Blog do José Cruz

Arquivo : fevereiro 2015

Atletas passarão por 2.500 testes antidoping até dezembro
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José Cruz

Alerta aos atletas de ponta, principalmente, pois o ano lhes reserva vários exames antidoping surpresa, de sangue e de urina. A programação prevê realizar 2.500 testes até dezembro. As corridas de rua com patrocínios e prêmios oficiais também estão na mira da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

“Doping é fraude e agiremos com o objetivo de proteger o atleta limpo”, afirmou Marco Aurélio Klein, diretor da ABCD, órgão de governo criado em 2011, na estrutura do Ministério do Esporte.

Segundo Klein, “vamos testar intensamente em 2015, pois não podemos ter um caso só na delegação olímpica, nos Jogos Rio 2016”, disse ele.

Equipe

A estrutura para agir conta com o apoio de uma autoridade mundial no assunto, o médico Luis Horta, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal, cujo modelo de combate às drogas é modelo à proposta brasileira, que já atua no Brasil. Laboratorio antidoping

Para o trabalho de campo, a ABCD já capacitou 265 profissionais em 2014, com nível superior na área da saúde e bilíngues. Eles desenvolverão o trabalho de escolta dos atletas, coleta de material, gerentes de controle etc.

Laboratório

Paralelamente, a ABCD prepara o pedido de novo credenciamento do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD),  – foto –  ex-Ladetec, construído nas dependências do prédio de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“Até aqui, passamos por todos os testes probatórios. Teremos uma auditoria final da Agência Mundial Antidoping (WADA), em março ou abril, em nova visita ao laboratório. A decisão sairá na reunião do conselho deliberativo da WADA, em 15 de maio. Se correr como planejando, o LBCD realizará os exames antidoping das competições internacionais que teremos no Brasil, no segundo semestre”, afirmou Klein.

A foto do novo Laboratório Brasileiro de Combate à Dopagem, acima,  é de Nathalia Werneck, do setor de Comunicação da UFRJ

 


Atletas da esgrima pagam para exibir marca da patrocinadora
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José Cruz

Por que os atletas da esgrima queixam-se que falta apoio da Confederação para viagens?

Petrobras –  A pergunta deve ser encaminhada à Confederação Brasileira de Esgrima, a quem cabe gerir os recursos de seus patrocínios e de outras fontes, como da Lei Piva, por exemplo. No que diz respeito ao contrato de patrocínio com a Petrobras, seu objetivo é dar visibilidade às marcas da empresa, bem como obter direitos promocionais, através de contrapartidas e obrigações estabelecidas contratualmente, sendo estes, portanto, os itens a serem fiscalizados.

Conclusão:

Como os atletas usam os seus agasalhos para  “dar visibilidade às marcas” da patrocinadora, mas eles devem ser comprados na Confederação de Esgrima, conclui-se que os competidores da modalidade pagam para exibir o nome da empresa patrocinadora.

Nos últimos três anos, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) recebeu R$ 8,47 milhões de patrocínio da Petrobras. Mas atletas da nova geração, principalmente, queixam-se da falta de apoio nas viagens oficiais, pagas do próprio bolso e ajuda dos pais e amigos.

Segundo a Petrobras informou (entrevista a seguir), a gestão do programa Esporte e Cidadania, que engloba o patrocínio a cinco modalidades, deixou de ter gestão do Instituto Passe de Mágica “para oferecer aos atletas as melhores condições de treinamento para a melhoria do desempenho técnico, conforme a melhor utilização possível dos recursos disponíveis”.

Os patrocínios

Dos R$ 100 milhões previstos no programa “Petrobras Esporte e Cidadania”, destinados a cinco modalidades, neste ciclo olímpico, a Petrobras aplicou R$ 48 milhões no boxe, esgrima, remo, levantamento de peso e taekwondo. A 16 meses dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a estatal ainda dispõe de  R$ 52 milhões para a preparação de atletas.  images

Outros R$ 13 milhões são do programa Petrobras Esporte de Alto Rendimento,  destinados ao judô.

