Blog do José Cruz

Arquivo : dezembro 2014

O gesto olímpico do ano e a omissão do COB
Comentários Comente

José Cruz

Na festa dos melhores atletas do ano, ontem, no Rio, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fez homenagens e valorizou esporte, “uma aula de cidadania”.  Disse mais:  “A adrenalina do esporte olímpico eterniza a ética, a esportividade e companheirismo”.

Porém, o COB, que difunde a teoria, deixou de exaltar justamente que teve esse comportamento na prática, Guilherme Forman Murray. Murray G

O maior feito desse esgrimista paulista de 12 anos foi na luta pelas oitavas de final do Panamericano de Esgrima, no Caribe, quando ele alertou o árbitro que não havia tocado o adversário com o florete, anulando o ponto que poderia lhe representar a vitória e o avanço às quartas-de-final. O pódio, quem sabe.

“Não fiz nada de mais, apenas o correto”, disse o jovem esgrimista.

Caráter, ética e educação mostram o verdadeiro “espírito olímpico”, é uma das máximas divulgadas.

Mas quando  o COB poderia exibir um atleta com esse perfil e de raríssimo comportamento, não o fez. Foi egoísta na homenagem a quem escancarou, na prática, o que os cartolas difundem na teoria.

Parabéns a todos os atletas que conquistaram importantes pódios internacionais nesta temporada. Mas, não tenho dúvidas, o gesto olímpico deste ano é de quem deu uma aula espontânea de fair play e educação desportivas, contrastando com o momento de corrupção e falcatruas em que o país e o desporto em geral estão envolvidos.  Guilherme não entrou no jogo do “ganhar a qualquer custo”.

Guilherme Murray  –  bisneto de Sylvio de Magalhães Padilha, que foi competidor olímpico no atletismo  –  encerrou esta temporada com o maior número de medalhas de ouro na esgrima, entre os atletas do Club Athletico Paulistano.


Leila ingressa na política pela Secretaria de Esportes do Distrito Federal
Comentários Comente

José Cruz

Leila Barros, a “Leila do Vôlei”, assumirá a Secretaria de Esportes do Distrito Federal no governo de Rodrigo Rollemberg, a partir de 1º de janeiro. Ao lado de Ricarda, ela foi medalha de bronze olímpica, nos Jogos de Sydney. As duas jogadoras Leila_Barroscriaram Brasília Vôlei, que disputa a Superliga Feminina. O time é patrocinado pela Terracap e Banco de Brasília, empresas do Governo local.

 

Mesmo que Leila se afaste da direção de seu clube, permanecerá o vínculo institucional-afetivo. E, como secretária de Esportes, acompanhará a renovação do contrato de patrocínio com as estatais do governo que ela integra. Por oportuno, um governo que receberá o cofre geral com déficit de R$ 3,8 bilhões, segundo Rollemberg.

 

A voz do bispo

 

A segunda questão para a nova gestora de governo é política-religiosa. A Secretaria de Esporte no Distrito Federal tornou-se reduto do PRB, partido da Igreja Universal, comandada pelo poderoso bispo Edir Macedo.

 

O PRB não tem nada a ver com o esporte. Não entende nada do setor, são aventureiros, sem exageros. Mas desde que o paulista Júlio César se tornou secretário de Esporte do Distrito Federal, do governo que está saindo, a coisa mudou. Ele transformou um espaço de formação de atletas e de competições num negócio político altamente rentável, o que lhe garantiu a maior votação para a Câmara Legislativa, com 23 mil votos. Que tal? As preces, senhores, as preces dos fiéis são poderosas…!

 

E é esse deputado, Júlio César, que a secretária Leila enfrentará, no bom sentido, claro. Leila fez 11 mil votos, ótimo para quem disputou eleição pela primeira vez, à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ficou na suplência. Mas, conhecedora do setor e pelo prestígio de Mulher séria e batalhadora que a levou a conquistar o pódio olímpico, Leila se tornou candidata natural ao cargo de secretária, pela sigla partidária do Bispo Edir.

 

Mesmo assim, terá ela autonomia para formar o seu gabinete e preencher os cargos, principalmente dos nove Centros Olímpicos, fartos em vagas, que na gestão passada, de Júlio César, foram ocupadas, também, por fieis leitores da Bíblia e leigos no esporte?

 

Terá Leila, medalhista olímpica, mas novata no sistema partidário, autoridade para enfrentar o poder do bispo, que leva para a bancada política a força de sua igreja e de fanáticos fieis?

