Blog do José Cruz

Arquivo : novembro 2015

Pistas de atletismo da UnB perdem, de novo, R$ 7,5 milhões para reformas
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José Cruz

Interditadas para a boa prática do esporte, as pistas de atletismo da Faculdade de Educação Física da UnB (Universidade de Brasília), onde estudam mais de mil alunos, continuam abandonadas. Pista A burocracia, mais uma vez, adiou o repasse de R$ 7,5 milhões do Ministério do Esporte para a recuperação das áreas.

O dinheiro esteve reservado no orçamento federal dos três últimos anos, e a expectativa era começar a obra em agosto último, conforme aqui divulgado.

Em abril, o diretor do Departamento de Gestão e Infraestrutura da UnB, André Luiz Aquere, encaminhou ao Ministério do Esporte o projeto de reforma, orçado em R$ 7,5 milhões. Se aprovado, seria feita licitação para contratar a empresa. Mas, foram solicitados reparos no projeto.

Entre idas e vindas, o tempo passou. E, devido à crise econômica e às dificuldades financeiras no cofre público, o dinheiro não será liberado este ano.

Enquanto isso…

O piso, comprado por R$ 5 milhões, em 2013, e estocado na área da própria pista (foto) mostra que “curiosos” já estão abrindo as embalagens, o que poderá apressar a deterioração do material.

E tudo isso ocorre no “país olímpico” e da “Pátria Educadora”…

As fotos, do companheiro Walter Guimarães, registram como o dinheiro público escorre pelo ralo…

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Planalto tenta corrigir trapalhada olímpica
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José Cruz

Ricardo Leyser foi “rebaixado” porque perdeu o status de segundo homem na hierarquia do Ministério do Esporte. Mas retorna à Secretaria de Alto Rendimento prestigiado, pois levará o que tinha de mais valioso na Secretaria Executiva, o comando dos assuntos olímpicos, sua equipe, e a caneta para movimentar o principal orçamento da pasta

O retorno de Ricardo Leyser ao Ministério do Esporte, demitido na terça-feira da Secretaria Executiva, não é ato de compensação do governo federal, mas reparo de uma trapalhada de interesses políticos-partidários.

O pedido de “porteira aberta” do ministro George Hilton, isto é, liberdade para nomear parceiros do seu partido, o PRB, para os cargos mais valorizados do Ministério, colocou Leyser no olho da rua. Afinal, o secretário executivo é o substituto imediato do ministro. E como ter neste cargo um filiado ao PCdoB numa pasta dominada pelos religiosos do PRB?

A demissão de Leyser estava assinada pela presidente Dilma, e seria usada para mostrar ao ministro Hilton e ao PRB a determinação do Planalto em “abrir a porteira”. Mas com exigências, pois os vinte deputados da legenda não têm sido muito fieis ao governo nas votações da Câmara. Seria exigida das excelências a devida contrapartida: votos com o governo. Porém, antes dessa conversa, “alguém…” mandou a demissão para publicação no Diário Oficial, e o estrago apareceu.  Rio 2016

Leyser, desde 2003 no Ministério do Esporte, é reconhecido pela totalidade dos cartolas, principalmente porque eles são beneficiados com fartura de dinheiro público, mesmo as confederações envolvidas em denúncias de corrução e péssima gestão da verba oficial, como a de Basquete, tênis etc.

Mais: ele é, principalmente, um dos interlocutores do governo junto às autoridades internacionais que preparam os Jogos Rio 2016. Leyser domina a máquina administrativa e financeira do esporte de alto rendimento, e tirá-lo da Secretaria Executiva para ali colocar o desconhecido Marcos Jorge Lima, especialista em pesca artesanal, a duzentos e poucos dias da abertura da Olimpíada, não cheirou bem entre os exigentes senhores dos anéis. A trapalhada pegou muito mal para a diplomacia olímpica do Palácio do Planalto.

Era preciso corrigir sem ofender o parceiro PRB, mas sem deixar a porteira totalmente aberta. Então, ficamos assim: Leyser é “rebaixado”, porque perde o status de segundo homem na hierarquia do ministério, para onde foi nomeado Marcos Lima. Mas retornará à Secretaria de Alto Rendimento prestigiado, pois levará o que tinha de mais valioso na Secretaria Executiva, o comando dos assuntos olímpicos, sua equipe e a caneta para movimentar o principal orçamento do ministério.

