Blog do José Cruz

Arquivo : Natação

A elitização do futebol e a ameaça do fim das áreas públicas para o esporte
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José Cruz

O Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro lançou um dossiê sobre “a violação ao direito do esporte e à cidade”. Com 54 páginas, a íntegra do documento está aquiEntre outras conclusões, as entidades que assinam o dossiê denunciaram sobre a elitização do futebol, a partir do valor dos ingressos no até então popular Maracanã:

“Depois da Copa das Confederações, o preço dos ingressos para jogos realizados no Maracanã subiu para uma média de R$ 45,00, enquanto ingressos para os mesmos jogos realizados em 2012 custavam em média R$ 14,00. Esse efeito da explosão dos valores dos ingressos é um traço comum em todos os estádios construídos ou reformados para a Copa do Mundo.   Em   curto   prazo,   já   é   visível a   exclusão da   maioria   dos   trabalhadores, que historicamente frequentava o estádio, pois esta não consegue mais pagar para assistir  aos jogos” maracana_0

E afirmaram:

Se o mais recente escândalo da FIFA só veio confirmar o que todos já percebiam, o Comitê Olímpico Internacional conseguiu criar uma outra imagem. Contudo, assim como a FIFA, o COI usa o esporte para alcançar seu interesse soberano, o lucro.

Por exemplo, a Lei Geral da Copa e da Olimpíada garante que FIFA, COI e seus respectivos patrocinadores não paguem um único centavo de impostos. O esporte é do povo, e não um negócio.

Todos os projetos vinculados às Olimpíadas são impostos e implementados sem qualquer participação das comunidades afetadas e da sociedade em geral. Além disso, não há transparência sobre a dívida pública que está sendo contraída pela Prefeitura e dos seus impactos sobre as finanças do município para os próximos anos.

É fundamental denunciar o atual projeto de cidade olímpica, promotor de desigualdades sociais e de violações de direitos humanos. Por um projeto de cidade fundado na justiça social e na participação democrática.”

Na memória 

… faz 122 dias  que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça

… faz 95 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras?


Apesar dos investimentos milionários, natação faz água no Mundial de Kazan
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José Cruz

Assim como nas piscinas, o Ministério do Esporte naufraga e esconde informações oficiais, importantes para evitar futuros vexames “ordinários”

podiuuu

Depois do Pan da ilusão, em Toronto,  o Brasil naufragou em Kazan, e retorna do Mundial de Desportos Aquáticos com apenas quatro pódios na piscina. E direito a vexames, patrocinados pelo fujão César Cielo, e Thiago Simon, que não entrou na eliminatória dos 400m medley.

Hoje, no último dia de competições, das oito finais em disputa, nenhum brasileiro estará presente. E não faltou verba “Pública!”, que turbinou a preparação dos atletas. Que tal?

Só dos Correios, foram R$ 95,8 milhões para a Confederação de Desportos Aquáticos, a CBDDA: R$ 46 milhões em 2014 e R$ 49,7 milhões nesta temporada.

Outros milhões, que contarei em artigo específico, vieram do Ministério do Esporte, da Lei de Incentivo e da Lei Piva. Uma fábula!

Ordinário

Aí, para compensar esses investimentos milionários, saem justificativas como a de César Cielo:

“Normalmente a gente brinca que, no polimento, é que surgem os grandes atletas, e neste ano o meu polimento foi o de um atleta normal. Não saí do ordinário”…

Enquanto isso…

O ministro do esporte, George Hilton, esconde o resultado final do Diagnóstico do Esporte, principalmente o item que trata do financiamento público para o setor.

As informações são de que o balanço desse item não é favorável ao governo, deve ser escondido. E depois do badalado lançamento da primeira fase da pesquisa, sobre hábitos brasileiros em atividades físicas,  o governo espera que o restante fique no esquecimento.

Aqui será sempre lembrado. George Hilton deve essa explicação.


Vitoriosa no Pan, natação brasileira ganharia apenas uma medalha olímpica
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José Cruz

Equipe brasileira fez a festa na piscina do Centro Aquático do CIBC de Toronto. Festa pelas 26 medalhas, com 10 de ouro, 6 de prata e 10 de bronze. Festa para Thiago Pereira, o “homem do Pan”, maior medalhista da história desta competição. Festa para Etiene Medeiros (foto), a primeira nadadora a escutar o Hino Nacional, batendo a mão antes de todas, nos 100m estilo costas. Sem dúvida, um belo motivo para se festejar

EMedeiros

Por Walter Guimarães – Jornalista

Tanta festa a 10 dias do Mundial de Kazan seria motivo para esperanças de conquistas nas águas do verão russo, ou mesmo na Rio-16? Infelizmente não. Os nomes que podem trazer medalhas do Mundial são os mesmos, pelo menos por enquanto, dos recentes mundiais e Jogos Olímpicos.

