Blog do José Cruz

Arquivo : setembro 2012

Escândalo Rio 2016: e o que diz o Governo?
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José Cruz

O advogado paulista Alberto Murray Neto lembrou que o escândalo envolvendo funcionários brasileiros, que furtaram informações dos Jogos de Londres, “foi tratado pelo COB e CO-Rio com a maior confidencialidade, na clara tentativa de abafar a vergonhosa ação”.

O assunto só se tornou público depois que Juca Kfouri divulgou em seu blog, na quinta-feira.

O escandaloso episódio é a manchete do jornal Folha de S.Paulo.

Intercâmbio

Tratava-se de um intercâmbio conhecido por “Programa de Transferência de Conhecimentos” realizado entre instituições esportivas, mas proíbe a cópia de documentos sem a autorização dos autores.

“Os brasileiros tinham acesso às informações do Comitê Londrino (LOCOG). E se fossem pessoas de bem, honestas, certamente teriam utilizado as informações como aprendizado e pronto”, explicou Alberto. “Mas não, começaram a fuçar e a copiar o que era proibido”.

“Certamente, essa gente achou que os ingleses são bobos e não controlariam esse tipo de acesso… patético, até. Mas pagaram e pagaram caro com as demissões, mas acho que isso é apenas o começo”.

E o governo?

As demissões ocorridas não podem ser o ponto final neste grave episódio, que mancha e distorce o “espírito olímpico”  vergonhosamente.

Porque, os funcionários que surrupiaram informações alheias estavam em Londres pagos pelo dinheiro público, já que o COB e Comitê Rio 2016 são instituições financiadas, também, por verbas federais.

É indispensável que o governo federal não silencie, pois as entidades envolvidas são representativas do Brasil nas nossas relações esportivas internacionais. O que diz o Ministério do Esporte sobre esse vexame olímpico?


Brasil olímpico passa novo vexame internacional
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José Cruz

A notícia divulgada pelo companheiro Juca Kfouri, envolvendo 10 funcionários do Comitê Jogos Rio 2016 em roubo de documentos da Organização dos Jogos de Londres é o terceiro vexame da diplomacia do esporte brasileiro em um ano.

Em novembro último, João Havelange desligou-se do Comitê Olímpico Internacional, alegando problemas de saúde, para evitar ser expulso do órgão, depois de comprovado seu envolvimento com o escândalo da ISL. A renúncia encerrou as investigações e o processo foi arquivado.

Depois foi a vez de Ricardo Teixeira, no mesmo escândalo de Havelange, se afastar de todos os órgãos.

Agora, é o Comitê Rio 2016 que humilha a nação brasileira.

Como tenho escrito, uma coisa são os jogos, as disputas, os pódios. A outra, os negócios. Negócios sujos, inclusive.

Estrutura

Há alguns meses visitei a sede do Comitê Olímpico Brasileiro, na Barra da Tijuca, onde conheci fenomenal estrutura, sem igual no nosso esporte.

No mesmo local trabalham os funcionários da organização dos Jogos Rio 2016, com seus currículos de “Primeiro Mundo”, pois as funções  e responsabilidades exigem profissionais de gabarito internacional.

Há poucos dias, também comentei sobre salários de dirigentes e funcionários do esporte de rendimento, pagos com verba pública.

O próprio Sérgio Lobo, diretor financeiro do COB, afirmou que é preciso oferecer salários “atrativos” para ter profissionais à altura da organização olímpica.

Por tudo isso, estarrece que funcionários de uma instituição desse nível, que promove relações esportivas internacionais e que tem o “respeito à ética” como base histórica de sua estrutura, estejam envolvidos em roubos de documentos sigilosos dos Jogos de Londres.

Imagino que os “profissionais” brasileiros faziam intercâmbio não são estafetas ou estagiários, mas pessoal de escalões de destaque na estrutura, responsáveis por diferentes frentes na organização do Rio 2016.

Mesmo nesse nível, foram ingênuos ao surrupiarem documentos de um computador alheio, sem imaginar que o sistema de segurança não os denunciaria.

O vexame está espalhado pelo mundo, e que credibilidade os promotores do bilionário evento carioca transmitem à sociedade?

