Blog do José Cruz

Arquivo : novembro 2012

Vereador Orlando Silva: como a verba pública elege um político de ocasião
Comentários Comente

José Cruz

Formado na liderança estudantil, com passagem pela presidência da UNE, o baiano Orlando Silva torna-se vereador em São Paulo, pelo PCdoB. Primeiro suplente, ele ocupará a vaga do vereador Netinho, que assumirá a Secretaria da Igualdade Racial.

Orlando Silva entrou para a política pela porta do oportunismo e mãozinha dos amigos. Primeiro, tratou de arrumar espaço no Ministério do Esporte, onde foi desalojando titulares em alguns cargos, até chegar à cadeira maior, de ministro.

Lá fez estripulias, algumas que entraram para o folclore das bobagens ministeriais: pagou com cartão de crédito do governo uma tapioca de R$ 8,30. No outro extremo dessa guloseima  Orlando gastou R$ 460 num jantar  de restaurante da moda em São Paulo.

Em seguida, usou o mesmo cartão para se hospedar em luxuoso hotel do Rio de Janeiro com a esposa, filha e babá. Custo da conta aos cofres públicos, R$ 5,6 mil, conforme registrou a imprensa. Em janeiro de 2008 ele era o quinto ministro que mais gastava com o cartão corporativo do governo federal. Em determinado momento, devolveu R$ 30 mil aos cofres do governo para tentar corrigir os abusos e absurdos.

E entre viagens e gastanças não construiu nada para o esporte brasileiro. Ao contrário, deixou prejuízos, pois não foi capaz de montar estrutura para fiscalizar a grana pública que liberava.

Só no ano passado, a CGU determinou a devolução de R$ 50 milhões ao Ministério do Esporte, dinheiro que não chegou ao seu destino.

Em outra canetada, o então ministro Orlando liberou mais de R$ 2 milhões para a Federação Paulista de Xadrez desenvolver o projeto Segundo Tempo. O escândalo por conta desse projeto e outros, como destinação de recursos para municípios onde havia candidatos do PCdoB, provocou a suspensão de repasses logo que o ministro Aldo Rebelo assumiu o Ministério.

Faço esses relatos – e há dezenas de outros, se preciso – para demonstrar como os oportunistas da Esplanada se dão bem sem seus objetivos. Passam pelo Executivo, não constroem nem contribuem para o desenvolvimento do setor e acabam ganhando vaga no legislativo, depois de arranjos partidários para beneficiar os companheiros.

Isso é comum em qualquer partido, em qualquer tempo; e oestrago que fazem e  fica no esquecimento.

Orlando deveria ter saído candidato a deputado federal na eleição anterior, mas o então presidente Lula pediu que ele ficasse no ministério. Saiu mais tarde, já no governo Dilma, no topo de escândalos de corrupção.

Desempregado, foi para São Paulo, candidatou-se a vereador e não se elegeu.  Mas acaba de ser beneficiado pela saída de Netinho, também do PCdoB, para uma secretaria. Orlando é o primeiro suplente e lá vai ele para a Câmara de Vereadores começar sua carreira de político profissional.

Agora, Orlando Silva tem trabalho. Ou melhor, tem um emprego, o trabalho é outra história.

E lá se foram oito anos de desperdício, pois ele esteve na pasta desde o primeiro dia de criação do Ministério do Esporte.

Pra quê?

Justamente para isso, para construir sua carreira política às custas de verbas públicas em projetos nem sempre executados. Como tantos outros, Esplanada afora, ontem e hoje, independentemente de partido.

E o TCU que se vire para explicar os desperdícios. Mas até chegar ao relatório final, o vereador de hoje já será senador da República. E estará capacitado para ser ministro outra vez.

Já vimos este filme. Foi assim com Lula, com FHC, Itamar, Collor, Sarney …….


Carlos Nuzman não comparece ao Senado para debater sobre o mandato dos cartolas
Comentários Comente

José Cruz

 

O  longo prazo dos dirigentes no mesmo cargo provoca o desprezo às bases. Cria o sentimento de que o dirigente é o dono, o proprietário do que dirige, acostuma-se aos erros e isso dificulta a luta contra a corrupção. Dirigente é uma função e não uma propriedade.” (Senador Cristovam Buarque)

Pela segunda vez o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, faltou à uma audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Desporto do Senado Federal. Estava no exterior, avisou. Poderia ter enviado representante, pois no COB tem gente qualificada para tal.

