Blog do José Cruz

Arquivo : agosto 2015

Com R$ 130 milhões, atletismo patina. Atraso passa pelo Governo
Comentários Comente

José Cruz

O grande salto do atletismo – 2003

Em 2003, o então presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo, promoveu  um seminário com especialistas, que decretaram “O grande salto do atletismo brasileiro”. Ao acertarem o foco para o Pan-Americano de 2007, não decidiram quem faria a massificação para a descoberta de talentos.  Até hoje, Esporte e Educação batem cabeça com programinhas, que terminam logo no mês seguinte por falta de verba. Se falta verba para o livro escolar…

A grande mentira – 2004  

Talento  “O que ocorrerá nas escolas do Brasil, já fazendo os testes (de aptidão física), em crianças entre 7 e 15 anos de idade, servirá para a descoberta de talentos e a partir daí serão encaminhados para treinamento. Haverá recursos para a formação, então todos os talentos serão acompanhados e financiados”  (Agnelo Queiroz, ex-ministro do Esporte, em dezembro de 2004)

O estágio atual

A CBAt recebeu investimentos públicos de R$ 130 milhões, nos últimos quatro anos, e quase a totalidade da verba foi aplicada no alto rendimento. Mesmo assim, terminou o Mundial de Pequim em 25º lugar. E o Ministério do Esporte está concluindo este ano a instalação de centros de treinamentos, inaugurando uns e fechando outros, como o de Uberlândia (MG).

Já a carência de renovações pode ser explicada assim: nos últimos oito Campeonatos Mundiais de Atletismo, o Brasil ganhou quatro medalhas, duas só com Fabiana Murer. Jadel Gregório, no salto em distância, e o revezamento 4×100 fecharam os pódios nacionais. Em 16 anos – oito mundiais e “todos” esses atletas no pódio. A ênfase é porque o foco é o pódio, segundo o governo federal e o COB, como se só isso formasse o perfil de um país esportivamente forte.

O DINHEIRO DO ATLETISMO

       F  O  N  T  E  S             R$
Caixa/Patrocínios (2012/2015)

93.704.850,00

Lei Piva (2012/2015)

13.000.000,00

Convênio Min. Esporte 2011

10.473.600,00

Bolsa Atleta (844 atletas) 

10.153.105,00

Bolsa Pódio (27 atletas) 

3.300.000,00

     T  O  T  A  L

130.631.555,00

Ironicamente…

Quando não havia dinheiro farto, o Brasil ganhou três medalhas (duas prata e um bronze) em um só Mundial, de Sevilha, 1999, Lei Piva, Bolsa Atleta, Lei de Incentivo, patrocínio da Caixa, Bolsa Pódio etc vieram na década seguinte …

Portanto, o resultado no Mundial de Pequim não foi um “fracasso inesperado”, mas a repetição do que ocorre desde 2001, e construído, também, na falta de estruturas e definições de competências das instituições do esporte.

O primeiro grande responsável por essa situação é o governo federal, via Ministério do Esporte, que liberou verbas sem que se tivesse estrutura para desenvolver a modalidade: as federações estão falidas e a carência de clubes e técnicos é real! Socorreram o emergencial, o grande evento seguinte, e não prepararam o longo e médio prazos.

A partir de 2003, Agnelo Queiroz, Orlando Silva, Aldo Rebelo e o atual, Hilton, foram omissos em planejamento sustentável. Fizeram e fazem o mesmo com outras modalidades, que já demonstraram incapacidade para gerir verba pública, como as de Basquete, Tênis, Taekwondo etc.

Talentos

Onde estão os talentos? A quem compete identificá-los? Carlos Nuzman já afirmou que isso não é com o COB. Mas, estranhamente, por que o COB cuida dos Jogos Escolares?

Descobrir talentos compete à CBAt? Ao Ministério? Às federações sem estrutura? ao clube da equina? Roberto Gesta de Melo ficou 27 anos no comando do atletismo e não conseguiu definir isso com ninguém. Os resultados daquela gestão repercutem na diretoria de agora, há dois anos no comando.

Enquanto isso…

agnelo    Quando assumiu o ministério do Esporte, em 2003, o ministro Agnelo Queiroz decretou o “dia da descoberta de talentos”.

E lá foi ele para a rua, com meia dúzia de assessores, fita métrica na mão, medir a barriga e altura de tudo que é garoto que passava na frente dele, num domingo de sol em Brasília.

Cena mais ridícula impossível, e os resultados do atletismo, hoje, passam, também, por essas ideias maravilhosas.

