Blog do José Cruz

Arquivo : março 2014

O esporte olímpico pelas tabelas
Comentários Comente

José Cruz

Aqui está a reportagem de Paulo Roberto Conde, da Folha de S.Paulo, mostrando a realidade da equipe principal de taekwondo de São Caetano do Sul, que tem seis atletas disputando vagas na seleção para os Jogos Rio 2016. Os depoimentos entristecem, principalmente por se tratar de modalidade que já conquistou medalha olímpica e é muito disputada Brasil afora.

Omissão

É possível que secretário nacional de Esporte, Ricardo Leyser, assim com o presidente do Comitê Olímpico, Carlos Nuzman, devem tirem o corpo fora alegando que o problema não é deles, mas da Prefeitura de São Caetano, que já havia pisado na bola com a equipe de ginástica.

Mas o silêncio e a omissão de tantos demonstra como estamos perdidos, devido, também, à fragilidade do Ministério do Esporte, que não se impõe sobre as instituições envolvidas, prefeituras, inclusive.

A velocidade com que os problemas no esporte olímpico estão se repetindo, mesmo diante do volume de recursos financeiros disponíveis (amanhã, quarta-feira, publicarei artigo sobre isso), assusta.

Os poderes desse segmento, Ministério do Esporte, COB e confederações, estão fragilizados,  sem força para reagir diante do caos instalado, apesar de muito dinheiro saindo pelo ladrão.


Taekwondo na miséria reforça necessidade de CPI do Esporte Olímpico
Comentários Comente

José Cruz

Crescem denúncias de desmandos no alto rendimento, fortalecendo a necessidade de criação de uma CPI do Esporte Olímpico com quebra de sigilo bancário e fiscal de todos os cartolas nos últimos 10 anos

 As mais recentes denúncias e protestos pela falta de verbas para treinos e competições vêm dos atletas da equipe principal do taekwondo. Eles precisaram fazer rifas  para disputar seletiva nacional, em Vitória. A notícia está aqui.

Há poucos dias, Arthur Zanetti fez passeata de protesto porque a prefeitura de São Caetano do Sul (SP) atrasou quatro meses os repasses de verbas para a equipe de ginática. Zanetti, medalha de ouro olímpico, é o líder da nova geração de ginastas, mas nem assim tem seu inédito título valorizado e prestigiado.

Semana passada, Maurren Maggi reclamou que está sem patrocínio. Também medalha de ouro olímpica, não consegue ganhos extras. Mas acredito que Maurren tenha Bolsa Atleta de expressivo valor,  além de renda da Confederação Brasileira de Atletismo. Pior é quem nada tem e está buscando lugar de destaque no time de cima. Como há 20 anos, a base, a iniciação, continuam desamparadas.

CPI

Por todos esses desmandos, diante da fartura de recursos públicos destinados ao alto rendimento, é que se torna indispensável a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, uma CPI para investigar o uso das verbas oficiais.

Essa CPI precisa ser instalada antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e é preciso, prioritariamente, que sejam quebrados os sigilos bancários e fiscais de todos os dirigentes de confederações nos últimos dez anos.

Esta semana publicarei um estudo sobre o dinheiro público no esporte olímpico que é de estarrecer se comparado com esses protestos de atletas que crescem a cada dia. Lembro que as confederações de Tênis, Basquete e Vôlei ainda devem explicações sobre as denúncias de uso irregular de verbas.

TCU e CGU já se articularam para investigar essas três entidades, no mínimo? A presidente Dilma Rousseff sabe que há efetivo desperdício de dinheiro público destinado ao esporte de alto rendimento?  Quem, afinal, está ganhando nesse comércio altamente suspeito, se os atletas de ponta reclamam que nada têm?


Esqueçam o que o ministro disse
Comentários Comente

José Cruz

Para quem não gosta de Carnaval sugiro a leitura do livro “Os descaminhos do futebol”, do jornalista Jaime Sautchuk.

Escrito em 2001, Jaime aproveitou a CPI da CBF Nike para publicar os melhores momentos daquela investigação e analisar, também com efoque histórico, a gestão desse esporte.