Na reunião anterior, Nuzman fez rápido pronunciamento e se mandou, fugindo do debate com o advogado Alberto Murray Neto. Ficou mal na fita e continua assim.

Desta vez o assunto era sobre projeto de lei que limita o mandato dos dirigentes esportivos. Dividi a mesa com Ana Moser, presidente da ONG Atletas pela Cidadania, e o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons.

Na plateia, participação do deputado Romário, coeso com o projeto, do ex-craque Raí, Carmem de Oliveira e Hortência. O deputado Popó, ex-desportista, é o principal ausente dos debates sobre os rumos deste setor. Nunca o vi nem na Comissão de Esporte da Câmara.

Aula

Nuzmam perdeu uma exemplar aula de democracia do senador Cristovan, que chegou de viagem e saiu direto do aeroporto para o plenário da Comissão de Educação, Cultura e Desporto do Senado. Disse o seguinte:

Ficar muito tempo no mesmo cargo cria vícios. Favorece a mistura entre as questões pessoais e as da entidade. O dirigente perde a noção do novo, da modernidade e, por isso, passa a cometer mais erros. Precisamos provocar a renovação e dar chance aos jovens”.

Autor de um projeto de lei que limita o mandato de todos os dirigentes, inclusive os sindicais e políticos – vereadores, deputados estaduais, federais e senadores – Cristovam Buarque disse mais:

“O longo prazo dos dirigentes no mesmo cargo provoca o desprezo às bases. Cria o sentimento de que o dirigente é o dono, o proprietário do que dirige, acostuma-se aos erros e isso dificulta a luta contra a corrupção. Dirigente é uma função e não uma propriedade.”

Exemplo

Quem deu exemplo de gestão moderna foi o presidente do Comitê Paraolímpica Brasileiro, Andrew Parsons, que alterou o estatuto da entidade para incentivar a renovação.

E criticou a falta de definições sobre as competências das escolas, municípios, Estados, União, federações, clubes etc no contexto da prática esportiva:

“Cobra-se dos dirigentes, mas não se define quem é quem neste processo”.

De fato, não é nem uma desordem no setor, porque não temos nada neste sentido.
É omissão mesmo a partir da falta de iniciativa do Ministério do Esporte.

A reunião, apesar de concorrer com o principal assunto do dia, a CPI do Cachoeira, foi proveitosa e deverá render.

O grupo Atletas pela Cidadania entrou em definitivo no debate para ajudar a dar rumos ao esporte no Brasil a partir da criação de uma “agenda de debates”.

E encontrou na Comissão de Educação, Cultura e Desporto do Senado uma parceira para apoiar a discussão.

O Legislativo é o local ideal para centralizar esta discussão e ali receber a pressão — esse é o termo — de atletas, ex-atletas, dirigentes, técnicos, professores de educação física, enfim. Se não for assim não se muda nada.

Nada mais oportuno porque, apesar de sermos sede de megaeventos e muitos estarem de olho apenas na renda dessas promoções, ainda somo amadores na ordenação do nosso esporte.

Valorizamos o futebol inclusie na lei maior, a Lei Pelé. Desperdiçando oportunidades e espaços e ignoramos o potencial de 33 milhões de crianças nas escolas do país.

Aí, na escola, o esporte é desprezado, principalmente como apoio pedagógico aos trabalhos curriculares.

Pode ser que a “agenda para o esporte” consiga unir os ministérios afins – Educação e Saúde entre eles – para que se tenha uma política integrada e não apenas projetos e programas de partido político.


Copa e Olimpíada terão R$ 861 milhões do Ministério do Esporte
Comentários Comente

José Cruz

Copa do Mundo 2014 e Olimpíada Rio 2016 consumirão R$ 861 milhões do Minsitério do Esporte, em 2013,

A previsão está no projeto de Orçamento do Ministério, atualmente no Congresso Nacional , no conjunto de análise do Orçamento da União para o próximo ano.