 


Judô retrocede no Mundial, mesmo com investimento público de R$ 77 milhões
Comentários Comente

José Cruz

Depois do futebol, da natação e do atletismo, o judô também faz água no Campeonato Mundial, o evento mais importante antes dos Jogos Rio-2016. Os resultados deixam sob suspeita as previsões do governo federal e do COB de colocarem o Brasil no top 10 dos países olímpicos

Mais uma vez confirma-se a tese de que só dinheiro não resolve, enquanto torna-se urgente uma rigorosa investigação sobre os rumos da verbas públicas para o esporte. Quem será o “juiz Sérgio Moro” nessa investigação  milionária?

Retrocesso    Erika Miranda

O até então vitorioso judô brasileiro retrocedeu dez anos e igualou seu desempenho no Campeonato Mundial de Cazaquistão-2015 às duas medalhas conquistados no Cairo, em 2005. Desta vez, apenas Érika Miranda (até 52 kg), na foto, e Victor Penalber (até 81 kg) foram ao pódio, ambos com medalha de bronze.

No Mundial anterior, Rio-2013, os judocas brasileiros conquistaram seis medalhas, sendo uma de ouro, quatro de prata e uma de bronze.

Investimentos

Mesmo sem os dados da Petrobras, que não informou, apesar dos pedidos, nos últimos sete anos muito dinheiro público foi destinado à Confederação Brasileira de Judô (CBJ), R$ 77 milhões, média de 77,5 milhões/ano, conforme dados do Ministério do Esporte e levantamentos deste Blog.

         FONTE  DO  RECURSO

V A L O R   R$

Lei de Incentivo – 2007/2014

29.318.443,00

Ministério do Esporte -2010/2014

25.471.447,00

Lei Piva (loterias Caixa) 2012/2015

15.777.085,00

Infraero – Patrocínio (2012/2015)

7.000.000,00

                   T O T A L

77.566.975,00

  

Bolsa-Atleta

Além desses investimentos, houve outros, diretos nas contas dos judocas, através da Bolsa Atleta.

Segundo o Ministério do Esporte, são R$ 3,2 milhões/ano para 257 bolsistas do judô aí incluídos os cegos dos eventos paraolímpicos. Já a Bolsa Pódio consumiu R$ 948 mil/ano, mas, desses, 19 são paraolímpicos.

Para saber mais:

http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/2015/08/29/brasileiros-caem-e-pais-fecha-mundial-de-judo-com-pior-campanha-em-16-anos.htm


“O atleta ficou capitalista”
Comentários Comente

José Cruz

“O atleta ficou capitalista. Tem atleta de 22 anos ganhando até 30 mil reais por mês”.

Diogo Silva, do taekwondo, no programa Segredos do Esporte, na ESPN

CNVbtNRUkAAJKlg

Campeão pan-americano em 2007 e mundial universitário em 2009, Diogo reforça o que publiquei sobre a Bolsa Atleta: várias fontes públicas de financiamento beneficiam os mesmos atletas, já muito bem remunerados pela iniciativa privada. E  “muito bem remunerados” quer dizer na casa dos R$ 80 mil mensais…  Para essa elite, ainda pequena, somem-se as premiações, cada vez mais valorizadas, nos eventos internacionais, porque o esporte tornou-se isso: negócio.

Prazo

Diante dessa realidade, cabe questionar: a verba pública não deveria ter outras prioridades, quando a iniciativa privada já supre, e muito bem, quem tem nome associado a marcas famosas e, por isso, ótima visibilidade na mídia?

Com certeza, o atleta tem “prazo de validade” para competir, e precisa de bom planejamento para garantir seu futuro. No caso, aproveita-se da decisão unilateral do governo, que fez a opção de financiar o alto rendimento, desde 2003, em detrimento da iniciação, onde muitos candidatos a atleta ficam pelo caminho, desmotivados pela falta de “apoio”, que sobra no andar de cima.

Para não desistirem da carreira, alguns vendem o carro. Outros fazem rifa e, assim, a fartura e a miséria convivem no mesmo esporte, na mesma raia, na mesma quadra, no mesmo governo financiador. A desigualdade é tão real quanto a omissão do Ministério do Esporte, que não dá equilíbrio a essa equação que insiste privilegiar quem tem mais.

Prazo e meta

O problema é que esse “financiamento público” também tem prazo limitado. A meta é Rio 2016, o foco é o pódio olímpico, a meta são as medalhas para se chegar ao “top 10”. E depois? Continuará a fartura como os R$ 6 bilhões investidos no penúltimo ciclo olímpico, por exemplo? R$ 4 bilhões no atual, até agora! qual o rumo no pós-Jogos? Mas, há dúvidas até se o Ministério do Esporte sobreviverá!

