Blog do José Cruz

Arquivo : novembro 2013

Já vimos este filme. Triste!
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José Cruz

Agnulo

Brasília será sede dos Jogos Universitários, a Universíade, em 2019. O anúncio foi feito em Bruxelas, quando o governador Agnelo Queiroz discursou:

“Até 2019, vamos incrementar a prática do esporte universitário no Brasil.”

Agnelo não tem autoridade para fazer uma afirmação dessas, pois isso é iniciativa do governo federal. E o Ministério da Educação e do Ministério do Esporte não se interessam pelo desporto escolar e muito menos no universitário. Não há qualquer iniciativa nesse sentido, há anos…

Assim estão confirmados para Brasília os Jogos Escolares (a partir de 28 de novembro) e os Jogos Universitários, mas não temos nem a elementar prática de educação física nas escolas públicas.  E na universidade a situação é vergonhosa!

Mais:

Agnelo nem sabe se será candidato a reeleição em 2014, pois o diretório regional do PT quer vê-lo longe do próximo pleito, tal a sua rejeição, segundo pesquisas. Mesmo assim, o governador assume compromissos para 2019, com promessas de mentirinha.

O governo federal que prepare o cofre!

Com licença

Peço licença ao companheiro Juca Kfouri para reproduzir sua coluna deste domingo, na Folha de S.Paulo. Ela revela um pouco mais sobre os bastidores  e a forma ilusória como se desenvolvem alguns segmentos do esporte no país.

Confiram:

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/2013/11/1369333-dilma-rousseff-precisa-saber.shtml

 


1000 dias olímpicos: “rouba mas faz”
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José Cruz

Coincidentemente, é neste dia simbólico da contagem regressiva para os 1000 dias da abertura dos Jogos Rio 2016 que repercute a crítica da presidente Dilma Rousseff  ao TCU (Tribunal de Contas da União).

“Eu acho um absurdo paralisar obras”, disse Dilma, no Rio Grande do Sul, referindo-se às recomendações TCU para suspender projetos suspeitos de irregularidades, Brasil afora. Pode-se ler, também, “suspeitos de corrupção”, como demonstram, por exemplo,  investigações nas obras para a Copa do Mundo.

O Brasil da era PT “descobriu” que esporte não só provoca emoções como incentiva o lucro e supervaloriza o gasto público. Mas não “descobriu”, ainda, que a transparência, marca registrada do partido em longínquas campanhas, é indispensável para que o pódio esportivo seja, também, de resultados econômicos efetivos. A farta corrupção na preparação dos megaeventos está documentada pelos órgãos de fiscalização do próprio governo em infindáveis e já desacreditados processos, diante do depoimento de Dilma.

Seis anos depois, ainda tramitam por salas e sessões do TCU volumosas investigações dos Jogos Pan-Americanos 2007. Até hoje ninguém apresentou um balanço convincente sobre aquele desperdício de R$ 4 bilhões aos cofres do governo, evento sem legado e por isso de triste memória.

O Ministério do Esporte publicou um florido relatório sobre o Pan, onde elogia sua própria gestão. Mas nada que se dê crédito, pois os desmandos registrados pelo TCU além do descaso na execução das obras foram explícitos. A destruição do velódromo, a eliminação do registro internacional do laboratório antidoping, Ladetec, a falta de políticas públicas integradas do esporte, saúde e educação em comunidades carentes são exemplos desse desatino público.

É nesse panorama em que se festeja os 1000 dias  que a presidente Dilma sugere que o TCU limite suas opiniões sobre paralisações de obras suspeitas de superfaturamento.

Os empreiteiros, maiores contribuintes de campanhas políticas, devem estar rindo largamente e esfregando as mãos, diante da manifestação oficial que é um estímulo ao “rouba mas faz”.

Que venham os Jogos!


A novela sem fim dos R$ 105 milhões
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José Cruz

O secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves, inclui mais um inadequado capítulo na chata novela de dois anos, que envolve R$ 105 milhões para a formação de atletas, através da Confederação Brasileira de Clubes (CBC).

Em entrevista ao companheiro Eduardo Ohata, na Folha de S.Paulo, diz Leyser:

“Se os clubes não se entenderem, vamos alterar a lei e o governo é que irá executar” (a aplicação dos recursos).

Não é o “conflito” que atrapalha, mas a irresponsabilidade do próprio Ministério do Esporte que não conclui as normas para o uso dos recursos.

