Blog do José Cruz

Arquivo : setembro 2014

No país da Copa e Olimpíada, apenas 7% das obras do PAC 2 foram concluídas
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José Cruz

A menos de oito meses para o fim do prazo de entrega das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, conhecido por PAC 2 , apenas 7%  dos empreendimentos relacionados ao esporte foram concluídos. Estão previstas 9.824 obras, mas somente 660 foram entregues

Por Thais Betat

Do Contas Abertas

O país que sediou a última Copa do Mundo com estádios bilionários não consegue ter a mesma eficiência na promoção do esporte básico.

quaddra2A menos de oito meses para o fim do prazo de entrega das obras do PAC 2, apenas 7% dos empreendimentos relacionados ao esporte foram concluídos. O percentual representa 660 empreendimentos finalizados, dos 9.824 prometidos.

Os empreendimentos seriam realizados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), no “Eixo Comunidade Cidadã” e incluem reforma e construção de quadras esportivas em escolas, centros de iniciação ao esporte e unidades que unem esporte à arte.

Os dados foram levantados pelo Contas Abertas no último Balanço do PAC 2 e englobam o que foi realizado entre janeiro de 2011 e abril de 2014. A segunda etapa do programa vai ser finalizada em dezembro deste ano.

A reportagem completa está aqui.


TCU quer novos critérios para evitar o desperdício de verbas no esporte
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José Cruz

O TCU (Tribunal de Contas da União) realizará nos próximos dias 17 e 23 painéis públicos buscando identificar indicadores e critérios para medir os resultados dos investimentos no esporte de rendimento

tribunal

A partir do depoimento de dirigentes, atletas, representantes do Ministério do Esporte, jornalistas e especialistas no setor, o Tribunal avaliará a eficiência, o controle e resultados  dos recursos financeiros recebidos pelas Comitês Olímpico e Paraolímpico, confederações e o Conselho Nacional de Clubes. O resultado desses painéis ajudará os auditores do TCU a direcionarem fiscalizações futuras.

Muito bom

Chega em boa hora essa iniciativa o do TCU para mapear as fontes de financiamentos ao alto rendimento, avançando nas suas atribuições de órgão fiscalizador. Nesses recursos de várias fontes para as confederações, tendo o atleta como meta principal, há um desperdício já constado, principalmente na Lei de Incentivo ao Esporte, com projetos inexpressivos aprovados, diante de carências enormes.

Atualmente, as fontes que sustentam o esporte são as loterias federais (Lei Piva), convênios com o Ministério do Esporte, Lei de Incentivo ao Esporte, estatais (Caixa, Banco do Brasil, Petrobras, Infraero, Correios etc), Forças Armadas e Bolsa Atleta.

E depois?

Essas questões que o TCU abordará nos painéis são específicas e visam controlar o desperdício da verba pública. Mas há outro ponto que precisa ser atacado pelo futuro governo: a reforma da estrutura do esporte.

Há muito, convive-se com a desordem institucional, que interessa aos cartolas e privilegia o atleta de elite. Um sistema que contrasta, pois são confederações ricas e federações miseráveis, muitas sem sede, telefone ou secretária. E são essas entidades que promovem o esporte regional, ligando atletas e clubes às confederações.

Por isso, é indispensável que o próximo governo, sem se descuidar da preparação do Rio aos Jogos Olímpicos, crie um grupo de estudos que dê novo ordenamento à bagunça, desculpem a expressão, que temos há anos. A partir daí, promover uma total reforma na legislação esportiva, pois a que está aí, retalhada, dá sustentação legal à desordem referida.


Reconhecimento internacional a um Mestre do ensino e da pesquisa do esporte
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José Cruz

No país onde o ensino acadêmico e a própria instituição universitária ainda estão distantes de um intercâmbio contínuo com os movimentos esportivos, em geral, e os megaeventos, em particular, é preciso festejar quando um mestre do ensino e da pesquisa do esporte é reconhecido internacionalmente.