Que venha a tocha olímpica…


Leyser poderá ser o executivo do dinheiro olímpico, no Palácio do Planalto
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José Cruz

Exonerado hoje da secretaria executiva do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser Gonçalves poderá ir para um gabinete da Presidência da República, onde está centralizado o alto comando da liberação dos recursos financeiros para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

planaltoDois deputados federais, intimamente vinculados às questões do esporte, fazem essa previsão, pois o homem forte que cuidava desse assunto, Aloízio Mercadante, assumiu o Ministério da Educação, há poucos dias.

Como Leyser conhece bem o setor, pois sempre manteve o comando das ações de governo para o Jogos, é possível que Dilma o aproveite no cargo, vago com a saída de Mercadante. Os mesmos deputados lembraram que essa seria uma forma de Dilma manter a parceria com o PCdoB, historicamente vinculado ao PT, desde as primeiras horas do governo Lula, em 2003, quando Ricardo Leyser chegou ao Ministério do Esporte.

Alternativa

Da mesma forma, há previsão de que ele seja aproveitado no Ministério da Defesa, agora sob o comando do ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB), partidário de Leyser Gonçalves.

Em março, Ricardo Leyser foi cogitado para assumir a presidência da APO (Autoridade Pública Olímpica), no lugar do general Fernando Azevedo e Silva. Mas o cargo foi preenchido pelo diretor técnico, Marcelo Pedroso, sem partido.

Manifestações

O COB (Comitê Olímpico do Brasil lamentou a saída de Ricardo Leyser Gonçalves da secretaria executiva do Ministério do Esporte, onde estava desde 2003.

Ricardo Leyser sempre trabalhou em parceria com o COB, em prol do desenvolvimento do esporte brasileiro. Lamentamos sua saída do Ministério do Esporte, ao mesmo tempo em que desejamos que seu substituto mantenha o mesmo relacionamento positivo e produtivo, sobretudo na preparação do Time Brasil”, disse a assessoria do COB em resposta a um questionamento do Blog.

Paralímpicos

“O Comitê Paralímpico Brasileiro agradece o apoio e reconhece o trabalho realizado pelo secretário Ricardo Leyser durante os 12 anos em que esteve no Ministério do Esporte. O CPB tem uma longa parceria com o Ministério e uma ótima relação com o ministro George Hilton. Desejamos sucesso ao secretário executivo Marcos Jorge Lima”.

Confederação de Vôlei

Durante importante passagem pela Secretaria-Executiva do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser foi um grande apoiador e parceiro no fortalecimento dos esportes olímpicos brasileiros. Seu conhecimento técnico contribuiu para profissionalizar ainda mais a gestão esportiva, com resultados que certamente serão sentidos durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e no legado para o esporte brasileiro. O apoio da secretaria do Ministério do Esporte permitiu que o voleibol mantivesse seu caminho vitorioso das últimas décadas. Em nome da Confederação Brasileira de Voleibol, desejamos sucesso em seus novos desafios e confiança na continuidade no fortalecimento do desporto nacional”

Confederação de Atletismo

Hoje, muitas Universidades Federais já têm suas pistas. E outras já estão com pistas em instalação. Sempre com recursos do Ministério do Esporte e com o Ricardo Leyser como grande incentivador do projeto. Também foi importante a construção de uma Rede Nacional de Treinamento de Atletismo, com a construção de pistas em vários pontos do País. Além dos Centros Nacionais de Treinamento de Atletismo. Espero que o Ministério do Esporte continue com esta linha de atuação, não como projeto político, mas como projeto de desenvolvimento esportivo.”

Confederação Brasileira de Clubes

“Infelizmente, já estamos acostumados com as surpresas na nossa politica, o senhor Ricardo Layser era um funcionário do Ministério do Esporte com muito crédito e uma carreira com excelente trabalho ligado ao esporte brasileiro. Temos absoluta certeza que o Ministro George Hilton fez aquilo que acredita ser o melhor para sua pasta.”

Confederação de Canoagem

“Entendemos a necessidade política da mudança mas, nos preocupa a troca devido o momento olímpico que vivemos. Ricardo Leyser foi um grande parceiro da Canoagem Brasileira e como responsável pela coordenação dos Jogos sempre lutou por garantir o legado esportivo dos Jogos Rio 2016. Esperamos que seja encontrada uma solução para a continuidade das ações governamentais na preparação dos Jogos Olímpicos Rio 2016.”

Ricardo Leyser é exonerado da Secretaria Executiva do Ministério do Esporte
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José Cruz

A 262 dias da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a presidente Dilma Rousseff cedeu às exigências do PRB e trocou o comando do governo nos projetos e na liberação dos recursos financeiros aos megaeventos esportivos, reforçando o apoio do partido do ministro George Hilton ao governo, no Congresso Nacional.