Já no primeiro parágrafo do prefácio do livro, assinado pelo Mestre Tostão, observa-se que hoje, 13 anos depois daquela CPI, continuamos na mesmice. Pior, quem sabe!

“O futebol brasileiro chegou a um grande impasse. Até hoje (2001…), vigora o modelo antigo, pseudo-profissional. Predomina a política de troca de favores e falta de transparência”.

Nos últimos 13 anos mudou alguma coisa? Nada! apesar de termos no comando do Ministério do Esporte o deputado Aldo Rebelo, que presidiu a CPI da CBF Nike.

Em seu livro, Jaime publica entrevista que fez com o então deputado Aldo Rebelo. Lá pelas tantas tem o seguinte diálogo:

Até onde a CPI pretendia chegar? – indagou Jaime Sautchuk.

 

aldo nike

Ironias do esporteCom agasalho do CPB, Aldo veste vistoso modelo Nike

 

Aldo Rebelo   “Nós precisávamos fortalecer a ideia do futebol como espaço do interesse público, não apenas como interesse privado. Ao fazer isso, naturalmente, não pretendíamos que o desporto brasileiro viesse a ser o que é em Cuba, por exemplo. Num país como o nosso, o Estado deve ser, em primeiro lugar, o regulador. E funcionar como o promotor, especialmente no amadorismo, nas bases, garantindo o esporte nas escolas, nos campos de várzea. Assegurar (o Estado!) a prática do esporte, sem tratar dos aspectos administrativos e financeiros. Naquilo que diz respeito aos negócios do futebol o Estado precisa desempenhar o papel de fiscalizador”…

É assim que funciona? Não, não é. Ao contrário, o ministério tornou-se parceiro dos cartolas, a ponto de apoiar o projeto de lei que perdoa a bilionária dívida fiscal dos clubes. O restante dessa história conhecemos bem.

Os descaminhos do futebol

De Jaime Sautchuk

2001 – Verano Editora e Comunicação Ltda.


Crise no vôlei sugere ressuscitar a CPI do esporte olímpico
Comentários Comente

José Cruz

A demissão de Marcos Pina da Superintendência Geral da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) demonstra que as denúncias sobre irregularidades vêm da gestão do presidente Ary Graça, são gravíssimas e envolvem dinheiro público. A consistência dos documentos levantados pelo repórter Lúcio de Castro fez tremer a casa do mais vitorioso esporte brasileiro e do principal banco do país, o do Brasil! A reportagem de Lúcio de Castro está aqui.

A desordem denunciada na atual gestão é continuação da de Ary Graça que, por sua vez, herdou a estrutura montada por Carlos Arthur Nuzman. Uma máquina  de funcionamento tão sigiloso que em 40 anos o poder esteve nas mãos de apenas três pessoas: Nuzman, Ary Graça e Pitombo Larangeira. Pitombo acompanha Nuzman e Ary há décadas.

Laranja?

As irregularidades começam com essa situação mal resolvida da presidência da CBV, em que Larangeira assina como “presidente em exercício”. Isso significa que, mesmo na presidência da Federação Internacional de Voleibol, Ary continua no comando da CBV? Não é estranho essa duplicidade? Aí se configura a tal “ditadura dos cartolas”, que comento seguidamente.

O repórter da ESPN, Lúcio de Castro identificou e comprovou que Marcos Pina, superintendente geral da CBV, tem uma empresa para captar patrocínios e fez isso com excelente remuneração na mais valiosa e histórica parceria, com o Banco do Brasil, onde faturou R$ 10 milhões.

Acompanho há muitos anos as negociações entre cartolas e estatais. E são eles, cartolas, que negociam diretamente com as gerências de marketing das empresas (Banco do Brasil, Caixa, Infraero, Correios etc) e, se preciso com as presidências, aí já com assessorias de políticos.

Portanto é estranho e suspeito que a CBV se socorra de uma empresa para assinar o contrato com o Banco do Brasil, pagando R$ 10 milhões pelo serviço. Nególcio estranho e suspeitíssimo, insisto.