Prof.-Lamartine-DaCostaHá uma semana, a Universidade de Mainz, na Alemanha, homenageou Lamartine DaCosta pelos seus 45 anos de contribuição ao estudo e à pesquisa olímpica, do esporte e da educação física. A solenidade foi prestigiada pela presença de 81 especialistas em estudos de Jogos Olímpicos, inclusive um representante do Comitê olímpico Internacional, e contou com o apoio da Universidade Autònoma de Barcelona, na qual Lamartine assumiu a cadeira de Estudos Olímpicos, em 2006, e foi .

Atualmente, Lamartine é pesquisador visitante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professor visitante na University of East London e membro do conselho consultivo da Russian International Olympic University.

No Brasil, ele foi um dos pioneiros na reformulação do treinamento esportivo com bases científicas nos anos de 1960; renovou a gestão do esporte promovendo o primeiro grande diagnóstico das práticas esportivas no país no início da década de 1970; e na Copa do Mundo de Futebol de 1970 atuou no bem sucedido planejamento da adaptação da seleção brasileira à altitude do México.

atlasEntre seus trabalhos no Brasil destacam-se duas obras que ele coordenou e se tornaram referências no assunto: “Diagnóstico da Educação Física e Desportos do Brasil” e o “Atlas do Esporte do Brasil”.

 Entrevista

Para conhecer mais sobre o pensamento desse Mestre, sugiro a leitura da recente entrevista que ele concedeu à repórter Fabiana Bentes, do Esporte Essencial, quando fez uma abordagem geral sobre a nossa realidade.

Logo no início Lamartine responde sobre a estrutura do nosso esporte.

Falando objetivamente, a minha visão é que o sistema está em estado de falência. Ou seja, existe, mas está quebrado em vários graus. Esse sistema só é sustentado porque a legislação permite isso e se acomodou. A legislação fingiu que modificou o sistema, mas não modificou. A lei de incentivo é um item. Essa história vem de 30, 40 anos atrás e não houve uma mudança. É sempre a mesma coisa. O nosso problema é basicamente institucional. Não houve uma evolução das instituições, elas continuam viciadas. Eu só dou um exemplo entre vários: os clubes são dirigidos por pessoas que não são remuneradas. Então, são entidades políticas. E sendo entidades políticas pode-se esperar qualquer coisa lá de dentro e não se sabe quem são os responsáveis. Precisamos de uma lei de responsabilidade para o dirigente esportivo, e não existe isso. A irresponsabilidade campeia, todo mundo finge que trabalha. E o governo faz parte disso e alimenta.”

A entrevista completa está aqui:

http://www.esporteessencial.com.br/entrevista/lamartine-da-costa-pesquisador

 

Para saber mais:

http://www.esporteessencial.com.br/entrevista/lamartine-dacosta-e-homenageado-na-alemanha

 

 


Para que serve o Ministério do Esporte?
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José Cruz

O jornalista Jorge Luiz Rodrigues, de O Globo, perguntou à candidata Marina Silva o que ela fará com o Ministério do Esporte, se vencer a eleição presidencial.

É um ministério importante, mas, infelizmente, tivemos muitas dificuldades no processo das Olimpíadas, que dão para os brasileiros motivos de preocupação sobre o andamento das obras necessárias, que já deveriam ter alcançado um ponto muito maior de realização. Nós estamos fazendo uma avaliação criteriosa para verificar como vamos fazer a redução de tantos ministérios que já foram criados.essporrte

“Estarrecido”, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reagiu, na página do Ministério do Esporte, usando um espaço de governo para, indiretamente, fazer propaganda à candidatura da presidenta-candidata, Dilma Rousseff. Aqui.

Criado há 11 anos, o Ministério do Esporte é um órgão repassador de dinheiro e faz a alegria dos cartolas. Em termos de políticas públicas ou de projetos de esporte escolar, fracassou. E provocou caso de Polícia com os ex-ministros Agnelo e Orlando. Não saiu do Ministério uma só proposta de política esportiva, apesar de ali terem sido realizadas três Conferências Nacionais do Esporte. Os relatórios foram engavetados.

