Blog do José Cruz

Arquivo : Patrocínio

Mesmo sem credibilidade, Basquete tem apoio do Governo para novo patrocínio
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José Cruz

Conforme os últimos artigos e reportagems de Fábio Balassiano, do UOL Esporte, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) …

… perdeubasket o patrocínio da Eletrobras , numa parceria conflituosa e sem retorno da modalidade à estatal;

… fechou o balanço de 2014 com dívida de R$ 13 milhões,  38% a mais sobre o ano anterior;

… teve queda na receita (R$ 24,5 milhões), em 2014, retrocedendo aos níveis de 2011;

a CBB vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto…”, registrou uma auditoria “independente;

… ainda deve R$ 3,2 milhões à Federação Internacional de Basquete, valor do “convite” para a Copa do Mundo da Espanha, em 2014, porque não se classificou na seletiva;

… se essa dívida persistir até 31 de julho, as Seleções masculina e feminina terão que disputar seletivas aos Jogos Rio 2016;

Mas…

 ainda assim, o ministro do Esporte, George Hilton, negocia com os Correios para patrocinar o basquete.

Quando o Palácio do Planalto lançou o “Plano Brasil Medalhas” – para colocar o Brasil no top 10 dos países olímpicos – 22 modalidades firmaram parcerias com oito estatais. Algumas não tinham pretensão de patrocinar certos esportes, como a Caixa com o ciclismo BMX. Acabou cedendo à pressão do Planalto”.

Estaria o basquete, de vitoriosas gerações, nessa situação de ser renegado por falta de resultados, sem cumprir a parte que lhe compete na parceria de patrocínios e apresentar, por cinco anos gestão temerária no uso de verbas públicas?

Enquanto isso…

ministro esporte

Por que George Hilton insiste nesse negócio perigoso, diante da comprovada incapacidade de gestão da diretoria da Confederação de Basquete?

Por que o ministro não questiona e investiga sobre as suspeitas contas da CBB?

A presidente Dilma Rousseff, comandante de um rigoroso ajuste nos gastos públicos, sabe que está sendo armado um negócio altamente explosivo que irá onerar as já sacrificadas contas federais?

Enfim, essa é mais uma ideia palaciana ou do próprio ministro?


O negócio do esporte
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José Cruz

Resposta de Oscar Brandão, do vôlei de praia, ao “Esporte Essencial”

 Para você, qual o maior desafio do vôlei de praia?

0scar brandao  O maior desafio, para todo atleta, não só para mim, é a parte de patrocínio. Realmente é muito complicado. Para ser um atleta hoje no Brasil, você tem que gostar muito do que faz e ser muito dedicado. Realmente o Brasil não dá a estrutura para você ser um atleta de elite. São poucos os que têm patrocínio e conseguem ficar tranquilos financeiramente. No vôlei de praia, por exemplo, são muitos gastos. Um atleta que está começando, acaba se complicando. Porque ele paga estrutura para treinar, viagens, alimentação, suplementação… Enfim, é bem complicado.

Investimentos

Essa manifestação é de Oscar Brandão, parceiro de Thiago, no vôlei de praia. A dupla conquistou um sul-americano e dois quintos lugares em campeonatos mundiais.  Se para esses falta “estrutura”, “apoio”, “patrocínio”, imagine a situação de quem está mais abaixo, iniciando. 

O desabafo de Oscar é um reforço para a necessidade de se repensar sobre os limites do Estado no esporte de alto rendimento e o patrocínio público, estatal.  Para quem não recorda, o governo federal aplicou R$ 6 bilhões só na preparação das equipes de todas as modalidades, no penúltimo ciclo olímpico (2008/2012).

Enquanto isso…

…temos atletas de ponta com patrocínios de várias empresas, bolsas de estatais, verba da Lei de Incentivo ao Esporte, Bolsa Atleta, bolsa do seu estado de origem e ainda estão no quadro das Forças Armadas, com salário.

E é em nomes, prestígios e resultados desses atletas que os presidentes de confederações recebem verbas da Lei de Incentivo, da Lei Piva, de convênio do Ministério do Esporte e patrocínios das estatais. É muita grana! Sem controle!