Para a Copa do Mundo estão previstos R$ 230 milhões a título de “apoio”.

Já a preparação da Olimpíada do Rio de Janeiro receberá R$ 631 milhões.

Lembro que o ex-presidente Lula afirmou que o Mundial de Futebol não teria verba pública, pois seria “a Copa da iniciativa privada” …

Bolsa-Atleta

Uma das despesas previstas para 2013 que receberá grande volume de recursos é o Programa Bolsa-Atleta, com R$ 183milhões. O valor é quatro vezes o aprovado para 2012 e mais de três mil atletas serão beneficiados.

Emendas

O orçamento do Ministério do Esporte já recebeu R$ 1,8 milhão de emendas da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados.

Isso significa que a proposta encaminhada ao Congresso Nacional, de R$ 1,9 bilhão, praticamente dobrou, passando para R$ 3,7 bilhões.

As emendas da Comissão de Turismo e Desporto têm a seguinte destinação:

R$ 800.000.000,00 para projetos do esporte de alto rendimento

R$ 500.000.000,00 para projetos de infraestrutura turística

R$ 500.000.000,00 para a infraestrutura do esporte educacional, recreativo e de lazer.

Como se observa o orçamento de 2013 está “turbinado”. E mais uma vez o “rendimento” é contemplado com recursos maiores sobre os destinados ao “esporte educacional”, contrariando o artigo 217 da Constituição Federal.

 Mas o que todo esse dinheiro significa em termos de evolução do nosso esporte?

É assunto para um próximo comentário, quando explicarei sobre a “execução orçamentária”, isto é, como o Ministério gasta os recursos disponíveis.


Em plena crise da CBF Governo estuda mais incentivos
Comentários Comente

José Cruz

A “Lei do Calote” está a caminho

O Palácio do Planalto analisa um projeto de incentivo fiscal aos clubes que adotarem “medidas saneadoras e de profissionalização de gestão”, segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

“A ideia é trocar tributos por bolsa para atletas de baixa renda, que receberiam treinamento, alojamento e assistência médica em troca das dívidas fiscais,” disse Aldo Rebelo, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

O Discurso tem cheiro de “perdão de dívida”.

E a presidente Dilma, que enfrenta tormentas e fogo amigo de todos os lados, ainda abrirá as portas aos caloteiros do fisco?

Oitenta clubes de futebol devem R$ 2 bilhões aos cofres públicos, fora a dívida trabalhista. Esse é valor do calote ao INSS, FGTS e Imposto de Renda. E como o devedor sabe que o governo é “bonzinho” aí é que não paga mesmo! O benefício está a caminho.

Ideia

Há poucos dias o deputado Vicente Cândido sugeriu incentivo aos clubes de futebol, na forma de perdão de suas dívidas, desde que contribuíssem para a formação de atletas. Foi o que o companheiro Perrone batizou em seu blog de “Lei do Calote”.

O assunto ficou em silêncio por um tempo e agora vem em forma de projeto de governo. Inacreditável!

O ministro Aldo Rebelo sabe muito bem quem está do lado nessa gestão duvidosa do esporte. Mas mesmo assim é ousado a ponto de incentivar com recursos públicos como sugere.

Ninguém vai cumprir qualquer acordo, Ministro!

Cartola, em geral, não tem palavra. Os do futebol já participaram de quatro refinanciamentos das dívidas fiscais dos clubes e a maioria não honrou o compromisso.

Suspeitas

Em 2001  o presidente da CPI da CBF Nike, o deputado Aldo Rebelo conheceu os bastidores obscuros do futebol profissional, instituição suspeitíssima de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e tantas outras falcatruas que a própria Comissão identificou através de quebras de sigilos bancário, contábil e fiscal.

E até hoje não houve mudanças na gestão. De tal forma que o futebol brasileiro se insere na maior lavanderia de dinheiro do mundo, como afirmou um grupo de estudos da ONU. E ainda não falamos das modalidades olímpicas…

Inoportuno

E nas mãos de quem esteve e está o nosso futebol?

Vejam aí:

Para não ser expulso do Comitê Olímpico Internacional (COI) acusado de corrupção, João Havelange demitiu-se de suas funções alegando problemas de saúde. E a investigação foi encerrada. Ele continua idolatrado pelos cartolas.