Há dois meses, o companheiro Aiuri Rebebllo publicava no UOL Esporte sobre esse assunto. Mas, ainda hoje, o Ministério do Esporte continua emperrado no cumprimento da lei

Os recursos ainda não foram distribuídos entre projetos dos clubes porque o Ministério do Esporte precisa dizer, antes, quanto por cento do valor disponível poderá ser usado nas ações administrativas. Essa é uma exigência que bate, inclusive, no Tribunal de Contas da União.

Há duas semanas, Leyser afirmou, em plenário lotado na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, que a portaria sobre isso estava na área jurídica do Ministério estava na área jurídica. E, em uma semana, seria publicada no Diário Oficial. Nada aconteceu.

Leyser está atrasado sete meses, quando o Decreto n. 7984/13 que trata do assunto determinou que Ministério do Esporte definisse o limite de recursos em despesas administrativas.

Finalmente: a ameaça de Leyser, de o Ministério gerir os recursos afins, é uma temeridade, pois se o secretário não consegue, em sete meses, cumprir uma simples lei de fixação de percentual, o que se pode esperar se ficar por sua conta a aplicação da verba?


Jogos Universitários Brasileiros: falência anunciada?
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José Cruz

Sem a força política e a grife do COB, aumentaram as dúvidas e inquietações sobre o futuro dos JUBs. Situação recorrente é a superioridade das instituições particulares de ensino. Poucas universidades federais e estaduais se fazem representar. A impressão é que não há prática esportiva no ensino público

 

Por Mário Medaglia

Fiquei dois anos sem participar como jornalista dos Jogos Universitários Brasileiros. Voltei agora, em Goiânia, para trabalhar na cobertura das equipes da Fundação Catarinense do Desporto Universitário, e fiquei preocupado com o que constatei nos onze dias em que estive ao lado da delegação do meu estado.

A partir de 2011, em Campinas, acabou a parceria entre a CBDU (Confederação Brasileira do Desporto Universitário) e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro). O acordo era renovado a cada ciclo olímpico, e a partir de 2012 a CBDU optou por retomar a organização dos JUBs.

Segundo a CBDU, o COB não repassa o valor correspondente a 5% da Lei Piva (em torno de R$ 8 milhões, em 2012), destinados ao desporto universitário. Mas paga as despesas dos Jogos mediante prestação de contas.

A primeira consequência foi a diminuição de recursos e da visibilidade do evento, com o fim da cobertura da Globo e da Sportv. O centro de imprensa, montado em uma sala diminuta, sem equipamentos e coordenado por jornalistas inexperientes, não ofereceu condições de trabalho para os profissionais e para atendimento da grande demanda na busca por informações atualizadas. O site da CBDU esteve sempre atrasado, inconcebível com os recursos hoje disponibilizados

Felizmente para os atletas – muitos de seleções brasileiras -, não houve grandes transtornos no desenvolvimento da maioria das dez modalidades, a não ser para a natação, com a etapa final disputada simultaneamente com uma competição local, o handebol e o basquete masculino, programados para locais inadequados.

O complexo esportivo do Sesi supriu bem as necessidades da natação, judô, futsal e voleibol, basquete 3×3 e o vôlei de praia. O atletismo contou com uma pista sintética na PUC.

Os conflitos e obstáculos estão na concepção dos Jogos. A maioria das federações universitárias sobrevive de doações e patrocínios escassos. Sem a força política e a grife do COB, aumentaram as dúvidas e inquietações sobre o futuro dos JUBs.

Situação recorrente é a superioridade das instituições particulares de ensino. Poucas universidades federais e estaduais se fazem representar. A impressão é que não há prática esportiva no ensino público.

Também é danosa e limitadora para as equipes, a concorrência com competições estaduais e de ligas, e a má vontade de alguns dirigentes de federações. A prioridade é determinada por eles, por eventuais patrocinadores ou pelas próprias universidades, que sustentam com bolsas parciais ou integrais atletas de diversas modalidades.

Na sua próxima realização de avaliação a CBDU terá que encarar essa realidade se quiser evitar o esvaziamento gradual do seu maior evento.

 

Mário Medaglia é jornalista esportivo em Florianópolis


Com dinheiro, boxe evolui, mas estrutura do esporte ainda é frágil
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José Cruz

O presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Mauro José da Silva, fez um apelo para que a  Câmara dos Deputados analise a situação caótica das federações esportivas. “Não sei como conseguem sobreviver”, disse ele, revelando que é no trabalho das federações – sediadas nas capitais –  que se revelam novos talentos.

