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Esgrimistas questionam Confederação por “falta de transparência”
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José Cruz

“…sugerimos que a Confederação apresente à comunidade informações relativas à sua receita e às suas despesas”

A Associação Brasileira de Esgrimistas (ABE), que reúne os 80 principais competidores do país, questionou a presidência da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) sobre a “falta de transparência e clareza” nas contas da entidade, mantida por verbas públicas, como a Lei Piva, via Comitê Olímpico do Brasil (COB).  E alertaram para o “clima de desconfiança e incerteza entre os praticantes da modalidade” no que diz respeito à aplicação das verbas recebidas.

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“Acreditamos que uma gestão mais transparente contribuiria não apenas para a compreensão, por parte da comunidade esgrimística, de como a CBE administra seus recursos financeiros e operacionais, mas sobretudo para preservar a reputação da Confederação que tanto prezamos”, afirmou o presidente da ABE, Evandro Landulfo Teixeira Paradela Cunha, em ofício ao presidente da Confederação, Gerli dos Santos.

Em 2 de junho último, publiquei artigo sobre algumas despesas da CBE, entre elas o pagamento de uma segunda sede, em Brasília, além da oficial, no Rio de Janeiro.

O ofício da ABE

Sr. Presidente Gerli dos Santos,

Na condição de presidente da Associação Brasileira de Esgrimistas e cumprindo, portanto, nosso estatuto social ao buscar representar os esgrimistas a ela associados, gostaria de compartilhar o sentimento que predomina entre muitos de nós.

Temos recebido inúmeros questionamentos com relação à falta de transparência e clareza no que diz respeito às contas da Confederação Brasileira de Esgrima. Pelo que podemos apurar, há um clima de desconfiança e incerteza entre os praticantes da nossa modalidade.

Em diversas ocasiões, a ABE procurou alertar quanto à importância dessa questão. Acreditamos que uma gestão mais transparente contribuiria não apenas para a compreensão, por parte da comunidade esgrimística, de como a CBE administra seus recursos financeiros e operacionais, mas sobretudo para preservar a reputação da Confederação que tanto prezamos.

Conforme anteriormente debatido em reunião entre nossa diretora Maria Julia Herklotz e o vice-presidente da CBE, Ricardo Machado, sugerimos que a Confederação apresente à comunidade informações relativas à sua receita e às suas despesas.

Não solicitamos uma prestação de contas oficial, como aquela apresentada aos órgãos competentes, e sim o simples compartilhamento de informações financeiras relevantes – as quais, aparentemente, têm sido mais acessíveis à imprensa do que aos verdadeiros interessados.

Estamos certos de que a divulgação desses dados seria suficiente para o esclarecimento de várias questões levantadas pela imprensa e pelos próprios esgrimistas.

Uma vez que temos interesses convergentes, espero que leve em consideração as palavras deste documento a despeito de nossa condição independente da Confederação.

Com os mais respeitosos cumprimentos,

Evandro Landulfo Teixeira Paradela Cunha

Presidente


Esgrima: ainda falta transparência nos gastos de verbas públicas
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José Cruz

Cartolas, gestores, políticos e autoridades do esporte já se mobilizam para renovar a Lei de Incentivo ao Esporte, que se esgotará em dezembro. Sobre a execução, vantagens e desvantagens dessa fonte de R$ 400 milhões/ano escreverei no decorrer da semana. Essa lembrança remete ao dinheiro público disponível e à escassez de gestão, em alguns casos com impressionante amadorismo e irresponsabilidade, diante do gigantismo da preparação de atletas de nível olímpico.

A CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) é o mais recente exemplo neste sentido. Dados do Siconv, que é o sistema oficial de transparência sobre a execução de convênios, mostram que a CBE recebeu R$  2,3 milhões do Ministério do Esporte, em dois convênios. Mas, em ambos, CBE não conseguiu executar o programado e devolveu R$ 1,1 mihão (valores atualizados devido às aplicações bancárias, de lei).

CONVÊNIO   VALOR       R$   APLICADO      R$ DEVOLVIDO        R$
    20111.292.249,001.136.654,11   163.402,56
    20121.101.702,21   122.497,15   995.648,06

Executora

No convênio, de 2011, para a compra de materiais, a empresa SB Promoções recebeu R$ 78 mil, como executora do contrato. No segundo convênio (para competições e estágio de atletas) foram pagos R$ 98,4 mil à SB. Sem alcançar o objetivo, a devolução ao Ministério foi de 80% do valor recebido. Então, porque pagar a quem não atendeu às exigências do contrato? Ironicamente, foi nessa situação que a esgrimista Élora Ugo teve seu treinamento suspenso para os Jogos Rio 2016.  historia-da-esgrima

Pior:

Na execução do convênio de 2011, não há registros oficiais no Siconv que comprovem a distribuição de material adquirido, no valor de R$ 320.068,50. Isso representas 37% dos R$ 865.229,0o investidos nas compras.

