Governo vai “desenvolver” o futebol feminino
José Cruz
A promessa do ministro do Esporte, George Hilton, de “priorizar e desenvolver” o futebol feminino mostra que não se pode esperar muito da pasta neste novo-continuado governo de Dilma Rousseff
Não é missão do governo “desenvolver” qualquer esporte ou se misturar com campeonatos de futebol, como se desejasse estatizar essa prática esportiva, quem sabe por ser popular e isso render votos… Esse anúncio é espécie de intromissão nas competências da CBF.
Ministro Hilton com a cúpula da CBF e Fifa, fazendo promessas
Novos rumos
Com certeza o futebol feminino merece novos rumos, principalmente para se aproveitar o potencial técnico desperdiçado pela ausência de clubes, organização, competições, etc. Mas faltam visão e gestão empresariais, projetos conjugados com a CBF, como promover campeonatos regionais e nacionais com partidas preliminares da competição masculina, por exemplo.
Está claro que a CBF não está nem aí para isso, a não ser para promover a Seleção Brasileira feminina e garantir presença do país em eventos internacionais.
O ex-ministro Aldo Rebelo cometeu a mesma intromissão. Com R$ 10 milhões da Caixa financiou um campeonato nacional feminino com meia dúzia de clubes de três ou quatro estados. O que isso significou para o fortalecimento do esporte? Onde estão as jogadoras daquele evento? Quem foi a revelação? Qual o “legado” da ação do governo?
A CBF que assuma o que lhe compete – e agora, tem verba da Fifa para tanto. E que dê as mulheres o oportunidade de praticarem o esporte como “direito”, garantido a todos pela Constituição, promovendo o mercado de trabalho e valorizando novas seleções. Talentos temos de sobra.
A foto que ilustra este artigo é da assessoria de imprensa do Ministério do Esporte