Alerta

Este fato é um alerta para que o TCU e Controladoria Geral da União investiguem as demais confederações beneficiadas por verbas públicas. O governo do PT e o ministério do Esporte nas mãos do PC do B, ambiente de farta e comprovada corrupção aqui denunciada, são propícios a esses negócios ilegais para desviar dinheiro público. O caso do Mensalão, de triste final, é exemplo mais recente e volumoso de como os saques ocorrem sob um manto de “legalidade”.

A Confederação de Basquete e a de tênis estão no olho desse furacão e não podem ser ignoradas na fiscalização rigorosa dos órgãos de governo, assim como todas as outras 22 que recebem patrocínios oficiais.

Furacão e CPI

Este episódio envolvendo Marcos Pina é apenas um ventinho diante do furacão que vem por aí envolvendo as finanças do esporte olímpico, há dez anos sustentado pelo poder público.

As investigações da imprensa estão apenas iniciando. E já se tem esse resultado demolidor. Isso sugere que, além da atuação efetiva do TCU e da CGU, seja ressuscitada a proposta de uma CPI do Esporte Olímpico, engavetada no Senado Federal, há dois anos.

Essa proposta apavora Carlos Arthur Nuzman, mas ele está envolvido na atividade esportiva há décadas. A própria CBV tem hoje o perfil empresarial e promocional que ele deixou lá quando presidiu a entidade, a partir de 1975, há 39 anos…

Demissão em poucas linhas: http://www.cbv.com.br/v1/noticias.asp?IdNot=19508


O esporte e a farsa política
Comentários Comente

José Cruz

Paraibano de Campina Grande, o deputado Damião Feliciano assumiu ontem a presidência da nova Comissão de Esporte da Câmara Federal.  Ele é médico, especialista em cirurgia torácica e vascular e já foi secretário de Ciência, Tecnologia e do Meio Ambiente, em seu estado.

Depois de 10 anos integrados, Turismo e Desporto foram divididos para acomodar políticos que votam com o governo e, no caso, o beneficiado foi o PDT.

É o jogo do “toma lá, dá cá”, forma elegante de o governo agradar parlamentares que exigem recompensas para votar de acordo com as ordens do Palácio do Planalto. E isso não é novidade, vem de anos, décadas. PMDB e PDT são beneficiários antigos, pois  cargos partidários no Executivo, principalmente, são riqueza enorme, significa ter o orçamento ministerial sob controle.

Carreira dinâmica

O novo presidente da Comissão de Esporte está na Câmara dos Deputados desde 1999, onde chegou com filiação pelo PTB. De lá até hoje passou por outros cinco partidos, PMDB, PP, PL, PR e o atual PDT. O mandato de um presidente de comissão é de um ano, proibida a reeleição.

As comissões temáticas na Câmara e no Senado – Agricultura, Educação, Constituição e Justiça, Saúde etc – são os pontos de partida para discussões de projetos de leis. Ali também se realizam audiências públicas etc.

Um deputado pode participar de mais de uma comissão. Por isso, é comum ele não estar nunca em nenhuma das duas, pois ainda precisa comparecer às reuniões de plenário, normalmente à tarde, às reuniões de bancada e visitar as bases.

Desperdício

O desperdício da estrutura das comissões no Legislativo e do poder parlamentar para construir uma nova sociedade são reais. As comissões temáticas cumprem etapas na estrutura que legaliza atos do Legislativo, e contam com quadro funcional de qualidade, técnicos qualificados, além de cargos de confiança disputadíssimos.

Para evitar o desperdício, as excelências deveriam criar critérios para ocupar a presidência. Um deputado ou senador só poderia chegar ao cargo, por exemplo, se tivesse participado da mesma Comissão no ano anterior. Um novato ou alheio ao assunto não perderia tempo atualizando-se.

No caso da Comissão de Esporte deveremos ter um ano sem decisões importantes. E, pior, com um calendário atropelado por futebol e eleições, sem discussões que contribuam para mudar a mesmice do nosso esporte que, por sinal, está um caos.