A manifestação de Oscar Brandão é o ingrediente da miséria diante da fartura, sem exageros ou dramas. É a realidade em todas as modalidades. Todas! Fartura que pode ser comprovada com facilidade!

O negócio do esporte

Mas não se pode ignorar que o vôlei de praia, como o tênis, a natação, o judô,o atletismo, o basquete, e por aí vai, tornaram-se negócios, business. Os torneios internacionais pagam prêmios valiosos. No tênis, nossos atletas de ponta chegam a acumular US$ 400 mil por ano. E qual o limite da participação do Estado para o esporte desse nível, diante das carências do desporto escolar?

Essa é a discussão que não temos, nem no Ministério do Esporte, reconhecidamente preocupado com a elite, porque resultados se transformam em votos valiosos para o ministro de plantão.

A entrevista completa de Oscar Brandão ao Esporte Essencial está aqui


Caixa investe R$ 110 milhões anuais no patrocínio a 12 clubes de futebol
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José Cruz

A Caixa Econômica Federal investe atualmente R$ 110 milhões anuais em patrocínios a 12 clubes de futebol. As aplicações variam de R$ 30 milhões/ano, no Corinthians, o mais valorizado, a R$ 500 mil/ano, no ASA e no CRB, ambos de Alagoas.

O número de clubes patrocinados e os valores destinados variam ano a ano. Esses patrocínios são independentes das verbas das loterias federais aplicadas no esporte, quase R$ 1 bilhão, em 2014, conforme publiquei na semana passada, aquicaixafutebol

A verba para o patrocínio de 12 clubes é parte do que a Caixa dispõe par aplicar em publicidade, optando pelos futebol para veicular sua marca, devido à visibilidade da modalidade na TV,principalmente.

Porém, se somarmos as verbas das loterias repassadas ao  alto rendimento com o patrocínio aos clubes do futebol teremos investimentos totais  de R$ 1 bilhão anual, fora a parceria com o Comitê Paraolímpico, motivo de futuro artigo.

Os valores atualizados de patrocínio são os seguintes, segundo a assessoria da Caixa são os seguintes:

CLUBEVALOR ANUAL R$
Corinthians/SP30.000.000,00
Flamengo/RJ25.000.000,00
Vasco da Gama/RJ (1)15.000.000,00
Atlético Paranaense / PR6.000.000,00
Coritiba FC /PR6.000.000,00
EC Vitória  ES6.000.000,00
Sport Club Recife/PE6.000.000,00
Figueirense FC/SC4.500.000,00
Chapecoense/SC4.000.000,00
Atlético Goianiense/GO (1)2.400.000,00
ABC Futebol Clube/RN2.000.000,00
América FC / RN2.000.000,00
CRB / AL500.000,00
ASA  de Arapiraca / AL500.000,00
T O T A L109.900.000,00
 (1)  Licença de uso de imagem; patrocínio em negociação.

 


Patrocinada pela Petrobras, esgrima não tem verbas para viagem de atletas
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José Cruz

Patrocinados pela Petrobras, mas sem apoio para representar o Brasil em eventos internacionais, esgrimistas brasileiros pagam as suas despesas de viagem, e a maioria se apresenta com agasalhos emprestados. Será que as denúncias de corrupção na Petrobras influenciam no repasse dos patrocínios ao esporte? Mesmo com dificuldades, nova geração da modalidade conquistou cinco pódios no Pan-Americano de Toronto, encerrado ontem.

 Com uma delegação de 27 competidores o Brasil disputou o Pan-Americano Cadete e Juvenil de Esgrima, em Toronto, no Canadá, encerrado ontem, com atletas de oito países, entre eles os Estados Unidos, Argentina e México.

A nova geração da modalidade –  dos 14 aos 17 anos, na categoria Cadete, e dos 18 aos 20, na Juvenil –  conquistou cinco medalhas: uma de ouro, duas de prata e duas de bronze.

esta esgrima

Espécie de “primo pobre” do esporte brasileiro, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) ainda não tem dinheiro suficiente para financiar as viagens dos jovens talentos, segundo relato de atletas e técnicos. Nesse evento de Toronto, cada atleta pagou as suas despesas, com ajuda dos pais, de seus clubes, amigos e um mínimo de patrocinadores.

Pior:

Nem agasalhos fornecidos pela CBE nossa delegação tem para viagens de representações oficiais.