E, sejamos sinceros, a ausência dessa pasta não faria qualquer falta diante de sua inoperância, já que se tornou um mero repassador de verbas e reduto de apadrinhados políticos e fieis religiosos.


Bolsa Atleta completa 10 anos com dúvidas e suspeitas milionárias
Comentários Comente

José Cruz

Atletas pan-americanos foram ao Palácio do Planalto comemorar dez anos de vigência da Bolsa Atleta. E ajudaram na agenda positiva da presidente Dilma Rousseff, em momento de baixa popularidade, crise econômica e conturbada relação com o Congresso Nacional.  

Não há mais amadorismo financeiro no alto rendimento. É negócio de visibilidade, em que o atleta é fundamental para o faturamento de todos. Não foi para esses que a Bolsa foi criada dilm,a 

A Bolsa e a dúvida

A Bolsa Atleta foi criada para suprir competidores sem dinheiro, pois o que era destinado ao Comitê Olímpico do Brasil, via Lei Piva, não chegava ao atleta e a chiadeira era muito grande.  Hoje, mesmo com 6.557 bolsistas, o choro continua. E se tornaram comuns rifas e vaquinhas de atletas para cumprirem  treinamentos e calendários, mesmo com R$ 6 bilhões de verba pública que financiou o último ciclo olímpico. Quem entende?

Discrepâncias

O tenista Thomaz Bellucci, 30º do ranking mundial coleciona 514 mil dólares de prêmios, este ano. Algo em torno de R$ 1,8 milhão! Nada contra Bellucci, mas ele merece Bolsa com o faturamento que tem? Da mesma forma João Souza, o Feijão, 85º entre no ranking do mundo, com premiação de R$ 847 mil e Bolsa Atleta?

Mais dinheiro

Os Correios investem R$ 7 milhões em 73 atletas do tênis e da natação. A maioria já contemplada com premiações e patrocínios particulares. Quem já chegou nesse nível profissional merece “apoio” público, diante de milhares de carências dos que estão iniciando?

A Bolsa foi criada para os que precisam pagar ônibus até o treino, técnico, comprar vitaminas ou um melhor equipamento, reforçar a alimentação, enfim. O atleta de alto rendimento e de nivel internacional já tem suas fontes naturais de patrocínios particulares, como Bellucci, apoiado pela Embratel. Outros, recebem prêmios pelos pódios conquistados. No alto rendimento não há mais amadorismo financeiro. É negócio de visibilidade em que o atleta é fundamental para o faturamento de todos. A Bolsa não foi criada para esses.

Descontrole

Em uma década, as fontes de financiamento e os valores do esporte cresceram assustadoramente e sem controle do Ministério do Esporte, como o Tribunal de Contas da União já constatou. Mas os resultados dos atletas não são proporcionais aos bilhões de reais investidos. O atletismo é exemplo triste e recente.

A propósito…

A campeã olímpica, Maurren Maggi, também ganha Bolsa Atleta, R$ 3,1 mil mensais. Mas, em abril, ela declarou, ao vivo, que estava se aposentando. Será comentarista da Globo nos Jogos Rio 2016. Como o Ministério do Esporte contempla quem não tem mais pretensões de pódio, principalmente considerando que um dos requisitos para a Bolsa é “continuar treinando e participando de competições internacionais”?

Mais

Atletas suspensos por doping receberam Bolsa Atleta. Eventos de “fundo de quintal” tiveram a chancela de “internacionais”, só para aumentar o valor da Bolsa, para contemplados de fachada. O estranho é que o Conselho Nacional do Esporte passa ao largo dessas denúncias, e a festa continua…

E quem se sentir prejudicado que vá reclamar para o bispo…

Foto: PR/Roberto Stuckert Filho


O Blog de Daniel Brito
Comentários Comente

José Cruz

O companheiro Daniel Brito, que há um ano é parceiro de pautas, aqui em Brasília, estreia hoje seu blog no UOL Esporte.

Trata-se de um ainda “jovem” repórter com sangue e faro dos veteranos. Traz o DNA profissional da família “Brito”, do pai, Marcondes, principalmente, jornalista experiente em coberturas do esporte, mundo afora.

Daniel demonstrou na reportagem o interesse pela investigação, e reforça o grupo de blogueiros num momento conturbado da economia brasileira, com repercussão nas finanças do esporte.

Bem-vindo, Companheiro!