Em março deste ano foi a vez de Ricardo Teixeira se mandar da CBF. Mas não perdeu o salário…

O diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez, também pegou o chapéu e, assim, escancarou a crise na entidade maior do futebol.

Ainda no cargo, o vice-presidente da CBF e presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero teve seus arquivos pessoais apreendidos pela Polícia Federal. E lá foi ele se explicar sobre suspeitas de trambiques muito graves. Mas nada a ver com futebol, entenderam?

José Maria Marin, presidente da CBF, foi vice do ex-governador de SP, Paulo Maluf, o deputado que não pode sair do país sob o risco de ser preso… Marin foi governador de 1982 a 1983, ainda no regime militar… Hoje é “o cara” do futebol brasileiro …

E é essa gente que o governo quer ajudar, apoiar, incentivar, a pretexto de que a indústria do esporte aumenta o PIB etc e tal?

Ora, a indústria se movimenta por conta própria, o esporte se encarrega de fazê-la crescer sem benesses do governo, diante de tantas carências públicas da população!

Sem ajuda o esporte já demonstrou seu potencial e é um dos segmentos que mais contribui para o crescimento do PIB.

Enfim, com esta notícia fica claro que o ministro mudou de lado, justo quando tem poderes para combater o trambique que ele mesmo sugeriu em seu relatório da CPI da CBF Nike.

É triste constatar tal realidade.


Pausa rápida no desporto
Comentários Comente

José Cruz

Com licença, desportistas, mas  preciso abrir espaço para este comentário.

O jornalista Audálio Dantas lança hoje em Brasília seu livro “As duas guerras de Vlado Herzog”. Aos jovens que estão ingressando na profissão esta memória é indispensável.

Audálio era presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, em 1975,  quando Vladimir Herzog foi assassinado pelo regime militar da época.

Conheci Audálio em palestras e debates e na convivência sindical, em suas seguidas idas ao Rio Grande do Sul, onde eu morava.

Mais tarde nos encontramos em Brasília; jornalista, conversei muito com o então deputado federal Audálio Dantas. Mas ele retornou logo à sua rotina de jornalista. Ainda bem.

Peço licença ao companheiro Juca Kfouri para transcrever o texto de sua autoria, no livro de Audálio, que resume o perfil de um dos mais íntegros jornalistas que conheci e que tenho como exemplo de profissional.

Audálio Dantas por Juca Kfouri

 “Sim, nós tínhamos medo.

Vladimir Herzog estava morto, assassinado covardemente nos porões da ditadura militar.

Diziam que o meu nome estava numa lista e que viriam me buscar.

Só em dois lugares, o entanto, eu me sentia seguro.

Só em dois lugares eu sentia medo com segurança. Na Cúria Metropolitana, casa de Dom Paulo Evaristo, cardeal Arns de São Paulo, e na Rua Rego Freitas, o Sinicato dos Jornalistas de São Paulo, casa de Audálio Dantas. Talvez ele nem saiba, mas para muitos de nós ele era sinônimo de segurança, de proteção.

E vi um homem preocupado, mas sereno, fustigado, mas firme, tenso, mas equilibrado, corajoso sem ser temerário, sensato sem ser dono da verdade, incapaz de uma demagogia, um blefe..

Estamos acostumados, com justa razão, a lembrar do ato ecumênico da Catedral da Sé como um ato que mudou a História do Brasil, e por isso reverenciamos os três pastores que o conduziram, o cardeal Dom Paulo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo James Wright.

Frequentemente, no entanto, porque somos o país que somos, propensos a certos esquecimentos, deixamos de lembrar que se não fose pela atitude de Audálio Dantas naqueles dias sombrios, não ter~iamos o Ato da Sé. Audâlio Dantas costuma dizer que seu melhor trabalho foi o papel que desempenhou no Caso Herzog. De fato, porque, então, ele foi testemunha e protagonista, escreveu a História e nela foi inscrito.”

(Trecho do discurso de Juca Kfouri na entrega do título de  Cidadão Paulistano ao jornalista Audálio Dantas, na noite de 9 de junho de 2008, na Câmara Municipal de São Paulo).