Porque, como disse lá no início do artigo, a prioridade é o interesse partidário-parlamentar. Mas vamos em frente, hipocritamente fazendo de conta que está tudo muito bem.


20 Jogos Eternos do Cruzeiro
Comentários Comente

José Cruz

O companheiro Anderson Olivieri, que assina coluna de esportes no Jornal de Brasília, lança nesta quinta-feira,

27 de fevereiro, em Brasília, seu segundo livro,

“20 Jogos Eternos do Cruzeiro”, que conta alguns dos grandes momentos do clube da Toca da Raposa,

como os vividos pelos ídolos Tostão, Dirceu Lopes, Joãozinho, Alex, Sorín, Fábio entre outros craques.

 


Dossiê Vôlei: a busca continua
Comentários Comente

José Cruz

Segue a investigação sobre denúncias de irregularidades na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei). O trabalho é longo e exige persistência, porque as informações estão escondidas, como convém.

Ironia: o “presidente em exercício” da CBV é Walter Pitombo Larangeiras, assim mesmo, com “g”, quem sabe para disfarçar de “laranja”, porque, na prática, o presidente de direito continua sendo Ary Graça, apesar de ter vencido a eleição para a Federação Internacional de Vôlei em setembro de 2012, há 17 meses, portanto. Ary Graça poderá entregará a renúncia na assembleia de 14 de março. Ele está à frente da CBV há 16 anos. Entrou no lugar de Carlos Nuzman, que saiu para assumir o COB.

Dossiê

Publiquei ontem que o companheiro Lúcio de Castro havia chegado ao dossiê que contém irregularidades na gestão de Ary Graça. Não é isso. O que ele publicou foi resultado de longa investigação própria, de um trabalho que, como afirmei, está apenas iniciando. E, como disse Lúcio em mensagem que me enviou: “A situação do esporte no Brasil e sua cartolagem é tão dramática que não podemos pensar em glórias individuais, furos.” A partir dessa manifestação e como somos amigos de várias coberturas, pedi a ele para publicar a mensagem que me escreveu.

É oportuno para que o leitor tenha ideia de como é dura essa atividade na busca de informações verdadeira que envolve espertos, políticos e muita verba pública. A luta é desigual e o leitor precisa saber sobre isso, também. A mensagem que recebi é a seguinte:

Amigo de tantas jornadas olímpicas, coberturas e palestras por aí, mas acima de tudo amigo na convicção de que no nosso ofício, a busca incessante da verdade que alguns querem esconder é condição fundamental. Escrevo para agradecer as palavras em seu blog no UOL. E também para fazer um breve esclarecimento, se possível. 
 
Já há algum tempo venho apurando coisas do vôlei e outras modalidades.  Em 2012, está no site da ESPN, pedi acesso à informações sobre contratos da CBV com Ministério do Esporte e Banco do Brasil. Juntando coisas. Há 3 semanas, lendo seu blog, vi que a coisa esquentava e estava prestes a explodir. O título “Dossiê Vôlei” não foi dado por mim mas aprovado com louvor, não se referindo especificamente a um dossiê.

Com sua notícia, acelerei. Falei isso na TV. Percorri caminhos habituais de nosso ofício, justiça, cartórios, junta comercial, lei de acesso, Tribunais de Conta, Controladorias, instituições responsáveis por investigações, etc, montando esse quebra-cabeças. Algumas dessas instituições têm investigações em andamento, observando práticas repetidas.

 A reportagem publicada, assim como qualquer outra eventual, é fruto disso, como estão nos documentos reproduzidos, com seus pedidos de vista na justiça, cartórios, juntas, etc.  Realmente já ouvi sobre o tal “dossiê”, o que confirma que seu faro de grande repórter está correto. Infelizmente ainda não tive acesso a esses documentos por qualquer fonte, salvo essas públicas listadas acima.

Seria ótimo, mas até em nome do imenso trabalho que dá ser repórter, apurar, cruzar documentos, buscar em diferentes lugares, devo dizer que, por enquanto, não tive esse dossiê na mão.