 

Finalmente: o PRB, poderá fortalecer a Secretaria de Esportes do Distrito Federal, se o senador Marcelo Crivela, PRB/RJ, sobrinho de Edir Macedo, for confirmado ministro do Esporte. Nesse caso o cofre federal ficará mais próximo para reforçar a Secretaria de Esporte Distrital. Já vimos este filme em outros governos e em outros partidos, em outros ministérios e secretarias, mas sempre com a forte e decisiva participação dos políticos e, agora, com bençãos universais…


Jorge Rosa poderá ser afatado da Confederação de Tênis
Comentários Comente

José Cruz

A advogada paulista Marisa Alija entrará com pedido de afastamento de Jorge Lacerda da Rosa da presidência da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), caso essa medida não seja adotada pelo Ministério Público de São Paulo, onde está o processo com denúncias de graves irregularidades cometidas pelo dirigente, na gestão de verbas públicas, nos últimos anos.

“A CBT desenvolve seus projetos com 95% de verbas públicas, conforme está no site da entidade. Agora, encontramos despesas pessoais e da família de Jorge Rosa sendo financiada pelo caixa da Confederação que ele dirige”, disse a advogada.

“Tive acesso à documentação que a ex-contadora da CBT apresentou ao Ministério Público, mostrando que houve uma maquiagem, porque as contas pessoais pagas pela entidade não constam dos balanços, como a contadora já disse em entrevista. Isso demonstra que existe um balanço com informações falsas”, afirmou.

Com base nesse indício de irregularidade, a advogada disse que já tem subsídios suficientes, agregados aos que correm em sigilo, para pedir o afastamento preventivo do presidente, como a Lei Pelé determina nesses casos.

“Cabe ao Ministério Público fazer este pedido, mas se isso não ocorrer a Federação do Pará já me constituiu como procuradora para apresentar a ação judicial propondo a imediato afastamento de Jorge Lacerda da Rosa da presidência da CBT”, afirmou Marisa Alija.


O esporte está na lama
Comentários Comente

José Cruz

Um dia depois da divulgação do escândalo na Confederação Brasileira de Vôlei, surgiu outra denúncia bombástica, desta vez na Confederação do Tênis (CBT), cujo presidente, Jorge Rosa, usava verbas públicas do patrocínio e para fomentar o esporte no pagamento de suas contas particulares.

20141212_140835As afirmações são da ex-contadora da confederação, Kátia Mueller (foto). Ela apresentou documentos que confirmam a denúncia. O dossiê que Kátia elaborou, até 2012, foi entregue ao Ministério Público de São Paulo. É lá que tramita processo sobre denúncias de ilegalidades praticadas por Jorge Rosa. Há recibos de salários assinados por empregadas que trabalhavam na residência de Jorge. Elas recebiam através da CBT e até as suas demissões foram honradas pelas verbas da Confederação.

Em nota oficial, Jorge Rosa desmentiu sua ex-contadora e disse que o dinheiro usado fazia parte de um “auxílio moradia”.

Pagamentos

Enfim, a promiscuidade financeira é evidente. De tal forma que até uma empresa de confecções, em nome da mulher de Jorge Rosa, foi criada usando a estrutura administrativa da CBT, e o pagamento das taxas foi feito com dinheiro dos cofres da entidade do tênis.

Nos últimos dois anos, escrevi vários artigos sobre “denúncias de irregularidades” e um tal processo que “tramita no Ministério Público de São Paulo”, contra a Confederação de Tênis. Agora há transparência nessas denúncias. Há provas. Há depoimentos da funcionária que fazia os registros contábeis. Ela falou com segurança, apresentou documentação farta que demonstrou conhecer muito bem sobre cada registro que fez. E tudo isso já está nas mãos da Justiça e do delegado de polícia que instrui o processo com suas investigações.

Sem exageros, o esporte está na lama.


Crise no vôlei ameaça parceria com BB
Comentários Comente

José Cruz

Poucas horas depois de a CGU (Controladoria Geral da União) ter divulgado relatório de auditoria confirmando graves irregularidades na gestão financeira da Confederação de Vôlei, o Banco do Brasil suspendeu o pagamento das parcelas de patrocínio, e fez exigências para retomar a parceria. É a mais grave crise nessa contrato de 23 anos entre o BB e a CBV, podendo ter desdobramentos irreversíveis. A matéria de Daniel Brito está neste link:  http://esporte.uol.com.br/volei/ultimas-noticias/2014/12/11/banco-do-brasil-interrompe-verba-a-cbv-apos-cgu-apontar-irregularidades.htm

Ausentes

Na história desse episódio, os dois dirigentes da época em que se originaram as denúncias do escândalo não estão mais em suas instituições: Ary Graça, ex-presidente da CBV, e Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil. Ary é presidente da Federação Internacional de Vôlei, desde o final de 2012, e Pizzolato fugiu para a Itália para escapar de punição no processo dos mensaleiros.

