Blog do José Cruz

Arquivo : agosto 2012

O calote do futebol: “Na esportiva”
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José Cruz

“A esquerda pensa como as ditaduras de direita: futebol é o ópio do povo. Para ter menos crack, precisa ter mais craque.”

Em visita ao Rio Grande do Sul, revendo a família. amigos e buscando pautas leio o excelente  cronista Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo, de Porto Alegre.

Na coluna desta quinta-feira ele aborda sobre o projeto do governo federal para anistiar a dívida dos clubes de futebol, devedores de R$ 5 bi ao fisco.

Com licença, Juremir, mas repercuto tua excelente crítica. Este assunto é sério e precisa ser renovado sempre que possível.

Confiram:

http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=335&Caderno=0&Editoria=120&Noticia=459112


Mais dinheiro para o esporte: Ministério seleciona projetos olímpicos
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José Cruz

E já não se fala mais na fracassada campanha olímpica do Brasil. O futebol voltou a dominar nossa rotina dos debates esportivos. Continuamos aguardando o anúncio do governo federal sobre a “política de esporte” que dever ser emergencial, pois 2016 está aí.

Enquanto isso…

Repetindo o que fez em 2011, o Ministério do Esporte selecionará projetos de alto rendimento. O prazo de inscrições é até 31 de agosto.

No ano passado investiram R$ 65,1 milhões em 28 projetos. O Ministério diz que com esta iniciativa quer “posicionar o Brasil entre as 10 potências esportivas a partir dos Jogos Rio 2016”.

Essa medida tem cheiro de “desespero”. Ou algo para “mostrar serviço”. Tomaram providências porque 2016 está aí, não temos um time forte, e há a promessa de ficarmos no top 10 dos países olímpicos.

No entanto, a iniciativa do Ministério é dissociada de um projeto maior que envolva clubes, federações e confederações. O COB tem seus objetivos; as confederações traçam suas metas. O Ministério do Esporte seleciona os seus projetos.

Ignora-se a estrutura natural do esporte brasileiro. Ignora-se o ordenamento natural fixado em lei,  e o órgão que deveria ser o formulador de políticas públicas torna-se o selecionador e  financiador direto de projetos, que podem ter forte enfoque político-partidário.  Já vimos este filme...

Base

Mas pode ser, também, a forma que o governo encontrou de fazer o dinheiro “chegar à base”, pois essa é a principal reclamação de técnicos e atletas.

Enquanto as demais instituições esportivas nadam em dinheiro, o Ministério, em vez de investigar os motivos da omissão, joga mais grana no esporte. É cada um fazendo o que lhe parece certo.

Onde está o Conselho Nacional de Esporte para se manifestar sobre isso?

As universidades foram chamadas para opinar sobre a viabilidade desse plano?

Temos professores e técnicos capacitados para desenvolver estes projetos?

Estamos atrasadíssimos, não há dúvidas. Se estivéssemos em dia com o dever de casa, o ministro Aldo Rebelo teria se manifestado após os Jogos de Londres apresentando a tal política de esporte. O atraso é sinal de que ainda está sendo elaborada… Nove ano depois de o Ministério do Esporte ter sido criado…

O governo continua com a idéia de que o dinheiro, e somente isso, é o suficiente para que sejamos um país altamente competitivo.


Polícia investiga contabilidade do Palmeiras: suspeitas de lavagem de dinheiro em gestões passadas
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José Cruz

A Folha de S.Paulo noticia que a Polícia paulista investiga a contabilidade do Palmeiras entre 2002 e 2006.

Há suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo 20 pessoas, entre elas ex-presidentes e diretores do clube. O processo foi aberto pelo Ministério Público, a partir de denúncias de um ex-funcionário sobre esquema de notas frias para lavagem de dinheiro.

Com licença

Peço licença aos repórteres Bernardo Itri e Rafael Reis, autores da reportagem, para comentar sobre o assunto usando as informações que levantaram.

Porque o tema vem ao encontro das duas últimas mensagens que publiquei referentes às dívidas fiscais dos clubes de futebol.  Apesar de ser um processo recente, isso não é novidade.

