Blog do José Cruz

Arquivo : junho 2015

DIESPORTE – Como, onde e porque (não) se pratica esporte no Brasil
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José Cruz

Aldemir Teles

Professor da Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco

O DIESPORTE, Diagnóstico Nacional do Esporte, divulgado na última segunda-feira, reproduz alguns dados já conhecidos. Outros, embora inéditos, não surpreendem, a não ser pelos valores percentuais encontrados.

Entre outros equívocos cometidos no Diagnóstico, um dos mais evidentes e que chamou atenção de especialistas, foi não categorizar adequadamente esporte e atividade física. Assim, “academia”, que não é nem esporte nem atividade física, entrou nas duas categorias como dos mais “praticados”.

Esportes como o futsal é menos praticado do que “academia”, mas não tem vez na lista entre as atividades físicas mais praticadas, como o voleibol, por exemplo. A pesquisa falha, ainda, por não ter apresentado detalhadamente a metodologia, além dos dados sobre infraestrutura e financiamento, como prometido.

Sedentarismo

O número de sedentários apresentado no documento não representa novidade, por isso não deveria causar surpresa ao ministro George Hilton. Segundo a pesquisa VIGITEL 2014, (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde, são 48,7% de sedentários. O Diesporte aponta para 45,9% de sedentários.

Embora confusos e, por isso, pouco esclarecedores, alguns dados do diagnóstico, e outros estudos, sugerem que a origem dos problemas apresentados, como sedentarismo, obesidade etc. estão na escola. Devem-se ao fracasso das propostas pedagógicas para a disciplina de educação física e a forma como o conteúdo esporte passou a ser conceituado e tratado pedagogicamente, após o final da década de 1980.

Causalidade circular

Isso ocorreu com o surgimento da corrente marxista, nesse período, formada por professores de várias universidades do país. O movimento propunha uma “teoria crítico-superadora” para a educação física e para o esporte. “A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo… capitalista” foi um dos motes. O movimento influenciou e ainda influencia, fortemente, milhares de acadêmicos de educação física Brasil afora. Os agora ex-acadêmicos são os atuais professores que, de alguma forma, reproduzem as tais teorias.

Os números apontam para os argumentos defendidos aqui. Vejamos alguns deles:

1 – Na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2012), 63,1% dos alunos adolescentes avaliados foram considerados insuficientemente ativos (menos de 300 minutos de atividade física acumulada nos sete dias anteriores à avaliação).

2 – O Diesporte aponta que 69,3% tiveram iniciação no esporte entre os 6 e 14 anos. O dado demonstra que ao menos 30% de jovens nessa faixa, em idade escolar, não tiveram acesso à prática esportiva.

3 – O início da prática esportiva ocorreu na Escola/Universidade para 48% dos pesquisados. Isso significa que mais da metade dos sujeitos não tiveram oportunidade de aprender esportes na escola; e que outros só tiveram acesso ao esporte ao chegar à universidade. Como se explica isso no país que pretende ser potência olímpica?

4 – A pesquisa informa que 45% das pessoas abandonam a prática de atividade física e esporte entre 16 e 24 anos. Mas eles mal começaram…

Estou cada vez mais convicto de que a tarefa de mudar os hábitos dos brasileiros em relação à prática regular da atividade física e do esporte não é do Ministério do Esporte e sim do Ministério da Educação.

É na escola, onde se universaliza a cultura e o conhecimento, que o aluno pode aprender sobre a importância da prática da atividade física e do esporte, o conhecimento de como, quando e porque praticar, além do prazer pelo movimento.

Mais do que se tornar uma potência esportiva, é preciso desenvolver no país a cultura em torno do esporte. E esse é um papel, especialmente, da escola.  A figura ilustra as consequências, para qualquer sistema esportivo, da falta de investimento no esporte escolar. O professor Gustavo Pires chama de teoria da “Causalidade circular”.

 


Mesmo sem credibilidade, Basquete tem apoio do Governo para novo patrocínio
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José Cruz

Conforme os últimos artigos e reportagems de Fábio Balassiano, do UOL Esporte, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) …

… perdeubasket o patrocínio da Eletrobras , numa parceria conflituosa e sem retorno da modalidade à estatal;

… fechou o balanço de 2014 com dívida de R$ 13 milhões,  38% a mais sobre o ano anterior;

… teve queda na receita (R$ 24,5 milhões), em 2014, retrocedendo aos níveis de 2011;

a CBB vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto…”, registrou uma auditoria “independente;

… ainda deve R$ 3,2 milhões à Federação Internacional de Basquete, valor do “convite” para a Copa do Mundo da Espanha, em 2014, porque não se classificou na seletiva;

… se essa dívida persistir até 31 de julho, as Seleções masculina e feminina terão que disputar seletivas aos Jogos Rio 2016;

Mas…

 ainda assim, o ministro do Esporte, George Hilton, negocia com os Correios para patrocinar o basquete.