Mas a CBE diz o contrário: “A Confederação afirma que todo material foi distribuído aos atletas da equipe principal de acordo com a necessidade de cada um.” Agora, será preciso esperar pela análise da prestação de contas junto ao Ministério do Esporte, para esclarecer sobre o paradeiro do valioso material .

Foi a partir dessas informações, oficiais, que a esgrimista Élora Ugo denunciou o desprezo para com os atletas. Mesmo com dinheiro para competições e treinos, a Confederação de Esgrima não executou o projeto, apesar de dispor de dois anos, sendo um de prorrogação.  Agora, o objetivo é, também, localizar o paradeiro de materiais no valor de R$ 320 mil…

Pode ser que nesta sexta-feira a diretora da Associação Brasileira de Esgrimistas, Maria Júlia Herklotz, obtenha respostas a essas dúvidas de gestão, na primeira reunião entre atletas e CBE para tratar de “transparência” na gestão do dinheiro público para a esgrima.


Cartolas da esgrima abrem diálogo com os atletas, depois da pressão
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José Cruz

Um mês depois do protesto de  Élora Ugo, que se afastou das competições oficiais de esgrima alegando falta de verbas para treinar, rumo aos Jogos Rio 2016, a direção da CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) receberá representante dos atletas para debater sobre o uso de verbas públicas entre os competidores.

A reunião será amanhã, com a diretora da Associação Brasileira de Esgrimistas, Maria Júlia Herklotz, e atende a um abaixo-assinado de mais de cem atletas que apoiaram as críticas de Élora, que pedia transparência na gestão da CBE. Esgrimistas

Inicialmente, a CBE convocou para a reunião a Comissão de Atletas – Renzo Agresta, Taís Rochel e Athos Schwantes, que estão treinando na Europa. Para não deixar o assunto sem resposta, a ABE irá para a conversa. Já no próximo sábado será realizada assembleia geral da CBE, cujo plenário é formado por representantes de apenas três federações: Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. A sede da CBE é no Rio, mas o presidente, Gerli dos Santos, mora em Brasília.

Dinheiro

Como foi noticiado em fevereiro, por ocasião das críticas da esgrimista, a CBE estava devolvendo R$ 825 mil ao Ministério do Esporte. A verba, de um convênio de R$ 1,3 milhão, ficou parada sem aplicação por dois anos, principalmente no quesito de treinamento de atletas, e o governo não aceitou o pedido de prorrogação do projeto pelo terceiro ano consecutivo. É o típico exemplo de fracasso na gestão da verba pública confrontando a disponibilidade de verba e a falta de atendimento às necessidades dos atletas.

A verba foi liberada pelo Ministério em abril de 2012, a título de “modernização da infraestrutura de equipamentos e de materiais para treinamentos e realização de competições de esgrima, visando a preparação de atletas aos Jogos Rio 2016”.

Dois anos depois, a Confederação foi intimada a devolver cerca de 80% do recurso recebido por falta de execução do projeto. Isso ocorreu, apesar de a CBE ter contratado a SB Promoções, especializada em gestão de verbas públicas, que recebeu R$ 13 mil mensais para, ao final administrar apenas 20% do valor recebido.

Na próxima mensagem vou detalhar sobre esse processo, com base em documentos do Siconv, que é o sistema do governo federal que torna transparente a aplicação dos recursos públicos.

 

 

 


Esgrimistas se solidarizam a Élora Ugo e criam movimento nas redes sociais
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José Cruz

A esgrimista Élora Ugo não está sozinha na luta pacifica contra a ditadura dos cartolas. Mesmo em crise,  atletas da esgrima seguem exemplo dos jogadores de vôlei – no escândalo que envolveu o ex-presidente Ari Graça – , manifestam-se e criam o movimento #Estamos com Élora

Em desabafo público, por ter sido prejudicada em seu treinamento aos Jogos Rio 2016, Élora recebeu, durante evento no Rio de Janeiro, manifestação de colegas de vários clubes, de diferentes categorias,  de jovens esgrimistas e de atletas de gerações passadas, que honraram esse esporte. 

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Hoje, a Associação Brasileira de Esgrimistas divulgará documento, com assinaturas de atletas, apresentando sugestões e pedindo diálogo com a CBE. Roberto Lazzarini, um dos nossos maiores esgrimistas, olímpico em 1988 e 1992, ainda jogando em alto nível pelo Esporte Clube Pinheiros, também subscreveu o documento.