Há bom tempo, muitos atletas que competem no exterior pedem os agasalhos emprestados para os que ficam. Por isso, é comum, na abertura dos eventos, cada um desfilar com  modelo diferente. Chegamos ao ridículo de um  atleta emprestar o agasalho para o colega ir ao pódio. E quem quiser vestir a roupa oficial que compre, na Confederação Brasileira de Esgrima. A tabela de preços está aqui.

Mas os resultados agora obtidos no exterior deverão contribuir para melhorar a Bolsa Atleta dos esgrimistas premiados.

Nesta viagem a Toronto, os únicos que estão com as despesas pagas são o chefe da delegação, Jorge Tuffi, presidente da Federação Paranaense de Esgrima, e o técnico Mestre Kato, também do Paraná.

Ironicamente, a Confederação de Esgrima têm o patrocínio da Petrobras, que exige a exibição de sua marca, agora desvalorizada devido às denúncias de corrupção.

Verbas

Este ano, a  Confederação de Esgrima receberá R$ 1,9 milhões da Lei Piva, via Comitê Olímpico Brasileiro. Recebeu R$ 1,7 milhão, em 2014.

Em 2012 e 2013 o Ministério do Esporte repassou R$ 2,3 milhões à CBE, para a compra de equipamentos e treinamento de atletas.

Petrobras

Em sua página na Internet sobre patrocínios ao esporte a Petrobras remete para o link do Instituto Passe de Mágica, executora do projeto de esgrima, junto com os de remo, boxe, levantamento de peso e taekwondo. Chegou a ser anunciado que, em cinco anos, o executor receberia R$ 100 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte, para todos os projetos.

Porém, o site do Passe de Mágica foi retirado da rede e, assim, não se sabe o valor do investimento da estatal em cada uma dessas modalidades. E a Petrobras não respondeu o pedido de informações sobre os seus patrocínios.

Conquistas

No Pan-Americano de Toronto, encerrado ontem, o paranaense Alexandre Camargo, categoria Cadete, foi medalha de ouro na Espada, vencendo o mexicano Diaz. Campeão brasileiro e sul-americano Cadete, Camargo tem vencido competições adultas no Brasil. Gabriel Bonamigo, também do Paraná, ganhou bronze na mesma prova.

No feminino, a gaúcha Gabriela Cecchini, do Grêmio Náutico União, foi prata no Florete Juvenil. Gabriela já foi medalha de bronze no Mundial Cadete. Ela representou o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude. Também competiu na Europa várias vezes, mas sem dinheiro do COB ou da CBE.

No florete juvenil, o Brasil ganhou prata, por equipe, com Rafael Melaragno, Henrique Marques, Pedro Marostega e Nathan Ferreira. O grupo venceu o Canadá por 45 a 42. Na semi-final, derrotou a Argentina por 45 a 44, mas perdeu para os Estados Unidos, na decisão: 45 a 32.

Já  a equipe feminina do florete ganhou a medalha de bronze, com Mariana Pistoia, Gabriela Cecchini, Nicole Camozzato e Ana Luiza Toldo.  Venceram o México por 45 a 34 e perderam dos EUA na semi-final por 45 a 42. Na disputa do bronze venceram o Chile por 45 a 19.

Espertos

Apesar dessa realidade, os cartolas sabem tirar proveito dos resultados dos atletas, quando conveniente. Em julho do ano passado, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, visitou o Rio de Janeiro. Naquela ocasião, a CBE pagou a passagem para que Gabriela Cecchini, bronze no Mundial Cadete, estivesse na recepção, pois o homenageado, Thomas Bach, foi medalhista olímpico de … esgrima.

Foi um jogo de cena para tentar mostrar ao ilustre visitante que o país investe na modalidade e tem seus campeões. Bobagem, pois a esgrima não está entre as prioridades do COB para 2016. Por isso, são inexpressivos os valores  da Lei Piva repassados à CBE. Mas somos um país olímpico!

Tentei conversar sobre essas informações com o presidente da CBE, mas fui encaminhado ao vice-presidente, Ricardo Machado, do qual aguardo retorno.