Em 2001, o deputado Aldo Rebelo, hoje ministro do Esporte, constatou lavagem de dinheiro em vários clubes e federações de futebol e na própria CBF.

Os dados, riquíssimos em detalhes, estão nos relatórios das CPIs do Futebol e da  CBF Nike, que quebraram o sigilo bancário e fiscal dos principais clubes brasileiros. Há 11 anos sabe-se sobre isso…

Agora, as investigações alcançam gestões dos ex-presidentes Mustafá Contusi e Affonso della Monica.

José Cyrillo Júnior, ex-vice-presidente, e o ex-diretor de futebol do clube Salvador Hugo Palaia também estão no foco das investigações.

O trabalho da Polícia será encerrado em 60 dias. Cauteloso, o delegado João Batista Magalhães Braga disse aos repórteres que ainda não encontrou elementos para indiciamentos.

Folha de pagamento

Seria oportuno que o delegado investigasse, também, a folha de pagamento do clube, para saber se foram descontados dos salários dos jogadores e funcionários do clube os percentuais de INSS. Em caso positivo, se os valores foram repassados aos cofres públicos junto com as parcelas do Imposto de Renda e do FGTS.

O problema, com certeza, não é exclusivo do Palmeiras. Mas são esses clubes que, agora, pedem anistia de suas dívidas para com o governo federal.

E, pior, encontram respaldo no ministro Aldo Rebelo, que conhece muito bem o esquema de falcatruas, há anos…


Futebol x Saúde: decisão com Dilma Rousseff
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José Cruz

Enquanto o ministro Aldo Rebelo negocia anistiar o calote dos clubes para com o fisco, 2.100 Santas Casas de Misericórdia, que respondem por 56% do atendimento do SUS – Sistema Único de Saúde – , acumulam dívida de R$ 11 bilhões para com credores em geral, Receita Federal e INSS.

E por que essas instituições, que têm 500 anos de história no Brasil, chegaram a esta situação?

Porque, para cada R$ 100,oo que gastam com um paciente do SUS, o governo repassa apenas R$ 65,oo.

Na prática, os hospitais pagam para atender pacientes que são compromisso do Estado.

A situação é tão grave que a Santa Casa de Belo Horizonte teve seus bens penhorados, os elevadores, inclusive, para saldar dívidas junto à Receita Federal.

 Empréstimo

Em março deste ano, o BNDES anunciou que liberaria uma linha de crédito às Santas Casas. Até hoje a proposta está no papel…

Enquanto isso…

… a reforma dos estádios para a Copa 2014 é feita, em parte, com recursos do … BNDES…

Contraste

É neste panorama que se discute a proposta do deputado Vicente Cândido, para PERDOAR a dívida dos clubes ao INSS, Receita Federal e FGTS.

Não se pode ignorar a falta de transparência nos negócios dos clubes. Enquanto se lamentam de problemas financeiros, realizam transações milionárias e contratações suspeitas de legalidade, como demonstraram duas   CPIs do Futebol, na Câmara e no Senado.

Paralelamente não pagam os salários e as dívidas trabalhistas crescem mensalmente. Tudo isso é do conhecimento do ministro do Esporte, Aldo Rebelo

 Mais:

Ao longo dos anos, os cartolas não cumpriram os três compromissos assumidos nas renegociações das dívidas dos clubes para como fisco. Até chegarem à criação de uma loteria (Timemania) que transferiu para o torcedor-apostador o ônus da dívida que criaram. Uma vergonha.

Pois nem isso resolveu e, agora, ao lado de parlamentares que querem usar o futebol como estribo de suas pretensões políticas, chegam ao cúmulo de obter perdão de uma conta bilionária, que contrasta com outra, das Santas Casas.

Ficará nas mãos da Presidente Dilma Rousseff a decisão de dar prioridade à saúde ou ao futebol.


Cuidado, Dilma! O calote vem aí!!!
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José Cruz

É do deputado paulista, Vicente Cândido (PT), a proposta para um dos mais duros golpes no contribuinte honesto.