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As fotos publicadas nas redes sociais inauguram novos tempos no esporte. São atletas se expondo, sem medo de retaliações e fortalecendo a Associação Brasileira de Esgrimistas  

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Essas fotos contrariam a expectativa da CBE, de que “Élora está sozinha nessa hitória”. Não está. 


Nota oficial da Confederação de Esgrima
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José Cruz

Da Confederação Brasileira de Esgrima recebi esta

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Após tomar conhecimento de matéria veiculada em alguns órgãos de imprensa e declarações de atleta narrando as suas dificuldades pessoais objetivando a equipe olímpica de esgrima de 2016, a CBR presta os esclarecimentos necessários e solicita a publicação, como determina a lei de imprensa, naqueles órgãos que publicaram as denúncias:

Todos os atuais dirigentes da esgrima se originam do meio esportivo da modalidade, conciliando as suas atividades profissionais e a administração do nosso desportono exercício do cargo que nos foi confiado.

Quanto à vida financeira da CBE, hoje a Confederação Brasileira de Esgrima possui duas fontes de recursos: uma oriunda da Lei Agnelo Piva, tendo recebido entre as cotas distribuídas neste ano pelo órgão gestor a menor delas ; e a segunda oriunda de patrocínio direto.

De posse dos créditos dos recursos da Lei Agnelo Piva (e não numerário) e do patrocínio, elaboramos projeto de trabalho com um calendário anual de participação em competições, organização de competições nacionais e internacionais e participação em “campings trainings”, priorizando em razão dos recursos disponibilizados aqueles atletas que poderão contar com parte destes recursos. Tal decisão não tem origem paternalista e a convocação da equipe representativa da esgrima brasileira se dá em função de um ranking nacional, cujas regras são previamente discutidas e divulgadas entre os Clubes filiados, antes de validarmos e adotarmos tais critérios.

Algumas competições têm que ser priorizadas haja vista que os resultados nelas obtidos traduzem em uma melhor participação nas cotas orçamentárias distribuídas pelo Comitê Olímpico, ou seja temos que ter resultados. Importante informar que os recursos disponibilizados pelo COB para as Confederações não são disponibilizados em sua totalidade. Na verdade nós temos o crédito e não o numerário. Este vai sendo liberado após apresentarmos o projeto específico para cada evento programado (constante em nosso calendário anual) e o projeto seguinte só é liberado se não houver pendências anteriores nas prestações de contas da ação anteriormente realizada.

Desta forma, vamos executando as nossas atividades planejadas/ programadas e tenham certeza, por parte da esgrima, com bastante critério. Como informação, para desenvolvermos essas ações, a Confederação Brasileira de Esgrima conta com o trabalho de oito funcionários contratados regularmente, o que demanda obrigações trabalhistas e fiscais e suas despesas administrativas comprometem mais de 30% do nosso já reduzido orçamento anual, oriundo da Lei Agnelo/Piva.

Outra fonte de recursos recentemente conquistada pela CBE foi o de patrocínio. Assim, convocamos a nossa equipe permanente, composta por atletas adultos e juvenis (os recursos só podem ser aplicados nesta equipe convocada), montamos o planejamento técnico de participação em competições e campings de treinamento e, neste momento, prioritariamente com foco nos próximos jogos Pan americanos/2015 e nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Do exposto, e norteados pelas restrições e limitações orçamentárias, temos que dar prioridade para as competições que julgamos de maior relevância, bem como temos que priorizar as convocações dos atletas que participarão de um determinado evento, baseados evidentemente, nos critérios estabelecidos(ranking) e como informado anteriormente, amplamente discutido com as Federações e Entidades Desportivas filiadas. Importante informar, também, que todas as nossas ações sempre são informadas com a devida antecedência e quanto aos recursos que utilizamos, todas as nossas ações são auditadas e submetidas à aprovação das entidades de fomento (COB e patrocinadora).

Como curiosidade e com vistas aos JO Rio 2016, hoje a base de nossa equipe principal em relação à faixa etária gira em torno dos 27 anos, ou seja, a esgrima brasileira tem um elenco de jovens desportistas de alto rendimento bem jovem para a nossa modalidade. Assim, a nossa necessidade hoje é dar a oportunidade para que estes jovens talentos adquiram muita experiência internacional. Quando priorizamos a equipe principal, não estamos descartando os atletas das categorias de base como os juvenis,já que muitos destes expoentes integram a equipe principal.

