A bronca de Rivelino
José Cruz
Com dúvidas sobre as condições físicas de Fred, o ex-craque Rivelino, campeão do mundo em 1970, está assustado com a falta de atacantes no Brasil, a um mês de Felipão fechar a lista para a Copa do Mundo.
“Só tem o Neymar que pode fazer a diferença”, afirmou, lembrando que já fomos famosos na produção de craques que fizeram história, mundo afora. ''O Brasil sempre teve dois ou três jogadores diferentes na frente e, hoje, não temos centroavates. A safra é muito ruim''.
Esta queda na formação de talentos é, segundo Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, um dos problemas que repercute nos campeonatos de baixíssimo nível técnico e desinteresse do torcedor para ir ao estádio. O “fenômeno” é mais um no rol das mazelas que o futebol profissional. Ferreira listou as outras: calendário ruim, violência e insegurança, clubes insolventes, estádios vazios e, claro, “queda na formação de talentos”.
Negócios
Ocorre que a venda de jovens talentos para o exterior é uma das fontes de recursos para os clubes de futebol. Muitos, os com perfil de atacantes, inclusive, saem cedo, não chegam a conhecer nossa realidade profissional.
E isso é se deve, também, às facilidades da Lei de Incentivo ao Esporte. Muitos clubes captam recursos oficiais – o São Paulo F.C é campeão – para suas escolhinhas. E já com 16 ou 17 anos os garotos são vendidos para o exterior, recheando o bolso do empresário e a conta da iniciativa privada.
Estou colecionando informações e logo escreverei sobre isso. Mas a bronca de Rivelino faz sentido e passa, com certeza, por este processo de nossa “profissionalização”.