Blog do José Cruz

Arquivo : junho 2012

Esporte na escola e vaga olímpica
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José Cruz

Na seletiva americana de natação, neste sábado, a estudante Missy Franklin, de apenas 16 anos, chegou em segundo lugar na final dos 100m livres o obteve a vaga para os Jogos de Londres. Na torcida de arquibancada estavam seus colegas de escola. Já no Brasil, esporte e escola…

Em 2011, Missy ganhou cinco medalhas no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos e duas no Mundial em Piscina Curta.

Enquanto isso…

Nos bastidores do esporte comenta-se sobre possíveis mudanças no comando das Olimpíadas Escolares e Universitárias, promovidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

O presidente Carlos Nuzman estaria negociando com o Ministério do Esporte a transferência dessa promoção para as confederações respectivas, de Desporto Escolar e a de Desporto Universitário, ambas com sede em Brasília.

Recursos

Os jogos são realizados com recursos da Lei Agnelo Piva, que repassa 10% anuais para os escolares e 5% para os universitários.

Em 2011, o COB recebeu R$ 157 milhões da Lei Piva.

Desse total, R$ 15,7 milhões foram para as Olimpíadas Escolares e R$ 7,5 para a Universitária.

A propósito, quantos campeões desses eventos estão na delegação para os Jogos de Londres?


Ministro Aldo Rebelo adere ao “complexo de vira-latas”
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José Cruz

Depois de ofender jornalistas que criticam a falta de planejamento para a Copa 2014, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recuou e aderiu ao “complexo de vira-latas”, histórica citação de Nelson Rodrigues para explicar a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, diante do mundo.

Na quinta-feira, Aldo admitiu pela primeira vez problemas nos aeroportos, a um ano da Copa das Confederações, no Brasil.

Sabemos que o serviço não é satisfatório. Precisamos melhorar, não só para a Copa do Mundo. Sei disso, pois tive dois voos cancelados no mesmo dia há pouco tempo“, afirmou, em entrevista ao Correio Braziliense, hoje.
Então, ministro, diante dessa constatação bem-vindo ao clube dos vira-latas.

Correção

Ironias de lado, a expressão de Nelson Rodrigues foi  mal empregada pelo ministro.

Ao criticarmos a falta de planejamento para a Copa do Mundo não nos inferiorizamos diante de outros países, mas alertando para omissões do governo e os graves riscos de prejuízos aos cofres públicos, como os verificados nos Jogos Pan-Americanos 2007.

Já vimos este filme. O replay está nas prateleiras…


Esporte de rendimento recebeu R$ 871 milhões em dois anos. Investimento ou desperdício?
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José Cruz

Em levantamento preliminar constatei que o esporte de rendimento olímpico e paraolímpico nacionais recebeu em torno de R$ 871 milhões de verbas públicas nos últimos dois anos.

FONTES

VALOR R$

Loterias federais (Lei Piva)

300.000.000,00

Lei de Incentivo ao Esporte

130.000.000,00

Convênios Ministério Esporte

61.000.000,00

Patrocínio de oito estatais

300.000.000,00

Bolsa Atleta

80.000.000,00

   T O T A L

  871.000.000,00

Destinação

Realizo outro levantamento, mais detalhado, para publicar oportunamente. Por enquanto vamos aos números de 2011/2012,  que já são expressivos.

Os R$ 871 milhões não foram totalmente para o Comitê Olímpico e Paraolímpico, mas para confederações, associações, clubes e outras entidades que desenvolvem esporte de rendimento, também contempladas pela Lei de Incentivo ao Esporte.

Em nível olímpico, este balanço preliminar é para tentar entender os motivos de o Brasil não projetar evolução nos Jogos de Londres, segundo o superintendente executivo do COB, Marcus Vinícius Freire.  A previsão é repetir as 15 medalhas de Pequim 2008 e melhorar as 41 finais disputadas.

Importante

O ano de 2011 marcou a primeira década de benefícios da Lei Agnelo Piva. Em 10 anos, apenas o Comitê Olímpico recebeu R$ 924 milhões!

Ora, se houve mais dinheiro – e muito dinheiro, de fonte única, o governo federal – deveríamos contar com uma equipe que desse ao país maior esperança e, consequentemente, justificasse os milionários investimentos oficiais.

