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Atraso do atletismo é assustador. Fabiana Murer pode salvar a pátria?
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José Cruz

O Campeonato Mundial de Atletismo realizou mais cinco finais nesta manhã brasileira, final de terça-feira em Pequim, local do evento. Nenhum brasileiro estava presente. Além da final de Fabiana Murer, no salto com vara, amanhã, às 8h (de Brasília) e do sexto-lugar de Caio Bonfim, na marcha, o atletismo brasileiro faz água no maior evento da modalidade. 

Fabiana

Duas questões: 

Em 2001, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), promoveu um seminário e anunciou, ao final “O grande salto do atletismo brasileiro” – um projeto até os Jogos Pan 2007.  O projeto abrangia todos os segmentos do atletismo, inclusive treinadores, arbitragem, combate ao doping etc. Menos um: massificação.

Talvez porque isso não seja da competência da CBAt. Mas compete a quem? Essa é a questão que o próprio TCU já identificou, a falta de definições nas competências de nossas instituições esportivas, apesar da fartura de dinheiro público na jogada, desde 2001…

Atraso

De países como Quênia, Etiópia e Jamaica somos fregueses há muito tempo. Agora, já perdemos para Eritréia, Uganda, Botsuana, Barein…

Nosso atraso no atletismo mundial é gigantesco, apesar do gigantismo do território nacional.

Exemplos: o índice estabelecido pela CBAt para classificar atletas ao Mundial de Pequim, fixou 10s16 pra os 100m masculino. Essa marca, Senhores, é a 93º no ranking mundial! Nem assim tivemos representantes…

Nos 200m feminino, o índice da CBAt foi de 23s20. Essa marca é a 110º do mundo!

Na maratona masculina: índice de 2h18min. Esse tempo é o 563º no ranking… Na maratona feminina, 2h44min, é o 455º lugar…

E pensar que em 1994 Carmem de Oliveira já corria a distância abaixo das 2h30, quando fez 2h27min na Maratona de Boston.

Em 21 anos, duas décadas ou cinco ciclos olímpicos, não é um enorme retrocesso?


Para onde vai o futebol feminino?
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José Cruz

A polêmica Medida Provisória 671, que trata da dívida fiscal dos clubes, tem um artigo criando uma tal de “APFUT”.  Essa coisa esdrúxula, em nível de governo, é a “Autoridade Pública de Governança do Futebol”  que terá, entre outras competências, “estabelecer padrões de investimento em formação de atletas e no futebol feminino, conforme porte e estrutura da entidade desportiva profissional”.

Atraso

Em recente entrevista à rádio CBN, o técnico da Seleção Brasileira de Futebol feminino, Oswaldo Alvarez, o Vadão, demonstrou como estamos muito atrás da realidade de outros países.

Na França, segundo Vadão, existem mil núcleos de futebol feminino,  categorias sub 6 e sub 8 anos, cada um abrigando cem meninas. Daqui a 10 anos serão, em termos, 100 mil atletas profissionais em competições nacionais. Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Japão, Suécia, enfim, seguem a receita da “massificação”.   Marta

Os franceses estão oferecendo às garotas a oportunidade de praticarem a modalidade que gostam, sem a obrigatoriedade de formar atletas. Mas não há dúvidas de que num universo desse tamanho fica fácil identificar as talentosas para o futebol.

“Como vamos competir com essas escolas se aqui não temos o desenvolvimento”? Não temos nem campeonato Sub-20! Ficamos com foco na Seleção! E, quando vamos competir, levamos atletas sem experiência, porque começaram a jogar já na fase adulta”, justificou o técnico. E isso acontece mesmo tendo exemplo como Marta (foto), 30 anos, cinco vezes eleita pela Fifa a melhor jogadora do mundo …

A dificuldade

Por isso, a Seleção Brasileira vai para o Mundial de Futebol do Canadá, a partir de 5 de junho com muitas estreantes em eventos internacionais. E sabem como a CBF resolve o problema da falta de experiência das jogadoras? “Com psicologia”, segundo Formiga, 37 anos, que vai para o seu sexto Mundial.

“Sabemos que algumas atletas viajarão para o seu primeiro Mundial, mas a Seleção conta com um trabalho de psicologia desde o ano passado. Além disso, as jogadoras mais velhas ajudam com a experiência, para podermos controlar as mais jovens dentro de campo” – disse Formiga à reportagem do site Rio 2016, do Ministério do Esporte.

Sem incentivar campeonatos estaduais nem promover nacionais, que poderiam ter jogos preliminares do masculino, a CBF trava o futebol feminino. Trata essa modalidade olímpica como se a arte do jogo da bola fosse exclusiva dos homens, enquanto os cartolas negam às mulheres o direito de mostrarem com os pés o que já conquistaram com as mãos, no basquete, no vôlei, no handebol ..

Enfim, diante dessa falta de iniciativas para uma modalidade que já se mostrou atrativa, mundo afora, e a omissão do órgão oficial do futebol, o governo se aventura numa real intervenção no futebol feminino. Sinceramente, futebol é competência do Estado ou os políticos no Ministério do Esporte querem ocupar espaço para conquistar simpatizantes e eleitores?


