forma livre e consciente, admitiram, possibilitaram e deram causa a modificações e vantagens, inclusive prorrogações contratuais, em favor da empresa”.  A pena para esses casos é a de detenção de dois a quatro anos e multa.

Luzes no gramado

O mesmo processo questiona o valor dos equipamentos de luzes adquiridos para manutenção do gramado, uma vez que o custo das máquinas de iluminação do Estádio Nacional de Brasília correspondeu a 414% do valor relativo à Arena Pantanal. Sobre esse pagamento, o TCDF já concluiu a existência de superfaturamento no valor de R$ 833 mil.

“Os principais responsáveis pelas ilegalidades constatadas foram a diretora de Obras Especiais, a qual, a despeito de toda a conjuntura, participou decisivamente na celebração de todos os aditamentos contratuais, e o presidente da Novacap, que, além de firmar os aditivos contratuais, os homologou, em reunião da diretoria colegiada, sem quaisquer questionamentos”, afirmaram os promotores. Esta é a segunda ação sobre os mesmos gestores. A primeira foi sobre “improbidade administrativa”.

O processo no MPDF é o de número 2015.01.1.142798-2aqui

Foto: LulaMarques/Secopa DF

 


Campo de pelada: Mané Garrincha vira alojamento e recebe até rachão
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José Cruz

NO CORREIO BRAZILIENSE

Douglas Carvalho 

O estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014 — orçado em em R$ 1,8 bilhão — virou uma espécie de centro de convenções. Palco de apenas sete jogos de futebol neste ano, o Mané Garrincha recebe mais um evento inusitado: a 5ª Marcha das Margaridas. O encontro é vinculado ao Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e reúne gente do Brasil e do exterior. Incapaz de atrair os principais times do país, a arena recebeu, na terça-feira (11/8), uma “pelada” de futebol feminino e alojará moradoras do campo e barracas de artesanato até esta sexta-feira (14/8).

A agenda do Mané Garrincha esteve vazia no primeiro semestre deste ano. O estádio sediou apenas duas partidas do torneio amistoso Granada Cup, as duas partidas da decisão do Candangão e três das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Na segunda metade do ano, o calendário parecia promissor. O Flamengo mandaria o duelo com o Santos na arena candanga, mas desistiu. O rubro-negro recebeu o Peixe no Maracanã e bateu recorde de público pagante: 61.421.

MARGARIDAS 2

O Avaí rejeitou proposta de R$ 700 mil para jogar contra o Fluminense no Mané Garrincha. Recebeu o tricolor carioca na Ressacada e conquistou uma importante vitória na fuga contra o rebaixamento. Nem mesmo o Gama deseja mandar partidas no maior estádio do DF. O alviverde receberá os adversários da Série D no Bezerrão.

Fora do foco dos principais times do Brasil, o Mané Garrincha se torna alvo de eventos que destoam do objetivo primordial de sediar partidas de futebol. O setor de bares do estádio serve como alojamento para centenas de participantes da Marcha das Margaridas. Amontoados em colchonetes, eles dividem espaço com barracas de artesanato, roupas e comida. No local, também foi montado um palanque onde integrantes do movimento e até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursaram sobre a marcha. Margfaria 1

Enquanto o petista falava, centenas de pessoas ignoraram a presença dele para fazer um tour por parte da estrutura do Mané Garrincha, especialmente as arquibancadas. “Deve ser lindo ver o Flamengo jogar aqui”, imaginou o paraense Osvaldir Moreira no momento em que fitava as cadeiras inferiores da arena. Ele visita o estádio — e a capital do país — pela primeira vez.

O caríssimo gramado do estádio, retocado há pouco tempo, quando recebeu sementes de inverno vindas de navio da Dinamarca, foi palco de uma pelada feminina organizada pela marcha. Loteado em quatro partes, o campo, que custa R$ 95 mil mensais por mês ao Governo do Distrito Federal (GDF), teve apenas uma exigência: que as jogadoras usassem chuteiras a fim de evitar danos piores ao gramado.

“Não foi um torneio. Apenas um jogo simples com mulheres da marcha”, explicou a secretária executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Monica Maria Guimarães. No círculo central do gramado, um palco em forma de margarida foi erguido para receber, nesta quarta-feira (12/8), a presidente da República, Dilma Rousseff.

Fotos: Carlos Vieira e Antônio Cunha (CB/D.A Press)


Mané Garrincha: o legado do abandono
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José Cruz

BURACOMANE

 

   Um ano depois da Copa das Copas,

o estádio ManéGarrincha,

construído por R$ 1,8 bilhão,

é um triste cartão postal da

Capital da República, símbolo 

do relaxamento

e do abandono do poder público.

O interesse da

iniciativa privada para explorar

o estádio nunca existiu.