Mesmo tendo que priorizar os recursos para uma parcela dos esgrimistas expoentes, procuramos incentivar a participação dos demais esgrimistas nas diversificadas competições internacionais, notadamente os juvenis.

Através de um documento chamado termo de intenção de participação em competições internacionais os demais esgrimistas que não foram convocados para comporem uma equipe representativa em alguma competição internacional programada encaminham o documento para a CBE no qual afirmam tacitamente terem disponibilizados os recursos necessários, apoio técnico e uniformização para participarem da competição requerida.

Do exposto, a CBE sentiu a necessidade de expedir a presente nota informativa a fim de esclarecer que temos ciência de existir em todos os campos (esportivos, econômicos, políticos etc.) irresponsabilidades administrativas e financeiras na gestão da coisa pública e que, com certeza, devem ser investigadas. Mas não podemos concordar que uma contrariedade pessoal seja disseminada de forma generalizada e leviana, com interesse meramente individual, atingindo de forma pluralizada a moral de pessoas que hoje são responsáveis pela condução do esporte, no caso particular da esgrima brasileira.

Recentemente fomos levianamente “taxados” de corruptos de forma totalmente irresponsável e posteriormente de mau gestores, na qual inclusive um jornalista sugere intervenção na instituição em razão do mau uso de verba pública.

Em relação ao assunto levantado no blog do jornalista Jose Cruz, do UOL, esclarecemos que: o Ministério do Esporte publicou Chamada Pública para que os interessados se habilitassem aos recursos disponíveis por meio dos respectivos projetos, o que evidentemente o fizemos. Entramos com toda documentação requerida, as devidas certidões e o respectivo projeto no dia 07 de setembro de 2012, com assinatura do documento no ME em 31 de dezembro de 2012, cujo desembolso estava previsto para o mesmo mês de dezembro, o que não ocorreu. Seguindo os trâmites administrativos decorrentes, o nosso projeto foi publicado no dia 11 de janeiro no Diário Oficial da União, com os recursos liberados em 07 de fevereiro de 2013.

Para que a CBE pudesse movimentar os recursos liberados, por determinação do ME, além da abertura da conta junto à instituição financeira, tivemos que habilitar o projeto a fim de operacionalizar a conta através do sistema Ordem Bancária de Transferência Voluntária – OBTV, o que demandou muito mais tempo, só disponibilizando, efetivamente, os recursos em agosto de 2013. Fica a pergunta: qual a nossa responsabilidade direta nos fatos acima elencados, que praticamente inviabilizaram todo o nosso projeto, se em todos estes fatos nós não demos causa? Nenhuma. Por essa razão estamos sendo “taxados” de incompetentes?

É muito fácil criticar, principalmente sem odevido conhecimento de causa. Pelo exposto, pode-se observar que a CBE fez a sua parte. Entretanto, só pudemos iniciar a execução do projeto passado quase um ano de sua proposição, comprometento todo o planejamento original, sem que para isto a nossa instituição tenha dado causa. Estes são os fatos !!!

Ratificamos : entre a entrada de nossa proposta e a efetiva liberação dos recursos, lamentavelmente, transcorreram  muitos meses e dentre estes meses já havia a previsão da participação de nossa equipe em muitas das competições internacionais que evidentemente não puderam ser realizadas. Assim, executamos aquelas que foram possíveis, constantes do projeto original.

Além desse fato alguns outros ocorreram durante a execução do projeto como por exemplo, ente outros: quando da elaboração do projeto, alguns esgrimistas estavam residindo em uma determinada cidade do exterior e quando da execução de uma destas competições que envolvia os atletas, estes já não se encontravam na cidade original, ou haviam retornado para o Brasil; cidade onde havia a previsão da realização de “camping training se encontrava em guerra, como foi o caso da Ucrânia,  em guerra ainda hoje;antecipação da data de início do calendário internacional da Federação Internacional de Esgrima, etc. Novamente tais fatos impactaram na execução do todo o proposto.

Por obrigação constante na chamada pública, tivemos que solicitar aditamento ao projeto original, com novas alterações, solicitações estas que obrigatoriamente tiveram que ser submetidas ao ME, com novos prazos, novas autorizações de utilização dos recursos que demandaram tempo e novamente impactaram na execução de várias competições.

O instrumento celebrado se encerraria em fevereiro próximo passado, mais precisamente no dia 16, ou seja, havia a posibilidade de solicitarmos, dentro do prazo, novo aditamento, nossa intenção. Entretanto, em razão de termos de repetir todo o processo e com possível não cumprimento de algumas das ações propostas, no dia reunião no dia 05/02 (quinta-feira), às 17h00min, estivemos presentes na Snear, em reunião com integrantes daquele Álto Órgão para tratarmos do assunto.