Para a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima), a Petrobras repassou R$ 8,47 milhões, mas atletas da nova geração queixam-se da falta de apoio da entidade, principalmente nas viagens oficiais.

Sobre este assunto, a Petrobras respondeu o seguinte:

Blog – A Petrobras ainda mantém a parceria com o Instituto Passe de Mágica para o Programa Petrobras Esporte e Cidadania?

Petrobras –  A companhia passou a patrocinar diretamente as Confederações, tendo em vista o objetivo principal do Programa Petrobras Esporte e Cidadania, que é oferecer aos atletas as melhores condições de treinamento para a melhoria do desempenho técnico, conforme a melhor utilização possível dos recursos disponíveis. O Instituto Passe de Mágica continua dando assessoria técnica-desportiva no que diz respeito às cinco modalidades que fazem parte do Programa Petrobras Esporte e Cidadania.

Blog – Quais são as modalidades patrocinadas?

Petrobras – As modalidades patrocinadas dentro do Programa Petrobras Esporte e Cidadania são boxe, esgrima, levantamento de peso, remo e taekwondo. O patrocínio ao judô faz parte do Plano Brasil Medalhas, lançado no final de 2012 pelo Governo Federal, com o objetivo de colocar o Brasil entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos Rio/2016. Não houve qualquer troca do taekwondo pelo judô, visto que são dois programas diferentes, conforme esclarecido acima.

Blog – Quanto já foi investido, dos R$ 100 milhões anunciados inicialmente, no programa Petrobras Esporte e Cidadania?

Petrobras – Os valores investidos até 2014 são:

a) Programa Petrobras Esporte e Cidadania, iniciado em 2011:

CONFEDERAÇÃOR$ Milhões
Boxe12,11
Taekwondo9,95
Remo9,89
Esgrima8,47
Levant. de Peso7,66
TOTAL48,08

 

Cabe esclarecer que a previsão inicial era que a empresa desembolsasse até 2014 cerca de R$ 100 milhões (média de R$ 20 milhões por ano). No entanto, como o desembolso dos valores é feito de acordo com as demandas das confederações patrocinadas e dos recursos orçamentários, o valor desembolsado ficou abaixo do previsto.

b) Programa Petrobras Esporte de Rendimento: Judô (iniciado em 2013), R$ 13 milhões

Blog –  Por que os atletas de esgrima queixam-se que falta apoio da Confederação para viagens?
Petrobras –  A pergunta deve ser encaminhada à Confederação Brasileira de Esgrima, a quem cabe gerir os recursos de seus patrocínios e de outras fontes, como da Lei Piva, por exemplo. No que diz respeito ao contrato de patrocínio com a Petrobras, seu objetivo é dar visibilidade às marcas da empresa, bem como obter direitos promocionais, através de contrapartidas e obrigações estabelecidas contratualmente, sendo estes, portanto, os itens a serem fiscalizados

Blog – Quais as exigências da Petrobras para que os atletas usem uniformes com a marca da patrocinadora?

Petrobras – É obrigação contratual que todos os atletas que fazem parte do projeto ou que estejam competindo oficialmente pela Confederação utilizem uniformes com a marca da Petrobras.

LEIA, AMANHÃ:

Manifestação da presidência da Confederação Brasileira de Esgrima a todos os assuntos abordados pelo blog.


Análise: Esporte ainda não eliminou dirigente-imperador
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José Cruz

Por Adalberto Leister Filho

 Da Máquina do Esporte

As entidades esportivas ainda não modernizaram sua gestão para que fosse eliminada a figura do dirigente-imperador. Exemplos desse tipo temos aos montes por aí. João Havelange ficou à frente da Fifa por 24 anos. Joseph Blatter, que tenta a reeleição, é o mandatário da entidade há 17.

mario

Há outra forma de dirigente-imperador. É aquele que fica no cargo até o fim da vida. No domingo, o esporte perdeu um representante da classe com a morte de Mario Vázquez Raña (foto). O reinado do mexicano à frente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) durou 40 anos.