Com o apoio do Ministério do Esporte, Cândido prepara projeto de lei para anistiar dívida bilionária dos clubes de futebol para com o fisco: INSS, Fundo de Garantia e Imposto de Renda.

A notícia completa está no site do deputado, mas em resumo o projeto prevê perdoar o calote que os clubes de futebol deram aos cofres públicos. Coisa pouca, em torno de R$ 5 bilhões, extraoficialmente.

Apoio

Vicente Cândido já tem o apoio do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que levará o assunto à presidenta Dilma Rousseff para que seja editada medida provisória.

Se ela concordar, o perdão será imediato e o golpe financeiro oficializado.

A história é longa e o último capítulo foi escrito com a edição da Timemania, em 2006, para que os clubes devedores de impostos tivessem seus débitos abatidos através das apostas. Ou seja, transferiram para o apostador o calote ao fisco.

A Timemania foi um fracasso e os clubes, mais uma vez, não honraram o compromisso com o governo federal.

Memória

Antes do surgimento da Timemania, os cartolas já tinham se beneficiado de dois financiamentos das dívidas. Ambos foram para o lixo. Nenhum foi honrado. Veio a Timemania, terceira tentativa, que também fracassou, o calote se repetiu e a dívida cresceu.

Agora, surge a proposta para criar o Proforte (Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos), que Aldo Rebelo já debateu com a cartolagem.

“O projeto prevê que o valor da dívida fiscal do clube seja revertido na produção esportiva em modalidades olímpicas de alto rendimento”.

A isso, o ministro Aldo Rebelo chama de “democratização do esporte”.

Decepção

Logo ele, ministro Aldo, que em 2001 presidiu a CPI da CBF Nike e assinou histórico relatório, comprovando falcatruas dos cartolas, como evasão de divisas e sonegação fiscal.

Pois é o mesmo deputado, Aldo Rebelo, que prometeu moralizar a gestão do futebol, que agora se dobra às exigências dessa podridão que há anos domina o futebol brasileiro.

Relatório da ONU identificou o futebol como a maior lavanderia de dinheiro do mundo. E o Brasil está no ranking dessa ladroagem internacional.

Está claro que jamais vão cumprir a proposta de colocar seus clubes ao dispor para formar atleta olímpico. Além da falta de espaço e de estrutura, em geral, faltam profissionais nessas agremiações.

Esperteza

Deputado federal, Aldo Rebelo está de olho na próxima eleição, pois na anterior já se elegeu pelas tabelas. Precisa de apoios. Para isso, junta-se aos que fiscalizou e identificou falcatruas contra os interesses do Estado.

A presidenta Dilma Rousseff, que tem demonstrado interesse para recuperar as dívidas do país, combater as falcatruas e evitar o desperdício de dinheiro não pode se curvar a esta esdrúxula proposta de espertos.

É vergonhoso que o ministro Aldo, que conhece muito bem essa turma, leve tal proposta à consideração presidencial.

Isso não é digno de sua história e de seu discurso político. Mas se mudou, está aí mais uma grande decepção para a tristeza de muitos.

Extremos

Como o governo poderá se dirigir ao contribuinte em geral ou aos empresários, submetidos a pesadíssima carga fiscal, e exigir que paguem seus impostos, se no outro extremo o mesmo governo reconhece e oficializa o calote dos cartolas do futebol?

Com a palavra a Presidenta Dilma.

Mas se também se dobrar à força do futebol, estará perdida, seu governo desmoralizado e nós sem qualquer esperança de justiça social, que ela tanto discursa. 

Para saber mais:

http://www.vicentecandido.com.br/lerNoticias.php?intIdNoticia=722


Agnelo ingressa no mercado de carros usados
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José Cruz

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, negociou um carro usado com um policial, João Dias.

João Dias é aquele sujeito que pegou R$ 2 milhões para desenvolver um projeto do Segundo Tempo, em Brasília, quando Agnelo era ministro do Esporte. Os dois eram amigos íntimos.

Fala meu chefe“… é como Agnelo saudava João Dias.

