Governo assume o comando do esporte de alto rendimento
José Cruz
Banco do Nordeste patrocinará o triatlo. Olimpíadas Escolar e Universitária voltarão ao comando do governo para reativar os antigos JEBs e JUBs
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Os esportes olímpico e paraolímpico terão R$ 1 bilhão de dinheiro novo para projetos específicos, entre 2013 e 2016. Isto é, recurso que será somado aos já existentes de várias fontes, como orçamento da União, Lei de Incentivo, patrocínio estatal etc.
A notícia completa do lançamento do “Plano Brasil Medalhas 2016” está aqui.
O Banco do Nordeste (BNB) é a nova estatal que se integra às demais (BB, Caixa, Petrobras, Infraero, Correios, Eletrobras e BNDES) e investirá no triatlo.
A Bolsa Atleta se expandirá a partir de 2013. O programa ganhou a Bolsa-Pódio e a Bolsa-Técnico, que pagarão até R$ 15 mil e R$ 10 mil mensais, respectivamente.Treinador, preparador físico, nutricionista, fisioterapeuta etc terão direito à Bolsa.
Porém, uma comissão do Ministério do Esporte analisará caso a caso para evitar a concentração de muitos recursos nas mãos de poucos. Atletas com patrocínios valorizados poderão ser excluídos da Bolsa-Pódio.
Por ordem da presidente Dilma Rousseff o nome “paraolímpico” está consagrado. Nada de “paralímpico”, por mais oficial que seja. O banner exposto no Palácio do Planalto tem grafia antiga. “Não mudaram?” – indaguei a uma autoridade do governo.
– Não, ordem da chefe.
As Olimpíada Escolar e a Universitária, sob o comando do COB, voltarão a ser eventos vinculados ao governo, os ministérios da Educação e o do Esporte.
Os atletas paraolímpicos – sétimo lugar no ranking mundial – foram os donos da festa de hoje à tarde na sede do governo, embalados por um discurso emocionado do presidente do Comitê Paraolímpico, Andrew Parsons, que não foi aplaudido, mas ovacionado.
Agora, os detalhes
Se havia alguma dúvida sobre quem mandava no esporte nacional, hoje ficou muito claro que é a pasta de Aldo Rebelo.
Ao anunciar as metas do governo para o próximo ciclo olímpico, que culminará com os Jogos do Rio 2016, ficou explícito que o Ministério do Esporte comandará as ações, analisará os projetos e liberará a verba ou não. O governo levou nove anos para bater o martelo dessa medida, mas afirma que a gestão dos recursos será de forma integrada com os demais órgãos do Sistema Nacional do Esporte.
Com isso, acabam as dúvidas e insinuações de que o COB era o Ministério do Esporte. Não é, e isso sugere novo endereço de cobranças.
Se criticavam Carlos Arthur Nuzman pelo frágil desenvolvimento do esporte nacional, agora a responsabilidade dos projetos para formação de atletas tem novo domicílio, a Esplanada dos Ministérios.
Isso quer dizer que para 2016 o Comitê Olímpico se limitará a formar a delegação para os Jogos. A preparação dos atletas terá a forte participação do Ministério do Esporte.
Seriam essas medidas alertas para que o governo também mude a destinação dos recursos da Lei Agnelo Piva, passando a verba ao comando do Ministério do Esporte e não mais dos comitês Olímpico e Paraolímpico?
Apoio de estatais
Ao todo, oito empresas estatais apoiarão modalidades esportivas:
Banco do Brasil: vela, vôlei de praia, vôlei e pentatlo moderno
Banco do Brasil e Correios: handebol
Banco do Nordeste (BNB): triatlo
BNDES: canoagem e hipismo
Caixa: atletismo, ciclismo BMX, futebol feminino, ginástica, lutas, paraolímpicos e tiro
Correios: natação, águas abertas (maratona aquática) e tênis
Eletrobras: basquetebol
Infraero e Petrobras: judô
Petrobras: boxe e taekwondo