Jogos Escolares Sul-Americanos têm verba de R$ 6,2 milhões
Comentários Comente

José Cruz

O Ministério do Esporte aprovou, em cima da hora, R$ 6,2 milhões para os 28º Jogos Sul-Americanos Esolares, de 29 de novembro a 6 de dezembro, em Natal e João Pessoa. Só em hospedagem serão gastos R$ 3,1 milhões, 50% do valor liberado.

A aprovação da grana foi de Afonso Barbosa, vice-almirante aposentado que ocupa o cargo de Secretário de Esporte, Educação e Lazer, do Ministério do Esporte.

A administração dos recursos é da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), a mesma que já abandonou atletas em evento internacional, como publiquei, conforme denúncia dos próprios atletas e seus pais

Entre 2011 e 2012 a CBDE recebeu R$ 10,6 milhões do Ministério do Esporte, para vários eventos.

Desencontros

Apesar do custo, R$ 6,2 milhões, os Jogos não têm qualquer expressão para o desenvolvimento do desporto escolar. E revelam desencontros do governo com outros segmentos afins.

Pior:

A realização dos Jogos Sul-Americanos, coordenados pela CBDE, conflita com as Olimpíadas Escolares, organizados pelo COB, de 25 de novembro a 8 de dezembro, em Cuiabá, para atletas de 15 a 17 anos.

E as Olimpíadas Escolares, com 13 modalidades em disputa   – “onde o futuro do esporte brasileiro se encontra”, diz o COB – , classificam para o Festival Olímpico da Austrália.

Entenderam?

São duas competições escolares, uma nacional e outra sul-americana, no mesmo período.

Isso demonstra a “eficiência” do diálogo e convergência do calendário  entre o Ministério do Esporte, a CBDE e o COB …

O Ministério da Educação está completamente tonto e perdido neste assunto. Aliás, nem se interessa…

É por isso, também, que o desporto escolar é apenas peça promocional no Brasil. regada com muita grana pública.

Mais

Por quê os Jogos Sul-Americanos não são realizados em Brasília?

Afinal, em 2013 a cidade receberá os Jogos Escolares Mundiais?

Não seria uma boa oportunidade para testar as instalações e a equipe que trabalhará no evento maior?

Bueno, de repente faltam instalações … Ou nem equipe está sendo preparada…


O legado da destruição esportiva
Comentários Comente

José Cruz

Enquanto os  governos federal, estaduais e municipais liberam bilhões de reais para obras e mais obras dos megaeventos, a estrutura do esporte público brasileiro vai pelo ralo.

A mais nova agressão ao patrimônio do esporte é o anúncio da venda do Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Parque do Ibirapuera, inaugurado há 55 anos.

É um dos maiores complexos esportivos da América Latina que está à venda por R$ 168 milhões.

O conjunto tem, entre outros espaços, o Ginásio do Ibirapuera, o Estádio Ícaro de Castro Mello, o Conjunto Aquático Caio Pompeu de Toledo, o Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro e o Palácio do Judô.

Na pesquisa que realizei, constatei que há sete anos o mesmo governador de agora, Geraldo Alckmin, tentou vender o espaço. A tentativa foi frustrada graças à orientação contrária do então secretário de Esportes, Lars Grael.

Agora o mesmo governo anuncia a venda da valorizada e privilegiada área, quando deveria incentivar a ocupação daquele espaço em tempo integral, com programas para crianças e adolescentes.

O desmanche também ocorre no Rio de Janeiro, com o estádio do Remo, na Lagoa, prioritariamente transformado para o comércio e lazer.

A pista de atletismo vai virar estacionamento do Maracanã.

E vão demolir o velódromo para construir outro…

É o legado esportivo da destruição.

Protesto

A história do Conjunto Esportivo do Ibirapuera também é jogada no lixo. Quem conta é o advogado paulista, Alberto Murray Neto, que liberou a correspondência ao chefe de gabinete da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo.

Observem como apagam os nomes dos que construíram aquele espaço substituindo-os pelos dos políticos de agora.

”Prezado Coronel Luiz Carlos

Fui hoje ao Constâncio Vaz Guimarães. Aproveitei para ver as reformas, que estão ficando excelentes.