O artigo completo, excelente, está no site da Máquina do Esporte, neste endereço:

http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/analise-esporte-ainda-nao-eliminou-dirigente-imperador_27839.html


Petrobras Esportes: dúvidas e falta de transparência
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José Cruz

O episódio dos esgrimistas com patrocínio, mas sem dinheiro para viajar e competir sugere discutir outro tema: a desinformação e a falta de transparência na gestão da verba pública para o esporte. Ironicamente, este assunto envolve a Petrobras, patrocinadora de cinco modalidades olímpicas, mas há bom tempo enredada em denúncias de corrupção sem igual na história do país.

Contestação

Dois pais de atletas afirmaram que a Petrobras não patrocina mais a Confederação Brasileira de Esgrima, como divulguei, ontem.

Mas, contrariando essa informação, a Petrobras exibe em sua página, na Internet, que o PPEC – Programa Petrobras Esporte e Cidadania – está ativo. “Apoiamos o desenvolvimento da Esgrima brasileira”.    petrobras

E conclui: “Acompanhe o desempenho dos atletas pelo Instituto Passe de Mágica”.  Porém, esse site foi retirado do ar e, assim, cadê a informação real e oficial? A transparência?

O mais importante, porém, é que o vice-presidente da Confederação de Esgrima, Ricardo Machado, confirmou, hoje, que a parceria está ativa.

Esta mesma informação de apoio a Petrobras repete para as confederações de Remo, Levantamento de Peso Boxe, Judô e Taekwondo.

E todas as cinco confederações citadas exibem em suas páginas a marca da Petrobras como “patrocinadora oficial”, que em 2011 anunciou investimentos de R$ 100 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte.

Resposta

Ao ser indagada sobre o assunto, em novembro do ano passado, Magic Paula, que dirige o Instituto Passe de Mágica e foi idealizadora e gestora do projeto junto à Petrobras, informou o seguinte:

“Sobre Petrobras, minha sugestão é que procure a empresa para falar do novo modelo iniciado em janeiro de 2014. O Instituto Passe de Mágica (IPM) está prestando assessoria técnica ao projeto.”

Mas a Petrobras não respondeu sobre as dúvidas. Voltei à consulta, hoje.

Este debate ocorrem na estatal que está mergulhada num gigantesco processo de corrupção, e, ironicamente, usa o “esporte para ações sociais de educação e cidadania”.

 Auditorias

O TCU (Tribunal de Contas da União) realiza neste ano uma rigorosa auditoria em todos os órgãos do esporte contemplados com verbas públicas. Com certeza terá cuidado redobrado na Petrobras.

Atualização

O presente texto foi atualizado às 13h15, diante da resposta recebida do vice-presidente da Confederação de Esgrima

Comunicação restabelecida

Registro com prazer dois contatos da assessoria de imprensa da Petrobras, que me informará sobre as perguntas enviadas, referentes às parcerias com confederações esportivas. Aproveito para corrigir a seguinte informação: o apoio à Confederação de Taekwondo continua, ao contrário do que havia publicado, com base em informações de terceiros.


Patrocinada pela Petrobras, esgrima não tem verbas para viagem de atletas
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José Cruz

Patrocinados pela Petrobras, mas sem apoio para representar o Brasil em eventos internacionais, esgrimistas brasileiros pagam as suas despesas de viagem, e a maioria se apresenta com agasalhos emprestados. Será que as denúncias de corrupção na Petrobras influenciam no repasse dos patrocínios ao esporte? Mesmo com dificuldades, nova geração da modalidade conquistou cinco pódios no Pan-Americano de Toronto, encerrado ontem.

 Com uma delegação de 27 competidores o Brasil disputou o Pan-Americano Cadete e Juvenil de Esgrima, em Toronto, no Canadá, encerrado ontem, com atletas de oito países, entre eles os Estados Unidos, Argentina e México.

A nova geração da modalidade –  dos 14 aos 17 anos, na categoria Cadete, e dos 18 aos 20, na Juvenil –  conquistou cinco medalhas: uma de ouro, duas de prata e duas de bronze.

esta esgrima

Espécie de “primo pobre” do esporte brasileiro, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) ainda não tem dinheiro suficiente para financiar as viagens dos jovens talentos, segundo relato de atletas e técnicos. Nesse evento de Toronto, cada atleta pagou as suas despesas, com ajuda dos pais, de seus clubes, amigos e um mínimo de patrocinadores.