Para saber mais:

http://sites.petrobras.com.br/PPEC/esporte-de-rendimento

https://passedemagica.wordpress.com/category/plataforma-2016-esgrima/


Caixa banca equipe africana de corrida de rua
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José Cruz

O repórter Daniel Brito estreia hoje no UOL Esporte, em Brasília,  com matéria polêmica:

“Caixa banca equipe de atletas estrangeiros em corridas de rua no Brasil”

A reportagem começa assim:

“Dinheiro público, dos cofres federais, ajuda a manter em competição uma equipe de corrida de rua formada inteiramente por atletas de países da África”.

caixaPatrocinadora do atletismo nacional, a Caixa explora como bem entende seu marketing institucional. E se os africanos lhe garantem visibilidade, porque estão sempre no pódio, como Edwin Kiprop e Samwe Salum, na foto.

Enquanto isso…

os projetos da Confederação de Atletismo não seriam prioritários, principalmente para tentar identificar e formar novos quadros, já que a geração olímpica atual tem limitadíssimos expoentes?

Já nas relações internacionais do esporte, é preciso averiguar qual o tipo de visto foi concedido aos corredores africanos. De turista? Nesse caso, podem trabalhar e auferir ganhos, como ocorre? O Ministério do Esporte concedeu autorização para isso?

Não podemos negar a capacidade técnica e física dos africanos para as provas longas. E eles fazem disso uma forma de subsistência, ganhando prêmios, cachês e salários.

Porém, essa realidade incomoda os corredores brasileiros, que também fazem das corridas de rua uma forma de “trabalho”. Eles já realizaram protestos neste sentido. Principalmente porque disputam os prêmios da melhores corridas sabendo que irão ao pódio a partir do quarto lugar.

É da competição, claro, mas essa rotina é feita de forma legal, de acordo com a legislação brasileira? Afinal, que tipo de relação trabalhista há entre a empresa de Coquinho, o empresário, e os africanos?

Bem vindo à reportagem, companheiro Daniel Brito.


O estratégico fim da parceria do basquete com a Eletrobras
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José Cruz

Depois de 10 anos de parceria e R$ 82 milhões de investimentos, a Eletrobras encerrou o patrocínio com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB). O novo patrocinador é o Bradesco, mas ainda não tenho o valor oficial nem a duração do contrato.

Um comunicado da empresa informou os motivos do fim do patrocínio:

“A Eletrobras reavaliou suas prioridades, em função da menor disponibilidade orçamentária”.

É uma resposta elegante, mas, particularmente, acredito que as denúncias de má gestão financeira da CBB influenciaram nesse recuo. O noticiário negativo da CBB, exibia, por extensão, a marca da patrocinadora. Logo…

Convite nebuloso

Indaguei à CBB se já pagaram o “convite” para o Brasil participar do Mundial da Espanha, a partir de 30 de agosto. A resposta da assessoria de imprensa não é nada transparente:

“Esse é um assunto administrativo entre a FIBA e a CBB.”

Como se sabe, o Brasil não se classificou para o Mundial. Mas recebeu um “convite” da FIBA (Federação Internacional de Basquete), desde que pague para jogar.

Enquanto isso…

Há oito anos, o Bradesco tentou entrar no esporte de alto rendimento patrocinando o valorizado vôlei, mas esbarrou no contrato com o Banco do Brasil, que manteve a prioridade. O presidente da CBV era Ary Graça, que fez força para que a troca ocorresse.

Agora, o Bradesco, que já é o banco olímpico, estreia em esportes coletivos, às vésperas do Mundial de Basquete. Resta saber se esse apoio continuará após os Jogos Rio 2016 ou se é apenas para aproveitar o momento de maior visibilidade.

Trocar o patrocínio das estatais ao esporte por empresas privadas é o sonho antigo de muitos dirigentes. Patrocínio estatal é uma “chatice”, como dizem alguns cartolas. As verbas são auditadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e a prestação de contas é rigorosa. Nem sempre a conta fecha.

Com o patrocínio privado a conversa é outra e ninguém deve explicação aos órgãos de fiscalização do governo.

Porém, se não fossem as verbas públicas – Lei de Incentivo ao Esporte, loterias, Banco do Brasil, Caixa, Correios, Petrobras, Infraero, Bolsa Atleta –, desde 2003, o esporte de alto rendimento ainda estaria no chão.

Cartolas ingratos. Bah!


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