O Ministério facilita a corrupção pela omissão e ineficiente fiscalização aos recursos que libera. Por exemplo, provei que a CBT (Confederação Brasileira de Tênis), dirigida por Jorge Rosa, fraudou uma prestação de contas. E o ministério só soube disso diante da denúncia, originalmente levantada por Arnaldo Gomes, ex-vice-presidente da CBT.

Propostas?

Três ministros em 11 anos: Agnelo Queiroz, Orlando Silva e Aldo Rebelo. Apenas um concurso público foi realizado, mas a grande parte dos contratados foi embora, porque as condições de trabalho são precárias, controladas pela máquina e interesse partidário, o PCdoB.

Por isso, o Ministério está lotado de funcionários terceirizados e bolsistas, através de parceria com a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (http://www.faurgs.ufrgs.br/). Mesmo assim, a Secretaria de Esporte Educacional tem apenas sete servidores. Na Secretaria de Futebol são dois. Pobre futebol!!!

Já no setor de prestação de contas são apenas cinco funcionários. Apenas um é do quadro. Os outros, contratados, não têm qualificação ou compromisso com o serviço público, pois chegaram ali amparados pelo apoio partidário. E é nas mãos desses cinco que estão milhares de processos da Lei de Incentivo e dos convênios.  Explica-se a pilha de prestações de contas que nunca chegará ao fim… A omissão incentiva a corrupção. Prato cheio para o Tribunal de Contas da União.

Quem poderia mudar esse quadro, o Conselho Nacional do Esporte, não age, pois se reúne apenas duas vezes por ano, mais para homologar decisões já tomadas do que para discutir propostas de interesse nacional.

Discutir sobre o futuro do Ministério do Esporte é, sim, obrigação de todos os candidatos. Não só porque ainda temos megaeventos pela frente, mas até agora essa pasta, que foi tão esperada, não disse a que veio. E porque ignora o artigo 217 da Constituição, que determina aplicar os recursos públicos prioritariamente no desporto escolar. Ao contrário, a grana vai para o alto rendimento.

 


Governo paga para o basquete perder
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José Cruz

Em três anos, Confederação de Basquete recebeu R$ 60 milhões de verbas públicas.  Foi daí que saíram R$ 3 milhões para pagar o “convite”, a fim de que a Seleção Brasileira pudesse disputar o Mundial da Espanha, onde foi eliminada, ontem

bradesco

 

Os 84 x 56 da Sérvia sobre o Brasil, ontem, no Mundial de Basquete, correspondem aos 7 x 1 da Alemanha, na Copa do Mundo: fomos goleados.

Sem esquecer que, com os jogadores que aqui atuam, perdemos a seletiva ao Mundial. E só chegamos ao evento graças a um “convite” de R$ 3 milhões, pagos pelo governo federal.

Recorri às pesquisas de Fábio Balassiano, que assina o excelente blog “Bala na Cesta”, para levantar valores, além de outros que atualizei: o basquete sobrevive graças ao dinheiro público e sem um projeto der massificação. Os recursos oficiais são destinados a vários projetos, mas o que se questiona, também, é a gestão dessa verba e a falta de metas de longo prazo. Isso sem falar se compete ao governo financiar o alto rendimento.

Confira as receitas entre 2011 e junho deste ano:

FONTE       R$ MILHÕES
Lei Piva

        10.279,00

Lei Incentivo Esporte

        20.530,00

Patrocínio Eletrobras

        15.000,00

Ministério Esporte

       14.197,00

    T O T A L

      60.006,00

 

Patrocínio

Em junho passado, acabou a parceria entre a CBB e a Eletrobras. O Bradesco é o novo patrocinador do basquete, mas usa recursos da Lei de Incentivo ao Esporte para tal. Ou seja, o cofre público continua pagando a conta do desperdício.


O basquete pelas tabelas
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José Cruz

 Por Beto Alagoas

Algumas considerações sobre a eliminação da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de Basquete, 84 x 56 contra a Sérvia:

1)  Só quem não conhece ou não acompanha basquete achava que o jogo de hoje seria mais fácil do que foi contra a Argentina.