Pior:

Nem agasalhos fornecidos pela CBE nossa delegação tem para viagens de representações oficiais.

Há bom tempo, muitos atletas que competem no exterior pedem os agasalhos emprestados para os que ficam. Por isso, é comum, na abertura dos eventos, cada um desfilar com  modelo diferente. Chegamos ao ridículo de um  atleta emprestar o agasalho para o colega ir ao pódio. E quem quiser vestir a roupa oficial que compre, na Confederação Brasileira de Esgrima. A tabela de preços está aqui.

Mas os resultados agora obtidos no exterior deverão contribuir para melhorar a Bolsa Atleta dos esgrimistas premiados.

Nesta viagem a Toronto, os únicos que estão com as despesas pagas são o chefe da delegação, Jorge Tuffi, presidente da Federação Paranaense de Esgrima, e o técnico Mestre Kato, também do Paraná.

Ironicamente, a Confederação de Esgrima têm o patrocínio da Petrobras, que exige a exibição de sua marca, agora desvalorizada devido às denúncias de corrupção.

Verbas

Este ano, a  Confederação de Esgrima receberá R$ 1,9 milhões da Lei Piva, via Comitê Olímpico Brasileiro. Recebeu R$ 1,7 milhão, em 2014.

Em 2012 e 2013 o Ministério do Esporte repassou R$ 2,3 milhões à CBE, para a compra de equipamentos e treinamento de atletas.

Petrobras

Em sua página na Internet sobre patrocínios ao esporte a Petrobras remete para o link do Instituto Passe de Mágica, executora do projeto de esgrima, junto com os de remo, boxe, levantamento de peso e taekwondo. Chegou a ser anunciado que, em cinco anos, o executor receberia R$ 100 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte, para todos os projetos.

Porém, o site do Passe de Mágica foi retirado da rede e, assim, não se sabe o valor do investimento da estatal em cada uma dessas modalidades. E a Petrobras não respondeu o pedido de informações sobre os seus patrocínios.

Conquistas

No Pan-Americano de Toronto, encerrado ontem, o paranaense Alexandre Camargo, categoria Cadete, foi medalha de ouro na Espada, vencendo o mexicano Diaz. Campeão brasileiro e sul-americano Cadete, Camargo tem vencido competições adultas no Brasil. Gabriel Bonamigo, também do Paraná, ganhou bronze na mesma prova.

No feminino, a gaúcha Gabriela Cecchini, do Grêmio Náutico União, foi prata no Florete Juvenil. Gabriela já foi medalha de bronze no Mundial Cadete. Ela representou o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude. Também competiu na Europa várias vezes, mas sem dinheiro do COB ou da CBE.

No florete juvenil, o Brasil ganhou prata, por equipe, com Rafael Melaragno, Henrique Marques, Pedro Marostega e Nathan Ferreira. O grupo venceu o Canadá por 45 a 42. Na semi-final, derrotou a Argentina por 45 a 44, mas perdeu para os Estados Unidos, na decisão: 45 a 32.

Já  a equipe feminina do florete ganhou a medalha de bronze, com Mariana Pistoia, Gabriela Cecchini, Nicole Camozzato e Ana Luiza Toldo.  Venceram o México por 45 a 34 e perderam dos EUA na semi-final por 45 a 42. Na disputa do bronze venceram o Chile por 45 a 19.

Espertos

Apesar dessa realidade, os cartolas sabem tirar proveito dos resultados dos atletas, quando conveniente. Em julho do ano passado, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, visitou o Rio de Janeiro. Naquela ocasião, a CBE pagou a passagem para que Gabriela Cecchini, bronze no Mundial Cadete, estivesse na recepção, pois o homenageado, Thomas Bach, foi medalhista olímpico de … esgrima.

Foi um jogo de cena para tentar mostrar ao ilustre visitante que o país investe na modalidade e tem seus campeões. Bobagem, pois a esgrima não está entre as prioridades do COB para 2016. Por isso, são inexpressivos os valores  da Lei Piva repassados à CBE. Mas somos um país olímpico!

