Blog do José Cruz

Arquivo : setembro 2014

Atletismo nas alturas! Na China, claro
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José Cruz

Agência Reuters

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Em Tiantai, na província de Zheijiang, na China, foi inaugurada uma pista de 200 metros, para iniciação dos alunos da escola fundamental.

A notícia completa está aqui

Enquanto isso…

… o Rio de Janeiro ficou privado de sua principal pista de atletismo, no estádio Célio de Barros, abaixo. Toda a área foi asfaltada e serviu de estacionamento para a “frota Fifa”, na “Copa das Copas”. E ninguém foi preso por essa agressão a uma área pública do esporte, com prejuízo para mais de 300 atletas

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Na memória:

O Velódromo de R$ 15 milhões, que abrigou as provas do Pan 2007, foi destruído. Já os atletas…

O principal estádio, depois do Maracanã, o Engenhão, está fechado para reformas, há dois anos, pois a cobertura estava desabando, apesar de ter apenas sete anos …

O laboratório antidoping, da UFRJ, perdeu o credenciamento internacional, e estamos há menos de dois anos dos Jogos Rio 2016.

O estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas foi entregue à iniciativa privada. Já os atletas…

O Brasil não tem uma política de esportes. Prioridades, metas e dinheiro só para os atletas que têm chance de pódio na próxima Olimpíada.

Dos R$ 400 milhões anuais que o governo coloca à disposição do esporte, através da Lei de Incentivo, são apresentados projetos que totalizam R$ 250 milhões, no máximo. E a captação de recursos é em torno de R$ 100 milhões. Ou seja, temos um desperdício anual de R$ 300 milhões que não são usados por falta de bons projetos, principalmente.


A fartura financeira e a falência institucional do esporte
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José Cruz

Impressiona o contraste entre os recursos que abastecem o alto rendimento nacional – R$ 6 bilhões no último ciclo olímpico –   e a miséria financeira e carência administrativa nas federações estaduais.

Esse distanciamento se fortaleceu a partir de 2003, quando o então presidente Lula da Silva criou o Ministério do Esporte, gerenciado por ministros inexpressivos para o gigantismo dos problemas do setor.

Os recursos públicos que abastecem os clubes de ponta do país – Sogipa, Pinheiros, Minas Tênis, e por aí vai – conflitam com os destinados às confederações, levantando dúvidas sobre a real missão dessas entidades. E nessa conjugação quem se dá muito mal são os clubes menores e federações estaduais, frágeis também administrativamente, que acabam perdendo seus expoentes para os que detêm o poder financeiro.

Evasão

Em Brasília, a evasão de judocas expõe essa realidade. A cada campeonato brasileiro, os melhores são convidados para vestir as cores de uma grande agremiação nacional. E lá vão eles, atraídos por vantagens – legais, é verdade – que aqui não têm.

Por exemplo: a judoca Erika Miranda ganhou bronze no recente Mundial da Rússia. Ela é natural de Brasília, mas há seis anos luta pelo Minas Tênis. Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos Olímpicos de Londres e Luciano Carvalho, com pódios internacionais, também são candangos, mas lutando por Minas Gerais. E assim ocorre no basquete, no vôlei, no atletismo etc, em poderosas agremiações Brasil afora.

Futuro

A discussão para se atualizar o sistema nacional de esporte é urgente. O problema é que estamos a ano e meio dos Jogos Olímpicos, prioridade nacional. Mas não podemos fechar os olhos para a crise institucional efetiva, a partir da falta de estruturas administrativas na base, onde se pratica o esporte que revela o atleta.

Dúvidas

Além disso, não podemos afirmar que a Lei de Incentivo é instrumento de fortalecimento e valorização do esporte. Sete anos depois de sua criação, não temos avaliação rigorosa sobre o cumprimento de seus objetivos.

E não há certeza de que a Bolsa Atleta seja paga para efetivos competidores, porque não se tem a elementar fiscalização na aplicação desses recursos a quem de direito. E não creio que o Conselho Nacional de Esportes se entusiasme com a necessidade de promover o debate pra mudanças radicais que se precisa.