A Sérvia (herdeira da ex-Iugoslávia) é uma das escolas mais tradicionais de basquete do planeta, tendo no seu currículo CINCO títulos mundiais e UM título olímpico.

Além disso é uma das escolas de basquete que mais da ênfase ao fundamento defesa. Na partida de hoje, o Brasil sentiu na pele o “veneno” da duríssima defesa que desde sempre se aplica na escola iugoslava de basquete.

2)  Mas, sejamos sinceros: as boas colocações da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Londres e na Copa do Mundo da Espanha (5ª e 6ª colocação, respectivamente) foram fruto da experiência adquirida pelos nossos atletas da NBA, de um ou outro jogador que atua na Europa ou de programas de massificação do basquete, a partir da prática esportiva nas escolas (sobretudo as públicas) e universidades?

Lembro que, escolas e universidades dos EUA e da Espanha estão intimamente vinculadas à prática do esporte, do basquete, em particular. E é nesses países onde temos as mais fortes equipes na atualidade.

3)  Afinal, quando vai se popularizar o basquete no Brasil? Quando teremos novos praticantes em quantidade, entre a garotada? Quando vão acabar com as transmissões “secretas”, para canais fechados, como foi mais uma vez a maior competição internacional do basquete, e através de uma ou duas transmissões de jogos do NBB, por temporada, em TV aberta, como faz a emissora “parceira” do basquete brasileiro?

Beto Alagoas é professor de educação física no Paraná


Rio 2016: investimentos privados superam os públicos
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José Cruz

rio parqueNo atigo Autódromo de Jacarepaguá é construido o Parque Olímpicos

Dos R$ 6,5 bilhões investidos até julho na preparação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro 65% (R$ 4,2 bilhões) vieram da iniciativa privada. E 35% (R$ 2,2 bi) são verbas públicas dos três governos – federal, estadual e municipal – envolvidos no consórcio dos eventos. Em janeiro último, essa proporção era de 74% para investimentos privados e 26% públicos.

Os dados foram apresentados pelo presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), general Fernando Azevedo e Silva. Ele vibra com esse resultado até agora, pois nos Jogos Pan-Americanos 2007 foi decisiva a participação das verbas de governos.

No Pan, não havia uma instituição como a APO. O trabalho ficou concentrado no Ministério do Esporte, então sob o comando de Orlando Silva. As disputas políticas-partidárias prejudicaram a preparação do Rio ao evento continental, e a conta maior dos R$ 4 bilhões investidos foi paga pelo governo federal.

Enquanto isso…

O prefeito do Rio de janeiro, Eduardo Paes, se queixa da “paralisia do governo federal e implicações no cronograma dos Jogos Rio 2016, devido à campanha eleitoral”, como revelou meu colega Ilimar Franco, em O Globo, hoje.Mas o general Fernando tranquiliza: “Estou confiante, pois as obras estão em andamento, num modelo enxuto e eficiente”.

Rumos

“Depois de arrumar a casa, agora é pensar no legado”, afirmou Fernando Azevedo e Silva. “Arrumar a casa” foi quando ele chegou à APO, no Rio, em novembro do ano passado, e começou reformular a equipe.

Uma das atribuições da APO está na cláusula quarta – “dos objetivos e finalidades” – da Lei 12.396/2011, que criou a Autoridade Pública Olímpica: “ planejamento referente ao uso do legado dos jogos”.

Para tanto, o general Fernando vai a Londres nos próximos dias conhecer como as autoridades inglesas tratam desse assunto, já que a os Jogos daquele país, em 2012, são uma das referências em termos de megaeventos esportivos. Enfim, o badaladíssimo “legado” entra na pauta brasileira com boa antecedência.