Nesta reunião, foi levantada a hipótese de caso não fosse possível executar todo o objeto do Convênio, mesmo não tendo a Confederação dado causa aos fatos acima elencados, de termos que devolver todo o recurso disponibilizado.

Diante desta possibilidade, por cautela jurídica e pelo fato de a Confederação já ter vivido experiência anterior em gestões passadas, devolvendo recursos de projetos já auditados e aprovados (mais de dez anos), decidimos pela finalização do projeto em lide, comunicando oficialmente nessa reunião a nossa decisão.

Evidentemente, o que vem sendo publicado em alguns órgãos da imprensa, por qualquer razão que ultrapassam o nosso conhecimento e entendimento, não materializam os reais fatos acima expostos, obviamente repassando para o público em geral a imagem de irresponsabilidade e mesmo de incapacidade de gestão.

Nesta esteira, surgiram alguns boatos maldosos em relação à empresa contratada para a realização deste projeto. A contratação da empresa SB Promoções foi realizada, oriunda de procedimento de tomada de preços realizada pela CBE, e de pleno conhecimento do ME. Os pagamentos a essa empresa estão previstos na regulamentação do Convênio firmado com aquele alto órgão, bem como previstos na legislação que trata das Chamadas públicas.

Esta empresa é uma das tantas credenciadas pelo ME, e possui diversos contratos com outras entidades (clubes esportivos, federações, confederações, etc) com o mesmo ou similar objeto, qual seja, “…recebimento de documentos para o projeto, classificação contábil dos documentos, monitoramento do andamento do projeto, prestação de contas, logística de embarque de toda a comissão, assessoramento na aquisição de passagens e reservas de hotéis e análisedas propostas de fornecedores e sua idoneidade…”, e tal contratação não reflete qualquer incapacidade por parte da contratante e sim a utilização dos serviços de uma empresa devidamente habilitada, prática esta usualmente utilizada pela maioria das Confederações e Clubes nacionais.

Foram pagos à SB Promoções o valor total de R$ 98.400,00 em oito parcelas de R$ 12.300,00. Tais informações são públicas, e constam no SICONV.

Quanto à SB Promoções pertencer a pessoas que integram a diretoria da CBE, tal informação é absurdamente inverídica!!! Trata-se, ao nosso ver, de mais uma “caça às bruxas”, muito pertinente e oportuna aos críticos de plantão.

Do exposto, a Confederação Brasileira de Esgrima se reserva ao direito de não mais voltar a este assunto por considerar o mesmo já suficientemente esclarecido.

Quanto à atleta e seu depoimento rancoroso” em rede social, encaminho o segundo anexo (senha esgrima) que comprova que mesmo a esgrimista se encontrando em quarto lugar no ranking internacional e segunda no nacional, obteve sim apoio financeiro da Confederação e, ainda, o fornecimento de todo o equipamento de competição e treino que havíamos adquirido oportunamente. A esgrimista, inclusive, integrou por um certo tempo a equipe permanente de nossa Instituição e, consequentemente, sendo apoiada, inclusive financeiramente (documentos comprobatórios em arquivo), lógico, recurso este sempre julgado insuficiente por parte de quem recebe.

Mesmo tentando entender a sua mágoa,não podemos aceitar/concordar com as suas graves acusações, de corrupção, má utilização dos recursos públicos e discriminação técnica, entre outras colocações postadas em redes sociais, sob pena de nos reservarmos o direito de buscarmos as legítimas reparações, judicialmente.

Importante ratificar que a equipe permanente da CBE não tem nome e sim critérios de seleção amplamente divulgados com a devida antecedência para as Federações Filiadas e para as Entidades de Pratica Desportiva. Evidente que qualquer esgrimista que atinja os índices estabelecidos e os demais regramentos e prioridades passa a integrar a nossa equipe permanente. Tais regramentos encontram-se publicados em nosso site.

Atencioamente

Gerli dos Santos

Presidente da Confederação Brasileira de Esgrima

 

 

 

 

 

 

 


Esgrimistas silenciam no escândalo que prejudicou a própria modalidade
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José Cruz

Uma coisa são as explicações da diretoria da Confederação de Esgrima (CBE) ao desabafo da atleta Élora Ugo, que saiu equipe pré-olímpica. Outra é o intrigante silêncio na comunidade do esporte, como se nada de anormal tivesse ocorrido em desastrosa gestão de verbas públicas, exercida em nome dos atletas.