Quando o Palácio do Planalto lançou o “Plano Brasil Medalhas” – para colocar o Brasil no top 10 dos países olímpicos – 22 modalidades firmaram parcerias com oito estatais. Algumas não tinham pretensão de patrocinar certos esportes, como a Caixa com o ciclismo BMX. Acabou cedendo à pressão do Planalto”.

Estaria o basquete, de vitoriosas gerações, nessa situação de ser renegado por falta de resultados, sem cumprir a parte que lhe compete na parceria de patrocínios e apresentar, por cinco anos gestão temerária no uso de verbas públicas?

Enquanto isso…

ministro esporte

Por que George Hilton insiste nesse negócio perigoso, diante da comprovada incapacidade de gestão da diretoria da Confederação de Basquete?

Por que o ministro não questiona e investiga sobre as suspeitas contas da CBB?

A presidente Dilma Rousseff, comandante de um rigoroso ajuste nos gastos públicos, sabe que está sendo armado um negócio altamente explosivo que irá onerar as já sacrificadas contas federais?

Enfim, essa é mais uma ideia palaciana ou do próprio ministro?


Em plena crise da economia, governo financia caos do basquete
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José Cruz

“A entidade vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto. A administração da entidade deve planejar e/ou buscar alternativas de curto prazo para reverter esta situação”

Alerta da auditoria independente sobre a precaridade na gestão financeira da Confederação de Basquete

A Confederação Brasileira de Basquete (CBB), sustentada por verbas públicas, fechou 2014 com déficit de R$ 13 milhões. Crescimento de mais de R$3,6 milhões sobre o passivo de 2013. Esta é a realidade que está no balanço financeiro da CBB, com análise dos números de Fábio Balassiano, em seu blog “Bala na Cesta”, que aconselho a leitura de toda a série deste tema.

baskett

(I)responsabilidade

Desde 2010 a situação da Confederação de Basquete é de falência, fosse ela uma empresa privada. Não fechou porque, apesar da gestão precária do presidente Carlos Nunes, o basquete continua, inexplicavelmente, recebendo verbas e mais verbas dos cofres públicos, do Ministério do Esporte, em especial, através de convênios e da Lei de Incentivo.

No ano passado, mesmo depois de Fábio Balassiano ter divulgado o déficit de R$ 9 milhões em 2013, o Ministério do Esporte liberou R$ 12 milhões para a Confederação! Em 2011, quando a situação já era precária, lá se foram R$ 5 milhões da mesma pasta.

Receita e prejuízo

No ano passado a CBB teve receita de R$ 24,5 milhões, e aí estão os ingressos do governo federal que, por extensão, financia o prejuízo que a CBB acumula há cinco temporadas.

Quem tem interesse nesse jogo suspeito, já de longo prazo? Quem está ganhando dinheiro nessa jogatina oficial, num governo que corta verbas orçamentárias da Saúde e da Educação para economizar nos cofres públicos e aumentar o seu superávit?

Essa realidade deve para ser investigada pelo TCU ou pela Polícia Federal?

Afinal, quando a operação Lava-Jato chegará aos cofres do esporte olímpico?


“Diagnóstico do Esporte” é lançado com atraso de um ano
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José Cruz

Com atraso de um ano, o Ministério do Esporte apresentará hoje o Diagnóstico Nacional do Esporte, que custou R$ 3,9 milhões, e foi realizado sob a coordenação da Universidade Federal da Bahia. O lançamento será às 10h no Teatro Sesc, Tijuca, no Rio de Janeiro, e terá transmissão da NBR.

O Diagnóstico, abrange:  infraestrutura do esporte; legislação; financiamentos públicos federal, estadual e municipal; recursos humanos e contribuições científicas disponíveis no setor.

“O Diagnóstico visa conhecer o grau de desenvolvimento do sistema esportivo brasileiro, a fim de oferecer uma metodologia de avaliação permanente e uma cultura de estatísticas básicas para o setor, disse Ailton Oliveira, da Universidade Federal de Sergipe, em entrevista que publiquei no ano passado. Ailton Oliveira foi o coordenador executivo da pesquisa.