Mesmo assim dá pra fazer muita coisa, sempre. Boa parte delas estava em processos da justiça. O que me anima a achar que outros meios de imprensa virão nessa história. A situação do esporte no Brasil e sua cartolagem é tão dramática que não podemos pensar em glórias individuais, furos.

Lamento ainda que, existindo realmente o “dossiê”, não seja divulgado, vazado, por quem quer que seja e tenha ele. Estamos falando de dinheiro oriundo de fontes públicas. Sonegar tais informações estando em poder dela não é o que se espera de quem milita no campo da ética. Faltam Sérgios Macacos no Brasil de hoje. Falta grandeza para que alguns entendam seus deveres como cidadão. Seguimos na luta. Te peço o esclarecimento, se possível.

Abraços,  Lúcio de Castro


Negócios suspeitos no vôlei: o dossiê revelado
Comentários Comente

José Cruz

Há três semanas denunciei:

Vitorioso vôlei enfrenta crise institucional”, a partir de um dossiê, até então sigiloso, que investiga a gestão do ex-presidente Ary Graça, agora na presidência da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). A propósito, tenho a informação de que Ary Graça ainda não se afastou da CBV. Deverá fazer isso numa assembleia, em março.

O dossiê

No Rio de Janeiro, o repórter da ESPN, Lúcio de Castro, com a experiência de cobertura de várias olimpíadas e eventos internacionais, teve acesso ao tal “dossiê”, que está nas mãos de influentes profissionais do setor, e confirma a denúncia original.

Por enquanto, só existe uma certeza: o fio do novelo dos negócios do vôlei brasileiro começa a ser puxado. Os primeiros movimentos revelam ingredientes de um folhetim daqueles em que ninguém pode dizer ao certo onde vai chegar”, escreveu Lúcio de Castro.

O texto completo da reportagem está aqui.

Público & privado

O esporte como “negócio” é próprio de uma instituição privada, como a CBV. Mas a Confederação de Vôlei recebe patrocínio do Banco do Brasil (R$ 60 milhões em 2012), cerca de R$ 40 milhões anuais da Lei Piva, via Comitê Olímpico, além de outras fontes públicas, como Lei de Incentivo ao Esporte.

Misturam-se os objetivos do esporte olímpico com o “business”, com o espetáculo, e quem está financiando boa parte das despesas é a verba pública, sem que o Ministério do Esporte questione essa dupla função das confederações em geral. Só isso já demonstra a desordem institucional do nosso esporte, o que interessa a muitos, claro.

O “dossiê” é revelado no momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff libera alguns milhões de reais a pretexto de “preparação da equipe aos Jogos Rio 2016”.

Insisto: enquanto há investimentos para que o país tenha resultados no megaevento olímpico, negócios milionários correm paralelos, com a participação de muita verba pública.

Uma coisa é a parceria do Banco do Brasil com o vôlei, numa estratégia de marketing de interesse empresarial. Outra é a omissão do Ministério do Esporte na destinação de seu orçamento para o desporto escolar, mas participando de eventos profissionais de alto rendimento que não são competência do Estado.

O dossiê sobre negócios suspeitos no vôlei está apenas começando. É preciso que os órgãos de fiscalização – TCU e CGU – avancem sobre outras modalidades que fazem do esporte  “negócios” lucrativos, como o tênis, o basquete, o handebol, por aí vai. Com certeza isso mostrará que essa prática é antiga, muito antiga, e vai bater em gestões de anos remotos…

Imagina nos Jogos!!!


Crise anunciada no basquete, mas com grana garantida
Comentários Comente

José Cruz

O secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, declarou que poderá rever a liberação de recursos financeiros para a Confederação Brasileira de Basquete. Foram R$ 14 milhões, em 2013.

“Hoje a gente percebe que o ponto frágil do sistema (no basquete) é a Confederação”.

Hoje. Secretário? Há quatro anos isso foi denunciado!

Leyser deu essa declaração depois de um puxão de orelhas do secretário-geral para as Américas da Federação Internacional de Basquete, o argentino Alberto Garcia. Para entender os detalhes dessa crise sugiro a leitura do artigo de Fábio Balassiano, aqui.