Carreta

O projeto para  tornar o espaço em um amplo parque esportivo, aberto à comunidade, foi esquecido.

A área externa abriga estrutura para shows, circos, auto-escola e um improvisado

estacionamento de ônibus, carretas e reboques OCIRCO

Depois da Copa, foram realizados 22 jogos do Mané Garrincha, média de 12.600 torcedores por jogo, cerca de 18% da capacidade do estádio – 72 mil lugares .

O custo do aluguel, que pode chegar a R$ 300 mil, é o principal motivo do desinteresse dos clubes virem jogar aqui  


A energia do Mané e a saúde pública no DF
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José Cruz

12 de dezembro de 2013 – ex-governador do DF, Agnelo Queiroz

“Importada da Coréia do Sul, a Subestação Estádio Nacional Mané Garrincha foi construída com a melhor tecnologia disponível para este tipo de atendimento, e custou pouco mais de R$ 23 milhões”

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16 de junho de 2015 – secretário da Saúde do DF, João Batista de Sousa

“No Hospital de Base, a subestação de energia é a mesma da inauguração. Se eu ligar todos os equipamentos de uma vez, a energia cai”

“O equipamento de ressonância magnética da unidade é totalmente ultrapassado”

Enquanto isso…

O estádio, construído com recursos públicos, custou R$ 1,7 bilhão.

Em um ano, o estádio, de 72 mil lugares, recebeu apenas 22 jogos, média de 12.624 torcedores.

Finalmente

… 35 doentes internados em hospitais estão infectados por superbactéria, resistente a antibióticos. Cinco infectados morreram. Motivo da infecção: falta de higiene, imundice, inclusive nos blocos cirúrgicos …

O ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, responsável pela obra do Mané Garrincha, está nos Estados Unidos, estudando inglês…

Um ano depois da “Copa das Copas” dá para entender o que é “padrão Fifa”…

 


Mané Garrincha: o melhor espaço do estádio de Brasília está do lado de fora
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José Cruz

Nem a famosa banda Kiss, que completa 40 anos com um tour mundial, desfrutará do conforto interno do Estádio Nacional de Brasília. Em 24 de abril, os roqueiros norte-americanos farão show numa espetacular estrutura a ser montada no lado externo do monumental Mané Garrincha. Estimativa de público entre 20 e 25 mil pessoas. 

Kisssss   Encerrado o ano da Copa, o melhor espaço do estádio Mané Garrincha passou a ser o lado de fora. A gigantesca obra de 72 mil lugares não atrai para o seu interior jogos de futebol nem shows culturais ou religiosos, devido o alto custo do aluguel, que pode chegar a  R$ 400 mil.

Essa real ociosidade do valioso espaço esportivo-cultural contrasta com o discurso eufórico do então “governador-construtor” do estádio, Agnelo Queiroz, que ali aplicou suspeitos R$ 1,6 bilhão.

“A arena será um grande centro de lazer cultural para a capital federal, turistas e moradores. Contará com dois grandes restaurantes, 14 lanchonetes, 40 bares, centros comerciais e atividades culturais. (Nota oficial de Agnelo, em 24/2/2013).

 Estacionamento 

Assim como o grupo do Kiss, a quarta edição do Festival VillaMix Brasília, em 9 de maio, também vai para o lado de fora do Estádio Nacional de Brasília, apesar do grande apelo popular dos artistas que se apresentarão: Jorge Mateus, Wesley Safadão, Cristiano Araújo, Bruno e Marrone, Matheus e Kauan, Humberto e Ronaldo, Luan Santana …

E, na ausência de bandas, o espaço externo serve de estacionamento para as frotas de ônibus urbanos, como revelou o repórter Daniel Brito.  0nibus

Ao contrário do que ocorre mundo afora, onde arenas esportivas são espaços multiusos e, principalmente, centros comerciais de consumo, o Estádio de Brasília está se tornando um reduto burocrático. Para enfrentar rombo de R$ 4 bilhões no caixa e reduzir gastos com aluguel, o novo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, destinou várias salas do estádio para abrigar secretarias de seu governo.

Enquanto isso…

Garrincha     A falta de conservação do Estádio Mané Garrincha é evidente. Há infiltrações, grades derrubadas, cadeiras soltas, piso sem manutenção e por aí vai.  Especialistas em engenharia civil estimaram que a manutenção do Estádio seja em torno de R$ 600 mil mensais.


A doída fatura da Copa das Copas
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José Cruz

Na eleição de domingo, o governador Agnelo Queiroz obteve 20% dos votos e ficou em terceiro lugar. Rejeição de 80%  ou uma vaia do eleitor tamanho do Mané Garrincha, que corresponde a um chute no traseiro

agnelo

Está certo que o assunto do momento é o segundo turno eleitoral – o “transtorno”, como diz Zé Simão. Mas até poucos dias, o eleitor estava na rua vibrando com a “Copa das Copas”, apesar dos 7 x 1… Agora, dois meses depois da festança chega a fatura e o cofre está vazio.