Para saber mais:

http://blogdojuca.uol.com.br/2012/09/o-nuzman-estara-dizendo-agora/

 http://albertomurray.wordpress.com/2012/09/20/brasileiros-acusados-de-roubar-informacoes-confidenciais-de-londres-2-012/

 http://esporte.uol.com.br/ultimas-noticias/2012/09/21/comite-de-rio-2016-confirma-que-brasileiros-pegaram-arquivos-de-londres-12-de-forma-ilegal.htm


“Resposta do GDF ao Blog do José Cruz”
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José Cruz

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

Secretaria de Estado de Comunicação Social

Brasília, 20 de setembro de 2012

A Secretaria de Estado Extraordinária da Copa 2014 em Brasília reafirma que a obra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é norteada pela transparência. Os valores referentes à execução da obra, como o total previsto, contratado e executado, estão publicados no Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal (http://www.portaltransparencia.gov.br/copa2014/cidades/home.seam?cidadeSede=2)

A obra está sendo executada conjuntamente com um plano estratégico para que todo o potencial da arena seja aproveitado e o estádio se torne de fato um instrumento de desenvolvimento econômico, com um calendário intenso de eventos nacionais e internacionais para que a economia do setor de serviços da capital seja incrementada e aquecida, gerando emprego e renda e melhorando a qualidade de vida da população do Distrito Federal.

É infundada a informação de que não há empresas interessadas em administrar o estádio. Cinco empresas de grande porte já procuraram a Secretaria da Copa em Brasília demonstrando interesse em participar da licitação da futura concessão.

Com relação aos demais equipamentos do Complexo Esportivo Ayrton Senna, já há um projeto sendo desenvolvido para a reconstrução do Claudio Coutinho e reforma completa da área, incluindo a piscina.

A obra do estádio é permanentemente fiscalizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e pela Câmara Legislativa do DF, que acompanha o desenvolvimento do projeto Copa do Mundo, incluindo o estádio.

Secretaria de Estado Extraordinária da Copa 2014.

Governo do Distrito Federal

Minha análise

O  “portal da transparência” ao qual o GDF se refere é do site do governo federal, da Controladoria Geral da União.

Os valores ali registrados são citações.  Onde estão as notas de empenho e os pagamentos  de cada parcela efetuados pela Terracap às empresas construtoras?

E o planejamento detalhado do estádio com detalhamento das várias aquisições que serão feitas? gramado, iluminação, cadeiras, elevadores, tecnologia da informação, escadas rolantes etc? Não mandaram nem exibem publicamente. Transparência é por aí.

Quanto está projetada a negociação para a terceirização do estádio a uma das cinco empresas interessadas?

Quem fez esse cálculo? quanto o GDF vai faturar? De quantos anos será o contrato? Onde estão as linhas básicas que norteiam essa negociação internacional milionária? Quem as elaborou? E se não houver vencedor na licitação, qual o “plano B” para usar o valioso espaço do estádio?

Transparência também é isso.


Governo do Distrito Federal não tem planos para o estádio Mané Garrincha
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José Cruz

Uma autoridade próxima do gabinete do governador Agnelo Queiroz me confirmou que o custo do novo estádio Mané Garrincha ultrapassará R$ 1 bilhão.

Os R$ 850 milhões anunciados oficialmente são disfarce, bobagem. Assim como fizeram com a data de inauguração. Seria em 31 de dezembro. Agora, passaram para março do ano que vem…

O dinheiro, como já contei, não sai do orçamento do GDF, mas da venda de terrenos pela Terracap, empresa do governo distrital, também responsável pela administração de todo o complexo esportivo onde está o Mané Garrincha.

Em outras palavras, é dinheiro público e com agravantes: não se sabe quanto a Terracap já pagou pelas obras do estádio e ninguém informa sobre isso.

Pior:

A fiscalização é zero. Outro dia, ousei perguntar à assessoria da Terracap sobre tais valores. A resposta foi tão grosseira que desisti. O pessoal é treinado para afastar jornalistas.

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, por sua vez, nem chega perto do assunto. E o Tribunal de Contas do DF faz auditorias para constar. Já a Cãmara Legislativa é parceira do governador e não se fala mais nisso…

Legado

Disse-me mais a tal autoridade amiga do governador e que sabe muito: não há um só projeto ou estudo de viabilidade para o aproveitamento do Mané Garrincha no pós-Copa. Muito menos empresa interessada em ficar com o elefantão.