Fabiana Murer! Enfim, um pódio brasileiro no Mundial de Atletismo
Comentários Comente

José Cruz

fabiana-470x312

No quinto dia dos oito de competições do Campeonato Mundial de Atletismo, o Brasil Olímpico chegou ao pódio, feito de uma mulher, Fabiana Murer, medalha de prata no salto com vara.

No Ninho do Pássaro, em Pequim, Fabiana marcou 4,85m, o que lhe garantiria a medalha de ouro. Porém, a cubana Yarisley Silva, (campeão no Pan-Americano de Toronto), foi a única a superar a marca dos 4,90m e sagrou-se campeã. Nikoléta Kyrikopoúlou, da Grécia, foi bronze.

Com o resultado de Fabiana Murer está mantida a história de conquistas de medalhas por brasileiros em campeonatos mundiais de atletismo: pódio em um evento, sem resultado em outro. Em Pequim, foi a vez do “sim”. Confira

A N O

C I D A D E

RESULTADO

2001Edmonton

sem medalha

2003

Paris

prata 4x100m

2005

Helsinque

sem medalha

2007

Osaka

Pr/Jadel Gregório

2009

Berlin

sem medalha

2011

Daegu

Ouro/Fabiana

2013

Moscou

sem medalha

2015

Pequim

Prata/Fabiana 

O Brasil disputa a competição com uma equipe de 55 atletas. Até então, o sexto lugar na marcha atlética, com Caio Bonfim, era o melhor resultado brasileiro.

 

 

 


Atraso do atletismo é assustador. Fabiana Murer pode salvar a pátria?
Comentários Comente

José Cruz

O Campeonato Mundial de Atletismo realizou mais cinco finais nesta manhã brasileira, final de terça-feira em Pequim, local do evento. Nenhum brasileiro estava presente. Além da final de Fabiana Murer, no salto com vara, amanhã, às 8h (de Brasília) e do sexto-lugar de Caio Bonfim, na marcha, o atletismo brasileiro faz água no maior evento da modalidade. 

Fabiana

Duas questões: 

Em 2001, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), promoveu um seminário e anunciou, ao final “O grande salto do atletismo brasileiro” – um projeto até os Jogos Pan 2007.  O projeto abrangia todos os segmentos do atletismo, inclusive treinadores, arbitragem, combate ao doping etc. Menos um: massificação.

Talvez porque isso não seja da competência da CBAt. Mas compete a quem? Essa é a questão que o próprio TCU já identificou, a falta de definições nas competências de nossas instituições esportivas, apesar da fartura de dinheiro público na jogada, desde 2001…

Atraso

De países como Quênia, Etiópia e Jamaica somos fregueses há muito tempo. Agora, já perdemos para Eritréia, Uganda, Botsuana, Barein…

Nosso atraso no atletismo mundial é gigantesco, apesar do gigantismo do território nacional.

Exemplos: o índice estabelecido pela CBAt para classificar atletas ao Mundial de Pequim, fixou 10s16 pra os 100m masculino. Essa marca, Senhores, é a 93º no ranking mundial! Nem assim tivemos representantes…

Nos 200m feminino, o índice da CBAt foi de 23s20. Essa marca é a 110º do mundo!

Na maratona masculina: índice de 2h18min. Esse tempo é o 563º no ranking… Na maratona feminina, 2h44min, é o 455º lugar…

E pensar que em 1994 Carmem de Oliveira já corria a distância abaixo das 2h30, quando fez 2h27min na Maratona de Boston.

Em 21 anos, duas décadas ou cinco ciclos olímpicos, não é um enorme retrocesso?


Um valioso presente para a memória olímpica brasileira
Comentários Comente

José Cruz

A literatura esportiva brasileira ganha hoje uma riquíssima publicação, que é misto de história e homenagem. Ao recuperar a memória de 1.796 atletas, a autora, Katia Rubio, perpetuou depoimentos de todos os atletas que estiveram em  Olimpíadas. katia

O trabalho para produzir “Atletas Olímpicos Brasileiros”, consumiu 15 anos de pesquisas, 1.700 horas de narrativas em vídeo e 1.389 histórias escritas.

O que torna a publicação mais original é que o perfil dos atletas saiu da transcrição de depoimentos dos próprios atores que estiveram nos Jogos. Os que já morreram tiveram suas memórias recuperadas em manifestações de seus familiares.

O livro, de 648 páginas, é dividido em duas partes: a primeira, sobre a evolução dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o resumo de cada competição; na segunda, o protagonista é a figura do atleta e o estudo da história de vida e trajetória dos atletas olímpicos brasileiros.