Na capital da Copa das Copas, hospitais ficarão sem refeições
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José Cruz

estadio-nacional-brasilia-maquete1-440x279Em Brasília, onde o Governo do Distrito Federal gastou R$ 1,6 bilhão na construção de um estádio de futebol com72 mil lugares, a empresa fornecedora de alimentos para os funcionários de 16 hospitais e quatro UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) vai paralisar os serviços. Motivo: o governo, de Agnelo Queiroz, deve R$ 20 milhões à indústria de alimentação “Sanoli”, sendo R$ 8 milhões de julho e R$ 12 milhões de agosto.

Esse é o efeito do arrocho nas contas do governo distrital, um mês e meio depois de o Brasil ter realizado a “Copa das Copas”. Em 2013 e início deste ano, o governador Agnelo Queiroz determinou remanejar em torno de R$ 200 milhões dos orçamentos das Secretarias de Saúde, Segurança e Educação, para reforçar o caixa das obras do estádio Mané Garrincha.

Alerta

Em nota distribuída nos hospitais da cidade, no sábado passado, a direção da Sanoli advertiu que “sente-se no dever de esclarecer que se viu obrigada a paralisar os serviços de alimentação nos refeitórios dos hospitais da Secretaria de Saúde do Distrito Federal”.

Disse mais:

“Temos percorrido todos os caminhos administrativos e burocráticos na busca de uma solução para que o pagamento fosse regularizado, e notificamos judicialmente a Secretaria de Saúde, no último dia 4”.

Ontem, a assessoria da Sanoli informou, por telefone:

Temos matéria prima para no máximo 15 dias. Além de não termos o dinheiro que nos é devido, nos falta crédito, enquanto não pagarmos os nossos compromissos. Vamos suspender o fornecimento de alimentos, na medida em que os suprimentos forem acabando; primeiro para os funcionários, depois para os acompanhantes hospitalares e finalmente os doentes”.

Enquanto isso…

A assessoria da Secretaria da Saúde nega:

“Não há nenhum motivo para que a empresa Sanoli suspenda o fornecimento de refeições aos hospitais do DF, uma vez que a Secretaria de Saúde vem realizando os pagamentos regularmente. Desde o início deste governo, em 2011, a Secretaria de Saúde pagou a empresa Sanoli cerca de R$ 350 milhões. Na semana passada, foi feito um repasse financeiro de quase R$ 4 milhões à empresa. Para essa semana está agendado outro repasse no valor de R$ 8 milhões.”

Mas…

A assessoria da Sanoli confirmou, ontem à noite, que existe o débito de R$ 8 milhões, referente a julho. E ainda falta pagar agosto.

Vitimas da Copa

Os problemas na rede pública de saúde da capital da República são tão graves que doentes morrem sem receber atendimento ou por falta de medicamentos, fato que se tornou comum Brasil afora.

O mais recente caso no Distrito Federal é de 14 de agosto, quando um bebê de três meses, com pneumonia, aguardava vaga em uma UTI no hospital de Planaltina, nos arredores da capital. Ele morreu sem receber o tratamento adequado, apesar de a Justiça ter determinado a internação do paciente.


Senhores do Vento
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José Cruz

“Adrenalina, humor, suspense e muita aventura levam o espectador, mesmo se leigo em esportes náuticos, a acompanhar com interesse e emoção a aventura dos protagonistas, torcendo por eles nos momentos mais dramáticos, vibrando com eles nas vitórias e se surpreendendo com o resultado final” (Isabella Nicolas, diretora do documentário “Senhores do Vento”)

vento

O destaque cultural da Semana JK de Vela, encerrada ontem, foi o lançamento em Brasília do documentário “Senhores do Vento”. É uma produção de 95 minutos sobre a participação brasileira na Volvo Ocean Race – Regata Volta ao Mundo, com imagens impressionantes da participação do barco Brasil 1, sob o comando de Torben Grael, na edição da prova, 2005/2006.

O documentário registra a ousadia desses velejadores na dura competição de oito meses, quando enfrentaram as adversidades da natureza em alto mar por até dez dias, “combinando grande velocidade com excepcional resistência física e emocional”, resumiu a jornalista Isabella Nicolas, produtora e diretora do “Senhores do Vento”. A epopeia do Brasil 1 é um dos orgulhos da história do esporte no Brasil como um todo e da vela, em particular.