O complexo esportivo que está sob a responsabilidade da Terracap inclui dois ginásios. Um deles, o Cláudio Coutinho, quase desabando. O outro, Nilson Nelson, em precárias condições. Uma piscina de 50 metros com infiltrações coloca em risco a integridade física de centenas de usuários.

Também para essas áreas não há projetos de revitalização, de aproveitamento da população, de formação de atletas, nada!

Assim, teremos um estádio moderníssimo para 75 mil pessoas, ecologicamente aprovado mas no conjunto de outros espaços esportivos abandonados pela incompetência e desinteresse do poder público.

Diante disso, desafio o Governo do Distrito Federal e a Terrcap a abrirem as contas das obras do Mané Garrincha. Dêem transparência a esses números que ninguém conhece para que a população saiba quanto está pagando pela obra.

Mais:

Que o Tribunal de Contas e a Cãmara Legislativa do Distrito Federal apresentem o orçamento integral do novo estádio.

Duvido que tenham tais números! Eles não existem porque não há detalhamento das despesas. Essas vão sendo pagas na medida em que as contas vencem. Uma vergonha em termos de gestão pública.

Isso demonstra a aventura, o improviso, a falta de planejamento e de seriedade para com um projeto gigantesco, como as Copas da Confederação e do Mundo.

Fica a ideia de que quanto pior melhor, pois assim todos se beneficiam do investimento. No bom sentido, claro, benefícios para a comunidade…


Alto rendimento: R$ 50 milhões estão parados por falta de definições do governo
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José Cruz

 

R$ 50 milhões para a formação de atletas de alto rendimento não podem ser aplicados pela Confederação Brasileira de Clubes (CBC) porque o governo federal ainda não editou normas para o uso do dinheiro.

 A “nova” Lei Pelé (nº 9.615/98) determina que  dos 4,5% que o Ministério do Esporte recebe das loterias federais repasse 0,5% à Confederação de Clubes, que este ano já recebeu R$ 50 milhões. Mas o dinheiro está intocável.

 Porém, a proposta de regulamentação da “nova” Lei Pelé, já aprovada pelo Conselho Nacional de Esporte, no ano passado, está perdida em Brasília.

 O Ministério do Esporte diz que a proposta “está tramitando”, mas não sabe por onde.

 O Palácio do Planalto garante que não recebeu o documento para que o decreto seja sancionado.

Sem definir normas, o dinheiro não pode ser usado pela CBC. E o atleta que se lixe…

É a tal “falta de profissionalismo” e “gestão”, motivo do artigo anterior, que ainda faltam ao Ministério do Esporte e ao governo em geral, mas são cobrados das demais entidades esportivas.

 Leia sobre esta confusão na reportagem de Filipe Marques, do Contas Abertas.


A ousadia de Aldo e a realidade do Ministério do Esporte
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José Cruz

Há necessidade de mudanças urgentes na estrutura das confederações. Democratização e profissionalismo são as palavras-chave. É preciso limitar o tempo de mandato dos dirigentes a três ou quatro anos, com direito a apenas uma reeleição.

A manifestação é do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em entrevista à Veja.

Enfim, aí está um ministro que ousou enfrentar a poderosíssima estrutura olímpica nacional liderada por Carlos Nuzman e afirmar, olho no olho, que acabou a perpetuação dos cartolas no poder.

Aldo já havia dito isso a Juca Kfouri, em recente programa na ESPN.

“A alternância das direções esportivas não é mais uma discussão, mas uma decisão”.

Quem sustenta o sistema esportivo é o governo: R$ 6 bilhões para o alto rendimento no último ciclo olímpico. Portanto, ele pode – e deve – impor as regras. Cartola esperto sairá do jogo. É o que esperamos…

Dúvida

Mas, com o devido respeito, Ministro, da mesma forma que o Senhor cobra “eficiência e profissionalismo das confederações”, o Ministério do Esporte é profissional e eficiente?

Tenho dúvidas.

A estrutura governamental é historicamente intrincada, burocrática, difícil, política, protetora e corrupta.