Em ato publicado no Diário Oficial desta terça-feira, Dilma exonerou Ricardo Leyser Gonçalves da secretaria executiva do Ministério do Esporte – o segundo cargo na hierarquia da casa –, nomeando Marcos Jorge Lima, especialista em assuntos pesqueiros. Até pouco tempo, Lima era o superintendente federal da pesca, em Roraima. Leyser, que esteve com o ministro no último fim de semana, em São Paulo, trabalhou normalmente ontem, sem se aperceber que estava com horas contadas, pois era considerado homem de confiança da presidente Dilma.leyser

A ousada mudança em troca de apoio político ocorre em momento de crise, que ameaça o cargo da própria presidente Dilma. Na troca, a presidente ganha oito votos em plenário, pois o PCdoB tem 12 deputados, enquanto o PRB tem 20. No Senado, cada partido tem apenas um senador.

Já no campo técnico, sai o personagem que executou a política do governo nos Jogos Pan-Americanos 2007 e demais megaeventos esportivos, entrando um leigo na missão de liberar verbas públicas federais, um especialista em pescaria, mas com DNA político do ministro George Hilton.

Fontes do Congresso aguardam  novas exonerações, para acomodar nos cargos do Ministério do Esporte os filiados do PRB, braço político da Igreja Universal do bispo Edir Macedo.

Origens

Leyser estava no Ministério desde sua fundação, em 2003, e começou a crescer quando substituiu a Orlando Silva na Secretaria de Esporte Educacional. Atualmente, centralizava as ações do governo federal para os Jogos Rio 2016, tendo, inclusive, todo o desenho do Executivo para os eventos do ano que vem. Segundo fontes políticas “era o homem forte do governo”, da presidente Dilma, inclusive.

Saída antecipada

A exoneração de Leyser confirma a notícia publicada neste blog em 10 de outubro, informando que o PRB, do ministro George Hilton, “quer porteira fechada” no Ministério do Esporte. Confira:

Dez meses depois de dividir diretorias e cargos funcionais com o PCdoB, o Partido Republicano Brasileiro, do ministro George Hilton, quer “porteira fechada” no Ministério do Esporte.

Em política, “porteira fechada” é o preenchimento de todos os cargos com nomes do partido do titular da pasta, como ocorre com o PMDB na Saúde, Agricultura, nas Minas e Energia etc.

No Esporte, isso significaria o afastamento de servidores ligados a outros partidos, como o atual secretário-geral, Ricardo Leyser (foto), remanescentes do PCdoB, do tempo dos ministros Aldo Rebelo, Orlando Silva e Agnelo Queiroz, o primeiro e trágico. O cargo de secretário-geral tem status, pois é o substituto imediato do ministro. Como explicar aos fiéis e correligionários que, na ausência do ministro, da Igreja Universal, responde um comunista do histórico PCdoB? Pois o esporte está metido, também, nessa disputa”

 


Apesar da força da marca “Flamengo” é difícil captar na Lei de Incentivo
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José Cruz

O Clube de Regatas do Flamengo, que amanhã completará 120 anos, guarda boas lembranças dos anos de ouro do remo, esporte que deu origem à tradicional agremiação carioca. O futebol veio 17 anos depois, em 1912, com história que consagrou o clube Rubro-Negro como a “mais querido do Brasil”

No entanto, a situação financeira para desenvolver os demais esportes está difícil, e até o dinheiro aprovado na Lei de Incentivo ao Esporte não está entrando no caixa do clube: faltam doadores, dificultando o desenvolvimento de projetos para a descoberta de novos talentos, como Fabiana Beltrame (foto) que surgiu e se consagrou no Flamengo, onde conquistou o título mundial de 2011, no single skiff leve.  remo

Depois que regularizou a situação da dívida fiscal do clube, em 2012, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, aprovou projetos para captação de recursos pela Lei de Incentivo ao Esporte, nas modalidades tênis, remos, natação, futsal, polo aquático, canoagem, judô, nado sincronizado e ginástica.

