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Tênis: Correios avaliam decisão do TCU que multou presidente Jorge Rosa
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José Cruz

A área jurídica da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) está “avaliando” o Acórdão do Tribunal de Contas da União, que aplicou multa de R$ 49.500,00, por irregularidades cometidas pelo presidente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis) patrocinada pela tradicional entidade pública. Parceiros do tênis de longa data, os Correios repassaram R$ 52 milhões à CBT, a partir de 2008. Desse total, R$ 17,9 milhões são para o período 2014/2016.

“Os Correios foram notificados na quinta-feira (29/10) e estão avaliando o teor do Acórdão para adotar as medidas necessárias.”

Transparência

Recentemente, representantes dos Correios assinaram o “Pacto pelo Esporte”, iniciativa da associação Atletas pelo Brasil, que defende a transparência na aplicação dos recursos que sustentam o esporte nacional. As empresas, públicas e privadas, que patrocinam o setor e aderiram ao movimento respondem por investimentos anuais em torno de R$ 500 milhões.

O outro lado

Para esclarecer, foram encaminhadas as seguintes perguntas ao presidente da CBT, até agora sem respostas:

1 – Quem pagou os gastos com oito advogados que defenderam o presidente Jorge Lacerda da Rosa no processo que culminou com sua condenação, no TCU? o próprio presidente, responsabilizado pelo ato ilegal, ou a CBT?

2 – Há dois anos, o Ministério do Esporte determinou que o presidente da CBT devolvesse R$ 450 mil, depois de comprovada fraude no uso de verbas públicas. Qual a fonte dessa devolução? o presidente Jorge Rosa? a empresa Premier Sports Brasil Organização de Eventos Desportivos Ltda, que recebeu R$ 400 mil pela emissão de nota fiscal para o aluguel de quadras, cedidas gratuitamente pelo Clube Harmonia? Ou o dinheiro saiu do orçamento da CBT?

3 – Qual a fonte para o pagamento da multa de R$ 49.500,00, recentemente aplicada pelo TCU ao presidente Jorge Lacerda da Rosa, por irregularidades comprovadas na prestação de contas de recursos públicos? o próprio presidente pagou? a CBT?

Parceiros

Em recente Acórdão (nº2340/2015), os ministros do TCU reconheceram que a direção da CBT “simulou transação de aluguel (de quadras de tênis) inexistente”, configurando desvios de R$ 450 mil – colocando Jorge Rosa sob impedimento legal para seguir como gestor de verbas públicas, à luz da legislação federal.

Sobre isso, assim se manifestaram:

COB – Comitê Olímpico do Brasil 

“O COB recebeu ofício do TCU apenas com a recomendação “no sentido de que sejam adotadas providências para o controle adequado e efetivo da regular aplicação dos valores porventura disponibilizados à Confederação Brasileira de Tênis”.

Correios – Patrocinador da CBT

“Os Correios foram notificados na quinta-feira (29/10) e estão avaliando o teor do Acórdão para adotar as medidas necessárias.”

Ministério do Esporte

Ainda não respondeu


Mesmo sem credibilidade, Basquete tem apoio do Governo para novo patrocínio
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José Cruz

Conforme os últimos artigos e reportagems de Fábio Balassiano, do UOL Esporte, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) …

… perdeubasket o patrocínio da Eletrobras , numa parceria conflituosa e sem retorno da modalidade à estatal;

… fechou o balanço de 2014 com dívida de R$ 13 milhões,  38% a mais sobre o ano anterior;

… teve queda na receita (R$ 24,5 milhões), em 2014, retrocedendo aos níveis de 2011;

a CBB vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto…”, registrou uma auditoria “independente;

… ainda deve R$ 3,2 milhões à Federação Internacional de Basquete, valor do “convite” para a Copa do Mundo da Espanha, em 2014, porque não se classificou na seletiva;

… se essa dívida persistir até 31 de julho, as Seleções masculina e feminina terão que disputar seletivas aos Jogos Rio 2016;

Mas…

 ainda assim, o ministro do Esporte, George Hilton, negocia com os Correios para patrocinar o basquete.

Quando o Palácio do Planalto lançou o “Plano Brasil Medalhas” – para colocar o Brasil no top 10 dos países olímpicos – 22 modalidades firmaram parcerias com oito estatais. Algumas não tinham pretensão de patrocinar certos esportes, como a Caixa com o ciclismo BMX. Acabou cedendo à pressão do Planalto”.

Estaria o basquete, de vitoriosas gerações, nessa situação de ser renegado por falta de resultados, sem cumprir a parte que lhe compete na parceria de patrocínios e apresentar, por cinco anos gestão temerária no uso de verbas públicas?

Enquanto isso…

ministro esporte

Por que George Hilton insiste nesse negócio perigoso, diante da comprovada incapacidade de gestão da diretoria da Confederação de Basquete?

Por que o ministro não questiona e investiga sobre as suspeitas contas da CBB?

A presidente Dilma Rousseff, comandante de um rigoroso ajuste nos gastos públicos, sabe que está sendo armado um negócio altamente explosivo que irá onerar as já sacrificadas contas federais?

Enfim, essa é mais uma ideia palaciana ou do próprio ministro?


Verba pública turbina natação, que conquista inédito título mundial
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José Cruz

Nos últimos três anos, a Confederação de Desportos Aquáticos recebeu R$ 75 milhões de verbas públicas para preparar as equipes em cinco modalidades

 

Vinte e três anos depois do primeiro patrocínio com os Correios, a natação brasileira retorna de um Mundial com inédito primeiro lugar, considerando o número de medalhas de ouro, sete, além de uma de prata e duas de bronze. A conquista foi em piscina curta (de 25 metros), no evento encerrado ontem, em Doha.

Porém, se for considerado o critério de números de medalhas conquistadas – adotado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), a equipe dos Estados Unidos assume a liderança no Mundial de Doha, com 17 troféus, seguida da Holanda, com 12, Hungria 11 e Brasil, em quarto, com dez medalhas, ao lado de Austrália e Japão.

Verbas

Para preparar as equipes em todas as modalidades – natação, saltos ornamentais, maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado – a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) conta com quatro principais fontes de recursos oficiais: Correios, patrocinador desde 1999, Lei de Incentivo ao Esporte, Lei Piva e convênios com o Ministério do Esporte. cielo

Nos últimos três anos – entre 2012 e 2014 – a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) acumulou R$ 75,4 milhões de receitas dessas fontes. O principal apoio é dos Correios, com R$ 46 milhões, conforme demonstrativo abaixo, que investe nas cinco modalidades aquáticas. A parceria começou em 1991, segundo a própria CBDA.

Extra

Além do patrocínio direto à CBDA, os Correios oferecem apoio individual a 36 atletas de pontas em todas as modalidades dos desportos aquático, menos o nado sincronizado. Neste ano, os Correios estão investindo R$ 4,5 milhões em bolsas aos principais atletas.

“César Cielo (foto), por exemplo, teve contrato de R$ 80 mil entre abril de 2007 e março de 2008”, informou a assessoria dos Correios. Outros atletas contemplados no mesmo período,  segundo a mesma fonte, foram Armando Negreiros, R$ 20 mil; Kaio Márcio, 96 mil; César Castro, dos saltos, R$ 30 mil.

 

FONTE DE RECURSOS     DE 2012/2014 R$
Min.Esporte – Convênios4.544.540,00
Correios – Patrocínios46.160.000,00
Lei de Incentivo Esporte12.719.756,00
Lei Piva11.988.000,00
TOTAL75.412.296,00

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