Terá o grupo “Atletas pelo Brasil” ânimo para centralizar o debate e levar ao futuro presidente da República um diagnóstico da realidade, sugerindo-lhe que se definam as indispensáveis competências do Estado e dos órgãos gestores?

E o próximo governo honrará o artigo 217 da Constituição Federal, que determina aplicação de recursos públicos “prioritariamente no desporto educacional”, ao contrário do alto rendimento, como agora?

Ironicamente, apesar da fartura financeira e do potencial de atletas de que dispomos o panorama institucional do nosso esporte é falido e com perspectivas desoladoras.


Rio 2016: golfe, um campo minado de suspeitos buracos
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José Cruz

Foto: Alex Ferro / Comitê Rio 2016)

campo-golfe-2016-rio2016-alexferro2-1  Um dos mais agressivos empreendimentos para os Jogos Rio 2016, a construção do campo de golfe, na reserva ambiental de Marapendi, na região da Barra da Tijuca, tem mais furos de suspeitas irregularidades que os 18 buracos para a tradicional competição, como demonstram os integrantes do movimento carioca “Golfe para quem”?

A mais recente denúncia demonstra, com documentos obtidos nos arquivos do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações), que aquela valorizada área pertence ao governo federal.

Em construção acelerada, o campo de golfe está em litígio desde 1970, há praticamente meio século. Mas decisões políticas do prefeito Eduardo Paes atropelam as ações judiciais.

Hoje, ao meio dia, com reprise à meia noite, o Sportscenter apresentará a segunda reportagem da série. Imperdível, para que se observe como os interesses olímpicos-imobiliários atropelam áreas públicas e normas judiciais.

 Pior:

A obra do campo de golfe invade expressiva área da Mata Atlântica. O projeto se caracteriza por crime ambiental, sem que os governantes da cidade ou do estado do Rio de Janeiro tomem qualquer iniciativa.

E depois dos Jogos…

Quem se responsabilizará pela gestão do campo de golfe?

Será entregará à iniciativa privada, como ocorreu com o Estádio do Remo da Lagoa, fechando o espaço público para a população?

Será asfaltado para estacionamento dos condomínios de luxo, nos arredores, como fizeram com o estádio de atletismo Célio de Barros?

Ou será destruído, como o Velódromo do Pan 2007?

Para saber mais

Vejam estas reportagens, dos companheiros Marcelo Gomes e Roberto Salim, da ESPN, e a do repórter Vinicius konchinski, do UOL Esporte:

http://espn.uol.com.br/video/437036_com-documentos-irregulares-campo-olimpico-de-golfe-e-construido-no-rj-em-terreno-do-governo-Federal?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

 

http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/esporte/2014/08/24/campo-de-golfe-da-rio-2016-entra-na-mira-da-justica-e-nova-polemica.htm

 

http://esporte.uol.com.br/rio-2016/ultimas-noticias/2014/01/29/orcamento-olimpico-mostra-que-custo-de-obras-dobrou-desde-candidatura.htm


COB recebeu R$ 104 milhões das loterias no primeiro semestre
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José Cruz

dindim  O Comitê Olímpico do Brasil recebeu R$ 104 milhões das loterias federais no primeiro semestre, contra R$ 80 milhões registrados no mesmo período de 2013. Se no segundo semestre for mantido o volume de apostas, o esporte de alto rendimento chegará ao final de 2014 com R$ 208 milhões, no mínimo. No ano passado, o COB recebeu um total de R$ 162 milhões das loterias, na chamada “Lei Piva”.

Esse dinheiro não é único para a preparação de nossas equipes em todas as categorias. Outros R$ 400 milhões estão disponíveis na Lei de Incentivo ao Esporte. Há o patrocínio das estatais, Banco do Brasil, Caixa, Petrobras, Infraero e Correios. O Ministério do Esporte também abastece as confederações através de convênios, num investimento público nunca visto na história esportiva do Brasil.