Inicialmente, que não se espere nada do COB. O silêncio olímpico é estratégico. Foi assim em outros escândalos, do vôlei, basquete, tênis…
Mas a comunidade da esgrima, o que diz da colega que “cansou de engolir mentiras” de dirigentes que deveriam zelar pela carreira dos atletas? Nada? Nada!

Até 2003, “faltava apoio, faltava verba”. E agora, o que dizer dos que devolvem dinheiro, porque não foram capazes de executar um projeto em dois anos, prejudicando os que estão em preparação aos Jogos do Rio de Janeiro?

A nota da Confederação de Esgrima, que comentarei na próxima semana, é frágil na maioria dos pontos. E confirma a tese de que sua direção opera nas horas de folga ou no fim de seus expedientes profissionais. Incentivados, claro, pela possibilidade de contratar especialistas, como ocorreu, e, mesmo assim, de forma fracassada, pois a perda foi de quase R$ 1 milhão!

Assim como as confederações de Vôlei, de Basquete, de Tênis, etc a de esgrima será apenas mais uma a ilustrar a história da nossa ainda amadora administração esportiva.

Até o dia em que os atletas se convençam de que sem eles não se faz esporte. Sem atleta a estrutura desmorona! Portanto, a solução para essa desordem em meio à fartura financeira está na voz exclusiva dos competidores. Élora deu o primeiro grito e escancarou a porta…


Esgrimista abandona o esporte e acusa Confederação por falta de apoio
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José Cruz

A 15 meses da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Brasil perde a segunda esgrimista do ranking nacional de sabre, Élora Ugo, que decidiu se afastar das competições oficiais e equipe que treinava para a Olimpíada. Atleta da Academia Paulista de Esgrima, Élora, de 29 anos, foi a primeira brasileira a conquistar medalha em Campeonato Mundial da modalidade, prata em 2003, categoria cadete.

A decisão da esgrimista de expor suas críticas, raramente observada entre atletas, foi em depoimento de forte emoção, divulgado nas redes sociais, neste link.

Ironicamente, enquanto Élora toma essa decisão, alegando “falta de patrocínio para seus treinamentos, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) é intimada a devolver R$ 825 mil ao Ministério do Esporte. O dinheiro se destinava ao treinamento de atletas na Europa, como parte do programa de metas olímpicas do Brasil. Porém, dois anos depois de ter recebido a verba oficial (R$ 1,1 milhão), a CBE não deu conta de executar o projeto.

Em contato com o blog, Élora declarou: Ugo

“No final do ano passado, falei ao Ricardo (Ricardo Machado, vce-presidente da CBE) sobre minha intenção de deixar as competições por falta de recursos financeiros e apoio da CBE. Ele disse que, lamentavelmente, não havia dinheiro para todos os atletas”.

Justificativa

Da Confederação Brasileira de Esgrima recebi a seguinte manifestação sobre o assunto:

“No que diz respeito aos alegados comentários da atleta Élora Ugo em redes sociais, reservamo-nos o direito de não nos manifestarmos. Essa polêmica não nos interessa, tampouco precisamos nos defender. Apenas, solicitamos ao prezado jornalista que busque informações junto ao clube desta atleta, Academia Paulista de Esgrima, para saber se a CBE vem ou não dando apoio aos atletas que apresentam resultados de relevo (competições da FIE – Federação Internacional de Esgrima).”


Esgrima, com apenas quatro filiadas, escancara amadorismo olímpico
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José Cruz

Confederação Brasileira de Esgrima tem apenas quatro federações filiadas e, mesmo assim, o planejamento foge ao seu controle, a ponto de não conseguir executar, em dois anos, projeto de treinamento de atletas que se preparam para os Jogos Rio 2016 

Mas, a  má gestão da verba pública para o esporte não é exclusividade da direção da CBE (Confederação Brasileira de Esgrima), como publiquei ontem. As confederações de Tênis, de Vôlei, Basquete, enfim, já demonstraram que também são ineficientes e, em alguns casos, negligentes no uso de verbas. O próprio Ministério do Esporte deixou mofar, durante três anos, dinheiro para o treinamento de jovens atletas, via Confederação de Clubes, enquanto muitos acabaram abandonando a oportunidade da carreira esportiva.

Explicações

Há enganos que precisam ser reparados nas justificativas da direção da CBE, encaminhadas ao blog, sobre a devolução de quase R$ 1 milhão ao Ministério do Esporte. Por exemplo, sobre as mudança de datas em eventos internacionais, que teriam exigido aprovação de novo plano junto ao Ministério do Esporte. Na verdade, nenhuma das competições previstas no projeto original sofreu alteração de data.