Desde 2009 publicam-se os balanços da CBB com rigorosa análise de especialistas. E os alertas de que se tratava de uma entidade falimentar, fosse a Confederação uma empresa comercial.

Mesmo assim, Ricardo Leyser manteve os cofres abertos, e o desastre está aí. Precisou um dirigente argentino lhe dizer sobre a fragilidade na gestão financeira da CBB  que repercute, também, na falta de fomento e temor de que seu presidente, Carlos Nunes, não cumpra compromissos internacionais.

Desastre

Esse é mais um desastre no esporte brasileiro em 11 anos de governo do PT: temos um Ministério do Esporte que é cabide de empregos para muitos desocupados do PCdoB; fartura de dinheiro, instituições funcionando, mas  um Conselho Nacional do Esporte que se reúne apenas para cumprir tabela. Com a presença de atletas!

Mas não temos a mínima fiscalização nos convênios entre o Ministério e os beneficiados. Porque não há equipe, apesar de cargos fartos que o ministro Aldo Rebele dispõe! E o desastre apareceu.


O vexame do basquete: novo calote?
Comentários Comente

José Cruz

A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) presidida por Carlos Nunes, ainda não pagou o “convite” para jogar a Copa do Mundo de Seleções, na Espanha, em agosto. Se não honrar o compromisso ficará fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O vergonhoso alerta, em tom indignado, é do secretário-geral da Federação Internacional de Basquete para as Américas, o argentino Alberto Garcia.

Na reportagem de Daniel Neves, do UOL Esporte,Garcia afirma que a CBB “está quebrada e não tem condições de cumprir uma série de compromissos assumidos com a Federação Internacional na conquista de um convite para a Copa do Mundo da modalidade.”

Não será o primeiro calote da confederação patrocinada pela Eletrobrás passa por situação dessas. No ano passado, o Banco Itaú processou Carlos Nunes para receber um empréstimo feito à Confederação que ele preside.

Situação ruim

Em outra entrevista, o secretário Garcia disse mais?

“Estamos muito preocupados com a administração da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). A situação financeira da entidade está muito ruim”, afirmou.

Garcia irritou-se com a recusa de um convite ao Brasil para um torneio sub-18 feito pela Euroliga, em Milão.

“Alegaram que não havia dinheiro”, disse o dirigente, que alertou para o fracasso no trabalho de base: “A Liga feminina tem oito equipes, e todos os times do NBB precisam de estrangeiros para completar seus elencos. Não há formação de jogadores. A base não existe”.

Desde 2011 eu e o companheiro Fábio Balassiano, que assina o blog Bala na Cesta, denunciamos a precária gestão da CBB, com base em seu balanço financeiro anual.

Irresponsabilidade

Mesmo diante desse quadro caótico de uma instituição filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro, o Ministério do Esporte liberou R$ 14,6 milhões para a CBB, no ano passado, em várias parcelas. Entre os projetos contemplados estavam dois para a preparação das equipes masculina e feminina “sub-18”, totalizando R$ 3,6 milhões.

Quem liberou a grana foi o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, que já sabia que a gestão financeira da CBB era temerária e com fama de má pagadora.

Mas a gestão temerária é, também, de Ricardo Leyser Gonçalves, que demonstra não ter responsabilidade na destinação do bem público que administra, entregando quantia volumosa, no caso os R$ 14 milhões, a um dirigente que foi processado para pagar uma conta.

Sem esquecer que a Confederação de Tênis também já esteve na lista dos escândalos, quando seu presidente, Jorge Rosa, desviou R$ 440 mil de verba pública. Devolveu a grama, disseram lá do Ministério. Não sei, nunca vi o recibo do depósito. Mas é mais um caso olimpicamente vergonhoso!

Que tal? Imagina nos Jogos!

Saiba mais:

http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2013/07/05/por-falta-de-pagamento-itau-processa-confederacao-e-coloca-presidente-carlos-nunes-como-reu/

http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2013/08/20/confederacao-reconhece-divida-por-emprestimo-nao-pago-e-tera-que-pagar-mais-de-r-4-milhoes-ao-itau/