Diagnósticos são importantes antes da formulação de propostas nacionais. Mas, se cai novamente na mesmice de uma proposta “de Ministério” e não “de Governo”. Até porque, sejamos sinceros, o governo não está nem aí para as questões do nosso esporte. Basta ver o abandono da atividade física escolar para se ter ideia do restante.

Abrangência

Uma proposta de Governo deveria abranger, também, as áreas da educação e saúde, prioritariamente. Em segundo lugar, o Ministério do Esporte está formulando o Sistema Nacional do Esporte – também sem a participação da Saúde e da Educação – sem definir, antes, se compete ao Estado se envolver com o alto rendimento.

Todas essas questões ainda passarão por debates no Congresso Nacional, antes de ir à sanção presidencial.

Particularmente, vejo nesses trabalhos mais uma “agenda positiva” para colocar o ministro do Esporte no foco do noticiário de que alguma coisa está sendo feita, diante de tantos deslizes e suspeitas na pasta que dirige, o mais novo reduto de empreguismo de adeptos da igreja que o acolhe.


Esporte e educação, aliança necessária
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José Cruz

Prof. Ms. Aldemir Teles

Professor da Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco

Digo e repito, sempre que tenho oportunidade, que enquanto esporte e educação andarem em paralelo e não tiverem projetos comuns será improvável uma cultura esportiva desenvolvida, que corresponda às nossas demandas sociais e educacionais. E sequer pensar que possamos nos tornar uma potência olímpica.

O que vem ocorrendo em nível federal é um exemplo desse paralelismo, embora ocorram algumas tentativas mal-sucedidas, como o programa Atleta na Escola, que está longe de alcançar as metas projetadas, porque estão mal definidas, as metas e o projeto. Outro sintoma é a ausência de representante do Ministério da Educação no grupo de trabalho formado para elaborar o Sistema Nacional de Esporte.

Mundo Esportivo

Nesse sentido, Pernambuco dá um bom exemplo de como a aliança, o sentimento comum que aproxima esporte e educação pode ser concretizado.

Essa semana, o governador Paulo Câmara, o secretário de Turismo, Esporte, Lazer, Felipe Carreras e o secretário de Educação, Fred Amâncio lançaram o projeto “Ganhe o Mundo Esportivo”. É a versão para o esporte do programa “Ganhe o Mundo”, criado no governo Eduardo Campos, em 2012, que consiste em selecionar alunos para estudarem durante seis meses em escolas de vários países, como Estados Unidos, Canadá, etc.

Desde o início do projeto, cerca de 3.500 alunos já viajaram. Essa semana, Thalita Rocha, 17, aluna da rede pública, recebeu aprovação para estudar medicina em Harvard, após ter realizado vários testes para universidades americanas, enquanto esteve no Arizona participando desse Programa, no ano passado.

O “Ganhe o Mundo Esportivo” tem o objetivo de promover o intercâmbio entre estudantes da rede pública, que também são atletas, com uma nova cultura, língua e realidade de treinamento em centros esportivos de referência no mundo. Os contemplados têm todas as despesas financiadas pelo governo do Estado.

Contemplados

Nesta primeira turma foram contemplados 11 participantes, de 14 a 17 anos, do Recife, de Petrolândia, Abreu e Lima, Ouricuri, Petrolina, Bodocó e Ipubi. Eles embarcarão no início de agosto para as cidades de Québec e Montreal, no Canadá. Deste grupo, dois são do judô, e nove do atletismo. Eles passarão seis semanas dividindo o tempo entre a sala de aula e os treinamentos da modalidade. Até a data da viagem, os alunos ainda terão aulas intensivas de inglês.

O grupo foi selecionado de acordo com os critérios do programa, como estar matriculado na rede pública de ensino, ter 14 e 17 anos, ter conquistado média mínima de seis pontos no desempenho acadêmico de 2014, ser participante do Bolsa Atleta e possuir resultados expressivos nas competições disputadas nos últimos 12 meses. A intenção é  garantir que os melhores alunos e atletas sejam contemplados.

Alguns dos atletas contemplados são medalhistas nos Jogos Escolares da Juventude, a principal competição estudantil nacional.