Porém, nove anos depois da criação do Ministério do Esporte isso não acontece porque ainda nos faltam:

  1. – uma política de esporte de governo – e não de partido;
  2. – prioridades, metas e planejamento integrados;
  3. – prática de educação física nas escolas públicas;
  4. – um plano de identificação de atletas;
  5. – um plano para o aproveitamento e valorização dos clubes
  6. – integração do esporte de rendimento com a estrutura acadêmica e de pesquisa da universidade
  7. – um Ministério do Esporte com perfil técnico e não de características política-partidária que serve mais para cabide de empregos de correligionários.

O que temos é o Estado doador e os beneficiados pegando a grana e aplicando desordenadamente, sem meta conjunta. É cada um por si. Isso é investimento ou desperdício?

Enquanto isso…

Quem é mais importante para o atleta? O patrocinador pessoal, que banca a carreira, o desenvolvimento esportivo, o dia-a-dia dos treinos ou o patrocinador da seleção de determinada modalidade, que aparece às vésperas do evento – e do qual o atleta não recebe nada?

Talvez por isso, a ginasta Jade Barbosa preferiu ficar fora da Olimpíada de Londres a ser desleal com quem a retirou do abandono que a Confederação a deixou (Jade chegou a vender camisetas autografadas para ajudar nos treinamentos)

Enquanto isso II …

O ala Leandrinho não participará dos jogos do torneio amistoso que se realiza em São Carlos, interior paulista, porque a Confederação Brasileira de Basquete não conseguiu acertar o seguro do atleta, pois ele, vindo da última temporada da liga americana, está sem clube, no Brasil.

III …

O Brasil vai aos Jogos de Londres com uma equipe de tênis “convidada”. Ninguém se classificou por critério técnico (ranking). Patrocínio dos Correios, Lei de Incentivo ao Esporte, Bolsa Atleta, Lei Piva, verbas do Ministério do Esporte, orçamento de R$ 17 milhões em 2011 e um presidente de longuíssimo prazo, Jorge Rosa, no comando.

IV…

Glauber Silva, que estava classificado nos 100m borboleta, testou positivo para testosterona no exame antidoping realizado em maio. Está suspenso por dois anos e fora dos Jogos de Londres.

V…

O atletismo não terá representantes nos 10.000 metros masculino e feminino. Ninguém conseguiu o índice. As corridas de rua são fartas, mas uma miséria de corredores vai para a pista. E não faltam recursos para o atletismo…

 


Confederação de Tênis firmou convênio “estapafúrdio”
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José Cruz

Não fosse a generosidade da Federação Internacional de Tênis e o Brasil dos Jogos Rio 2016 ficaria sem representante na Olimpíada de Londres.

Pelo critério técnico (ranking) nenhum tenista do país de Guga Kuerten, com 33 milhões de estudantes e sem política pública de esporte, conseguiu se classificar. Vamos aos Jogos pela porta dos fundos.

Diante disso e da fartura de recursos recebidos pela Confederaçao Brasileira de Tênis nos últimos oito anos , este é o melhor momento para o presidente da CBT, Jorge Rosa, se explicar publicamente, e não por metáforas e resumidamente, como faz no twitter, sobre as denúncias em sua gestão, aqui publicadas. O espaço do blog está disponível.

Enquanto isso…

“Um contrato juridicamente muito estranho, estapafúrdio”
O advogado paulista, Alberto Murray Neto, analisou preliminarmente e a meu pedido o “convênio de cooperação técnica e financeira” entre a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e o Instituto Tênis (IT).

Pelo contrato, aqui já comentado, o Instituto Tênis emprestou seis contas correntes à CBT, que ali concentrou a movimentação dedinheiro de  torneios, logo no início da gestão Jorge Rosa, em 2005.

Análise de Alberto Murray

“Entendo que a CBT utilizou contas bancárias do Instituto Tênis porque a Confederação estava com situação cadastral com problemas. Isto está escrito na cláusula do OBJETO DO PRESENTE CONVÊNIO.

Ou seja, provavelmente a CBT corria o risco de ter suas contas bancárias penhoradas por existirem débitos com terceiros, o fisco, inclusive.

O que a CBT fez foi simplesmente alugar as contas do IT, seja porque a CBT não podia ter dinheiro em nome dela, seja para ocultar recursos de alguma forma.

A mesma cláusula fala em “compartilharem a administração financeira dos eventos …”.

A Cláusula II também dá poderes ao IT a acompanhar a movimentação das contas.

