Lei de Incentivo ao Esporte desperdiçou 63% do disponível em oito anos
José Cruz
Os R$ 400 milhões anuais disponibilizados pela Lei de Incentivo ao Esporte ainda não são usados integralmente. O desperdício médio anual passa de 60%.
Desde que foi criada, em 2007, até a presente data, a Lei de Incentivo teve R$ 3,2 bilhões disponíveis para aplicar em projetos de alto rendimento, educacional ou de participação.
Gestor da lei, o Ministério do Esporte aprovou projetos que totalizam R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 1,1 bilhão foi captado, isto é, 37% do disponível. Em outras palavras, o esporte deixou de usar 63% de verbas provenientes do imposto de renda, fonte que abastece a Lei de Incentivo. A falta de conhecimento da legislação é um dos principais motivos para isso.
Resumo anual
ANO | APROVADO | CAPTADO |
2007 | 62.749.237,00 | 50.920.591,16 |
2008 | 183.007.940,00 | 82.213.742,01 |
2009 | 312.673.159,00 | 110.827.972,41 |
2010 | 555.103.687,00 | 193.220.302,28 |
2011 | 585.319.794,00 | 221.041.368,15 |
2012 | 566.523.264,00 | 211.927.072,79 |
2013 | 634.074.185,00 | 229.645.871,20 |
2014 | 228.183.485,00 | 56.618.562,55 |
TOTAL | 3.127.634.751,00 | 1.156.415.482,55 |
Conheça aqui o relatório da Lei de Incentivo, referente a 2013. Nele não se identifica as principais entidades beneficiadas. Nos esportes de alto rendimento, o futebol é o que mais capta, conforme demonstrarei em outro artigo.
Na prática
A Lei de Incentivo ao Esporte funciona assim:
A pessoa física que for pagar imposto de renda pode destinar 6% do valor devido para projetos esportivos. Já para as empresas o percentual é de 1%. Se uma montadora, por exemplo, for pagar R$ 5 milhões de imposto de renda, poderá destinar R$ 50 mil para um determinado projeto de esporte educacional, de alto rendimento ou de participação.
As regras para usar esse recurso estão neste link:
LEIA AMANHÃ:
A Lei de Incentivo Fiscal e o (não) direito ao Esporte no Brasil