Porém…

Essa fartura sugere, de novo, desconfianças sobre a gestão do dinheiro público. Estão sendo aplicados devidamente? Quem garante? A propósito, os recursos das loterias para os Comitês Olímpico e Paraolímpico são auditados pelo Tribunal de Contas da União.

A suspeita é porque o Ministério do Esporte não tem estrutura para fiscalização. E se a corrupção ocorre em vários órgãos do governo, porque não no Esporte, onde o contribuinte está vibrante e com as emoções das disputas, dos pódios e das medalhas?

Há dois anos, o Tribunal de Contas da União fez auditoria no Bolsa Atleta e encontrou bolsistas que não competiam mais … E a corrupção no Segundo Tempo, cuja investigação ainda ocorre? E o escândalo na Confederação de Tênis, que apresentou nota fiscal fria de R$ 420 mil? Quem ficou com a grana? O Ministério não sabe. Portanto…

Enquanto isso…

Na semana passada, a gaúcha Mayra Aguiar ganhou medalha de ouro no Mundial de Judô. O clube de Mayra, a Sogipa, de Porto Alegre, comemorou e agradeceu ao principal parceiro, a “Oi”, pelo apoio ao seu projeto de judô, que tem outros patrocinadores: o Governo do Rio Grande do Sul, o Banco do Estado (Banrisul), e a Fundação de Esporte e Lazer.

Então, se esses patrocínios se destinam a preparar judocas da elite, qual o papel da Confederação de Judô, que concentra os recursos da Lei de Incentivo, das loterias e da patrocinadora Infraero e de convênios com o Ministério do Esporte? O mesmo vale para as demais confederações e os clubes que preparam os atletas também podem se manifestar. Quem paga o quê para quem? O governo tem o controle desse sistema em que o dinheiro público se mistura com o de origem privada para objetivos e programas comuns?

Por isso, os presidentes de federações estão desesperados, pois administram o caos diante da fartura no andar de cima. Afinal, senhores do esporte, do governo e fora dele, onde está a transparência nesse tempo de vacas gordas?


Joaquim Cruz questiona sobre o real legado dos megaeventos
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José Cruz

 

Por Joaquim Cruz

Ouro nas Olimpíadas de Los Angeles, 1984; prata em Seul, 1988, nos 800m

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Dizem que quando vivemos num ambiente ruim por muito tempo ficamos míopes e perdemos o sentido das coisas corretas. Será que nos adaptamos ao Brasil “pequeno” e de dificuldades que os políticos criaram para nós?

O setor de saúde não é bom, desde quando eu brincava nas ruas de Taguatinga, em Brasília. Em 1981 perdi o meu pai por falta de atendimento no pronto socorro da cidade. No ano passado, o meu irmão mais velho faleceu. Ele também não recebeu atendimento adequado em um hospital, carente de profissionais e equipamentos necessários para tentar salvar vidas. Hoje, doentes morrem na porta de prontos-socorros e isso parece não nos assustar mais, pois se tornou rotina.

Eu não lembro se a educação na minha época de estudante era boa ou ruim. Mas, pelo menos, tínhamos o esporte no segundo período para incentivar a juventude e isso fazia a diferença. Hoje, nossos adolescentes crescem da noite para o dia, e a juventude torna-se adulta fora de época. Crianças viram mães muito cedo, assumem responsabilidades de formar famílias e se afastam dos estudos. As dificuldades se multiplicam, chegam os conflitos e a família se desfaz. Com certeza a educação e o esporte poderiam ter feito a grande diferença nas vidas de tantas garotas que assumem compromissos maternos precocemente.

O esporte na escola, que por muito tempo abrigou os saudosos Jogos Escolares, piorou nas últimas décadas. O Ministério do Esporte tentou amenizar a falta de atividade física nas escolas com o programa Segundo Tempo, mas sem a participação do Ministério da Educação. O fracasso foi inevitável.

Benefícios

Estou cansado de ouvir os nossos políticos falarem sobre “os benefícios do esporte…”, “o legado do esporte” na forma de futuro próximo. “O Pan deixará legados…”; “A Copa do Mundo deixará um legado…”; “O principal legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 será…” e por aí segue.