A Cláusula VI diz que a CBT não tem obrigação de enviar extratos e movimentações. Acho que esse dispositivo é leonino. O titular da conta tem todo direito de verificar as movimentações nelas feitas.

Está errado ao afirmarem que ambas as entidades são isentas de Imposto de Renda. Uma coisa é a entidade não ter finalidade lucrativa, isto é, não distribui dividendos aos seus associados. Mas, claro, ela tem que prestar contas ao fisco e para imposto se houver renda.

Uma coisa é a contabilidade gerencial entre ambas as entidades. Outra é quem, de fato, deve contabilizar o que e quando. Evidente que perante terceiros, incluindo o fisco, quem recebe as quantias é o IT. E isso deve estar lançado na contabilidade do IT.

Esse contrato é juridicamente muito estranho, estapafúrdio (bizarro, estranho, esquisito)

O IT poderia ter sido contratado para prestar serviços em nome da CBT, ser remunerada por isso. Mas não simplesmente emprestar contas correntes.

Claro que duas entidades privadas podem estabelecer as regras que desejarem. Não é ilegal. Mas é necessário verificar como tudo isso está contabilizado e se cada parte pagou os impostos que lhes cabem e se esta tudo dentro da legalidade”.

Tudo legal

Sobre as denúncias de irregularidades na CBT, os Correios, patrocinado do tênis, informam o seguinte:

Todos os anos é feita a prestação de contas do patrocínio e que o contrato é auditado, interna e externamente. Desde 2008, início da parceria, não foi constatada nenhuma irregularidade.”

Portanto, entre patrocinado e patrocinador está tudo claro.

De minha parte não, porque falta Jorge Rosa exibir os balanços específicos dessa parceria com o Instituto Tênis. Como os auditores analisaram esse caso, especificamente? Já fiz essa pergunta a eles, mas não obtive resposta. Estranho!

Assim, as dúvidas continuam a partir dessas contas laranjas emprestadas à CBT. Jorge Rosa já disse que fez a parceria para não ter dinheiro desviado para pagar as contas deixadas por Nastás. Mas isso é legal? Mais: porque os balanços dessas contas não foram apresentados em separado e à diretoria. Isso é um gravíssimo débito na transparência que se esperava dessa gestão.

Há outras questões sérias na CBT que voltarei a tratar no momento oportuno, pois é uma instituição que recebe verbas públicas – R$ 11 milhões em 2011 – do total de 17 milhões de seu orçamento – e como tal precisa ser fiscalizada pela imprensa, também.


Copa 2014: números do Estádio Mané Garrincha contrastam com dramas na saúde
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José Cruz

Por unanimidade, a Câmara Legislativa do Distrito Federal derrubou o veto do governador Agnelo Queiroz (PT) e manteve o nome de Mané Garrincha no Estádio Nacional de Brasília.  Até deputados do PT votaram favor do projeto de lei da deputada Liliane Roriz (PSD)

Números

Após dois anos e meio de obras, o Estádio Nacional Mané Garrincha, com capacidade para 70 mil pessoas, apresenta os seguintes números, segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal:

63% da obra executada

134.000 m³ de concreto = a 1.000 sacos de cimento/dia

17.000 toneladas de aço – a duas Torres Eiffel

288 pilares de 30m de altura

3.000 funcionários atuando em três turnos

Falta contratar:

– Tratamento acústico e comunicação visual

– Gramado e sistema de irrigação

– Iluminação e tecnologia de informação

– Urbanização e paisagismo em torno do estádio

– Heliponto, elevadores, ar condicionado

– Cadeira e mobiliários em geral

– Tecnologia de informação

– Túnel de ligação entre o Estádio e o Centro de Convenções, onde estará o setor de imprensa.

Enquanto isso…

… o consumo de drogas avança nas escolas de Brasília, segundo dados do Ministério da Justiça. Do total de 2.425 jovens ouvidos no estudo 1,1% admitiu o uso frequente de drogas.

Já na área da saúde, familiares de 61 pacientes precisaram ir à Justiça para conseguir vaga em UTIs dos hospitais públicos do Distrito Federal. Mesmo assim continuam sem atendimento, pois não há vagas disponíveis.


Copa 2014: estádios, nomes famosos e naming rights. Esse negócio vingará?
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José Cruz

Além das oposições políticas, conservadorismos, etc que envolvem o “batismo” dos estádios da Copa, outro forte ingrediente sugere não prestar homenagens a ex-jogadores, como “Mané Garrincha”, por exemplo, aqui debatido ontem.