Primeira crise

A última crise entre o Banco e a CBV que se tornou pública foi em fevereiro de 2005, quando Ary Graça trocou o tradicional amarelo e azul do uniforme da Seleção masculina pelo preto, com detalhe dourado, em alusão á conquista da medalha de ouro nos Jogos de Atenas 2004. A mudança não durou dois meses, pois a diretoria de Marketing do Banco do Brasil protestou e exigiu respeito ao contrato.

Ex-funcionários do banco, que conheceram detalhes dessa parceria, contaram que Ary Graça provocava o parceiro por ocasião da renovação dos contratos anuais. A estratégia agradava a Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil. Ele preferia – segundo a mesma fonte – que o vôlei tivesse um parceiro da iniciativa privada, já que os patrocínios públicos exigem rigor e compromissos para gastar as verbas recebidas.

Novo parceiro?

A nova crise ocorre a dois anos dos Jogos Rio 2016 e no bojo de escândalos em outra estatal, a Petrobras, com repercussão internacional. Se por ventura chegarmos ao limite de rompimento da parceria, o vôlei não ficará muito tempo sem patrocínio.

O Bradesco é o candidato da vez. Tornou-se o patrocinador oficial da Olimpíada e há dois anos faz fortes investimentos em outras modalidades, através da Lei de Incentivo ao Esporte. Daí para o vôlei será um saque de valiosos milhões, pois estará adquirindo um produto esportivo de grande visibilidade, vitorioso e mundialmente reconhecido, para ali exibir sua marca. Porém, de gestão suspeita e calamitosa, capaz de colocar o campeoníssimo esporte nas páginas policiais.


Fraudes no vôlei e o bombástico relatório da CGU
Comentários Comente

José Cruz

A Confederação Brasileira de Vôlei continua contribuindo para a onda de corrupção nacional com dinheiro público. Agora, de forma oficial, as revelações são estarrecedoras e mostram como foi a suspeita gestão do ex-presidente Ary Graça (foto)

ary  O recente relatório da CGU (Controladoria Geral da União), revelado pelo repórter Lúcio de Casto, aqui, mostra como as emoções do esporte olímpico e a conquista de valorizados títulos que orgulham o esporte escondem transações criminosas, há anos.

Não se trata de “suspeita”, de “ouvir dizer” ou “me contaram”. São constatações dos auditores da CGU, com base em documentos oficiais da própria Confederação Brasileira de Vôlei, que nos últimos 40 anos teve apenas dois três presidentes, Carlos Arthur Nuzman, Ary Graça e o atual, Walter Pitombo Larangeiras.

O relatório da CGU está neste link: http://sistemas.cgu.gov.br/relats/uploads/6670_%20Relatorio%20201407543%20BB.pdf

 Tênis

Esse bombástico relatório da CGU se junta a outros aqui revelados, como da Confederação Brasileira de Tênis, cujo presidente, Jorge Rosa, apresentou nota fria em prestação de contas ao Ministério do Esporte. As investigações daí decorrentes apontam para outras fraudes que em breve serão conhecidas, tão logo o processo saia do “segredo de justiça”.

Está evidente que os balanços publicados anualmente pelas entidades do esporte não são suficiente para demonstrar transparência no uso de verbas públicas que sustenta o esporte brasileiro – R$ 6 bilhões no último ciclo olímpico. No caso da CBV é balanço suspeito, diante das constatações de fraudes e operações ilícitas constatadas pela CGU.

CPI, JÁ!

Por isso, é inadiável a criação de uma “CPI do Dinheiro Público”, que faça uma varredura das verbas repassadas pelos cofres públicos ao Comitê Olímpico, ao Comitê Paraolímpico e às confederações desde o início do governo PT, em 2003 .Quem sabe em 2015, já como senador da República, o hoje deputado Romário lidere esse movimento.

Uma CPI com quebra de sigilo fiscal e bancário de todos os que assinam pelas entidades do esporte, diante da falta de confiança que há muito se tem dos cartolas em geral, pela falta de transparência nas operações com verbas do governo. E poderemos ter a surpresa de constatar que Ricardo Teixeira, no futebol, é um amador diante do alto rendimento olímpico.