Segundo Katia Rubio, os registros em vídeo e doações de itens dos atletas e relacionados aos Jogos, oferecidas ao longo da pesquisa, vão compor um centro de memória que está sendo idealizado pela pesquisadora.

Lançamento

O lançamento do livro Atletas Olímpicos Brasileiros ocorrerá a partir das 9h, no Sesi Vila Leopoldina, localizado na Rua Carlos Weber, 835, Vila Leopoldina, em São Paulo.

Mais informações em www.sesispeditora.com.br/catalogo/atleta-do-futuro/atletas-olimpicos-brasileiros/

Foto divulgada pela autora

 


Atletismo: Mundial de Pequim, evento da “medalha sim”
Comentários Comente

José Cruz

Nos últimos sete Campeonatos Mundiais de Atletismo (2001 a 2013), realizado a cada dois anos, o Brasil ganhou uma medalha, evento sim evento não (no quadro abaixo). Agora, na competição que se realiza em Pequim, seria a vez do “evento sim”. Virá?  augsuto

Quem sabe com Augusto Oliveira (foto), no salto com vara, hoje de manhã? Ou com Fabina Murer, na quarta-feira, repetindo o feito de 2011, quando ganhou a medalha de ouro?

Quem sabe os dois, quebrando a escrita de pódios em mundiais, conforme demonstra o quadro de conquistas de medalhas, a seguir? Augusto já saltou 5,82m, sua melhor marca, e este ano 5,81m. Alternativa? Keila Costa, que está na final do salto triplo.

 

A N O

C I D A D ERESULTADO

2001

Edmonton

sem medalha

2003

Paris

prata 4x100m

2005

Helsinque

sem medalha

2007

Osaka

Prata/salto triplo

2009

Berlin

sem medalha

2011

Daegu

ouro salto c/vara

2013

Moscou

sem medalha

2015Pequim

??   

 

“Esperança” 

O paulista Thiago Braz, chegou ao Mundial de Pequim com o quarta melhor marca da temporada, 5,92m. Era a grande “esperança” de medalha brasileira, no masculino. Na classificação, conseguiu saltar apenas 5,65m, e está fora da final.

Balanço

Em Mundiais, o Brasil conquistou 11 medalhas (uma de ouro, cinco de prata e cinco de bronze), em campeonatos mundiais de atletismo, a partir do bronze de Joaquim Cruz, nos 800m no Mundial de Helsinque.

No domingo, brasileiros ficaram fora das finais no salto em distância masculino, e no lançamento de disco e nos 400m feminino.

Depois de queimar as três tentativas de sua série, no salto em distância,  Alexsandro Nascimento se manifestou á televisão brasileira:

“VALEU, BRASIL”!


Mundial de Atletismo: Caio Bonfim faz resultado “fabricado” no Brasil
Comentários Comente

José Cruz

Caio Oliveira de Sena Bonfim  igualou ontem o melhor resultado de um marchador brasileiro em  Campeonato Mundial de Atletismo, que realiza a sua 15ª edição em Pequim. O brasiliense, de 24 anos, ficou em sexto lugar nos 20km, com 1h20mi44s. No mundial de Stuttgart, na Alemanha, em 2003, Sérgio Galdino também foi sexto. 

Ontem, o espanhol Miguel Ángel López venceu a disputa, com 1min19s14. O chinês, Zhen Wang, e Benjamin Thorne, do Canadá, fecharam o pódio.

Caio Bonfim, bronze no Pan-Americano de Toronto, não treina na Europa nem é orientado por técnico estrangeiro. Treina uma pista de Sobradinho, há 20km do centro de Brasília, com piso que ameaça a integridade física dos atletas. Treina com seu pai, João Sena, e apoio da mãe, Gianetti (foto). familia bonfim

Advogada, Gianetti foi sete vezes campeã brasileira da marcha atlética, e se revelou a grande orientadora de Caio. Ele aplicou a lição, pois preferiu preservar o sexto lugar, ontem, a tentar  melhor posição com o chinês Zelin Cai, na última volta:

“Não cometi nenhum falta em toda a prova. Decidi não arriscar uma boa performance e um bom sexto lugar por apenas uma posição”, disse o atleta. Preferi a segurança e deu certo”.

Na marcha atlética, o atleta não pode dobrar o joelho e deve manter, sempre, um dos pés no chão, para descaracterizar a corrida. Nesse aspecto, além da sexta colocação, o grande resultado de Caio foi passar pelo atento crivo dos rigorosos árbitros internacionais da marca atlética.