Esgrimistas questionam Confederação por “falta de transparência”
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José Cruz

“…sugerimos que a Confederação apresente à comunidade informações relativas à sua receita e às suas despesas”

A Associação Brasileira de Esgrimistas (ABE), que reúne os 80 principais competidores do país, questionou a presidência da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) sobre a “falta de transparência e clareza” nas contas da entidade, mantida por verbas públicas, como a Lei Piva, via Comitê Olímpico do Brasil (COB).  E alertaram para o “clima de desconfiança e incerteza entre os praticantes da modalidade” no que diz respeito à aplicação das verbas recebidas.

esgrima

“Acreditamos que uma gestão mais transparente contribuiria não apenas para a compreensão, por parte da comunidade esgrimística, de como a CBE administra seus recursos financeiros e operacionais, mas sobretudo para preservar a reputação da Confederação que tanto prezamos”, afirmou o presidente da ABE, Evandro Landulfo Teixeira Paradela Cunha, em ofício ao presidente da Confederação, Gerli dos Santos.

Em 2 de junho último, publiquei artigo sobre algumas despesas da CBE, entre elas o pagamento de uma segunda sede, em Brasília, além da oficial, no Rio de Janeiro.

O ofício da ABE

Sr. Presidente Gerli dos Santos,

Na condição de presidente da Associação Brasileira de Esgrimistas e cumprindo, portanto, nosso estatuto social ao buscar representar os esgrimistas a ela associados, gostaria de compartilhar o sentimento que predomina entre muitos de nós.

Temos recebido inúmeros questionamentos com relação à falta de transparência e clareza no que diz respeito às contas da Confederação Brasileira de Esgrima. Pelo que podemos apurar, há um clima de desconfiança e incerteza entre os praticantes da nossa modalidade.

Em diversas ocasiões, a ABE procurou alertar quanto à importância dessa questão. Acreditamos que uma gestão mais transparente contribuiria não apenas para a compreensão, por parte da comunidade esgrimística, de como a CBE administra seus recursos financeiros e operacionais, mas sobretudo para preservar a reputação da Confederação que tanto prezamos.

Conforme anteriormente debatido em reunião entre nossa diretora Maria Julia Herklotz e o vice-presidente da CBE, Ricardo Machado, sugerimos que a Confederação apresente à comunidade informações relativas à sua receita e às suas despesas.

Não solicitamos uma prestação de contas oficial, como aquela apresentada aos órgãos competentes, e sim o simples compartilhamento de informações financeiras relevantes – as quais, aparentemente, têm sido mais acessíveis à imprensa do que aos verdadeiros interessados.

Estamos certos de que a divulgação desses dados seria suficiente para o esclarecimento de várias questões levantadas pela imprensa e pelos próprios esgrimistas.

Uma vez que temos interesses convergentes, espero que leve em consideração as palavras deste documento a despeito de nossa condição independente da Confederação.

Com os mais respeitosos cumprimentos,

Evandro Landulfo Teixeira Paradela Cunha

Presidente


Londres 2012: fracassa o legado público da prática esportiva
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José Cruz

“Se lá está assim, imagina aqui…”

Por Walter Guimarães – Jornalista

A discussão nos jornais do Reino Unido, nestes dias, está no levantamento que mostra a queda do número de pessoas que praticam atividade física, ao menos uma hora e meia por semana (enfatizo, por semana). Isso, mesmo depois dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.


gordinhosDez anos atrás, o então primeiro-ministro, Tony Blair, afirmava, com boca cheia: “Visualizamos milhões de jovens britânicos participando de atividades esportivas e melhorando a qualidade de vida, como resultado dos Jogos. Londres tem a capacidade de fazer acontecer”!

Outro gestor, Sebastian Coe, “sir”, ex-atleta e coordenador dos Jogos falava que ele e sua equipe “trabalhavam para ajudar jovens a escolher esportes para praticarem”.

Realidade

Levantamento da Sports England mostra que, nos últimos seis meses, foram 220 mil praticantes a menos na tal “hora e meia, semanal”, em comparação há um ano. Já os dados da natação revelam assustadoras 730 mil pessoas que não caem mais nas piscinas públicas e particulares, nos últimos dez anos.

A pesquisa indica que essa queda se deu nas classes menos abastadas. Porém, cresceram na prática esportiva as de poder aquisitivo alto.

Mas um megaevento como os Jogos Olímpicos não serviria justamente para diminuir essa diferença? Pelo visto, por lá, a resposta é “não”.