E o que isso tem a ver com esporte?

Seguinte: quando faltou dinheiro para concluir o estádio Mané Garrincha, que custou R$ 1,6 bilhão, segundo o Tribunal de Contas do DF, o governador Agnelo Queiroz remanejou R$ 300 milhões para a obra. A grana saiu dos orçamentos da Saúde, Educação e Segurança. Está no Diário Oficial.

Agora, a grana que ergueu o estádio começa a faltar nos serviços básicos, dos hospitais, por exemplo.

Ontem, mais de dois mil funcionários da rede pública de saúde da Capital da República ficaram sem refeições, porque o governo deve R$ 26 milhões à empresa fornecedora de alimentos. E em 15 dias, poderão ser suspensos os alimentos dos pacientes e acompanhantes.

Memória

Com o devido respeito aos colegas e torcedores que defenderam a “Copa das Copas”, mas o estrago está feito e assim é Brasil afora.

A direção da Fifa embolsou o lucro de R$ 8 bilhões , deixou estádios maravilhosos, espetacularmente vazios e os governantes passando calote até em cozinhas de hospitais.

E há casos de doenças raras aqui registradas. Pacientes estão três anos na fila – repetindo, três anos!!! – esperando para realizar exames num aparelho especial que ainda não foi comprado.

Que tal?


Na capital da Copa das Copas, hospitais ficarão sem refeições
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José Cruz

estadio-nacional-brasilia-maquete1-440x279Em Brasília, onde o Governo do Distrito Federal gastou R$ 1,6 bilhão na construção de um estádio de futebol com72 mil lugares, a empresa fornecedora de alimentos para os funcionários de 16 hospitais e quatro UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) vai paralisar os serviços. Motivo: o governo, de Agnelo Queiroz, deve R$ 20 milhões à indústria de alimentação “Sanoli”, sendo R$ 8 milhões de julho e R$ 12 milhões de agosto.

Esse é o efeito do arrocho nas contas do governo distrital, um mês e meio depois de o Brasil ter realizado a “Copa das Copas”. Em 2013 e início deste ano, o governador Agnelo Queiroz determinou remanejar em torno de R$ 200 milhões dos orçamentos das Secretarias de Saúde, Segurança e Educação, para reforçar o caixa das obras do estádio Mané Garrincha.

Alerta

Em nota distribuída nos hospitais da cidade, no sábado passado, a direção da Sanoli advertiu que “sente-se no dever de esclarecer que se viu obrigada a paralisar os serviços de alimentação nos refeitórios dos hospitais da Secretaria de Saúde do Distrito Federal”.

Disse mais:

“Temos percorrido todos os caminhos administrativos e burocráticos na busca de uma solução para que o pagamento fosse regularizado, e notificamos judicialmente a Secretaria de Saúde, no último dia 4”.

Ontem, a assessoria da Sanoli informou, por telefone:

Temos matéria prima para no máximo 15 dias. Além de não termos o dinheiro que nos é devido, nos falta crédito, enquanto não pagarmos os nossos compromissos. Vamos suspender o fornecimento de alimentos, na medida em que os suprimentos forem acabando; primeiro para os funcionários, depois para os acompanhantes hospitalares e finalmente os doentes”.

Enquanto isso…

A assessoria da Secretaria da Saúde nega:

“Não há nenhum motivo para que a empresa Sanoli suspenda o fornecimento de refeições aos hospitais do DF, uma vez que a Secretaria de Saúde vem realizando os pagamentos regularmente. Desde o início deste governo, em 2011, a Secretaria de Saúde pagou a empresa Sanoli cerca de R$ 350 milhões. Na semana passada, foi feito um repasse financeiro de quase R$ 4 milhões à empresa. Para essa semana está agendado outro repasse no valor de R$ 8 milhões.”

Mas…

A assessoria da Sanoli confirmou, ontem à noite, que existe o débito de R$ 8 milhões, referente a julho. E ainda falta pagar agosto.

Vitimas da Copa

Os problemas na rede pública de saúde da capital da República são tão graves que doentes morrem sem receber atendimento ou por falta de medicamentos, fato que se tornou comum Brasil afora.

O mais recente caso no Distrito Federal é de 14 de agosto, quando um bebê de três meses, com pneumonia, aguardava vaga em uma UTI no hospital de Planaltina, nos arredores da capital. Ele morreu sem receber o tratamento adequado, apesar de a Justiça ter determinado a internação do paciente.


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