          PROJETO   APROVADO                                CAPTADO               
Desportos Aquáticos I      6.787.623,00    1.783.914,00
Desportos Aquáticos II      3.434.459,00                 1.280,00
Remo e Canoagem I      4.933.343,00             319.790,00
Remo e Canoagem II      4.246.594,00             155.391,00
Judô e Ginástica      8.024.416,00        2.297.919,00
Basket,Vôlei, Futsal e Tênis      7.521.940,00       1.442.078,00
Centro Desenvolvim. Atletas      1.708.400,00           673.679,00
T O T A L36.656.775,00       6.674.051,00

*Valores em reais

Conforme o Ministério do Esporte”,  o Flamengo tem R$ 36,6 milhões em projetos aprovados, entre 2013 e 2015, para as modalidades fora do futebol. Desse total conseguiu captar apenas R$ 6,6 milhões, um sexto do aprovado. Deve-se considerar que projetos liberados no ano passado e este ano ainda têm bom tempo para buscar doadores. Mas os registros de doações demonstram dificuldades para alcançar o valor disponível.

Para o remo e a canoagem, por exemplo, um projeto autoriza captar R$ 4,9 milhões. Mas, até agora, foram obtidos apenas R$ 208mil, nem 5% do aprovado. Outro, de outubro de 2013, para basquete (modalidade de forte apelo no clube), vôlei, futsal e tênis, estão disponíveis R$ 7,5 milhões. Mas só foram obtidos R$ 1,4 milhão, a maioria de torcedores, sem registro de doação de uma grande empresa nacional.

Torcida e paixão

Boa parte do dinheiro doado – 6% do imposto devido para pessoas físicas e 1% para instituições privadas – vem de torcedores. Há registros de R$ 100,00, de R$ 200, assim como outras de até R$ 3.000,00 e até R$ 10.000,00.

A dificuldade na execução da Lei de Incentivo, em geral, está na captação de recursos. Escassez de doares que se enquadrem na legislação e falta de conhecimento sobre a legalidade dos benefícios são os principais motivos, apesar de a lei ter sido aprovada em 2006.

Como é

Anualmente, a Receita Federal disponibiliza R$ 400 milhões para projetos da Lei de Incentivo. É dinheiro de imposto devido – pessoas físicas e jurídicas – que deixam de ser usado em projetos do governo para incentivar o esporte.

Mas, se até para o Flamengo, que divide com o Corinthians as marcas esportivas mais valorizadas do país, está difícil captar recursos legais, para seus projetos olímpicos, imagine-se para clubes desconhecidos, Brasil afora. São situações dessas que mostram a necessidade de uma urgente revisão na legislação, nove anos depois de ser sancionada, assim como ampla divulgação sobre a legalidade das doações.

Para saber mais:

Lei de Incentivo ao Esporte – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11438compilado.htm


Pesquisadores lançam livro sobre Políticas de Esporte nos Anos Lula e Dilma
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José Cruz

Por Pedro Fernando Athayde

 Nesta segunda-feira, 16 de novembro, na UnB, será lançado o livro

“Políticas de esporte nos anos Lula e Dilma”

 A obra, organizada por pesquisadores da Universidade de Brasília – Wagner Barbosa Matias, Pedro Fernando Athayde e Fernando Mascarenhas –, reúne artigos científicos produzidos nos últimos anos sobre megaeventos esportivos, futebol, financiamento e programas sociais de esporte.

Lula e Dilma  Compreender um período histórico (os últimos 12 anos) ou um fenômeno social (o esporte) não é tarefa simples. Quando se decide trilhar esse caminho a partir de uma perspectiva de análise crítica e dialética, torna-se uma empreitada tão mais complexa e desafiadora. Especialmente porque, nesse caso, deixa de ser uma opção apenas de preferência metodológica ou filosófica e passa a refletir um compromisso ético-político.

Se somarmos esses enormes desafios, de caráter universal às particularidades da formação socioeconômica brasileira, bem como às vicissitudes contemporâneas de um dos períodos mais férteis da nossa curta trajetória democrática, nosso expediente ganha um correspondente simbólico de contornos enigmáticos, sumariados pelo enigma da esfinge:  Decifra-me ou devoro-te!

Decifrar o enigma representado pelo governo Lula – e legado a presidente Dilma Rousseff – no campo esportivo requer uma postura madura e coerente, capaz de considerar as contradições, presentes na esfera econômica, política e social, possibilitando perceber, dentro de um movimento de continuidade e descontinuidade, os avanços e limites deste período.

Horário e local

Consciente dos desafios e limites impostos pelo cenário descrito acima, o Grupo de Pesquisa e Formação Sociocrítica em Educação Física, Esporte e Lazer, da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (AVANTE/UnB) organizou o livro que será lançado 16 de novembro, às 18h30 no auditório da Faculdade de Educação Física da UnB.