Verifiquei, entretanto, que à exceção da piscina, foram retiradas do Ginásio e da pista as respectivas placas de inauguração daquele espaços. Estavam fixadas na parede, ao lado da entrada da tribuna de honra do ginásio e da piscina.

Nas placas constam o nome de meu avô, Sylvio de Magalhães Padilha, na época o diretor de esportes e educação física do Estado.

 Na placa da pista consta, ainda, o nome do meu tio Pedro, então Secretário de Esportes. São placas de bronze, discretas, mas que contém a história e, inclusive, as datas de inauguração. Vi que está colocada, logo à frente da pista, nova placa, grande, com o nome do Governador Alckmin e do então Secretário Dr. Pagura.

 Estou tomando a liberdade de, respeitosamente, solicitar o seu empenho para que as placas anteriores sejam recolocadas em seus lugares.

 Nosso país já é tão sem memória de forma que, quando possível, acho que devemos preservá-la. Meu avô era uma pessoa discreta e desprovida de vaidades. Mas em um livro ele me escreveu uma dedicatória em que disse “quero que Você seja a herança que deixarei do esporte.”

 Por isso sinto-me um pouco obrigado a manter viva essa herança. Acho que o Constâncio é, a bem da verdade, uma herança muito mais significativa do que eu.  Por isso tudo tenho o atrevimento de lhe encaminhar esse pedido.

 Obrigado pela atenção e desculpe-me pelo atrevimento, mais uma vez.

 Abraço,

Alberto Murray Neto”.

Entenderam?
Primeiro apagam a história. Depois vendem e, finalmente, virá a detruição para que o setor imobiliário ali implante o “progresso”…

Já vimos este filme e é exatamente assim. Mas somos um país olímpico.

http://www.selt.sp.gov.br/constancio/

http://blogdojuca.uol.com.br/2012/11/governo-paulista-quer-vender-o-ginasio-do-ibirapuera/


Rio 2016: campo de golfe, jogada entre amigos?
Comentários Comente

José Cruz

O campo de golfe para os Jogos Olímpicos Rio 2016 será em valorizada área da Barra da Tijuca, mas que está em litígio judicial.

Depoimentos de várias pessoas sugerem que estamos diante de um gigantesco caso de corrupção e troca de favores entre empresários, grileiros, e os poderes Executivo e Judiciário do Rio de Janeiro.

As investigações bateram na porta do presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Luiz Zveiter, que recebeu os repórteres Marcelo Gomes e Roberto Salim, da ESPN, de forma intimidadora, numa legítima afronta à liberdade de informação.

Os detalhes da construção desse campo de golfe serão contatos no programa Histórias do Esporte, hoje, às 22h30, na ESPN Brasil.

Mais:

Marcelo também foi ao estádio de Atletismo Célio de Barros, no Maracanã, que será demolido para a construção de um estacionamento. Ele ouviu atletas sobre este crime contra o patrimônio esportivo nacional.

E tem, também, entrevista com a armadora Natália, do basquete, pega no exame antidoping, em maio.

Particularmente, considero o programa Histórias do Esporte como o melhor do jornalismo investigativo esportivo do Brasil.


Copa das Confederações: compre um ingresso e pague três vezes. Será?
Comentários Comente

José Cruz

De um torcedor que se aventurou pelo site da Fifa, de olho na Copa das Confederações recebi a mensagem abaixo.

A propósito, lembro que há poucos dias o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, declarou que a “Copa do Mundo não é evento para torcedor comum…”

Vamos ao desabafo:

“Na quarta-feira comprei ingressos para jogos da Copa das Confederações, mas o processo foi traumático.

Houve um problema no sistema de compras (no site da Fifa, com um pedido de desculpas).

Acontece que em algum momento de ontem, quem tentava fazer a compra recebia uma mensagem e error (connection timed out) e depois outra (internal server error) e tinha o pedido retornado ao inicio, como se nada tivesse acontecido.

Com isso, era possível tentar de novo e em muitos casos (como o meu) eles acabaram cobrando várias vezes pelo ingresso. No meu caso ainda, como achei que não tinha dado certo, tentei em outro computador com outro cartão.