Vieram as denúncias. A Polícia concluiu desvio dos R$ 2 milhões para negócios suspeitos, campanhas eleitorais etc. João foi preso. E solto pouco tempo depois

Preocupado com o seu futuro, João foi ao Ministério do Esporte. Ameaçou denunciar o esquema de corrupção no Segundo Tempo, se não aprovassem suas contas, fraudadas.

Negócio

É nesse momento que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, negociou um carro usado com João Dias.

Depois, pensando bem, a dupla desistiu do negócio. Devolve o carro que te devolvo o dinheiro. E assim fizeram, explicou o porta-voz do governdor, Ugo Braga.

Estão aí as relações perigosas de um ex-ministro do Esporte, do atual governador da capital da República, envolvido com uma pessoa que enriqueceu do dia para a noite e não cumpriu o contrato do Segundo Tempo.

É tudo muito estranho e suspeito, mas o estarrecedor é como Agnelo, que mora numa casa luxuosíssima em área nobre do Distrito Federal, se envolve com investigados pela Polícia para negociar um carro usado.

E conta essa história como se todos fôssemos ingênuos e crentes nas suas afirmações.

Esporte

Agnelo, investigado pela CPI do Cachoeira, Polícia Federal, Ministério Público etc, serve de exemplo  para demostrar como eram os bastidores do Ministério do Esporte.

Também no tempo do ex-ministroOrlando Silva operações assim eram comuns. O dinheiro saía para projetos e não chegava ao destino.

No ano passado, a Controladoria Geral da União determinou a devolução de R$ 49 milhões aos cofres públicos.

Há casos envolvendo ex-diretores do Ministério do Esporte, como denunciei, em Juiz de Fora (MG), o projeto da Federação Paulista de Xadrez, enfim.

Com a eficiente e ágil Justiça, os envolvidos evoluem em seus projetos, assumem cargos importantes e, depois, contratam assessores para desmentir “vendas de carros” mal feitas.

Nessa história, é o dinheiro do esporte que dançou, saiu pela janela, foi para o bolso de muita gente, poderosa ou não.

Também por isso, os atletas reclamam: O dinheiro não chega na base”…

Bueno, aí depende de que “base” estamos falando.

PS: Aproveito para anunciar a venda de uma Brasília, vermelha, ano 2004, carburador novo, nunca foi batida. Aceito cheque ou depósito em conta. Mas, concluído, não desfaço o negócio. Governadores têm preferência.

 

 

 


Medalhas, educação e cidadania
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José Cruz

Dois excelentes artigos do jornalista Marcelo Barreto sobre o esporte de rendimento no Brasil, educação e cidadania, sugestivos para reflexão e debates.

O autor defende a necessidade prioritária de evolução  da cultura esportiva. Em decorrência virão os resultados nas competições, pódios e  medalhas.

“O número que realmente importa é o de crianças e jovens que – talvez inspirados pelo sucesso de Sarah Menezes ou Fernanda Garay  – tenham no esporte uma chance de se expressar como cidadãos.

Com licença, Marcelo, para publicar o link.

http://sportv.globo.com/platb/marcelobarreto


Rio 2016: os debates continuam. Já os projetos…
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José Cruz

 Foi um bom debate. Mais um. E que venham dezenas neste país do futebol. Desta vez na TV Câmara, na terça-feira: o Brasil nos Jogos Olímpicos. Muito bom.

Apesar da proximidade da Copa das Confederações e da Copa do Mundo – e das aflições do torcedor com uma Seleção ainda sem confiança… –  é impressionante como a Olimpíada do Rio, mais distante, em 2016, já provoca bons debates, indagações e suspeitas em muitos. Em mim,  inclusive.
 
Estou ansioso e curioso, por exemplo, para conhecer o projeto do Ministério do Esporte para o esporte brasileiro.
 
O ministro Aldo Rebelo deverá anunciar a “nova política de esporte” até o inicio de 2013…
 
Presente ao debate a TV Câmara, o secretário nacional de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, disse que será  uma “nova política” porque o assunto se tornou dinâmico, evoluiu e exigiu mudanças atualizações.
 