Corrupção, políticos & futebol
Comentários Comente

José Cruz

Enquanto o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot (foto), reconhecia, ontem,  que “assaltaram a Petrobras”, Presidência do Senadoum grupo de deputados, liderados por Vicente Cândido, discutia com representantes do governo e do Bom Senso Futebol Clube sobre um projeto de lei que fixará, entre outras mazela, como livrar a CBF de fiscalização maior sobre as verbas que recebe. O projeto, conhecido como “lei de responsabilidade fiscal”, determinará sobre o pagamento da dívida dos clubes ao INSS e Imposto de Renda.

E quem é Vicente Cândido, que também prepara um substitutivo ao projeto original, do tucano Otávio Leite?

Cândido é um político do PT, partido da presidente Dilma Rousseff que está até aqui na lama da corrupção.

Mais:

Cândido é um dos vice-presidentes da Federação Paulista de Futebol,  amigo do presidente José Maria Marin, e do futuro chefão do futebol, Marco Polo Del Nero, que assumirá em março.

Com esse perfil, que isenção tem esse deputado para discutir sobre normas à CBF, já que está intimamente vinculado à sua direção?

E porque fiscalizar a CBF? Como já cansamos de dizer aqui, porque ela é a gestora do principal patrimônio esportivo do país, a Seleção Brasileira, que explora símbolos, hino e bandeira nacionais, aí faturando muito, mas com destino suspeito e duvidoso da grana que arrecada.

Ah, sim, ontem foi o Dia Mundial de Combate à Corrupção.

Enquanto isso…

Começa hoje, em Brasília, o Torneio Internacional de Futebol Feminino. Brasil x Argentina farão o segundo jogo da rodada, que terá China x Estados Unidos na abertura, às 19h20.

E o que faz a CBF pelo futebol feminino, modalidade que tem demonstrado fartura de talentos, a maioria indo jogar em outros países? Está provado que falta à modalidade caráter profissional efetivo, que motive um mercado que esconde ótimas jogadoras por falta de oportunidades. Mas se o futebol masculino está pelas tabelas …

A única competição nacional que se realiza é limitada e inexpressiva, iniciativa do Ministério do Esporte, como se ali fosse a Casa do Futebol. E o patrocínio da Caixa, “salvadora” da modalidade, como se a CBF fosse uma pobre instituição.

Está tudo explicado…


O time dos “primos pobres” do esporte
Comentários Comente

José Cruz

Com apenas o Sport Recife na Série A do Campeonato Brasileiro de 2015, o Nordeste apresenta-se como um dos “primos pobres” do esporte nacional, ao lado da região Norte.

Fora do futebol, essa aparente fragilidade é observada na captação de recursos financeiros da Lei de Incentivo ao Esporte.  Entre 2007, ano da criação dessa Lei, e o ano passado, as cinco regiões do país captaram R$ 1,09 bilhão junto a empresas. Desse total, o Nordeste apareceu com apenas R$ 31 milhões (3%), à frente das regiões Norte e Centro Oeste, cada uma com 2% de captações, engrossando o time dos “primos pobres”.

Atletas

Porém, o Nordeste contribui de forma expressiva para a formação da delegação olímpica, e também participa do quadro de medalhas. SarahDos 259 brasileiros nos Jogos de Londres, 33 eram do Nordeste, entre eles a piauiense Sarah Menezes (foto), ouro no judô; a baiana Adriana Araújo, bronze no boxe;  e Yane Marques, de Pernambuco, bronze no pentatlo moderno. No total, sete nordestino conquistaram medalhas na Olimpíada de 2012.

Primo Rico

O Sudeste (São Paulo, Rio, Espírito Santo e Minas) dispara na liderança das captações da Lei de Incentivo, com R$ 908 milhões (83% do total). A região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), em segundo lugar, captou 115 milhões.

Assim, em seis anos, apenas duas regiões, Sul e Sudeste, as mais ricas e mais estruturadas no esporte, concentram espetaculares 93% do total captado pela Lei de Incentivo. Faz sentido, pois, em 2012, 65% do PIB concentrava-se em apenas cinco estados dessas regiões: São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e Paraná.

Mas esse desempenho demonstra desigualdade enorme, algo como se o esporte de alto rendimento não existisse nas regiões de menor PIB ou de baixa renda per capita. Como se lá não tivéssemos também potenciais de atletas.

Isso demonstra a necessidade de o governo dar maior divulgação ao uso da Lei de Incentivo ao Esporte, para se ter equilíbrio nos R$ 400 milhões anuais disponíveis, evitar a concentração dos recursos nos estados mais ricos e, por isso, já favorecidos por outras fontes oficiais.