Mas, esta semana, o nosso ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a Copa do Mundo foi responsável pela queda da produção industrial, em julho. O brasileiro trabalhou menos. Devido a isso, o governo arrecadou menos impostos. Para a economia o legado foi esse, menos dinheiro nos cofres públicos. E imagino que escolas e hospitais já sofrem o reflexo disso. Mas fizemos a “Copa das Copas…”

A cultura do futebol é muito forte para contestá-lo, mas só quando a economia nos afeta é que caímos na real e observamos que o tal “legado” não é tão grande quanto nos venderam. Qual foi o grande projeto de esporte do governo do município do Rio ou do Estado do Rio de Janeiro para estudantes e população após os Jogos Pan e Parapamamericanos? Agora, tentam nos vender o “legado olímpico e paralímpico”, sem que tivéssemos sentido o efeito da primeira promessa, há sete anos!

No meu entender, o legado dos Jogos de 2016 começou bem antes de 2 de outubro de 2009, quando o Rio ganhou o direito de sediar a Olimpíada e Paralimpíada. Porém, já se passaram cinco anos e estamos debatendo sobre os legados pós Jogos, sem termos nos beneficiado dos benefícios que deveríamos ter tido, como os do Pan e Parapan.

Legado não deveria ser somente o resultado final de um evento ou ação, mas todo o processo coletivo de mudanças, com a inclusão da escola e da universidade brasileiras nesse processo. Planejamento, definição de prioridades, fixação de metas também são legados bem antes dos Jogos, durante e depois. Mas ainda estamos debatendo sobre as mudanças no esporte nacional que deveriam ter acontecidos há cinco anos. Se não existe o legado do “antes e durante” não devemos nos iludir com um que sonhamos após a Copa do Mundo, Olimpíada ou Paralimpíada.

Potência Brasil

Já tivemos os Jogos Pan e Parapan Americanos, em 2007, a Copa das Confederações, os Jogos Mundiais Militares, a Copa do Mundo… E agora, nessa pausa de megacompetições, nossos candidatos à eleição de outubro não tocam nesses assuntos, “educação, esporte, saúde”. Será que o eleitor não quer discutir também sobre isso? Será que, desiludidos das promessas, já se adaptou a um Brasil “menor”, de pouca qualidade de vida para muitos e de desesperança para tantos, a juventude, principalmente?

Se é assim, lamento muito, pois o mundo vê o meu Brasil como uma grande potência! E é, com certeza. Mas quem dará rumos a essa potência sem garantir prioridade à educação integral dos jovens? Façam isso, senhores políticos, e o legado virá ao natural.

Nota do blogueiro: Joaquim Cruz mantém em Brasília um Instituto que leva o seu nome, dirigido por Ricardo Vidal, promovendo projetos de atletismo como o do Clube dos DescalS.O.S e o programa Rumo ao Pódio Olímpico.


Patrocinadores estão assustados com a falta de transparência no esporte
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José Cruz

A Atletas pelo Brasil, o Lide Esporte, o Instituto Ethos e empresas que investem no esporte de alto rendimento querem “ética e transparência” na gestão dos recursos que investidos.

dinheiro  Um comunicado assinado por poderosos patrocinadores (Banco do Brasil, Nestlé, Voks, Natura etc) demonstra preocupação “na associação de suas marcas com uma melhor gestão e transparência, na utilização dos recursos de patrocínio e têm grande responsabilidade com os rumos e os resultados do país no esporte de alto rendimento.”

Rumos

Então, se essa preocupação parte de quem financia o esporte é porque a situação é grave. E não é de hoje. E isso acontece, também, pela falta de rumos, apesar de termos um ministério específico, mas, igualmente, suspeito de corrupção, falta de definições e prioridades para o dinheiro que administra.

Porque, enquanto o Ministério do Esporte não analisar com rigor as prestações de contas do dinheiro que libera, passa a ser cúmplice das falcatruas, descobertas ao acaso, como ocorreu com a Confederação Brasileira de Tênis, a de Hipismo etc.

Quem é quem?

