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Um ano depois do Jogo dos 7, “renovação” do futebol estaciona no Congresso
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José Cruz

Um ano depois da Copa das Copas – ou do Jogo dos 7 – o debate sobre  “renovação” do futebol brasileiro emperra no Congresso Nacional, como interessa à CBF

Na Câmara dos Deputados negocia-se o pagamento da dívida fiscal dos clubes, cujo valor real ninguém conhece. Quem deve o quanto ao INSS, Imposto de Renda e Fundo de Garantia? Não pergunte nem ao relator, deputado Otávio Leite (PSDB/RJ)! A bancada dos cartolas domina os rumos do projeto de lei sobre o tema, e será aprovada como eles querem.

metralhas

Já a Medida Provisória nº 671, sobre a dívida fiscal, que fixou regras e impôs compromissos aos clubes, está caducando; e sepultará, também, o debate de “moralização do futebol”, liderado pela presidente Dilma.

No Senado…

… com liderança de Renan Calheiros, do PMDB, a CBF segura a instalação da CPI, aprovada pelo senador Romário (PSB/RJ), para investigar os trambiques do futebol e, principalmente, conhecer quem enriquece com a publicidade e imagem faturadas pela Seleção Brasileira.

Para isso, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, instalou-se no Senado, e, lá, manobra com as excelências que vestem a camisa da ética, da transparência e da moralidade… E, em caso de a CPI ser mesmo instalada, Feldman quer garantir uma comissão de inquérito inchada de senadores obedientes. A que custo?

Enquanto isso…

O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, continua preso e investigado pelo FBI, acusado de corrupção;

O presidente Marco Polo del Nero não sai do Brasil. Tem medo de ser preso em aeroporto estrangeiro e ir fazer companhia a Marin;

Novidades?

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  Dunga, a imagem das renovações 

E a alegria do brasileiro torcer para o Chile. Chile!!!

Baita evolução!

Foto: Reprodução/SporTV


Na capital da Copa das Copas, hospitais ficarão sem refeições
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José Cruz

estadio-nacional-brasilia-maquete1-440x279Em Brasília, onde o Governo do Distrito Federal gastou R$ 1,6 bilhão na construção de um estádio de futebol com72 mil lugares, a empresa fornecedora de alimentos para os funcionários de 16 hospitais e quatro UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) vai paralisar os serviços. Motivo: o governo, de Agnelo Queiroz, deve R$ 20 milhões à indústria de alimentação “Sanoli”, sendo R$ 8 milhões de julho e R$ 12 milhões de agosto.

Esse é o efeito do arrocho nas contas do governo distrital, um mês e meio depois de o Brasil ter realizado a “Copa das Copas”. Em 2013 e início deste ano, o governador Agnelo Queiroz determinou remanejar em torno de R$ 200 milhões dos orçamentos das Secretarias de Saúde, Segurança e Educação, para reforçar o caixa das obras do estádio Mané Garrincha.

Alerta

Em nota distribuída nos hospitais da cidade, no sábado passado, a direção da Sanoli advertiu que “sente-se no dever de esclarecer que se viu obrigada a paralisar os serviços de alimentação nos refeitórios dos hospitais da Secretaria de Saúde do Distrito Federal”.

Disse mais:

“Temos percorrido todos os caminhos administrativos e burocráticos na busca de uma solução para que o pagamento fosse regularizado, e notificamos judicialmente a Secretaria de Saúde, no último dia 4”.

Ontem, a assessoria da Sanoli informou, por telefone:

Temos matéria prima para no máximo 15 dias. Além de não termos o dinheiro que nos é devido, nos falta crédito, enquanto não pagarmos os nossos compromissos. Vamos suspender o fornecimento de alimentos, na medida em que os suprimentos forem acabando; primeiro para os funcionários, depois para os acompanhantes hospitalares e finalmente os doentes”.

Enquanto isso…

A assessoria da Secretaria da Saúde nega:

“Não há nenhum motivo para que a empresa Sanoli suspenda o fornecimento de refeições aos hospitais do DF, uma vez que a Secretaria de Saúde vem realizando os pagamentos regularmente. Desde o início deste governo, em 2011, a Secretaria de Saúde pagou a empresa Sanoli cerca de R$ 350 milhões. Na semana passada, foi feito um repasse financeiro de quase R$ 4 milhões à empresa. Para essa semana está agendado outro repasse no valor de R$ 8 milhões.”

Mas…

A assessoria da Sanoli confirmou, ontem à noite, que existe o débito de R$ 8 milhões, referente a julho. E ainda falta pagar agosto.

Vitimas da Copa

Os problemas na rede pública de saúde da capital da República são tão graves que doentes morrem sem receber atendimento ou por falta de medicamentos, fato que se tornou comum Brasil afora.

O mais recente caso no Distrito Federal é de 14 de agosto, quando um bebê de três meses, com pneumonia, aguardava vaga em uma UTI no hospital de Planaltina, nos arredores da capital. Ele morreu sem receber o tratamento adequado, apesar de a Justiça ter determinado a internação do paciente.


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