O Senhor herdou um  Ministério que serve também, aos interesses de seu partido, o PCdoB. Aí fica difícil impor profissionalismo de ponta a ponta, convenhamos!

O suspeito esquema de desvio de verbas ali verificado nos últimos anos – e que coube ao Senhor recuperar a credibilidade ministerial –  é um problema gravíssimo que ainda não foi combatido em sua extensão.

O Ministério do Esporte não tem estrutura nem pessoal para fiscalizar os recursos financeiros que libera, a própria Bolsa Atleta e se há plena execução dos projetos da Lei de Incentivo. Investigo casos de arrepiar…  E isso sugere, também, falta de “eficiência e profissionalismo”.

Com certeza, essa realidade  – que é do Governo Federal, como um todo, há decadas –  não invalida sua corajosa e ousada decisão de impor normas para quem desejar receber recursos públicos.

Mas o Ministério do Esporte precisa se tornar, também, eficiente e profissional a ponto de poder elaborar, por exemplo, seus próprios projetos sem depender de dispendiosas consultorias externas.

Repercussões

Este assunto vai render.  Se as confederações “não dançarem conforme a música” ficarão sem recursos públicos. Mas, nesse caso, quem executará as ações de governo para colocar o Brasil no top 10 dos países olímpicos, em 2016?

Vem queda de braço por aí e isso demonstra como estamos atrasados em termos de gestão do esporte, pública ou privada.

Temos metas olímpicas, mas ainda dependemos de viciados gestores do século passado …

Em outros casos, nem o Ministério do Esporte sabe como usar o dinheiro disponível. Sobre isso farei outro comentário.

Até.

 


Copa para a elite. Torcedor perde espaço
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José Cruz

Nos estádios para a Copa 2014, construídos com dinheiro do contribuinte, o torcedor ficou sem espaço valioso.

Primeiro, perdeu a arquibancada. Agora, perdeu o acesso ao estádio.

Em entrevista à revista Veja assim se manifestou o ministro Aldo Rebelo, à indagação do repórter Otávio Cabral:

O torcedor comum conseguirá ver o Brasil nos estádios ou o preço dos ingressos será um impeditivo?

Pela forma como é organizada, a Copa já é um evento restrito. A maioria da população não vai passar nem perto dos estádios, pois o Brasil terá de garantir ingressos para torcedores do mundo inteiro. Não dá para fazer uma Copa do Mundo com outros 31 países e reservar entradas apenas para os brasileiros. A Copa é um torneio ao qual o torcedor comum praticamente não tem acesso. Conseguir um ingresso é quase como ganhar na loteria.

De repente, poderiam ter dobrado a capacidade dos estáios

Agora entendo porque o Mané Garrincha, em Brasília, terá 75 mil lugares… Já estou achando é pouco…

Dá tempo para aumentar e garantir lugar para o torcedor-contribuinte? Quem sabem um puxadinho resolve?

A entrevista completa de Aldo Rebelo está aqui


Tênis na Davis, mas Jorge Rosa põe a barba de molho
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José Cruz

Enquanto festeja o retorno à elite mundial da Copa Davis, a Confederação Brasileira de Tênis vive um drama fora das quadras: Procuradoria da República, Controladoria Geral da União (CGU) e Polícia Federal investigam denúncias de irregularidades no uso de verbas públicas.

Os dados que publico a seguir estão num relatório de auditoria da CGU.

Trata-se de demanda apresentada a esta Controladoria, pelo Departamento de Polícia Federal, visando instruir inquérito instaurado a pedido do Ministério Público Federal, o qual visa esclarecer demanda que versa sobre supostas irregularidades na prestação de contas e possíveis crimes com verbas públicas e privadas, praticadas no âmbito da Confederação Brasileira de Tênis”.

Convênio

Em agosto de 2011, o Ministério do Esporte repassou R$ 2.018.865,30 à Confederação Brasileira de Tênis, para o “Programa de Treinamento multidisciplinar, visando à preparação de atletas aos Jogos Rio 2016”.

O prazo de vigência acabou em 9 de agosto último. Suspeitas de irregularidades levaram a Procuradoria da República, em São Paulo, a agir. A Polícia Federal foi acionada e a Controladoria Geral da União também. E as tais “irregularidades” foram encontradas. Por exemplo, sete meses depois de assinado o contrato, a Confederação não havia feito o depósito de R$  31 mil referentes à contrapartida. Coisa pouca, pois há fatos mais graves.