A realidade das federações de boxe (uma em cada estado) é a mesma de todas outras modalidades, esportivas, olímpicas ou não: totalmente abandonadas, desprezadas na estrutura do esporte.

Com o passar dos anos, COB, confederações e clubes foram atendidos por legislações verbas públicas sempre atualizadas, mas em nenhum ato do governo as federações foram incluídas para que, bem estruturadas, se integrassem efetivamente ao sistema esportivo. Muitas estão falidas, outras foram fechadas e boa parte precisou trocar de nome para fugir da responsabilidade do trambique dos bingos. Há federações que hoje devem mais de R$ 1 milhão ao fisco!

Ausências

O apelo de Mauro José da Silva foi durante audiência pública na CTD (Comissão de Turismo e Desporto) da Câmara dos Deputados.

Porém, a mensagem não encontrou um só deputado em plenário, afora dois que estavam na mesa, o presidente da Comissão, Valadares Filho, e o ex-lutador Acelino Popó. Não é novidade, pois o desinteresse da maioria dos parlamentares por assuntos fora do futebol é comum na CTD.

Previsão

O boxe está cotado para conquistar pódio nos Jogos Rio 2016. Faz sentido a aposta: depois das medalhas de prata e dois bronze nos Jogos de Londres, neste ano o Brasil esteve no pódio de todos os 14 torneios internacionais que disputou.

“Foram torneios importantes, para os quais mandamos a primeira equipe. Para os torneios menores quem viaja é o segundo time, que está sendo preparado para os Jogos de 2020”, explicou Mauro José da Silva.

Mais: entre 2010 e 2013, só o Comitê Olímpico investiu R$ 10 milhões na modalidade, recursos da Lei Piva, segundo Jorge Bichara, gerente geral de Performance Esportiva do COB.

Além disso, a Confederação de Boxe tem o patrocínio da Petrobras, recurso que tem o Instituto Passe de Mágica como gestor. Mas os investimentos são em projetos distintos.

“A gerência de Planejamento do COB analisa os projetos que serão contemplados com recursos da Lei Piva e identifica a origem de outros recursos públicos naquela confederação”, explicou Bichara. “Dessa forma, não há duplicação de recursos num mesmo projeto”.

O boxe, enfim, segue a estratégia do judô, colocando seus melhores lutadores em importantes eventos internacionais, onde enfrentam alguns de seus possíveis adversários olímpicos. Conhecem seus estilos e melhor armam suas estratégias nas competições mais valorizadas.

As audiências públicas deste ano, na Comissão de Turismo e Desporto, têm sido riquíssimas em informações. Mas, lamentavelmente, sem a presença das excelências que, partir dos depoimentos, poderiam sugerir as mudanças de rumo necessárias nos assuntos que já foram apresentados.


Maluf faz escola na gestão esportiva
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José Cruz

Condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por superfaturamento em obras públicas, o deputado Paulo Maluf tem algo em comum com a gestão do esporte: a corrupção institucionalizada.

As denúncias de corrupção com verbas públicas em projetos esportivos tornaram-se frequentes, apesar de o burocrata do Ministério do Esporte de todos os tempos, de todos os governos, tentar esconder a realidade dos desmandos. Se divulgasse, mostraria eficiência na fiscalização e, quem sabe, inibiria os fraudadores.

Em São Paulo, está em sigilo de justiça um volumoso processo contra a Confederação de Tênis. Em outro processo, o presidente Jorge Rosa já havia aplicado o golpe da nota fiscal fria, numa prestação de contas da Lei de Incentivo ao Esporte. Devolveu a grana. Mas responde a outros processo do gênero.

E assim é outras  modalidades, muitas reprovadas na prestação de contas junto ao Ministério. E este é o segundo fato comum entre Maluf, que foi prefeito de São Paulo há 20 anos,  e os gestores esportivos: ficam impunes, ninguém perde o privilégio de bons cargos. Reconheço que há instituição esportiva rigorosa e que age corretamente. Mas o número de processos na CGU e TCU comprovando a fraude é de assustar.

Enfim…

De onde sai o dinheiro que é devolvido ao cofre público? Do bolso de quem fraudou, de quem recebeu pelo superfaturamento, do bolso do gestor irresponsável?

Na ESPN, o companheiro Marcelo Gomes aprofunda reportagem sobre a Confederação de Taekwondo, e só depende das manifestações do Ministério do Esporte e Comitê Olímpico para apresentar novo documentário da série.