A união de forças como essa surgida em São Paulo é oportuna. Mas estamos atrasadíssimos em todas as frentes. Faltam definir competências a todos os entes do esporte. Nos últimos anos, há uma evidente concorrência do Ministério do Esporte com o Comitê Olímpico. Isso está claro na farta liberação dos recursos em Brasília, enquanto o COB tem um projeto com objetivos e visão integrada.

Na prática, são dois órgãos – um técnico-privado e outro público-político – disputando os mesmos cliente$, já turbinado$ por outras fontes, públicas, principalmente. Quem discute sobre essa desordem, que leva ao desperdício e, por isso, incentiva a corrupção e injustiças que, agora, os patrocinadores agem para estancar?

Quem discute, também, sobre a ineficiência das federações, muitas falidas, desacreditadas e que servem apenas para dar sustentação aos poderosos das confederações, onde se concentram os valorizado recursos públicos?

Todas as ações para melhorar são bem-vindas, mas o ponto de partida é discutir sobre a estrutura que aí está, falida e suspeita. E, por isso, ameaçando expor na bagunça esportiva marcas poderosas de já assustados patrocinadores.


Lamentável, revoltante e triste
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José Cruz

É no país da “Copa das Copas”, do meu estado, o Rio Grande do Sul, e do estádio do “Imortal Tricolor” que vem a triste demonstração de racismo, no jogo em que o Santos derrotou o Grêmio, ontem, por 2 x 0.  Logo no Grêmio, que no ano passado fez bela campanha contra o racismo. Interdição da Arena, no mínimo, para ver se o torcedor aprende a respeitar seus semelhantes.

Imagens que entristecem: torcedoras, inclusive, agredindo Aranha, o goleiro do Santos

aranhas

Mais:

http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/copa-do-brasil/ultimas-noticias/2014/08/29/casos-repetidos-escancaram-problemas-de-racismo-em-estadios-do-rs.htm

 

http://espn.uol.com.br/video/436036_torcedores-do-gremio-fazem-criticas-racistas-a-aranha-goleiro-do-santos


O debate vazio do esporte na campanha eleitoral
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José Cruz

Procurei conhecer as propostas dos candidatos presidenciais para o assunto “esporte”. Não há novidades, mas uma cópia atualizada de campanhas passadas.

Apesar de o Brasil estar recebendo os maiores eventos esportivos do mundo, não há um projeto integrado para as pastas da saúde, educação, esporte, meio ambiente, indústria e comércio, no mínimo. Nada!

FOTO CORRIDANão sabemos para onde vamos, como numa corrida sem compromisso. Isso é sinal de que, independentemente do candidato eleito, continuaremos com um ministério partidário, de atuação e objetivos políticos, antes de tudo.

A indústria do esporte é uma das que mais contribui para a formação do PIB nacional, devido, também, ao crescente interesse dos brasileiros pela prática de atividade física. E isso foi motivado, em parte, pela realização dos grandes eventos esportivos: Pan e Parapan 2007, Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Copa do Mundo de Futebol, Olimpíada, Paraolímpiada e Universíade. A corrupção e superfaturamento para preparar essas festas é outra história.

No entanto, onde entra a escola e a universidade na preparação desses eventos? Qual a participação efetiva de longo prazo da área acadêmica para que o Brasil seja, também, esportivamente respeitável? O Ministério do Esporte continuará sendo apenas um órgão repassador de verbas públicas? O Conselho Nacional do Esporte continuará cúmplice da omissão do governo em várias frentes do setor?

Nos estados

Da mesma forma, pesquisei algumas propostas dos governos estaduais, onde secretarias de esportes usam suas estruturas para camuflar orçamentos e transformar cargos de confiança em cabides de empregos, privilegiado espaço para companheiros desocupados. Nenhuma novidade. Mas somos um país olímpico.

Enfim, a 38 dias das eleições, acusações e promessas de eleições anteriores se repetem, e a novidade da campanha é uma trágica realidade: um jatinho sem dono.