Sem nomes consagrados os governos têm mais liberdade para negociar os contratos de “naming rights”, que é a transferência das novas arenas para uma marca famosa, que passará a explorar o espaço.

Imagino “Estádio Nacional de Brasília Johnson & Johnson…”  Ou “Maracanã Mercedes Benz...”, “Mineirão Fiat…”, “Estádio Pantanal Goodyear”…

Será que algo assim vai pegar da mesma forma que se popularizou o Allianz Arena, de Munique?

Especialista

Amir Somogi, profissional da BDO RCS, empresa de consultoria e gestão esportiva, de São Paulo, avalia o tema como “bem complexo”.

No caso específico de Brasília é possível que o governador Agnelo Queiroz tenha vetado o projeto de lei de Liliane Roriz, dando ao novo estádio o nome de Mané Garrincha, por se tratar de uma deputada da oposição.

“Mas acredito, também, num foco para a exploração comercial da nova arena, que pode ser extremamente importante para alavancar as receitas de marketing do estádio.”

Estratégia

Porém há erros estratégicos nessa relação, como esperar muito tempo para negociar os contratos de naming rights. “O ideal é fechar esses contratos antes de a obra estar concluída,” diz o especialista.

Mas, afinal, em que estágio estão essas negociações? Quem abre tais informações? Há alguém efetivamente interessado em assumir as arrenas da Copa?

“O operador da arena deve ter em mente que além do contrato de naming rights deve investir pesado em ações de comunicação para fortalecer a marca parceira. Do outro lado, a marca que adquire esse direito, deve investir pesado em ações de ativação. Esperar que os veículos de comunicação citem os nomes das empresas é muito pouco para alavancar o nome do estádio”, explica Amir.

Análise da BDO RCS indica que os contratos de naming rights para os 12 estádios da Copa podem produzir cerca de R$ 1,56 bilhão em duas décadas, ou R$ 78 milhões por ano.

Para conhecer mais sobre o tema clique aqui.

O assunto entrará breve na pauta dos governos ou a manutenção de nove das 12 arenas ficará por conta dos cofres públicos.


Bicampeões mundiais, 50 anos de um belo futebol
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José Cruz

O Ministério do Esporte presta homenagem aos bicampeões mundiais de futebol, comemorativa ao cinquentenário do título no Chile, em 1962. Hoje, em São Paulo, com a presença de representantes da Seleção da Tchecoslováquia, que perdeu a final para o Brasil, por 3 x 1, e do Chile, que foi o país sede.

Daquele time entrevistei alguns jogadores:  Pelé, quando ministro do Esporte, Gilmar, durante o período em que fez tratamento médico em Brasília, Zagallo e Zito, em visita ao Correio Braziliense, há três ou quatro anos, não lembro.

Porém, a melhor lembrança daqueles craques é de Nilton Santos, que foi colunista do Correio Braziliense. Conversávamos muito, inclusive na sede da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD), onde ele marcava ponto diariamente.

Mais tarde, já morando no Rio de Janeiro, fiz mais uma reportagem com Nilton. Ele contava histórias “daquele tempo”. A maioria tinha o “compadre” entre os personagens.

“Compadre” era Garrincha. E quando se referia a Garrincha Nilton não escondia a saudades. Baixava a cabeça, fazia uma pausa e voltava aos “causos”. Impressionante a amizade entre eles, parceiros na Seleção e no Botafogo.

Terreno

Nilton contou sobre um terreno que o então presidente da República, João Goulart, teria doado aos bicampeões. Era em Brasília, mas nenhum jogador chegou a tomar posse da área, porque a escritura nunca saiu.

Fiz uma pesquisa e localizei notícia sobre a promessa,  numa revista Manchete, da época. Mas nunca consegui encontrar o decreto destinando os tais terrenos, que estariam localizados, segundo Nilton, na região do Park Way, hoje uma das mais valorizadas áreas do Distrito Federal.

“Eu acho que foi só promessa”, disse Nilton, certa vez, referindo-se à misteriosa doação. “Se fosse verdade, o Zagallo já teria descoberto e se apossado da área, pois ele é louco por negócios de valor …”

Na entrevista com Zagallo perguntei sobre isso. Ele lembrava que, de fato, foi feita a promessa, na visita da delegação ao Palácio do Planalto. Mas a posse efetiva do terreno nunca aconteceu.