O presidente da Confederação,  Jorge Rosa, driblou normas  legais na compra de 106 bilhetes aéreos, totalizando R$ R$ 173,2 mil, conforme relatório da CGU que estou lendo.

Pior:

Segundo os fiscais, o plano de trabalho do convênio previa a realização de 56 ações. “Mas as relativas à participação em torneios acabaram não se realizando da forma prevista” diz o relatório da CGU.

O dinheiro liberado pelo Ministério do Esporte previa, também, o aluguel de três moradias para abrigar os atletas participantes do programa, no Balneário Camboriu, em Santa Catarina, local dos treinamentos. Mas isso não ocorreu. Por quê?

Pela dificuldade em fazer um contrato de locação de imóvel pelo período de um ano – prazo de vigência de contrato – e como alguns atletas já treinavam na mesma cidade, foram feitas adequações para que dividissem os custos de moradia”, explicou a direção da CBT aos fiscais do governo.

E por aí vão as irregularidades desse processo, como “ausência de participação a contento da equipe técnica em acompanhamento a atletas em torneios” e, atenção, “pagamento de multa e juros com recursos do convênio…”

Faço esse registro para demonstrar que  um ano antes de o governo federal lançar o Plano Medalhas 2016, o Ministério do Esporte já liberava verbas para algumas confederações, como a de Tênis. E não foi pouca coisa, mas R$ 2 milhões !!

Obrigação

Portanto, o Ministério do Esporte tem a obrigação de analisar a prestação de contas desse contrato com muito rigor. O dinheiro foi liberado, mas nem todas as ações realizadas.

Analisem detalhadamente as notas fiscais, pois em geral muitas escondem pagamentos para serviços nem sempre realizados. Investigo um caso específico e brevemente comentarei aqui.

Da mesma forma, os Correios, patrocinadores do tênis, precisam estar atentos, pois parceiros inadimplentes não podem receber verbas públicas. E a Confederação de Tênis está legal, em dia? Tenho dúvidas, mas checarei isso em órgãos do governo, o que farei nesta semana.

E os presidentes de federações, que dão sustentação à atual diretoria, estão atentos a esses desdobramentos ou são cúmplices das irregularidades até aqui constatadas?

Enfim, são gestores desse nível que querem se perpetuar no cargo, como o presidente da CBT, Jorge Rosa , que alterou o estatuto a fim de se “trieleger”.

Mas ele e tantos outros estão na mira do Ministério do Esporte, que vai suspender os repasses às confederações que não renovarem suas diretorias.

Se isso ocorrer, Jorge Rosa terá que trabalhar.

PS: Não encaminhei consulta à CBT sobre este assunto porque sua diretoria não me responde. Assim, fico com os documentos oficiais dos órgãos de fiscalização.


Ministro Aldo Rebelo, veja a realidade e o tamanho do problema!!!
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José Cruz

É do leitor Carlos dos Santos o depoimento a seguir. Trata-se de um professor de educação física que enquadrou a proposta da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), de realizar provas de corrida e saltos nas escolas, à realidade de nossas escolas.

O depoimento vem de quem está intimamente vinculado ao problema – ou problemão… –  e achei oportuno publicá-lo para demonstrar que não é exagerada a crítica que aqui se faz sobre a falência da prática da educação física no país e a falta de respeito à classe dos professores.

 “Achei fraco demais. Tinha que ter mais provas e o salto em distância é o mais complicado de se fazer na escola. Não tem caixa de areia.Trabalho até onze esportes nas minhas aulas de Educação Física e para mim não tem esta de que não tem desporto escolar.O que não tem é apoio nenhum para isto a grande maioria enrola e ganha o mesmo que eu.

Sou obrigado a gastar entre 3 e 4 salários mínimos por ano com material. Como faço badminton, tênis de quadra e tênis de mesa isso encarece.

Como vim do atletismo, sendo atleta de fundo, maratonista (terceiro de Minas, em 1987), faço questão de ter atletismo em minhas aulas.

