CBDA gasta 39% de sua receita com “manutenção e gerais”
José Cruz
Dos R$ 28 milhões de receita da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) em 2012 os serviços de “manutenção e gerais” consumiram 39,29%, R$ 11,2 milhões. Esse valor é pouca coisa menor que os R$ 15,8 milhões aplicados em projetos de natação, polo aquático, águas abertas, nado sincronizado e saltos ornamentais. Os dados constam do balanço da CBDA.
Com estes valores fica mais fácil entender o comentário do jornalista e técnico de natação, Alex Pussieldi
Ele classificou como “alarmante” a queda da prática de natação nas categorias menores, onde estão concentrados os valores para a renovação da equipe principal.
Balanço
Em 2012, a CBDA recebeu R$ 23,4 milhões de patrocínios, entre eles dos Correios, o principal parceiro. Mais R$ 3,7 milhões da Lei Piva, totalizando 28 milhões de receita.
Mas, apenas um quarto dessa receita foi aplicado em projetos de natação, R$ 7,5 milhões, registrados no balanço como “despesas operacionais”.
Os investimentos de 2012 foram assim especificados no balanço da CBDA:
MODALIDADE | (R$ milhões) | |
Natação | 7,5 | |
Polo aquático | 3,8 | |
Águas abertas | 1,5 | |
Nado sincronizado | 1,8 | |
Saltos ornamentais | 1,0 | |
TOTAL | 15,6 |
Enquanto isso
Os principais clubes brasileiros, entre eles o Minas Tênis, de Belo Horizonte, e o Pinheiros, de São Paulo, captam recursos na Lei de Incentivo ao Esporte para projetos específicos das modalidades aquáticas.
Ou seja, é nos clubes que está concentrada a prática de natação que, como se sabe, nada recebem da CBDA.
Finalmente, o que significa “manutenção e gerais” para consumir cerca de 40% do dinheiro público recebido pela CBDA? Salários, alugueis, pesquisas, limpeza, viagens, hospedagens, alimentação?
Não está em questionamento a lisura da aplicação dos recursos, mas a falta de políticas para se definir, em todas as modalidades, quem é responsável pelo setor mais atingindo, a base, a iniciação, os jovens atletas.