Blog do José Cruz

Plano Medalhas 2016: caixinha de surpresas?

José Cruz

Expectativa para o lançamento do “Plano Brasil Medalhas 2016, pela presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira, em Brasília.

Só o título –  “Brasil Medalhas 2016” – já sugere que é um plano emergencial. Vão tentar “fabricar” atleta para que o país não dê vexame nos Jogos Olímpicos do Rio.

Como já se comentou, a meta do Ministério do Esporte é estar entre os 10 primeiros países olímpicos. Para isso, precisará dobrar as medalhas que conquistou em Londres, 17, para  superar a Austrália, atual 10ª colocada, com 35 pódios.

Ora, se o Brasil evoluiu apenas uma posição entre os Jogos de 2008 e 2012 – do 23º para o 22º lugar, como subir 12 em apenas um ciclo olímpico?

O que temos em meio à festa que se prepara para o lançamento do Plano é o atestado de perda de tempo. Ou incompetência e irresponsabilidade dos ministros anteriores, Agnelo Queiroz e Orlando Silva. E omissão dos demais órgãos do esporte, que nesse tempo se preocuparam mais em pegar a grana que sumiu…

Não podemos esquecer que nos últimos quatro anos o esporte de rendimento no país foi contemplado com R$ 6 bilhões, distribuídos entre clubes, federações, confederações, associações e comitês Olímpico e Paraolímpico.

O PCdoB está há nove anos no Ministério do Esporte. Sabe há cinco anos que o Rio será a sede dos Jogos 2016 e só agora, no aperto, apresentará um plano nacional para o setor?

E quem elaborou o tal “Brasil Medalhas 2016”? Os intelectuais-burocratas e filósofos do Ministério do Esporte? a comunidade esportiva? O Conselho Nacional do Esporte? A Conferência Nacional do Esporte que já discutiu o assunto em três assembleias? E o Comitê Olímpico, participou dessa discussão?

Conforme a manifestação do ministro Aldo Rebelo, no programa Juca Entrevista, ficou a suspeita de que Ministério e COB não estão afinados. E isso é grave e perigoso para a estrutura do Sistema Nacional do Esporte e, principalmente, para a democracia do esporte.

Por maior que seja a autoridade do governo no sistema e por ser, também, o principal financiador das campanhas, ainda assim um plano precisa ser resultado de debates abertps e não de imposições autoritárias.

Vamos aguardar o plano e ver a solenidade no Planalto para melhor avaliar esse quadro.