Tentei conversar sobre essas informações com o presidente da CBE, mas fui encaminhado ao vice-presidente, Ricardo Machado, do qual aguardo retorno.

Para saber mais:

http://sites.petrobras.com.br/PPEC/esporte-de-rendimento

https://passedemagica.wordpress.com/category/plataforma-2016-esgrima/


O jogo baixo do Planalto na preparação do país olímpico
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José Cruz

A 16 meses da abertura dos Jogos Olímpicos do  Rio de Janeiro, o presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), general Fernando Azevedo, entregou o cargo, ontem, no Palácio do Planalto –  promotor de sua “fritura” durante uma semana.

A forma rasteira como o governo federal trata as questões mais sérias do esporte está à altura da falta de credibilidade do Executivo, do Legislativo e das instituições políticas em geral, mergulhadas em crise de corrupção com repercussão internacional.

Ao forçar o pedido de demissão do general – que dirigiu a preparação dos Jogos Mundiais Militares, em 2011 – Dilma Rousseff abriu espaço para acomodar o deputado estadual Edinho Silva (PT/SP), tesoureiro da campanha presidencial (foto). É a forma de o chefe da Casa Civil, Aloysio Mercadante, intervir na organização dos Jogos do Rio de Janeiro. edinho silva

Estarrece a justificativa de Dilma para a abertura dessa vaga: ter no cargo da APO alguém que dialogue com os setores esportivos que ficaram contrariados com a nomeação de George Hilton para o Ministério do Esporte.

Bobagem. O general Fernando é muito mais ligado ao esporte que Edinho Silva. É desportista, antes de tudo. Mas  Dilma não está nem aí para esse segmento. Edinho, segundo relatos de políticos, é um especialista em dialogar com empreiteiras. Essa relação dele é investigada pela Polícia Federal na operação Lava-Jato. Segundo as denúncias de quem está preso e muito enrolado nesse escândalo, foi nas construtoras que servem a Petrobras que Edinho buscou parte da verba para a última campanha presidencial.

No meio dessas disputas não estão questões domésticas, exclusivas, mas a organização de um evento, a Olimpíada, que consumirá R$ 37 bilhões, cujas obras esportivas, calendários e organogramas têm fiscalização internacional.

Imagino o esforço das autoridades do Comitê Olímpico Internacional para entenderem esse jogo político de interesses, que os levará a reiniciar o diálogo com o terceiro presidente da APO, em apenas três anos.

Para saber mais sobre os Jogos Rio 2016

Problemas e atrasos afetam 7 dos 8 compromissos olímpicos do governo do RJ

http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/2015/02/07/problemas-e-atrasos-afetam-7-dos-8-compromissos-olimpicos-do-governo-do-rj.htm


A dívida, a dúvida e o risco de um escândalo olímpico
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José Cruz

A cobrança da dívida fiscal dos clubes de futebol entra na fase final de solução no momento em que o governo federal enfrenta grave crise política-institucional-partidária.

A dívida, em torno de R$ 4 bilhões, vem do início de 1980, quando o INSS já cobrava os clubes, mas sem sucesso. Vieram os “Refis” – refinanciamentos –, que não foram cumpridos. E a dívida cresceu. Criaram a loteria Timemania, um fracasso, que agravou o débito. Agora, para garantir que clubes e CBF cumprirão um acordo de refinanciamento, sugere-se uma “Agência do Futebol”, órgão estatal fiscalizador de acertos fiscais.  ajuste-fiscall

E as federações estaduais de remo, judô, atletismo, natação, basquete, etc, falidas e alijadas do contexto das decisões do desporto? E as confederações, muitas também devedoras ao fisco e com seus limitados patrimônios ameaçados? O “bom senso” abrangerá os caloteiros olímpicos, também, para dar novos rumos e oportunidades ao esporte? Há certeza de que só isso é solução para a desordem que temos nessas estruturas?

A proposta que o governo prepara, mesmo em forma de medida provisória, passará pela “análise e votação” das excelências, no Congresso Nacional que, não raro, reabriu os trabalhos com credibilidade em baixa.

