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Arquivo : Fabiana Murer

Fabiana Murer! Enfim, um pódio brasileiro no Mundial de Atletismo
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José Cruz

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No quinto dia dos oito de competições do Campeonato Mundial de Atletismo, o Brasil Olímpico chegou ao pódio, feito de uma mulher, Fabiana Murer, medalha de prata no salto com vara.

No Ninho do Pássaro, em Pequim, Fabiana marcou 4,85m, o que lhe garantiria a medalha de ouro. Porém, a cubana Yarisley Silva, (campeão no Pan-Americano de Toronto), foi a única a superar a marca dos 4,90m e sagrou-se campeã. Nikoléta Kyrikopoúlou, da Grécia, foi bronze.

Com o resultado de Fabiana Murer está mantida a história de conquistas de medalhas por brasileiros em campeonatos mundiais de atletismo: pódio em um evento, sem resultado em outro. Em Pequim, foi a vez do “sim”. Confira

A N O

C I D A D E

RESULTADO

2001Edmonton

sem medalha

2003

Paris

prata 4x100m

2005

Helsinque

sem medalha

2007

Osaka

Pr/Jadel Gregório

2009

Berlin

sem medalha

2011

Daegu

Ouro/Fabiana

2013

Moscou

sem medalha

2015

Pequim

Prata/Fabiana 

O Brasil disputa a competição com uma equipe de 55 atletas. Até então, o sexto lugar na marcha atlética, com Caio Bonfim, era o melhor resultado brasileiro.

 

 

 


Cadê o legado?
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José Cruz

 “O que significa Top-10 no quadro de medalhas para um Brasil que ainda evita se reunir para debater sobre educação, saúde e esporte na escola? O que acontecerá com o esporte do Brasil após os jogos do Rio 2016? Quais serão as expectativas de medalhas nas próximas edições dos jogos olímpicos uma vez que alçarmos o Top-10?” (Joaquim Cruz)

Excelente artigo publicado no Correio Braziliense, hoje, na matéria assinada por Jéssica Raphaela. Em “Para ser sincera…”, a repórter aborda sobre o atletismo e a dúvida de Fabiana Murer sobre um possível pódio nos Jogos Rio 2016. Confira:

Por Jéssica Raphaela

Os Jogos no Rio de Janeiro não empolgam mais os atletas como ocorreu quando o anúncio foi feito, em 2009. A promessa de que o evento deixaria um legado para o esporte no Brasil passa longe do atletismo. “Foram construídas algumas pistas pelo país, mas falta muita coisa. Há poucos locais de treinamento e ainda faltam estrutura e material!”, reclama Fabiana Murer. fabiana murer

Em pleno ciclo olímpico, a cidade sede viu seu único estádio de atletismo ser demolido para dar lugar a um estacionamento.

“Hoje, um atleta do Rio tem dificuldades de encontrar um lugar para treinar. Com o Célio de Barros destruído, teremos o Engenhão. Mas ele está com o piso danificado. Além disso, pertence ao Botafogo, e o custo para realizar uma prova lá vai muito além da nossa capacidade. Se está assim na cidade da sede das Olimpíadas, imagina no resto do país”, critica o superintendente da CBAT, Martinho Santos.

O legado humano também ficou excluído do projeto olímpico. O aumento no investimento ignorou a base, já que os R$ 6,5 milhões anuais do Plano Brasil medalhas ficam restritos a 21 competidores da modalidade.

“O país saiu muito atrasado para a preparação  dos atletas. Os recursos vieram em cima da hora, em 2013, o que nos obrigou a trabalhar somente com os que mais têm chances nos Jogos”, lamenta Martinho Santos.

O recordista olímpico Joaquim Cruz foi bastante crítico em relação às pretensões do país.

“O que significa Top-10 no quadro de medalhas para um Brasil que ainda evita se reunir para debater sobre educação, saúde e esporte na escola? O que acontecerá com o esporte do Brasil após os jogos do Rio 2016? Quais serão as expectativas de medalhas nas próximas edições dos jogos olímpicos uma vez que alçarmos o Top-10?”, disparou.

“O dinheiro tem sido muito importante para dar o suporte a atletas com potencial de chegar ao pódio no Rio, mas o que vai garantir uma ordem e progresso a longo prazo é uma reforma geral, permanente no sistema nacional de esporte. Se isso acontecer antes dos Jogos do Rio, será a maior conquista para todo o brasileiro e para o Brasil”.


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