O lançamento ocorrerá com o debate sobre Esporte, Lazer e Cidadania, com a presença do professor Juan Álvaro Rodríguez Diaz, da Universidade de Sevilla- Espanha.


Blog do Paulinho está de volta
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José Cruz

O jornalismo investigativo volta a ser reforçado com o retorno do Blog do Paulinho, espaço independente penalizado pela Justiça. Paulinho ficou encarcerado por 130 dias, acusado de difamação. O resultado desse afastamento é contado pelo próprio jornalista. Confira aqui 


Brasil renova na Unesco Carta de Educação Física, que não aplica aqui
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José Cruz

Com representantes de 195 países-membros da ONU, o ministro do Esporte, George Hilton, participou em Paris da reunião da Unesco, que na quarta-feira aprovou a revisão da “Carta Internacional de Educação Física, Atividade Física e Esporte”

Hilton Unesco

De volta ao Brasil, o ministro não tem uma só escola pública para visitar, porque o programa Esporte na Escola, desenvolvido em 2013 e 2014, acabou, faltou dinheiro

Satisfação

Como disse o professor Almir Teles, em recente artigo neste espaço, “… O tal programa foi criado mais pela necessidade de prestar satisfação à sociedade, em virtude da proximidade da Olimpíada Rio 2016, do que dar consistência à formação esportiva e cultural aos milhões de escolares brasileiros”.

Memória

24 de agosto de 2001 – Ministro do Esporte Carlos Melles

O programa “Esporte na Escola” prioriza a criança e o esporte como educação, tirando as crianças das drogas e da marginalidade”

11/11/2015 – Ministro do Esporte George Hilton

“... A resolução em Paris, recomendando às nações que elejam a educação física dos povos como prioridade, converge para o plano de esportes que vem sendo desenvolvido pelo governo brasileiro”.

Como o ministro disse isso em Paris, ninguém entendeu. Aqui, é mentira.

Mais

Plano de esporte que vem sendo desenvolvido pelo governo brasileiro…”

O tempo do verbo,  “vem sendo desenvolvido”, ficará registrado, como a mentira de Carlos Melles. Há 14 anos… “vem sendo desenvolvido” …

Coincidências

E o que Melles e Hilton têm em comum, além de serem deputados por Minas Gerais?

Ambos não entendem nada do assunto.

Melles era formado em agronomia! Era especialista e continua produtor de café! mas foi ministro do Esporte!!!

Hilton é radialista, apresentador de televisão, teólogo, animador e especialista em…. Em que mesmo?

Ah, sim! É ministro do Esporte.


CPI, CBF e o valor “astronômico” da Copa 2014
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José Cruz

Os R$ 9,5 bilhões projetados pela CPI do Futebol (e não por este blogueiro) sugerindo possíveis ganhos da CBF na Copa 2014 é, de fato, exorbitante. É algo perto de outro tanto de estádios recentemente construídos para o Mundial da Fifa, e é difícil imaginar resultado assim para apenas uma entidade no contexto do Mundial de Futebol. Para que se tenha ideia, R$ 9,5 bilhões correspondem ao lucro acumulado de apenas sete meses de um dos principais bancos particulares do país.

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Por ser “astronômico” os R$ 9,5 bilhões tornaram-se estratégicos na CPI do Futebol, uma forma de alertar o judiciário quanto à necessidade de novas quebras de sigilos, como ocorreu com Marin, buscando esclarecer, sem extravagâncias, sobre o real resultado financeiro da Copa 2014.

Cálculo

Calculada pela área técnica da CPI, a projeção não é aleatória. Ocorreu com base no recolhimento de imposto de renda do ex-presidente da CBF, José Maria Marin –  sócio minoritário (0,01%) no COL (Comitê Organizador Local). O imposto sobre R$ 985.201,95 foi por “participação em lucros ou resultados”, conforme declarado.

Diante desse ganho, entre outros declarados pelo ex-cartola, atualmente preso pela Justiça norte-americana, acusado de sonegação fiscal, quanto teria ido – e a que título –  para a CBF, majoritária no COL (99,99%)? Para esclarecer, o Blog enviou ontem à noite perguntas à assessoria da CBF.

Dribles no campo político

Nesse raciocínio, os técnicos da CPI chegaram ao estupendo valor que provocou longa discussão, mas que evidencia uma estratégia nessa disputa no campo político, liderada por um ex-jogador campeão do mundo e tradicionais cartolas do nosso futebol.