Seguinte:

Quem quiser saber mais sobre Nilton Santos aí vai o link da reportagem, feita em 2004, numa caminhada pelas ruas do Rio de Janeiro, quando ele ainda vendia saúde.

É a minha homenagem a esses craques e Seleção, que há 50 anos deram muitas alegrias à minha geração.

http://web.me.com/wrvg/BlogDoCruz/NiltonSantos.html


Copa 2014: Agnelo veta nome de Garrincha ao novo estádio de Brasília
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José Cruz

A Câmara Legislativa do Distrito Federal votará nesta terça-feira o veto do governador Agnelo Queiroz ao projeto de lei que dá ao Estádio Nacional de Brasília o nome de “Mané Garrincha”. O projeto, da deputada distrital Liliane Roriz (PSD), foi aprovado por unanimidade.

A necessidade de decretar nome oficial ao espaço, que servirá à Copa das Confederações e Copa do Mundo, é porque o antigo estádio foi totalmente demolido. Usando picaretas – porque a estrutura resistiu à implosão com dinamites – Agnelo colocou no chão o histórico estádio.

Com isso, o Instituto de Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan) afirma que  a nova arena precisa ter novo nome oficializado. E foi isso que Liliane providenciou, com apoio, inclusive, dos deputados petistas e aliados ao governador.

Explicações

Na mensagem de veto, Agnelo disse que cabe à Terracap, proprietária da nova arena, dar o nome ao novo estádio.

Bobagem. Com essa medida antipática, Agnelo evitou sancionar um projeto de lei apresentado por deputada da oposição.

O governador ignorou a questão legal e de respeito histórico ao nome de um dos maiores craques do nosso futebol para se fixar em mesquinharia partidária.

Mesmo porque Agnelo sempre foi contra preservar o nome e “Mané Garrincha”. Alheio ao futebol, ele não sabe quem foi esse extraordinário jogador e ser humano.

Até na propaganda oficial Agnelo mandou eliminar “Mané”.


Jogos de Verão da UNE: o desvio de verbas escancarado
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José Cruz

Walter Guimarães, jornalista investigativo, avançou na pesquisa sobre os R$400 mil que a UNE recebeu de presente do Ministério do Esporte, via Universidade Federal do Rio de Janeiro. E teve sucesso na sua insistente busca.

Descobriu, inicialmente que o dinheiro era destinado a um evento de “alto rendimento”, o que não compete à União Nacional dos Estudantes. Mas a grana foi para a compra de “utensílios”que serviram sabe-se lá quem.

Enfim, volto a este assunto, agora com riqueza de detalhes, provando a forma desprezível como o dinheiro público é tratado. Isso é, também, uma forma de corrupção,  que oi ex-ministro Orlando Silva insiste pedir provas. Aí está.

A grana e a farra

Por Walter Guimarães

Me  desculpem, mas eu ainda quero falar dos “Jogos de Verão” da UNE e dos R$ 400 mil que saíram dos cofres públicos para tal evento, pois o pedido foi para um tipo de despesa e a aplicação dos recursos destinou-se para outro lado.

Segundo a Portaria nº 8, de 5 de Janeiro de 2011, assinada por José Lincoln Daemon, subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério do Esporte, o repasse financeiro para a Universaidade Federal do Rio de Janeiro saiu do programa “Brasil no Esporte de Alto Rendimento”, para a ação específica de “promoção de eventos esportivos nacionais de alto rendimento”.

 Distorção

 Agora vem esta explicação do próprio Ministério que os “Jogos de Verão” faziam parte da 7ª Bienal de Arte e Cultura da UNE e do 13º Coneb, um fórum de debates da entidade estudantil.

 Depois de assistir o vídeo produzido pela própria UNE e disponibilizado no perfil oficial da mesma em uma rede social ( http://www.youtube.com/watch?v=rZCXydmN2gI ), observa-se que a atividade esportiva não foi tão radical como o explicado pelo ministério. Abro aspas: “as atividades abarcavam campeonatos, oficinas e apresentação de performances de esportes radicais”.

 Na verdade foi disputada a 1ª Copa da UNE de futebol de areia, com 10 equipes, de 10 estados.

 Como cidadão, deveria imaginar que o recurso passado foi para este evento, mas não consigo acreditar que gastaram R$ 400 mil para um torneio de 10 equipes, em cinco dias.

