Lars Grael: legado olímpico para a vela é próximo de zero
José Cruz
Em entrevista ao” Esporte Essencial”, o velejador Lars Grael, duas medalhas olímpicas e ex-secretário nacional do Esporte, foi indagado sobre a possibilidade de, um dia, vir a presidir o Comitê Olímpico Brasileiro:
“Não é um projeto de vida, nunca foi. Ainda mais sabendo da dificuldade que é ter acesso à candidatura ao COB. Estatutariamente criaram mecanismos de proteção, dentre eles você tem que ser presidente de uma confederação brasileira olímpica continuamente, adimplente durante cinco anos, para então estar elegível para tal. Eu sequer sou presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela). Hoje o Marco Aurélio é presidente e provavelmente vai tentar uma reeleição, que está prevista no estatuto e agora na nova legislação. De forma que eu não sou elegível ao COB.”
Diálogo
Na excelente entrevista, em que dá ênfase à cidadania esportiva, Lars também sugeriu o diálogo entre todos os segmentos sociais para enfrentar os problemas do setor:
“Quando o atleta, o jornalista ou o cidadão comum tentam alertar quanto à falta de tomada de providência, é melhor que se antecipe o desgaste, fazendo um debate entre sociedade, comunidade esportiva e os organizadores. É sempre uma alternativa melhor do que a omissão, do que a gente não falar nada, fazer nada e esperar às vésperas dos Jogos Olímpicos a iminência de um vexame. Por isso que eu acho que, à medida que o Comitê Olímpico Internacional vê um planejamento e um cronograma descumprido, ele tenta, de alguma forma, intervir para fazer a coisa andar. Tomara que ande, porque a crítica não é concentrada em cima da prefeitura, do governo do estado, do governo federal ou do comitê organizador. É a constatação de que as coisas não estão acontecendo na velocidade adequada.”
Sugiro a leitura dessa entrevista, uma legítima aula de cidadania esportiva.
http://www.esporteessencial.com.br/entrevista/lars-grael-vela-2-3