Com licença, mas discordo. Nunca tivemos uma política efetiva. Talvez  pela necessárias mudanças de ministros, três em nove anos.
 
E cada um dando o perfil que lhe convinha, sob o enfoque do partido que domina a pasta, mas desconhece o assunto, o PCdoB. Aliás, também não vejo em outros partidos capacidade para ali fazer gestão eficiente diante dos desafios que temos e o atraso que nos encontramos.
 
Bomba
O problema é que a “bomba” dos megaeventos estourou na mesa da presidente Dilma e do ministro Aldo.
 
Eles tiveram que assumir os encargos de irresponsabilidades passadas, dos tempos de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula.
No governo do PT, foram nove anos perdidos sem um projeto para dar ao Brasil rumo esportivo eficiente, integrado à educação. Um projeto de governo de longo prazo. Inacreditavelmente, não temos isso.
 
Ficamos perdidos em projetos sociais – necessários, é verdade, –  mas com forte apelo político-corruptivo, que teve em Aldo Rebelo o “bombeiro” indispensável.
 
O resultado está aí. Precisamos agora de um plano emergencial para formar um time competitivo para 2016, como se isso fosse quetão de Estado, se envolver com o alto rendimento.  
 
E sem que se saiba, até hoje, quem é quem nesse cenário: municípios, estado, União, confederações, clubes, COB, CBDU, CBDE. A bateção de cabeça, barulhenta, é explícita.
 
No bom português há uma balbúrdia, e o que mais interessa nesse jogo de incertezas é a verba. E essa existe, aos montões, sai do de várias fontes dos cofres públicos para várias frentes e com o mesmo objetivo: formar atleta olímpico.
 
Em agluns casos, para convescotes disfarçado de “Jogos de Verão”, como se aproveitou a esperta diretoria da UNE, naquela fatura de R$ 400 mil…
 
É neste cenário que cresce a expectativa  para as medidas do Ministério do Esporte. Mas elas serão divulgadas só no inicio de 2013…
 
Enquanto isso, seguem os debates. 

O mandato dos cartolas
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José Cruz

Recebi do leitor   Frederico Goulart Jr comentário sobre os projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados e Senado Federal, limitando o mandato dos dirigentes esportivos. Por ter boa argumentação, publico neste espaço para trazer o assunto novamente ao debate.

Lembro, porém, que uma das emendas já apresentadas a um dos projetos limita a participação de familiares nessa sucessão, conforme o tema levantado por Frederico. Vamos ao tema e segue o debate:

Mesmo sendo favorável à limitação dos mandatos dos cartolas nas entidades de administração do esporte, vejo esta medida com pouca eficácia ou sem eficácia alguma.

Explico:
Numa primeira hipótese, esta medida abre brecha para que famílias formem dinastias nestas entidades, como ocorreu na década passada na CBJ (Confederação Brasileira de Judô) onde após eleição e reeleição do Mamede pai, havia o conchavo (o lobby) entre as federações estaduais para a eleição do Mamede filho.
E após os mandatos do Mamede filho, novamente ocorria o lobby e retornava ao poder o Mamede pai. A CBJ ficou conhecida como: “O Império da família Mamede.
Numa segunda hipótese, um membro da diretoria, representando um grupo que se mantém no poder há anos, e travestido de chapa de mudança (ou de renovação), pode ser lançado ou lançar-se candidato, e da mesma forma que na hipótese descrita acima ser eleito presidente.
É o exemplo prático do que ocorreu em uma confederação de esporte coletivo recentemente.
Portanto, embora não seja contrário ao PL que visa delimitar o mandato dos cartolas, eleições em qualquer entidade de administração do esporte – sem a ampliação do colégio eleitoral e/ou o voto direto (voto do atleta federado) não reflete a democracia.
Qualquer assembléia geral de confederação que não aprove estatuto neste sentido, se mostra anacrônica e em discordância com a democracia?
Finalmente
O voto não precisa ser obrigatório (poderia ser facultativo como nas eleições presidenciais norte-americanas) e só os atletas já em maioridade – 18 anos completos – poderiam votar.