Basta comparar os resultados do Pan de Toronto com os tempos obtidos nos Jogos de Londres, há 3 anos, e perceber que:

– Com os tempos das 40 finais individuais que os atletas chegaram em Toronto, o Brasil teria participado em apenas 11 finais em Londres, nove no masculino e apenas duas no feminino, ambas com a Etiene Medeiros;

– Das 26 medalhas conquistadas no Canadá, apenas o Felipe França teria conquistado um bronze em Londres;

– Todas as equipes de revezamento conseguiram medalhas, os homens só as douradas, mas na piscina olímpica a história seria bem diferente, conseguiríamos um 5º lugar com muita luta.

Desfalque

Os mais otimistas, ou, melhor, os mais ufanistas podem falar que o principal nome da natação brasileira, César Cielo, não estava em Toronto, preferiu se concentrar na piscina do Mundial, da mesma forma da quase a totalidade da equipe de ponta americana.

Escutei nadadores felizes com os tempos registrados em Toronto, por estarem na fase final dos treinos, que ainda nem fizeram a “raspagem”. Pois é, mais um esporte que na hora da verdade, nem a raspa do tacho de tantos recursos repassados nos últimos anos fará com que se mude o caldo. Vai Brasil !!! Respire que o caldo parece que vai ser feio.

Resultados comparativos

Entre parêntese, a colocação ou em qual fase cada atleta chegaria, em relação aos Jogos de Londres

MASCULINO

50m livres: 2º Bruno Fratus – 21’91” (8º)

100m livres: 3º Marcelo Chierighini – 48’80” (semifinal) e 7º Matheus Santana – 49’58” (eliminatória)

200m livres: 1º João de Lucca – 1m46’42” (6º) e 5º Nicolas Oliveira – 1m47’81” (semifinal)

400m livres: 3º Leonardo de Deus – 3m50’30” (eliminatória)

1.500m livres: 3º Brandonn Almeida – 15m11’70” (15º) e 7º Lucas Kanieski – 15m23’91” (20º)

100m costas: 2º Guilherme Guido – 53’35” (5º)

200m costas: 3º Leonardo de Deus – 1m58’27” (semifinal)

100m peito: 1º Felipe França – 59’21” (3º)2º Felipe Lima – 1m00’01” (8º)

200m peito: 1º Thiago Simon – 2m09’82” (semifinal) e 3º Thiago Pereira – 2m11’93” (eliminatória)

100m borboleta: 7º Arthur Mendes – 52’73” (eliminatória)

200m borboleta: 1º Leonardo de Deus – 1m55’01” (5º) e 5º Kaio Almeida – 1m58’51” (eliminatória)

200m medley: 1º Henrique Rodrigues – 1m57’06” (5º) e 2º Thiago Pereira – 1m57’42” (6º)

400m medley: 1º Brandonn Almeida – 4m14’47” (8º)

4x100m livres: 1º Brasil – 3m13’66” (7º)

4x200m livres: 1º Brasil – 7m11’15” (8º)

4x100m medley: 1º Brasil – 3m32’68” (5º)

FEMININO

50m livres: 2º Etiene Medeiros – 24’55” (6º) e 7º Graciele Herrmann – 24’94” (semifinal)

100m livres: 5º Larissa Martins – 54’61” (eliminatória) e Graciele Herrmann – 55’01” (eliminatória)

200m livres: 3º Manuela Lyrio – 1m58’03” (semifinal) e 5º Larissa Martins – 2m99’32” (eliminatória)

400m livres: 4º Manuela Lyrio – 4m10’92” (18º) e 7º Carolina Bilichi – 4m17’40” (30º)

800m livres: 7º Caroline Bilich – 8m47’94” (29º)

100m costas: 1º Etiene Medeiros – 59’61” (8º)

200m costas: 5º Joanna Maranhão – 2m12’05” (eliminatória)

100m peito: 6º Beatriz Travalon – 1m09’23” (eliminatória)

200m peito: 8º Pamela Souza – 2m32’41” (eliminatória – penúltima marca)

100m borboleta: 4º Daynnara de Paula – 58’56” (semifinal) e 5º Daiene Dias -58’74” (semifinal)

200m borboleta: 3º Joanna Maranhão – 2m09’38” (eliminatória)

200m medley: 4º Joanna Maranhão – 2m12’39” (semifinal) e 7º Gabrielle Gonçalves – 2m17’02” (eliminatória)

400m medley: 3º Joanna Maranhão – 4m38’07” (10º)

4x100m livres: 3º Brasil – 3m37’39” (6º)

4x200m livres: 2º Brasil – 7m56’36” (12º)

4x100m medley: 3º Brasil – 4m02’52” (12º)

Foto: Satiro Sodré/CBDA


Doping na natação: disputa acirrada entre Brasil e China
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José Cruz

O Ministério do Esporte usou apenas 14,8% dos R$ 12 milhões disponíveis em 2014 para “implementação e desenvolvimento da política nacional de controle de dopagem”.