Ontem, por exemplo, a CBF avançou no primeiro tempo, quando seu assessor parlamentar, Vandemberg Machado, conseguiu esvaziar o plenário da CPI. Sem quórum, evitou a votação de pedidos de quebra de sigilos. Foi mais uma evidente demonstração de longa influência da CBF sobre senadores da República.

Reação

Indignado com o drible, Romário voltou ao jogo, reforçado pelo apoio do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Em poucas horas, a dupla conseguiu 34 assinaturas de senadores (sete a mais que o necessário) para prorrogar os trabalhos da CPI por mais seis meses. Havia o risco de alguns senadores retirarem a assinatura, o que é normal, e impor nova derrota à CPI. Espertamente, Romário aproveitou a sessão noturna e de plenário cheio para que o pedido fosse lido e aprovado em tempo recorde.

A CPI que encerraria seus trabalhos em dezembro, depois de um semestre de sabotagens, inclusive com o relator, Romero Jucá, contribuindo para a falta de quórum,  vai até julho de 2016.

Ao dispor

O espaço deste Blog está à disposição da CBF para esclarecer sobre os temas aqui tratados.

A ilustração deste artigo foi publicada originalmente na editoria de Economia do uol.com.br

CPI do Futebol tem indícios de que CBF lucrou R$ 9,8 bilhões com Copa 2014
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José Cruz

Depois de revelar que José Maria Marin recebeu R$ 985 mil com a Copa 2014, conforme Rodrigo Mattos, em seu blog, a CPI do Futebol terá nova missão: descobrir se parte destinada à CBF chegou a R$ 9,8 bilhões, que lhe caberia, no rateio de resultados financeiros do evento e como sócia majoritária no COL (Comitê Organizador Local).  A projeção desse valor é da assessoria técnica da CPI, com base nos ganhos de Marin. É nesse rumo que senadores da CPI vão trabalhar na reunião da próxima quarta-feira.

Conforme o contrato de constituição do COL (Comitê Organizador Local), a CBF ficaria com 99,99% do resultado financeiro da Copa no Brasil. O 0,01%  restante iria para o segundo sócio, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, à época, substituído por Marin, atualmente respondendo a processo judicial nos Estados Unidos, acusado de corrupção.

Na declaração de imposto de renda retido na fonte de José Maria Marin, obtida pela CPI, consta o recebimento de R$ 985.201,95, a título de “participação nos lucros ou resultados”, levando os assessores do Comissão a vincular o ganho aos 0,01%  que o dirigente teria direito como sócio minoritário do COL.

Argumentos

Se for considerado que a CBF deveria receber uma quantia proporcional à sua participação no COL (99,99%), considerando que José Maria Marin recebeu R$ 985.201,95, a CBF deveria, então, ter recebido a astronômica quantia de R$ 9.851.034.298,05, que não aparecem em nenhum dos demonstrativos da CBF deste período” – argumentaram os assessores da CPI em novo pedido de quebras de sigilos, que será votado na próxima semana pelo plenário da Comissão.

Se continuar nesse ritmo de investigações, com quebras de sigilos de cartolas, a CPI do Futebol, presidida pelo senador Romário, avançará no objetivo principal de identificar quem ganha com contratos milionários de jogos da Seleção Brasileira.

A CBF esclarece:

“A Confederação Brasileira de Futebol não lucrou qualquer valor para organizar a Copa do Mundo de 2014. A informação de que o evento teria dado à CBF um lucro de R$ 9,8 bilhões de lucro é absurda, mal-intencionada e baseada em premissas falsas e deduções que fogem ao razoável.

Surpreende o fato de o Portal UOL e este jornalista darem tamanho espaço à desinformação, oferecendo destaque a dados irreais, que um mínimo de conhecimento e boa vontade permitiriam constatar serem absolutamente equivocados.”

Resposta do blogueiro

“Não surpreende a CBF contestar o post, pois, normalmente, desconhece o valor da informação. Está mais preocupada em escondê-la de jornalistas.

Surpreende, sim, é dar interpretação errada ao que está escrito. Não se diz, em qualquer momento, que a CBF ‘lucrou’, mas que a CPI (observem, não é o blogueiro, mas CPI) tem INDÍCIOS de lucro. Dar outra leitura a isso aí sim configura-se o ‘absurdo’. E, como se explicou, a estrondosa ‘suspeita’ visa provocar na Justiça uma reação positiva à quebra de sigilos de dirigentes. Se a CPI estiver “equivocada” saberemos tratar a informação no momento oportuno.”