Outro levantamento liberado nessa semana, da Essex University, mostra que os jovens de hoje com o mesmo percentual de gordura estão em pior forma física dos jovens de gerações anteriores. Motivo: sedentarismo

O lema dos Jogos de Londres 2012 – “inspire a generation” (inspire uma geração) – não pegou. Quer dizer, nos jogos o “GB Team” foi melhor do que nunca, mas o “GB Política de Esporte” ficou longe do pódio da qualidade de vida.

Parece-me que vale a pena os gestores dos Jogos Rio 2016 acompanharem tal discussão. Principalmente o consórcio de governos (federal, estadual e municipal), através da APO (Autoridade Pública Olímpica), que tem a responsabilidade de programar o legado do megaevento.

Eu disse “legado”? Quanta ingenuidade…

 

Foto: www.pralademarrakech.jex.com.br


Romário no ataque contra a retranca da CPI
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José Cruz

Ao contrário da Europa, onde é nítido o interesse de investigar os crimes financeiros por trás dos negócios da bola, o Legislativo brasileiro amolda-se aos interesses da CBF –, como se não fosse de sua competência descobrir fraudes nas transações do futebol

Na Suíça, progridem as investigações sobre a corrupção no futebol. Já foram identificados 160 bancos que operaram transferências financeiras de cartolas, típicas de crimes financeiros.

Os primeiros resultados mostram que os espertos usaram contas na Suíça para lavagem de dinheiro, em transações suspeitas de pagamento de propinas e sonegações fiscais, nas escolhas das dedes da Copa de 2018 e 2022.

Esse avanço investigativo foi depois do confisco de documentos na Fifa, que levaram a operações suspeitas de ilegalidades, identificadas por mecanismos de combate à lavagem de dinheiro.

Já nos contratos individuais, a Justiça da Espanha investiga sobre a transferência de Neymar, do Santos para o Barcelona. A transação teria sido fechada em 83 milhões de euros, contra os 57 milhões de euros divulgados, provocando uma “pedalada” no fisco daquele país, inclusive.

Enquanto isso…

Por aqui, o senador Romário desdobra-se para tentar compor a CPI da CBF, que poderá mostrar muito sobre a corrupção do futebol no Brasil, a partir das quebras de sigilos bancário e fiscal da CBF, federações e clubes.

Sem fugir da retranca dos adversários, ele vai no “corpo-a-corpo” junto aos líderes partidários, para que indiquem logo seus representantes na CPI. Nesse jogo de insistência, falta apenas o PMDB nomear seus dois integrantes.

Extremos

Ao contrário da Europa, onde é nítido o interesse de elucidar se há crimes financeiros por trás do jogo da bola, por aqui o Legislativo se acomoda como se não fosse de sua competência descobrir fraudes no futebol.

Faz sentido, pois identifica-se nessa morosidade a forte atuação de parlamentares intimamente vinculados à CBF tentando melar o jogo da investigação, para evitar que se conheça os trambiques da bola disfarçados de “negócios”.

Para saber mais sobre a CPI da CBF, leia a reportagem de Daniel Brido, do UOL Esporte.

Foto: jornaldehoje.com.br 

 


CBF 0 x 1 Colômbia
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José Cruz

Por Sérgio Siqueira

Jornalista

Então tá, o Neymar não joga nada. Mas, o resto é o resto. O futebol brasileiro evoluiu da Copa das Copas para cá. É como uma CPI, não convence ninguém. vermelho

Aquele Firmino, é um Luizão piorado. E alguém tem que avisar àquele Filipe Luiz que ele não precisa botar aquela faixa de índio apache na cabeça para ficar feio. Pode jogar sem faixa.

Copa América, Copa América! Ai, que saudade da Liga Européia dos Campeões…

Verdade é que aos 30 minutos do primeiro tempo, a Colômbia fez 1 x 0 e, a partir daí, o time da CBF só jogou contra a arbitragem que errou muito pouco; muito menos do que a seleção do Dunga.

O pior em campo foi Neymar. Parecia até o Messi jogando fora do Barcelona. Até cartão vermelho Neymar tomou. Quando o melhor é o pior em campo, imagine o que está por acontecer contra a Venezuela. Pena que é contra a Venezuela; eu gostaria que fosse contra a Alemanha.

E assim é que o selecionado de Dunga depois de passar invicto por 11 amistosos, jogou duas partidas pra valer; ganhou uma e já está há dois dias sem vencer um jogo sequer.

Já tem gente na CBF discutindo se devem trazer de volta Mano Menezes ou o Felipão.

O futebol brasileiro evolui.

Sérgio Siqueira assina o blog “Sanatório da Notícia