Outros R$ 6,5 milhões foram “empenhados”, em 31 de dezembro. Mas faltam garantias de pagamentos desse valor em 2015, pois não foi feita a reserva em “restos a pagar”. Portanto, há dúvidas se essa parcela foi efetivamente gasta.

O principal motivo para não usar toda a grana é o “contingenciamento”:  o governo segura os gastos para aumentar o saldo em caixa, o tal “superávit” … Será que essa omissão do Estado nas questões do doping justifica os elevados casos registrados na natação, por exemplo.

Realidade

Reportagem de Paulo Roberto Conde, na Folha de S. Paulo de ontem, mostrou que apenas 20% das confederações esportivas brasileiras fazem exame antidoping. “80% não fazem”, revelou Sandra Soldan, coordenadora da área na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

Ainda segundo a reportagem, a elite da natação brasileira só fica atrás da China em número de atletas dopados. De 2001 até hoje são 30 casos positivos, enquanto os chineses têm 33 deslizes confirmados.

O ranking de doping na natação, nos últimos 14 anos (2001 a 2014), é o seguinte:

PAÍSTOTAL
China33
Brasil30
Rússia28
Rússia14
EUA12
Austrália4

 

Os “melhores”

Esses números sugerem questionar sobre a lisura dos resultados do esporte de alto rendimento, em todas as modalidades. O mais recente caso envolve o capixaba João Luiz Gomes Júnior, flagrado pelo uso de um diurético, no Mundial de Piscina Curta, em dezembro, no Catar, onde ganhou

Memória

“Os testes são fáceis de burlar”, disse Tyler Hamilton, medalhista olímpico no ciclismo, em depoimento a Daniel Coyle, para o livro “A Corrida Secreta de Lance Armstrong”.

“Estamos muito à frente dos testes. Eles têm os médicos deles e nós temos os nossos, e os nossos são melhores. Mais bem pagos, com certeza”, concluiu.

No Brasil, uma das desculpas usadas pelos atletas flagrados em doping é o da “contaminação” de medicamento. Durante a elaboração de uma determinada droga ela absorve no ambiente do laboratório os restos de outra, preparada anteriormente, casualmente um produto proibido, mais tarde identificado no exame antidoping. Inadvertidamente o atleta acaba se dopando “por tabela”. É a tese, claro.


Natação: os assustadores casos de doping
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José Cruz

A propósito da recente denúncia de doping do nadador brasileiro João Gomes Jr, flagrado no Mundial de Piscina Curta, em Doha, Catar, publico o excelente artigo da repórter Mayra Siqueira, da CBN

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À SOMBRA DA VERGONHA DO DOPING

Por Mayra Siqueira

“O Brasil se aproxima da Rússia em casos de doping”, manchete de um famoso e respeitado portal americano de natação. Quanto mais tentamos acreditar que a situação melhora por aqui e apontamos dedo para outros países com casos graves de irregularidades no uso de substâncias proibidas, mais mascaramos nossos próprios erros e a gravidade da nossa própria situação.“O Brasil se aproxima da Rússia em casos de doping”, manchete de um famoso e respeitado portal americano de natação. Quanto mais tentamos acreditar que a situação melhora por aqui e apontamos dedo para outros países com casos graves de irregularidades no uso de substâncias proibidas, mais mascaramos nossos próprios erros e a gravidade da nossa própria situação.”

. . .

“De acordo com um levantamento (bastante confiável) do Coach Alexandre Pussieldi, são no total 31 casos de doping na história da natação brasileira. E 21 deles de 2009 até hoje. Números escandalosos, que fazem barulho ainda por outra situação que levanta suspeitas de que a CBDA não faz o seu maior esforço para combater o problema no Brasil: em nenhum deles os atletas foram pegos em testes surpresa. Sempre em competições oficiais. Os nadadores brasileiros que se dopam têm o hábito de apenas usar substâncias proibidas às vésperas ou durante competições, ou a fiscalização não é feita como deveria ser no país?”