Segundo a presidência da CBE, “O esporte de rendimento exige, por sua própria natureza, enorme dinamismo, ou seja, os planejamentos elaborados sofrem, na medida do tempo, ajustes, adaptações, alterações, dentre outras, de acordo com situações que escapam de nosso controle.”

Trata-se de uma modalidade gestora de apenas quatro federações: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo assim, com representatividade inexpressiva, o planejamento “foge ao controle” da direção da CBE?

Quando o gestor mostra-se incapaz para administrar recursos públicos é sinal que precisa de urgente mudança, para não dizer intervenção. Quantas outras confederações estão nessa situação?

E nada vai acontecer diante dessa omissão. Nem por ação do Ministério do Esporte – de quem não se pode esperar muito, mesmo –  nem dos atletas ou técnicos, eternamente omissos na disputa contra o cartola inoperante.

A propósito, a Confederação de Esgrima é a mesma que, patrocinada pela Petrobras, vende uniformes  aos seus atletas para que exibam a marca da estatal.

 

 


Atletas da esgrima pagam para exibir marca da patrocinadora
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José Cruz

Por que os atletas da esgrima queixam-se que falta apoio da Confederação para viagens?

Petrobras –  A pergunta deve ser encaminhada à Confederação Brasileira de Esgrima, a quem cabe gerir os recursos de seus patrocínios e de outras fontes, como da Lei Piva, por exemplo. No que diz respeito ao contrato de patrocínio com a Petrobras, seu objetivo é dar visibilidade às marcas da empresa, bem como obter direitos promocionais, através de contrapartidas e obrigações estabelecidas contratualmente, sendo estes, portanto, os itens a serem fiscalizados.

Conclusão:

Como os atletas usam os seus agasalhos para  “dar visibilidade às marcas” da patrocinadora, mas eles devem ser comprados na Confederação de Esgrima, conclui-se que os competidores da modalidade pagam para exibir o nome da empresa patrocinadora.

Nos últimos três anos, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) recebeu R$ 8,47 milhões de patrocínio da Petrobras. Mas atletas da nova geração, principalmente, queixam-se da falta de apoio nas viagens oficiais, pagas do próprio bolso e ajuda dos pais e amigos.

Segundo a Petrobras informou (entrevista a seguir), a gestão do programa Esporte e Cidadania, que engloba o patrocínio a cinco modalidades, deixou de ter gestão do Instituto Passe de Mágica “para oferecer aos atletas as melhores condições de treinamento para a melhoria do desempenho técnico, conforme a melhor utilização possível dos recursos disponíveis”.

Os patrocínios

Dos R$ 100 milhões previstos no programa “Petrobras Esporte e Cidadania”, destinados a cinco modalidades, neste ciclo olímpico, a Petrobras aplicou R$ 48 milhões no boxe, esgrima, remo, levantamento de peso e taekwondo. A 16 meses dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a estatal ainda dispõe de  R$ 52 milhões para a preparação de atletas.  images

Outros R$ 13 milhões são do programa Petrobras Esporte de Alto Rendimento,  destinados ao judô.

Para a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima), a Petrobras repassou R$ 8,47 milhões, mas atletas da nova geração queixam-se da falta de apoio da entidade, principalmente nas viagens oficiais.

Sobre este assunto, a Petrobras respondeu o seguinte:

Blog – A Petrobras ainda mantém a parceria com o Instituto Passe de Mágica para o Programa Petrobras Esporte e Cidadania?

Petrobras –  A companhia passou a patrocinar diretamente as Confederações, tendo em vista o objetivo principal do Programa Petrobras Esporte e Cidadania, que é oferecer aos atletas as melhores condições de treinamento para a melhoria do desempenho técnico, conforme a melhor utilização possível dos recursos disponíveis. O Instituto Passe de Mágica continua dando assessoria técnica-desportiva no que diz respeito às cinco modalidades que fazem parte do Programa Petrobras Esporte e Cidadania.

Blog – Quais são as modalidades patrocinadas?

Petrobras – As modalidades patrocinadas dentro do Programa Petrobras Esporte e Cidadania são boxe, esgrima, levantamento de peso, remo e taekwondo. O patrocínio ao judô faz parte do Plano Brasil Medalhas, lançado no final de 2012 pelo Governo Federal, com o objetivo de colocar o Brasil entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos Rio/2016. Não houve qualquer troca do taekwondo pelo judô, visto que são dois programas diferentes, conforme esclarecido acima.

Blog – Quanto já foi investido, dos R$ 100 milhões anunciados inicialmente, no programa Petrobras Esporte e Cidadania?