Verba pública turbina natação, que conquista inédito título mundial
Comentários Comente

José Cruz

Nos últimos três anos, a Confederação de Desportos Aquáticos recebeu R$ 75 milhões de verbas públicas para preparar as equipes em cinco modalidades

 

Vinte e três anos depois do primeiro patrocínio com os Correios, a natação brasileira retorna de um Mundial com inédito primeiro lugar, considerando o número de medalhas de ouro, sete, além de uma de prata e duas de bronze. A conquista foi em piscina curta (de 25 metros), no evento encerrado ontem, em Doha.

Porém, se for considerado o critério de números de medalhas conquistadas – adotado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), a equipe dos Estados Unidos assume a liderança no Mundial de Doha, com 17 troféus, seguida da Holanda, com 12, Hungria 11 e Brasil, em quarto, com dez medalhas, ao lado de Austrália e Japão.

Verbas

Para preparar as equipes em todas as modalidades – natação, saltos ornamentais, maratona aquática, polo aquático e nado sincronizado – a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) conta com quatro principais fontes de recursos oficiais: Correios, patrocinador desde 1999, Lei de Incentivo ao Esporte, Lei Piva e convênios com o Ministério do Esporte. cielo

Nos últimos três anos – entre 2012 e 2014 – a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) acumulou R$ 75,4 milhões de receitas dessas fontes. O principal apoio é dos Correios, com R$ 46 milhões, conforme demonstrativo abaixo, que investe nas cinco modalidades aquáticas. A parceria começou em 1991, segundo a própria CBDA.

Extra

Além do patrocínio direto à CBDA, os Correios oferecem apoio individual a 36 atletas de pontas em todas as modalidades dos desportos aquático, menos o nado sincronizado. Neste ano, os Correios estão investindo R$ 4,5 milhões em bolsas aos principais atletas.

“César Cielo (foto), por exemplo, teve contrato de R$ 80 mil entre abril de 2007 e março de 2008”, informou a assessoria dos Correios. Outros atletas contemplados no mesmo período,  segundo a mesma fonte, foram Armando Negreiros, R$ 20 mil; Kaio Márcio, 96 mil; César Castro, dos saltos, R$ 30 mil.

 

FONTE DE RECURSOS     DE 2012/2014 R$
Min.Esporte – Convênios4.544.540,00
Correios – Patrocínios46.160.000,00
Lei de Incentivo Esporte12.719.756,00
Lei Piva11.988.000,00
TOTAL75.412.296,00

Atletismo no DF: o outro lado das denúncias de corrupção
Comentários Comente

José Cruz

Com vários documentos e outro tanto de argumentos, o presidente da Federação de Atletismo do Distrito Federal, Paulo Roberto Maciel da Silva defendeu-se das acusações de envolvimento nas denúncias de corrupção na entidade.

Segundo a Polícia Civil da capital da República, dirigentes da Federação, com apoio e funcionários do governo local, desviaram R$ 197 mil de verbas públicas destinadas a corridas de rua. Seis pessoas foram indiciadas, entre elas o presidente da federação, Paulo Roberto Maciel da Silva. A notícia completa está aqui.

Orgulhoso da longa carreira que construiu e, hoje, de vestir a farda de coronel da Polícia Militar, Paulo Roberto diz que está tranquilo quanto às acusações e já esclareceu o que devia ao delegado que cuida do inquérito preliminar.

Presidente da Federação de Atletismo desde 2012, Paulo Roberto disse que sua diretoria foi indicada pelos parceiros que o apoiaram na eleição. Quis fazer mudanças no mesmo ano, mas não conseguiu.

Segundo o presidente, o foco do desentendimento, que levou o conselho fiscal a denunciar irregularidades na Federação está no fato de ele ter sustado o pagamento de R$ 5 mil, referentes à Corrida de Reis de 2013, por considerar ilegais. E acusou os seus diretores de apresentarem documentos falsos para recebimentos indevidos.

Os detalhes desse longo imbróglio estão no processo policial que será encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal, porque envolve o uso de recursos públicos. Para facilitar, o dirigente contratou serviço de autoria nas contas da federação, abrangendo diretorias dos últimos oito anos. O trabalho foi realizado pela empresa Periconsult, de Brasília, onde está claro que a Federação não tem histórico exemplar de gestão financeira.

Enquanto isso…

A assembleia da Federação de Atletismo deste sábado não foi realizada. Depois de instalada, os 10 presidentes de clubes presentes julgaram que o presidente não tinha legitimidade para conduzir a reunião, considerando o inquérito policial que o envolve. Os representantes dos clubes se reunirão na próxima semana para convocar nova assembleia com pauta a ser divulgada.