Está claro que Maluf, os políticos e o gestor esportivo em geral se beneficiam principalmente da legislação, que acaba incentivando as falcatruas. A pena judicial existe, mas as investigações, a burocracia e os graus de recursos são tantos que demoram até duas décadas para encerrar um processo.

Ao contrário, se um larápio rouba uma loja e  é pego pela polícia, os bens são devolvidos e gatuno é preso. Na política em geral e no esporte não.  A fraude está se tornando frequente e gestores continuam em seus cargos. Como Maluf, sempre sorrindo, insinuando que o deboche também está institucionalizado.


CBDA gasta 39% de sua receita com “manutenção e gerais”
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José Cruz

Dos R$ 28 milhões de receita da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) em 2012 os serviços de “manutenção e gerais” consumiram 39,29%, R$ 11,2 milhões. Esse valor é pouca coisa menor que os R$ 15,8 milhões aplicados em projetos de natação, polo aquático, águas abertas, nado sincronizado e saltos ornamentais. Os dados constam do balanço da CBDA.

Com estes valores fica mais fácil entender o comentário do jornalista e técnico de natação, Alex Pussieldi

Ele classificou como “alarmante” a queda da prática de natação nas categorias menores, onde estão concentrados os valores para a renovação da equipe principal.

Balanço

Em 2012, a CBDA recebeu R$ 23,4 milhões de patrocínios, entre eles dos Correios, o principal parceiro. Mais R$ 3,7 milhões da Lei Piva, totalizando 28 milhões de receita.

Mas, apenas um quarto dessa receita foi aplicado em projetos de natação, R$ 7,5 milhões, registrados no balanço como “despesas operacionais”.

Os investimentos de 2012 foram assim especificados no balanço da CBDA:

MODALIDADE

(R$ milhões)

Natação

7,5

Polo aquático

3,8

Águas abertas

1,5

Nado sincronizado

1,8

Saltos ornamentais

1,0

TOTAL

15,6

Enquanto isso

Os principais clubes brasileiros, entre eles o Minas Tênis, de Belo Horizonte, e o Pinheiros, de São Paulo, captam recursos na Lei de Incentivo ao Esporte para projetos específicos das modalidades aquáticas.

Ou seja, é nos clubes que está concentrada a prática de natação que, como se sabe, nada recebem da CBDA.

Finalmente, o que significa “manutenção e gerais” para consumir cerca de 40% do dinheiro público recebido pela CBDA? Salários, alugueis, pesquisas, limpeza, viagens, hospedagens, alimentação?

Não está em questionamento a lisura da aplicação dos recursos, mas a falta de políticas para se definir, em todas as modalidades, quem é responsável pelo setor mais atingindo, a base, a iniciação, os jovens atletas.


Dinheiro para “formação de atletas” continua sem uso: R$ 106 milhões
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José Cruz

Chegamos a novembro e até hoje o Ministério do Esporte não definiu sobre o percentual que poderá ser usado nas despesas administrativas da Confederação Brasileira de Clubes (CBC), no uso de recursos das loterias federais.

Com isso, R$ 106 milhões estão guardados num banco sem aplicação em seu fim específico, “formação de atletas”.

Relembrando:

Em 8de abril a presidente Dilma assinou o Decreto n. 7984/2013, regulamentando a Lei Pelé, (nº 9.615/98).

A partir daí estava oficializado o repasse de recursos da Caixa para a Confederação Brasileira de Clubes investir na “formação de atletas”.

Mais:

O artigo 22 do decreto dizia que o Ministério do Esporte definiria o limite de recursos a serem aplicados em despesas administrativas.

Ou seja, desde abril, que a Secretaria de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, dirigida por Ricardo Leyser Gonçalves, sabia que tinha esse compromisso ou, melhor, obrigação.

Agora, seis meses depois da edição do decreto, o Ministério continua enrolando. A notícia mais recente é que a portaria sobre o assunto esta na área jurídica do Ministério.

Enquanto isso…

As autoridades do Ministério do Esporte ignoram que há centenas de atletas nos clubes, Brasil afora, que dependem desses recursos financeiros para evoluírem em seus programas. E agem como se isso fosse normal, que não há um calendário a ser cumprido, eventos oficiais na agenda, compromissos dos atletas para com seus técnicos, academias etc.

Mas somos um país olímpico…


Natação “involuiu”: números são alarmantes
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José Cruz

Por Alex Pussieldi 

 

É algo que venho defendendo há um bom tempo. A situação das categorias inferiores no Brasil é caótica. Infelizmente, a cada ano temos menos gente fazendo natação competitiva em nosso país.  Até nosso campeão olímpico e recordista mundial César Cielo foi capaz de ver isso, quando revelou que após o ouro de Beijing 2008 a natação do Brasil “involuiu”.

