Blog do José Cruz

Copa 2014: com orçamento fantasma, despesas no DF vão crescendo…

José Cruz

Em janeiro, o ex-gerente das obras para a Copa 2014 em Brasília, Cláudio Monteiro, anunciou que o contribuinte teria “uma surpresa agradável”: as cadeiras para o novo estádio Mané Garrincha viriam de uma parceria com uma “grande empresa”. Logo, sem custos para o Governo do Distrito Federal.

A negociação seria com a Coca Cola mas falhou. Agora, sai o edital de licitação para comprar 72 mil cadeiras. Custo dos assentos: R$ 12,4 milhões. A notícia, no UOL Esporte, está aqui.

E vem mais por aí…

Aos poucos, o improviso da Copa em Brasília faz os gastos subir. Não se conhece o orçamento geral da Copa,é documento fantasma.

Quando assumiu o governo, em janeiro do ano passado, Agnelo anunciou que reduziria a capacidade de 72 mil lugares do Mané Garrincha, diante da inexpressividade do futebol em Brasília. Refugou. O gigantesco estádio está quase pronto, mas não se sabe o que acontecerá com o espaço no pós-Copa.

Lembro que o jogo final do Campeonato Candango deste ano teve 902 persistentes torcedores…

Seguidamente, o governador diz que as obras não passarão de R$ 650 milhões. Estão em R$ 880 milhões, aí incluído o preço da cobertura do estádio.

Agora é a vez das cadeiras, que seriam doadas por “uma grande empresa”. Mas serão compradas, enquanto faltam leitos nas UTIs dos hospitais públicos.

A situação é gravíssima e até mortes já foram registradas pela falta de condições adequadas para os pacientes.

E para o Estádio Mané Garrincha ainda faltam iluminação, gramado, placar eletrônico, tecnologia de informação, ar condicionado, móveis para as salas e camarotes VIPs, urbanização da área externa, estacionamento …

Enquanto isso…

… Alexandre Fernandes Gonçalves, promotor da Defesa do Patrimônio Público do Distrito Federal, que deveria atuar rigorosamente contra esses abusos orçamentários e questionar a irresponsabilidade governamental, se omite, silencia.

E nem Cláudio Monteiro pode ser questionado, pois deixou a chefia do gabinete do governador do Distrito Federal para cuidar de sua defesa na CPI do Cachoeira.

Monteiro, íntimo de Agnelo, foi flagrado em conversas telefônicas nada recomendáveis para uma autoridade do governo.

Mas, de repente ele se sai bem na defesa. Em política tudo é possível, até Lula se ajoelhar diante de Maluf, Collor, Renan e outras distintas excelências parlamentares.