Nesse panorama e diante da crise governamental, a partir do esquema da Petrobras, é um risco colocar qualquer tema em votação neste momento, pois não há clima para discussão isenta ou votação limpa.

 Enquanto isso…

A nova fase da Operação Lava-Jato chegou hoje ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, suspeito de operar pagamento de propina envolvendo a diretoria de Serviços da Petrobras. Vaccari foi levado pela Polícia Federal ao juiz da operação para prestar depoimento, a partir das denúncias de empresários que estão presos. Há uma tremedeira nacional e ranger de dentes, com receios do que pode vir daí.

Escândalo olímpico?

E se o assunto evoluir? Aí, a operação poderá chegar ao tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, Edinho Silva (PT/SP), cuja suspeita de envolvimento dele no esquema da Petrobras foi denunciado por empreiteiros presos, que não querem pagar o pato sozinho.

Ironicamente, Edinho é o candidato do chefe da Casa Civil da Presidência, Aloizio Mercadante, para presidir a Autoridade Pública Olímpica. Se vier a ser confirmado nesse cargo e, mais tarde, convocado para depor na operação Lava-Jato, poderemos dizer que o escândalo da Petrobras ganhou dimensões olímpicas? E como isso repercutirá em nível internacional?

Ironias de lado, … mas a que ponto de desmoralização chegamos…


Gol contra: 8 x 1. Planalto quer criar Agência do Futebol
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José Cruz

Governo vai impor a antipática Medida Provisória – que vigora imediatamente à edição – , intrometendo-se no já desmoralizado futebol. O que em outros países é valorizado produto de business e marketing, no Brasil dos 7 x 1 o retrocesso do esporte como negócio é real e se observa nas rodadas de cada semana

Dilma

O governo quer criar uma Agência Reguladora do Futebol. A pedido de Dilma Rousseff, o assunto foi tratado com entusiasmo pelo ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, ontem, em Brasília

Depois da posse de um ministro que não entende de esporte e da ideia de nomear Edinho Silva para presidir a Autoridade Pública Olímpica –  um tesoureiro especialista em arrecadações suspeitas para a campanha de Dilma Rousseff, citado no escândalo da operação Lava-Jato – , essa notícia da Agência do Futebol é proposta para perpetuar a desordem do esporte.

É a mais espetacular intromissão do Estado num negócio altamente profissional, o futebol, com gestão de espertos cartolas,há décadas beneficiados pela omissão de seguidos governos.

E o governo de agora, em vez de aplicar os fartos atos e leis existentes para punir os sonegadores e descumpridores das regras vigentes, como a legislação trabalhista, o Estatuto do Torcedor, etc, envolve-se mais onde deveria se fazer respeitar com autoridade –  que já não tem, está claro.

Temos uma Agência Nacional de Energia, e o fracasso da política do setor está aí, na casa de cada brasileiro. Uma Agência Nacional de Água, e a vergonha da escassez torna mais difícil a vida dos contribuintes. Agência Nacional de Transporte Terrestre … Agência de Vigilância Sanitária … Agência de Aviação Civil!!!  O que fizeram essas empresas em mais de duas décadas para evitarem o caos em que vivemos nesses setores?

Agora vem o governo, pela antipática iniciativa de Medida Provisória, incluir o futebol nessa política de “agências”, de retrocessos comprovados.

O que são?

As agências não regulam nada. São empresas que batem cabeça com os ministérios afins. Seus valorizados cargos tornaram-se moeda de troca do governo, que ali  dá empregos para desocupados e afilhados de políticos espertos, em troca de votos para os seus projetos no Legislativo!

O riquíssimo esporte, sustentado pelos cofres públicos, mas sem rumo nem planejamento, não pode continuar sendo tratado com medidas emergenciais.

Tudo o que está ocorrendo é reflexo da inexpressividade desse Ministério do Esporte. Fora dele e a cada crise reúne-se um comitê e as medida surgem como soluções milagrosas.