Petrobras – Os valores investidos até 2014 são:

a) Programa Petrobras Esporte e Cidadania, iniciado em 2011:

CONFEDERAÇÃOR$ Milhões
Boxe12,11
Taekwondo9,95
Remo9,89
Esgrima8,47
Levant. de Peso7,66
TOTAL48,08

 

Cabe esclarecer que a previsão inicial era que a empresa desembolsasse até 2014 cerca de R$ 100 milhões (média de R$ 20 milhões por ano). No entanto, como o desembolso dos valores é feito de acordo com as demandas das confederações patrocinadas e dos recursos orçamentários, o valor desembolsado ficou abaixo do previsto.

b) Programa Petrobras Esporte de Rendimento: Judô (iniciado em 2013), R$ 13 milhões

Blog –  Por que os atletas de esgrima queixam-se que falta apoio da Confederação para viagens?
Petrobras –  A pergunta deve ser encaminhada à Confederação Brasileira de Esgrima, a quem cabe gerir os recursos de seus patrocínios e de outras fontes, como da Lei Piva, por exemplo. No que diz respeito ao contrato de patrocínio com a Petrobras, seu objetivo é dar visibilidade às marcas da empresa, bem como obter direitos promocionais, através de contrapartidas e obrigações estabelecidas contratualmente, sendo estes, portanto, os itens a serem fiscalizados

Blog – Quais as exigências da Petrobras para que os atletas usem uniformes com a marca da patrocinadora?

Petrobras – É obrigação contratual que todos os atletas que fazem parte do projeto ou que estejam competindo oficialmente pela Confederação utilizem uniformes com a marca da Petrobras.

LEIA, AMANHÃ:

Manifestação da presidência da Confederação Brasileira de Esgrima a todos os assuntos abordados pelo blog.


Petrobras Esportes: dúvidas e falta de transparência
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José Cruz

O episódio dos esgrimistas com patrocínio, mas sem dinheiro para viajar e competir sugere discutir outro tema: a desinformação e a falta de transparência na gestão da verba pública para o esporte. Ironicamente, este assunto envolve a Petrobras, patrocinadora de cinco modalidades olímpicas, mas há bom tempo enredada em denúncias de corrupção sem igual na história do país.

Contestação

Dois pais de atletas afirmaram que a Petrobras não patrocina mais a Confederação Brasileira de Esgrima, como divulguei, ontem.

Mas, contrariando essa informação, a Petrobras exibe em sua página, na Internet, que o PPEC – Programa Petrobras Esporte e Cidadania – está ativo. “Apoiamos o desenvolvimento da Esgrima brasileira”.    petrobras

E conclui: “Acompanhe o desempenho dos atletas pelo Instituto Passe de Mágica”.  Porém, esse site foi retirado do ar e, assim, cadê a informação real e oficial? A transparência?

O mais importante, porém, é que o vice-presidente da Confederação de Esgrima, Ricardo Machado, confirmou, hoje, que a parceria está ativa.

Esta mesma informação de apoio a Petrobras repete para as confederações de Remo, Levantamento de Peso Boxe, Judô e Taekwondo.

E todas as cinco confederações citadas exibem em suas páginas a marca da Petrobras como “patrocinadora oficial”, que em 2011 anunciou investimentos de R$ 100 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte.

Resposta

Ao ser indagada sobre o assunto, em novembro do ano passado, Magic Paula, que dirige o Instituto Passe de Mágica e foi idealizadora e gestora do projeto junto à Petrobras, informou o seguinte:

“Sobre Petrobras, minha sugestão é que procure a empresa para falar do novo modelo iniciado em janeiro de 2014. O Instituto Passe de Mágica (IPM) está prestando assessoria técnica ao projeto.”

Mas a Petrobras não respondeu sobre as dúvidas. Voltei à consulta, hoje.

Este debate ocorrem na estatal que está mergulhada num gigantesco processo de corrupção, e, ironicamente, usa o “esporte para ações sociais de educação e cidadania”.

 Auditorias

O TCU (Tribunal de Contas da União) realiza neste ano uma rigorosa auditoria em todos os órgãos do esporte contemplados com verbas públicas. Com certeza terá cuidado redobrado na Petrobras.

Atualização

O presente texto foi atualizado às 13h15, diante da resposta recebida do vice-presidente da Confederação de Esgrima

Comunicação restabelecida

Registro com prazer dois contatos da assessoria de imprensa da Petrobras, que me informará sobre as perguntas enviadas, referentes às parcerias com confederações esportivas. Aproveito para corrigir a seguinte informação: o apoio à Confederação de Taekwondo continua, ao contrário do que havia publicado, com base em informações de terceiros.