Governo “pedala” e Bolsa Atleta atrasa de novo
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José Cruz

Como o esporte contribui nas “mágicas”  da área econômica, que adia pagamentos para garantir saldo mais robusto do superávit primário

Esta mensagem foi atualizada às 12h35

 Atrasa, de novo, a Bolsa Atleta. Depois do pagamento de julho, o de agosto ainda não foi realizado. O Ministério do Esporte não concorda:

“O benefício não pode ser considerado em atraso, uma vez que está sendo pago no ano subsequente ao evento que capacitou o atleta”…

Esclarecedor!

Os atletas reclamam. Preservo os nomes para evitar retaliações, reais.

O primeiro pagamento cai na conta certinho, no quinto dia útil do mês. Mas na época segundo pagamento começam os atrasos e desculpas. Eu nem sei se isso me entristece ou me revolta… O que eu vou fazer? A última vez que me lembro dos pagamentos do Bolsa Atleta serem feitos pontualmente foi em 2010.”

Atualmente, 6.703 atletas são contemplados programa nas modalidades olímpicas e paraolímpicas. O orçamento para o programa em 2014 é de R$ 181.344.960,00.

Memória

No ano passado, o Ministério atrasou seis meses o pagamento da bolsa. Desculpa: “falha no contrato com a Caixa Econômica”. Mentira!

A verdade se revelou mais tarde. Todo final de ano o governo reduz as despesas e transfere pagamentos de algumas contas para o ano seguinte, numa operação conhecida por “restos a pagar”. Isso ocorre em todos os ministérios para sobrar dinheiro na Secretaria do Tesouro e, assim, aumentar, ilusoriamente, o superávit primário.

Com o cofre mais robusto, a imagem do país cresce lá fora, ganha credibilidade, mas é uma conta maquiada, porque o calote temporário interno contribui para isso. Num momento mais favorável, o governo desbloqueia a conta e o Tesouro paga os atrasados.

É isso deve estar ocorrendo com a Bolsa Atleta, porque esta ano outras contas entraram na “pedalada”. Como lembrou Gil Castello Branco, da Associação Contas Abertas, o governo já fez o mesmo com a Bolsa Família e o Seguro Desemprego. Em julho, o Tesouro segurou a grana e quem pagou a conta foi a Caixa Econômica, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal. Até o repasse do imposto sindical para as centrais foi “pedalado”, como revelou o repórter Sérgio Leo, do jornal Valor Econômico, em agosto.

Explicação

Mas, segundo assessores do Ministério do Esporte, a explicação oficial é esta:

O benefício (Bolsa Atleta) não pode ser considerado em atraso, uma vez que está sendo pago no ano subsequente ao evento que capacitou o atleta. Vale lembrar que o Ministério do Esporte quitou em fevereiro de 2014 as oito parcelas restantes da Bolsa-Atleta referente ao pleito de 2013, que normalmente seriam pagas no decorrer de 2014. As outras quatro haviam sido depositadas em setembro (duas), dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Entre março e maio de 2013, o ministério havia quitado as bolsas do pleito de 2012. Desta forma, em 11 meses o Governo Federal quitou o pagamento das bolsas de dois anos. Com isso, está eliminada a defasagem de tempo entre resultados do atleta e pagamento do benefício.

Explicações à parte, a verdade é: o mês não foi pago como esperavam os atletas que, por sua vez, se lamentam e “pedalam” suas contas.

Tudo isso deve ser ótimo para ajudar na campanha eleitoral oficial.

Atualização – 12h35

Neste momento fui informado por quatro atletas que “a bolsa acabou de ser depositada”

Mas teve atleta que competiria no fim de semana e não disputou sua prova, porque não tinha dinheiro para pagar a passagem…

Esse prejuízo depósito algum vai recuperar.

Bolsa Atleta não é favor é lei federal. E o governo tem obrigação de honrar, no prazo.


Basquete: Eletrobras esclarece sobre atraso no patrocínio
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José Cruz

“Tendo em vista a menção à Eletrobras no post “Esportes olímpicos sob graves suspeitas de corrupção”, publicado ontem (24/10), às 10h05, a empresa esclarece que o patrocínio à Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB) não está suspenso, apenas as comprovações referentes ao contrato estão, no momento, cumprindo seus trâmites normais.

A prestação de contas apresentada pela entidade, referente à primeira parcela do contrato, ainda não está finalizada. Tão logo os valores aplicados pela CBB sejam adequadamente comprovados, a Eletrobras cumprirá rigorosamente as cláusulas contratuais e liberará a segunda parcela.”

Minha análise

Não é novidade que a Confederação Brasileira de Basquete vem acertando suas contas aos trancos e barrancos. Deu, inclusive, trambique num banco particular, e só acertou as contas quando chamada à Justiça. (Veja link no final)

No caso da Petrobras, o patrocinador diz que “as comprovações referentes ao contrato estão, no momento, cumprindo seus trâmites normais”.

E afirma que a segunda parcela ainda não saiu.

Imagino que os auditores estejam analisando com rigor as contas da parceira, porque é preciso isso.

Será que Caixa, Petrobras, Infraero, Correios etc fazem o mesmo com o atletismo, natação, ginástica …?  Não sei. Mas sei que o Minitério do Esporte é frágil na fiscalização das verbas que libera, porque não tem quadros para tanto.

Entenda o caso

http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2013/10/24/exclusivo-eletrobras-suspende-patrocinio-da-cbb-corte-e-de-r11mi/

 

 

 

 


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