 Basta ver a nota de empenho do Ministério, de 8 de janeiro de 2011, para saber que os recursos foram destinados para outros fins:

PRODUTO

VALOR R$

32 barracas plásticas

6.400,00

Filmagem do evento

7.800,00

30 monitores TV Plasma 50 pol

11.400,00

30 fotocopiadoras

13.500,00

Aluguel de computadores

18.000,00

Webjornalista

4.900,00

Recepcionista

3.800,00

Digitador

1.200,00

Secretária executiva

9.480,00

Colordenador de logística

690,00

Edção de Filmagem

25.500,00

2.000 sacolas

29.000,00

500 camisetas

3.490,00

2.000 pastas

23.960,00

Rede de dados externa

3.000,00

Provedor de internet

13.800,00

Pontos de internet

7.980,00

Aluguel de cadeiras

4.400,00

13 arranjos de flores

2.340,00

Aluguel de micro ônibus

17.000,00

950 garrafas de água

6.650,00

Coffee break

93.600,00

Café simples

68.400,00

Técnicos de equipamentos

14.400,00

Serviços de apoio técnico

1.080,00

Eletricista

1.800,00

Gerência de informática

1.440,00

Webdesigner

4.900,00

T O T A L

399.910,00

 Repito: este dinheiro foi apenas uma forma de um ministério, até então recheado de ex-presidentes da UNE, ajudar financeiramente o encontro da entidade. Não há nada voltado para o alto rendimento esportivo. Se isso não é proibido ético também não é…

 Detalhe, até às 16h de ontem, dia 22 de junho, o vídeo de 11 minutos do evento foi exibido meras 320 vezes no perfil oficial da UNE no site Youtube. É um número pífio para um evento com público de 80 mil pessoas como anunciado.

Estranho:

R$ 9.800,00 para uma secretária executiva por cinco dias?

R$ 68.400,00 gastos em “café simples”?

E o ministério do Esporte acha tudo isso normal?”


Copa 2014: com orçamento fantasma, despesas no DF vão crescendo…
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José Cruz

Em janeiro, o ex-gerente das obras para a Copa 2014 em Brasília, Cláudio Monteiro, anunciou que o contribuinte teria “uma surpresa agradável”: as cadeiras para o novo estádio Mané Garrincha viriam de uma parceria com uma “grande empresa”. Logo, sem custos para o Governo do Distrito Federal.

A negociação seria com a Coca Cola mas falhou. Agora, sai o edital de licitação para comprar 72 mil cadeiras. Custo dos assentos: R$ 12,4 milhões. A notícia, no UOL Esporte, está aqui.

E vem mais por aí…

Aos poucos, o improviso da Copa em Brasília faz os gastos subir. Não se conhece o orçamento geral da Copa,é documento fantasma.

Quando assumiu o governo, em janeiro do ano passado, Agnelo anunciou que reduziria a capacidade de 72 mil lugares do Mané Garrincha, diante da inexpressividade do futebol em Brasília. Refugou. O gigantesco estádio está quase pronto, mas não se sabe o que acontecerá com o espaço no pós-Copa.

Lembro que o jogo final do Campeonato Candango deste ano teve 902 persistentes torcedores…

Seguidamente, o governador diz que as obras não passarão de R$ 650 milhões. Estão em R$ 880 milhões, aí incluído o preço da cobertura do estádio.

Agora é a vez das cadeiras, que seriam doadas por “uma grande empresa”. Mas serão compradas, enquanto faltam leitos nas UTIs dos hospitais públicos.

A situação é gravíssima e até mortes já foram registradas pela falta de condições adequadas para os pacientes.

E para o Estádio Mané Garrincha ainda faltam iluminação, gramado, placar eletrônico, tecnologia de informação, ar condicionado, móveis para as salas e camarotes VIPs, urbanização da área externa, estacionamento …

Enquanto isso…

… Alexandre Fernandes Gonçalves, promotor da Defesa do Patrimônio Público do Distrito Federal, que deveria atuar rigorosamente contra esses abusos orçamentários e questionar a irresponsabilidade governamental, se omite, silencia.

E nem Cláudio Monteiro pode ser questionado, pois deixou a chefia do gabinete do governador do Distrito Federal para cuidar de sua defesa na CPI do Cachoeira.

Monteiro, íntimo de Agnelo, foi flagrado em conversas telefônicas nada recomendáveis para uma autoridade do governo.

Mas, de repente ele se sai bem na defesa. Em política tudo é possível, até Lula se ajoelhar diante de Maluf, Collor, Renan e outras distintas excelências parlamentares.