Todas as modalidades com material adaptado, como pneus de moto (barreiras e ritmo de corrida), bolas de meia com pano (lançamento de dardo) e com areia (arremesso de peso), câmaras de ar de carrinho de mão (lançamento de disco), corridas de velocidade e de revezamento.

Faço salto em altura de tècnicas antigas (tesoura e rolo ventral) que dá para cair de pé. Um colchão custaria uns R$15.000,00. Salto com vara nem pensar.

Outra é que não existe um programa pedagógico na Educação Física. Você sendo competente faz muita coisa, outro ficam só em um esporte (na maioria o futsal) e queimadas para os pequenos. Na mairia das escolas, incluindo as particulares são feitos apenas quatro esportes (futsal, voleibol, basquete e handebol), sendo cada um em um bimestre.

Nunca trabalhei assim. Faço um grande salada de dez esportes, incluído o xadrez. Competições escolares existem, mas o atletismo é o primeiro a ser cortado por depender de instalções da minha ex-universidade (UF Viçosa) para acontecer.

MInha segunda escola (se não tiver dois cargos fica pior a situação de salário) ganhou uma quadra do MEC e até nisto o MEC erra. A outra escola também ganhou, mas tem um tamanho padrão e não cabia lá. Deviam ter tamnhos A, B e C para caber nas mal feitas escolas do país.

E quadra poliesportiva para eles só tem quatro esportes já citados. Vou ter que encaixar meu badminton no projeto e vão alegar que “não está no projeto”. Já ouvi isto quando propus um almoxarifado maior para guardar meu material alternativo. Eu mesmo pintarei a quadra de badminton; cabem três delas. Só quero que deixem colocar os encaixes dos postes ao concretá-la.”


Governo promoverá a “Olimpíada do Atletismo”
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José Cruz

Os ministérios da Educação e o do Esporte promoverão a “Olimpíada Escolar de Atletismo”, provas de velocidade e de salto em distância.

Algo como a Olimpíada da Matemática, faremos a Olimpíada Escolar para encontrar o estudante mais rápido e o que salta mais longe”, disse a presidente Dilma Rousseff, ao lançar o plano Brasil Medalhas 2016, na quinta-feira, anunciando mais recursos para o esporte de rendimento.

É um marco na história do esporte nacional, um grande feito da presidente Dilma e do ministro  Aldo Rebelo“, afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo.

Discreto, Gesta disfarçou para admitir que a ideia da “Olimpíada de Atletismo” foi sua. Em conversa com o ministro Aldo Rebelo ele “comentou” sobre o assunto. A  ideia evoluiu e chega em bom momento para suprir uma das deficiências da falta de esporte na escola.

A corrida é própria do atletismo, mas por que o salto em um evento estudantil preliminar?

O principal argumento é histórico: o Brasil sempre teve tradição nos saltos.

Das 14 medalhas olímpicas conquistadas, oito vieram dessa prova. A primeira, de bronze, com José Telles da Conceição, no salto em altura, Jogos de Helsinque, 1952. No mesmo evento, Adhemar Ferreira da Silva ganhou ouro no salto triplo. E se tornaria bicampeão na Olimpíada seguinte, em Merbourne.

Nelson Prudêncio (prata e bronze) e João Carlos de Oliveira (dois bronze), no salto triplo, e Maurren Maggi no salto em distância.

A Olimpíada de Atletismo tentará despertar nos estudantes o interesse pelo esporte e massificação da modalidade, ponto de partida para a prática dos demais esportes: correr, pular e saltar. É, também, alternativa para suprir as deficiências da prática de educação física escolar.

“São atividades simples, sem sofisticação que darão resultados. Com uma trena e um cronômetro se faz as marcações para identificar os melhores em cada escola. Depois podemos evoluir para uma competição na cidade, no estado e aos poucos vendo quem tem aptidões para o atletismo”, explicou Gesta.

Ao aceitar a proposta, o governo reconhece, indiretamente, atrasos na elementar prática esportiva escolar.  Também por isso, agora abre os cofres para aplicar muito dinheiro na tentativa de formar em quatro anos uma geração de bons competidores, que normalmente se faz em uma década.

Mas, afinal, por que o esporte de rendimento está sob o comando do governo?

Este será o assunto do próximo artigo.