Regata

Num fim de semana de clássicos no futebol, de grandes eventos internacionais – Brasil x Cuba, no vôlei, Brasil x Argentina, no basquete, US Open de Tênis etc – reservei a manhã de domingo para acompanhar competição na qual o Brasil tem tradição olímpica, mas ainda sem torcida, a vela. A regata foi no Lago Paranoá, em Brasília, valorizada pela presença de dois medalhistas olímpicos, os irmãos Torben e Lars Grael.

A tradicional Semana de Vela JK terminou com a regata final do Campeonato Brasileiro da Classe Star, com 18 duplas. A vitória ficou com Torben Grael e Guilherme Almeida. Torben, dono de cinco medalhas em olimpíadas, é o chefe da seleção brasileira de vela aos Jogos Rio 2016. Na raia, outro medalhista olímpico, Lars Grael, o que demonstra a importância do evento realizado no Iate Clube e o privilégio de ver esses atletas em competição.

Estranho

Num país de oito mil quilômetros de litoral e fartura de águas interiores, soa estranho não se ter tradição nos esportes náuticos. Além de nossas origens estarem nos ousados navegadores portugueses, principalmente. Mas, afinal, apesar dessa fartura de água também não temos o peixe – o produto de origem animal mais rico em proteínas – na alimentação escolar de nossos estudantes.

Como diz Lars Grael, os terrenos e imóveis de frente para o mar são os mais valorizados no país, mas a convivência de seus moradores com a natureza ali frente não passa da areia da praia ou das primeiras ondas.


Um jovem desportista orgulha o Brasil
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José Cruz

Mesmo sem um expressivo título internacional no esporte, o esgrimista Guilherme Murray é notícia de primeira página: “Foi normal o que fiz”

murray  Duas semanas depois de ter participado do Campeonato Pan-Americano de Esgrima, em Aruba, quando chegou às oitvas-de-final, ele continua brilhando no noticiário, mais pelo comportamento ético do que pelo pódio que poderia ter conquistado.

Representante do Club Athletico Paulistano, Guilherme, de 12 anos, foi campeão infantil de esgrima em 2012, e disputava o bicampeonato no Pan-americano em Aruba. Quando enfrentava o peruano Felipe Scaccabarozzi, o juiz concedeu um ponto ao brasileiro, que o garantiria avançar às quartas-de-final.

Surpresa

Em ato incomum, Guilherme alertou o árbitro que não havia tocado o oponente. O ponto foi retirado e ele voltou para casa. E foi assim, mesmo sem pódio, que ele se tornou conhecido, a ponto de chegar à capa do jornal Folha de S.Paulo, ontem.

“Não fiz nada de mais, apenas o correto”, resumiu o esgrimista, que tem sangue de desportista famoso: ele é bisneto de Sylvio de Magalhães Padilha, que morreu em 2002, mas fez história no atletismo, nas provas de 110m e 400m com barreiras, sendo depois presidente do Comitê Olímpico do Brasil.

Exemplo raro

O feito de Guilherme é o mais recente exemplo que se pode ter do “jogo limpo”, o tal “fair play”, principalmente nas categorias menores, onde o esporte tem, também, caráter educacional. A trapaça, o golpe baixo, o disfarce, enfim, tão comuns no esporte em geral, foram trocados pela ética, numa manifestação sincera: “Foi normal o que fiz”.

Esse tipo de manifestação “acontece toda hora” entre esgrimista. Apesar disso, seu feito precisa ser valorizado como exemplo de como o esporte contribui, de fato, para a formação do caráter dos jovens. “Falar a verdade é normal na esgrima e deveria ser assim em todos os esportes”, disse ele ao repórter da Folha de S.Paulo.

Para saber mais

http://tvuol.uol.com.br/video/conheca-guilherme-murray-o-esgrimista-exemplo-de-honestidade-04020E9B3270E0895326