E eu aqui querendo debater sobre os rumos do esporte…


Judô teve orçamento de R$ 47 milhões, em 2013
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José Cruz

Um total de R$ 47 milhões turbinou a preparação da equipe brasileira de judô, que disputa o Campeonato Mundial, na Rússia. O orçamento da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) recebeu investimentos públicos e privados.  erikaO evento está no terceiro dia, e o Brasil já conquistou bronze, com a meio-leve Erika Miranda (foto), judoca do Minas Tênis Clube.

O principal aporte financeiro no judô em 2013 foi de “patrocinadores”, com R$ 28 milhões, conforme o balanço financeiro da CBJ. Esses valores também financiam as seleções das categorias de base.

FONTE 2013

R$ Milhões

Patrocinadores

28,3

Lei Incentivo ao Esporte

10,9

Lei Piva

4,3

Min Esporte – Convênios

3,7

TOTAL        47,2

 

Considerada “modelo” de gestão – com reservas, depois do escândalo na Confederação de Vôlei – a CBJ tem na Sadia o seu principal patrocinador, categoria “master”. O valor oficial do patrocínio não consta no balanço. Bradesco, através da Lei de Incentivo, é outro patrocinador, mas na categoria “oficial”. Scania e Cielo constam como “parceiros oficiais”.

 Enquanto isso…

Como nas demais modalidades esportivas, as confederações estão bem supridas de verbas para a preparação das seleções.

Porém, as federações estaduais, que dão sustentação institucional às confederações, estão na miséria e, muitas, abandonadas, literalmente. Mas é no trabalho das federações junto aos clubes e associações que se identificam talentos e se forma a base de qualquer modalidade. Sem exageros, assim como a poderosa CBF as confederações estão muito bem, mas suas filiadas muito mal.

 Realidade

O presidente da Federação Metropolitana de Judô (DF), Luiz Gonzaga Filho, revelou que há uma perda anual muito grande de talentos, por falta de dinheiro.

Competidores das categorias menores que se classificam para eventos nacionais ficam sem viajar porque não podem comprar passagem nem pagar hospedagem. Frustrados, acabam se afastando do esporte.

“Teremos um Campeonato Brasileiro sub-23, em Natal, mas recebo ligações dos judocas classificados dizendo para colocar outro no seu lugar, pois não conseguiram dinheiro para as despesas”, contou Gonzaga Filho.

A CBJ, segundo Gonzaga, ajuda com “bons tatames, com computadores”. Mas o problema maior são as despesas com as seleções para os campeonatos brasileiros.

Este problema é grave e antigo, porém sem uma só reação do Ministério do Esporte.

A realidade demonstra que o modelo está falido e, mesmo assim, o governo continua suprindo, com fartura de dinheiro, a elite de todas as modalidades, em detrimento de quem trabalha na iniciação. O desperdício de talentos é real.


Centenário Palmeiras, Ronaldinho e a dívida fiscal
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José Cruz

palmeiras

A diretoria do Palmeiras trabalha para anunciar hoje, data do centenário do clube, a contratação de Ronaldinho Gaúcho.

O salário exigido pelo ex-melhor do mundo é de R$ 600 mil e outras vantagens. A “vaquinha” para esse investimento é iniciativa de palmeirenses históricos.

Independentemente de onde virá a grana, essa contratação é negociada enquanto cartolas, de joelhos, pedem perdão de suas dívidas fiscais ao governo federal.

Como se sabe, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei com privilégios esdrúxulos para que os devedores renegociem R$ 4 bilhões de calotes ao INSS e à Receita Federal.

Em dezembro, o Palmeiras devia R$ 40 milhões à Timemania, loteria criada pelo ex-ministro Agnelo Queiroz “para salvar os clubes…” Pior: além da Timemania, a dívida do centenário clube paulista era de R$ 274 milhões, em 2013, segundo a BDO Auditores Independentes.

Muito estranho esse duplo comportamento dos cartolas, que choram suas misérias diante do governo federal, enquanto escancaram negócios milionários na contratação de atletas. Reforçam, com isso, as suspeitas de que o futebol encobre mesmo lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas, negócios no escuro etc.