A foto que ilustra este texto é da “istoédinheiro.com.br”, de setembro/2014


Candidato de Dilma à APO é citado na Operação Lava-Jato
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José Cruz

Edinho Silva, tesoureiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff –   à espera de uma canetada para ser presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica) –   está preocupadíssimo com os rumos da investigação do escândalo da Petrobras.

Desde janeiro, Edinho (foto) aparece nas denúncias de acusados da operação Lava-Jato: o dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, preso em na carceragem de Curitiba, revelou –  segundo reportagem de Veja –  que Edinho Silva negociou doações de R$ 18 milhões dessa empresa, em duas parcelas, para o comitê de Dilma e ao diretório do PT. Edinho negou.   A UTC está entre as acusadas de superfaturamento em obras da Petrobras. Ricardo Pessoa é apontado com o chefe do “Clube das Empreiteiras”. edinho

Mais: em janeiro, já na prisão, Pessoa fez anotações, divulgadas por O Globo, onde alertava ao governo:

“Vale para o Executivo também. As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. Já pensou se há vinculações em algumas delas. O que dirá o nosso procurador-geral da República. STF a se pronunciar”.

Hoje, a Folha de S.Paulo divulga hoje que “empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato participam de 73% do volume de obras para a Olimpíada de 2016. O custo total de preparação para os Jogos é de R$ 37,7 bilhões. As empresas citadas (a UTC não está entre elas) participam em obras que somam R$ 27,5 bilhões.

Mudança

É no comando da gigantesca operação de governo para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, que há 14 meses entrou no rumo da organização profissional e ganhou credibilidade internacional, que a presidente Dilma quer colocar o seu afilhado, o deputado estadual Edinho Silva (SP)

Enquanto isso…

Quando assumiu a presidência da APO, há 14 meses, Fernando Azevedo e Silva recebeu de Dilma o pedido para dar perfil técnico ao órgão, evitando corrupção, como a do Pan 2007, e as disputas políticas entre os três entes que formam a autarquia olímpica, os governos Federal,  o Estadual e o Municipal do Rio de Janeiro.

O pedido está sendo cumprido. Há planejamento, cronogramas e metas. Trocar esse comando é a contramão da proposta original da própria presidente. É, também, sério risco à montagem da estrutura física dos Jogos, o que agravaria a já desgastada imagem do país, principalmente junto aos organismos esportivos internacionais.


As novas e boas “brigas” do senador Romário
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José Cruz

O ex-deputado Romário (PSB) e o jornalista gaúcho Lasier Martins (PDT) são os dois senadores com perfil de desportistas que assumiram o Senado Federal, ontem, sob o comando do reeleito Renan Calheiros (PMDB/AL).

Renan, que já se declarou “fã do Baixinho”, é amigo do ex-todo-poderoso Ricardo Teixeira, de quem Romário é inimigo e, por extensão, da própria CBF. rromrio

Teixeira não influencia mais, e o poder do atual presidente, José Maria Marin, está no final. Em abril, assumirá Marco Polo Del Nero, por quem Romário também não é “apaixonado”. Mas os poderes políticos da República e do futebol um dia se encontram e, então, é preciso conversar.

Não é só sobre os rumos dessa relação política-esportiva que se criam expectativas sobre o desempenho do senador Romário. Ele também atuará na Medida Provisória sobre a dívida fiscal dos clubes, atualmente em discussão por especialistas do governo e da sociedade.

Boa briga

Antes, a primeira “boa briga” de Romário – e do PSB – é tentar a presidência de uma das prestigiadas Comissões temáticas do Senado Federal.

As comissões mais importantes, como a de Educação, Cultura e Desporto, são destinadas aos partidos com maior bancada. O PSB tem sete senadores, estará na quinta ou sexta ordem de preferência. Além disso, o governo atua para que essa Comissão não seja entregue a parlamentares críticos, como Romário se mostrou, na Câmara dos Deputados. Principalmente agora, quando a educação está na prioridade da presidente Dilma Rousseff.

Mas, toda essa disputa dependerá, também, do prestígio e do jogo de cintura do “Baixinho”, principalmente junto ao amigo Renan, para tentar um lugar na privilegiada “janela”, mesmo tendo chegado agora ao Senado.