Blog do José Cruz

Candidato de Dilma à APO é citado na Operação Lava-Jato

José Cruz

Edinho Silva, tesoureiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff –   à espera de uma canetada para ser presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica) –   está preocupadíssimo com os rumos da investigação do escândalo da Petrobras.

Desde janeiro, Edinho (foto) aparece nas denúncias de acusados da operação Lava-Jato: o dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, preso em na carceragem de Curitiba, revelou –  segundo reportagem de Veja –  que Edinho Silva negociou doações de R$ 18 milhões dessa empresa, em duas parcelas, para o comitê de Dilma e ao diretório do PT. Edinho negou.   A UTC está entre as acusadas de superfaturamento em obras da Petrobras. Ricardo Pessoa é apontado com o chefe do “Clube das Empreiteiras”. edinho

Mais: em janeiro, já na prisão, Pessoa fez anotações, divulgadas por O Globo, onde alertava ao governo:

“Vale para o Executivo também. As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. Já pensou se há vinculações em algumas delas. O que dirá o nosso procurador-geral da República. STF a se pronunciar”.

Hoje, a Folha de S.Paulo divulga hoje que “empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato participam de 73% do volume de obras para a Olimpíada de 2016. O custo total de preparação para os Jogos é de R$ 37,7 bilhões. As empresas citadas (a UTC não está entre elas) participam em obras que somam R$ 27,5 bilhões.

Mudança

É no comando da gigantesca operação de governo para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, que há 14 meses entrou no rumo da organização profissional e ganhou credibilidade internacional, que a presidente Dilma quer colocar o seu afilhado, o deputado estadual Edinho Silva (SP)

Enquanto isso…

Quando assumiu a presidência da APO, há 14 meses, Fernando Azevedo e Silva recebeu de Dilma o pedido para dar perfil técnico ao órgão, evitando corrupção, como a do Pan 2007, e as disputas políticas entre os três entes que formam a autarquia olímpica, os governos Federal,  o Estadual e o Municipal do Rio de Janeiro.

O pedido está sendo cumprido. Há planejamento, cronogramas e metas. Trocar esse comando é a contramão da proposta original da própria presidente. É, também, sério risco à montagem da estrutura física dos Jogos, o que agravaria a já desgastada imagem do país, principalmente junto aos organismos esportivos internacionais.