Isso é fato! Julian Romero publicou um levantamento fantástico na Best Swimming onde se vê ano a ano a queda do número de nadadores participantes nos Festivais Mirim e Petiz no Brasil.

Lembro que na década de 90 tivemos um Norte-Nordeste Mirim e Petiz que eram mais de 1.200 atletas. Só o Clube Português do Recife eram 121 nadadores. A soma dos quatro regionais (Norte-Nordeste, Sul-brasileiro, Sudeste e Centro-Oeste) realizados neste mês deu 1.293. A soma!

Nossa natação está caduca

Fazemos o mesmo formato, a mesma competição, o mesmo programa há mais de 20 anos e os números só fazem diminuir. O investimento na natação de alto nível e os resultados são extremamente positivos, mas a natação de base do Brasil está morrendo. O número de piscinas olímpicas e as condições delas comparadas com  20 anos atrás são um outro indicativo da falta de investimento na estrutura.

Algo precisa ser feito

Já nem dá mais tempo para buscar o responsável ou culpado disso. A hora é de encontrarmos uma solução.

Se a base é cada dia menor, a tendência é a pior possível para o futuro.

Convido a todos para ler o artigo publicado na Best Swimming por Julian Romero clicando aqui. E também o editorial que desenvolve ainda mais este tema clicando aqui.

 

O brasileiro Alex Pussieldi, há 11 anos nos Estados Unidos, é técnico de natação, dono de clube, empresário, jornalista, comentarista de natação do SporTV e assina o Blog do Coach


Avanços e recuos do esporte e da educação fisica
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José Cruz

Aos 53 anos, Brasília tem uma ainda recente história, e um dos capítulos da capital da República está no livro “Esportes – ponto de partida.

Escrito pelos jornalistas  Luiz Roberto Magalhães e Paulo Rossi, a publicação é uma preciosidade. Principalmente, porque, como disse Luiz Roberto,  boa parte foi escrita a partir de entrevistas e depoimentos de testemunhas “daqueles” tempos.

Fartamente documentado, Ponto de Partida, conta bastidores de atletas que aqui começaram carreiras e se tornaram famosos.

Alguns registros

Joaquim Cruz, ouro nos 800m, Jogos de Los Angeles; o judoca Luciano Correa, campeão mundial, categoria 100kg, em 2007; Ketleyn Quadros, também judoca, bronze nos Jogos de Pequim e a primeira brasileira a conquistar o pódio olímpico em provas individuais; Lars e Torben Grael, que começaram carreira velejando no Lago Paranoá; o “Mão Santa”, Oscar Schmidt. Leila e Ricarda, no vôlei, antes de Paula Pequeno, Tandara e Fabíola, todas com passagem pela Seleção Brasileira; o tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet, enfim.

Mas…

Um dos atores do livro é o carioca Marco Antônio Moraes, que aqui chegou com a fundação da cidade, depois de aprovado em concurso do GDF. Professor de Educação Física, ele se envolveu com o esporte, em geral, e o vôlei, em particular.

No depoimento que deu e nas fotos que apresentou Marco Antônio, hoje com 74 anos, mostrou que “naquele tempo” os estudantes tinham participação efetiva nas aulas de educação física e na prática de uma ou outra modalidade esportiva. Era matéria era curricular, obrigatória.

Essa é “memória” triste, mas indispensável, no l.ivro de Luiz Roberto e Paulo Rossi.

Ao mostrar como o governo já foi exigente nesse quesito, os autores exibem a regressão no sistema de ensino ao longo dos anos. Educação Física é matéria “obrigatória”, há lei neste sentido. Hoje, sem a prática esportiva de ontem, tornou-se aula de lazer, de faz de conta

Os governos que se sucederam relaxaram e abriram mão dessa preciosidade que é a prática de educação física, tanto colocando os alunos em contato com o esporte quanto contribuindo com a formação do caráter dos jovens.

Nesse aspecto, nosso atraso é sem igual. Pior: não há previsão para solucionar o grave problema a curto nem a médio prazos, pois as excelências do Ministério da Educação não gostam de debater sobre esse assunto.

Esporte – Ponto de Partida

Editado pelo Instituto Terceiro Setor

Pedidos pelo site www.brasiliagenda.com.br/

Fone: 61 3321 9922