O artigo completo está aqui

Para saber maishttp://esportefino.cartacapital.com.br/doping-russia-natacao-efimova/


Doping: a realidade do ciclismo vale para todos os esportes?
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José Cruz

O anúncio de suspeita de doping do nadador brasileiro João Gomes Júnior remete ao livro “A corrida secreta de Lance Armstrong”. Trata-se de um impressionante depoimento do ciclista medalhista olímpico, Tyler Hamilton, a Daniel Coyle sobre “doping, armações e tudo o que for preciso para vencer”,

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Hamilton foi um dos ciclistas mais bem colocados no ranking mundial. Atuou como escudeiro de Lance Armstrong. Ele “limpava o caminho” para as vitórias do amigo, como nas três primeiras das sete conquistas do Tour de France.

Mas, poucas semanas depois de ter conquistado ouro nos Jogos Olímpicos de 2004, Hamilton foi julgado culpado por doping e banido do esporte.

“É fácil burlar”

No livro que relata sobre os bastidores do Tour de France, há este diálogo entre o autor, Daniel Coyle, e o ex-ciclista, Tyler Hamilton:

Perguntei como ele conseguira evitar que seus testes apontassem positivo, todos esses anos, e Hamilton deu ma risada ríspida:

“Os testes são fáceis de burlar. Estamos muito à frente dos testes. Eles têm os médicos deles e nós temos os nossos, e os nossos são melhores. Mais bem pagos, com certeza. Além do mais, a UCI (União Ciclística Internacional, o órgão regulador do esporte) nunca iria querer pegar alguns caras. Por que fariam isso? Iria lhes custar muito dinheiro”.

Enquanto isso…

… o presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, anunciou que os advogados da entidade farão de tudo para livrar de pena o brasileiro João Gomes Junior, acusado de doping, no Mundial de Piscina Curta, em Doha, Catar, e sujeito a suspensão por até quatro anos. Júnior nadou as eliminatórias do 4×50 medley, 4×100 medley e 4×50 medley misto.

joao 

 Explicação

Tentei contato com o presidente Coaracy Nunes e deixei mensagem no celular dele, mas não houve resposta.

Gostaria de saber se é legal usar verba pública para pagar advogados de acusados de fraudar competição esportiva. A CBDA se mantém com recursos do Ministério do Esporte (convênios), da Lei de Incentivo ao Esporte, patrocínio dos Correios e Lei Piva.

 


Verba pública turbina natação, que conquista inédito título mundial
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José Cruz

Nos últimos três anos, a Confederação de Desportos Aquáticos recebeu R$ 75 milhões de verbas públicas para preparar as equipes em cinco modalidades

 

Vinte e três anos depois do primeiro patrocínio com os Correios, a natação brasileira retorna de um Mundial com inédito primeiro lugar, considerando o número de medalhas de ouro, sete, além de uma de prata e duas de bronze. A conquista foi em piscina curta (de 25 metros), no evento encerrado ontem, em Doha.

Porém, se for considerado o critério de números de medalhas conquistadas – adotado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), a equipe dos Estados Unidos assume a liderança no Mundial de Doha, com 17 troféus, seguida da Holanda, com 12, Hungria 11 e Brasil, em quarto, com dez medalhas, ao lado de Austrália e Japão.

Verbas

Para preparar as equipes em todas as modalidades – natação, saltos ornamentais, maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado – a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) conta com quatro principais fontes de recursos oficiais: Correios, patrocinador desde 1999, Lei de Incentivo ao Esporte, Lei Piva e convênios com o Ministério do Esporte. cielo

Nos últimos três anos – entre 2012 e 2014 – a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) acumulou R$ 75,4 milhões de receitas dessas fontes. O principal apoio é dos Correios, com R$ 46 milhões, conforme demonstrativo abaixo, que investe nas cinco modalidades aquáticas. A parceria começou em 1991, segundo a própria CBDA.

Extra

Além do patrocínio direto à CBDA, os Correios oferecem apoio individual a 36 atletas de pontas em todas as modalidades dos desportos aquático, menos o nado sincronizado. Neste ano, os Correios estão investindo R$ 4,5 milhões em bolsas aos principais atletas.

“César Cielo (foto), por exemplo, teve contrato de R$ 80 mil entre abril de 2007 e março de 2008”, informou a assessoria dos Correios. Outros atletas contemplados no mesmo período,  segundo a mesma fonte, foram Armando Negreiros, R$ 20 mil; Kaio Márcio, 96 mil; César Castro, dos saltos, R$ 30 mil.

 

FONTE DE RECURSOS     DE 2012/2014 R$
Min.Esporte – Convênios4.544.540,00
Correios – Patrocínios46.160.000,00
Lei de Incentivo Esporte12.719.756,00
Lei Piva11.988.000,00
TOTAL75.412.296,00

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