No fim da historia, tive três cobranças e dois cartões diferentes. Isso seria facilmente resolvido se houvesse um SAC. Mas as opções de contato são por telefone, mas apenas atendimento eletrônico, não tem com quem falar. E por email, que ele diz que responderá em cinco dias.

O problema é que o tempo para desistir dos ingressos (e perder 30% do valor) é de sete dias e fico receoso deles demorarem tanto e no fim me cobrarem em duplicado.

Em outras palavras, eles assumiram o erro em público, mas não nos fornecem um meio de resolver o problema.

É uma água fria pra quem pensava que tudo ia ser bem organizado.

Resposta

Depois, o mesmo torcedor recebeu esta mensagem:

Obrigada por comprar seu ingresso para Copa das Confederações da FIFA 2013 ontem! Acreditamos que ontem você tenha tido dificuldades em completar a compra de seus ingressos.

O website foi atualizado e você poderá acessar os detalhes da sua ordem de ingressos dentro da sessão na sua conta de ingressos.

Os produtos de ingresso e custos foram debitados de seu cartão Visa.

Caso tenha mais perguntas relacionadas com a compra de sua ordem de ingressos, por favor não hesite em  nos contatar através de enquiries@2013ftc.com.br .

Pedimos desculpas por qualquer inconveniência causada.

O  ingresso

O ingresso deverá ser retirado nos Centros de Ingresso da Fifa a partir de abril.

Em outra mensagem a Fifa informou:

Obrigado pela sua solicitação de ingressos para a Copa das Confederações 2013! O Centro de Vendas de Ingressos da FIFA (“FTC”) tem o prazer de informar que os ingressos selecionados foram reservados para seu exclusivo benefício.

A FTC irá brevemente enviar os detalhes da sua compra de ingressos junto com a processo da coleta de seu (s) ingresso (s). Se tiver alguma dúvida a respeito da sua aplicação de ingressos, por favor consulte as Perguntas Frequentes (FAQ) localizadas dentro da página de ingressos no site da FIFA.com , ou acessando o link à esquerda desta comunicação.

Estamos ansiosos para recebê-los durante este torneio e acreditamos que irá aproveitar a experiência da Copa das Confederações 2013. Melhores cumprimentos, FIFA Ticketing Centre

Para saber mais:

http://www.reclameaqui.com.br/3924043/cbf-confederacao-brasileira-de-futebol/quem-intermedia-os-torcedores-brasileiros-na-compra-dos-ingr/


Ao Mestre, com saudades
Comentários Comente

José Cruz

Por Lauter Nogueira

E lá se vai o Mestre Nelson Prudencio, finalizando o seu salto perfeito.

Com a elegancia de sempre, este educador por excelência, humanista por opção, encerra sua participação em nossas vidas, deixando um legado imensurável: espalhou pelo mundo doçura, conhecimento e retidão de caráter. Medalhista olímpico e recordista mundial, mas gostava mesmo de se orgulhar dos milhares de jovens que ajudou a ensinar.

Sempre achei interessante o fato de os nossos grandes ídolos do atletismo ( Nelson e Ademar) serem PESSOAS especiais, fugirem da mesmice monocórdica dos nossos “outros” expoentes do esporte, onde imperam a mesmice e o culto ao próprio umbigo!!

Gostaria de me sentar, como fiz algumas vezes, com Ademar e Nelson, numa mesa de botequim e, degustando um fumegante café, continuar ouvindo suas histórias para sempre.

As histórias de Ademar sobre os Jogos de Helsinque e as de Nelson sobre os Jogos do México, eram sensacionais. Eu me sentia dentro delas, como uma, parafraseando o Reporter Esso, testemunha ocular da história.

Obrigado mestre Nelson Prudêncio, cada passo seu dado rumo à caixa de areia eterna ficou marcado em nossas mentes, em nossos corações.

Cada conselho seu, dado em voz baixa e serena, foi recebido como herança, por todos nós.

Sua esposa, filhos, amigos, colegas, alunos, atletas e admiradores te agradecemos, inconsoláveis.

Não nos pergunte por quem os sinos dobram, mestre Nelson, eles dobram por ti!!

 Lauter,  “parceiro esporádico de café e conversas de Nelson”