Blog do José Cruz

Arquivo : George Hilton

Brasil renova na Unesco Carta de Educação Física, que não aplica aqui
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José Cruz

Com representantes de 195 países-membros da ONU, o ministro do Esporte, George Hilton, participou em Paris da reunião da Unesco, que na quarta-feira aprovou a revisão da “Carta Internacional de Educação Física, Atividade Física e Esporte”

Hilton Unesco

De volta ao Brasil, o ministro não tem uma só escola pública para visitar, porque o programa Esporte na Escola, desenvolvido em 2013 e 2014, acabou, faltou dinheiro

Satisfação

Como disse o professor Almir Teles, em recente artigo neste espaço, “… O tal programa foi criado mais pela necessidade de prestar satisfação à sociedade, em virtude da proximidade da Olimpíada Rio 2016, do que dar consistência à formação esportiva e cultural aos milhões de escolares brasileiros”.

Memória

24 de agosto de 2001 – Ministro do Esporte Carlos Melles

O programa “Esporte na Escola” prioriza a criança e o esporte como educação, tirando as crianças das drogas e da marginalidade”

11/11/2015 – Ministro do Esporte George Hilton

“... A resolução em Paris, recomendando às nações que elejam a educação física dos povos como prioridade, converge para o plano de esportes que vem sendo desenvolvido pelo governo brasileiro”.

Como o ministro disse isso em Paris, ninguém entendeu. Aqui, é mentira.

Mais

Plano de esporte que vem sendo desenvolvido pelo governo brasileiro…”

O tempo do verbo,  “vem sendo desenvolvido”, ficará registrado, como a mentira de Carlos Melles. Há 14 anos… “vem sendo desenvolvido” …

Coincidências

E o que Melles e Hilton têm em comum, além de serem deputados por Minas Gerais?

Ambos não entendem nada do assunto.

Melles era formado em agronomia! Era especialista e continua produtor de café! mas foi ministro do Esporte!!!

Hilton é radialista, apresentador de televisão, teólogo, animador e especialista em…. Em que mesmo?

Ah, sim! É ministro do Esporte.


Esporte também quer “porteira fechada”, para ministro nomear apadrinhados
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José Cruz

Dez meses depois de dividir diretorias e cargos funcionais com o PCdoB, o Partido Republicano Brasileiro, do ministro George Hilton, quer “porteira fechada” no Ministério do Esporte.

Em política, “porteira fechada” é o preenchimento de todos os cargos com nomes do partido do titular da pasta, como ocorre com o PMDB na Saúde, Agricultura, nas Minas e Energia etc.

E daí?

No Esporte, isso significaria o afastamento de servidores ligados a outros partidos, como o atual secretário-geral, Ricardo Leyser (foto), remanescentes do PCdoB, do tempo dos ministros Aldo Rebelo, Orlando Silva e Agnelo Queiroz, o primeiro e trágico. O cargo de secretário-geral tem status, pois é o substituto imediato do ministro. Como explicar aos fiéis e correligionários que, na ausência do ministro, da Igreja Universal, responde um comunista do histórico PCdoB? Pois o esporte está metido, também, nessa disputa!Ricardo_Leyser

Leyser já foi o Secretário Nacional de Alto Rendimento. Ganhou a Secretaria Executiva por imposição do Palácio do Planalto, no início do segundo governo de Dilma Rousseff, quando o deputado George Hilton foi nomeado ministro. Sem conhecer nada sobre esporte e sem quadros para o cargo, Hilton precisava de alguém com experiência para concluir o projeto Jogos Rio 2016. Leyser cumpre esta missão há anos e, agora, está na iminência de ser detonado da poltrona.

Exigência

Segundo um político, com trânsito no Palácio do Planalto, a exigência de “porteira fechada” foi encaminhada ao secretário-geral e articulador político da Presidência da República, Ricardo Berzoini, com o seguinte argumento: o PCdoB é fraco, numericamente. Tem apenas onze deputados federais, depois da saída do gaúcho João Derly, que foi para a Rede. Já o PRB tem 20 parlamentares. Esta diferença é significativa na hora do voto em plenário. E como o governo precisa de apoios …

Mas, quem iria para o lugar de Ricardo Leyser, que domina a liberação de convênios milionários e tem boas relações com as autoridades dos Jogos Olímpicos? Um leigo amigo do partido ou fiel da Igreja Universal, braço forte do PRB?

Risco

A prática tem demonstrado que o estilo “porteira fechada” facilita os partidos a tratarem os ministérios como propriedades particulares. Lembram do Pan 2007, com dezenas de obras sem licitações?

O interesse dos apadrinhados, de olho nos cargos, são os projetos milionários, os pedidos de amigos, as licitações suspeitas, as execuções orçamentárias fraudadas, as relações com empresas de fachada e por aí vai. E como todos os partidos rezam na mesma bíblia, todas as falcatruas ficam em casa, até a chegada da Polícia Federal, já rotineira em ações junto a órgãos do governo.

Sem exageros, “porteira fechada” é o ponto de partida para escândalos, principalmente quando o Esporte está sob o comando maior de leigos no setor e oportunistas políticos.

O que diz o Conselho Nacional do Esporte sobre isso?


Notícia boa e notícia ruim…
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José Cruz

A vulgaridade em que se transformou a “reforma ministerial” provocou a seguinte manifestação de um deputado-desportista, no Congresso Nacional:

Notícia boa: o Ministério do Esporte não vai acabar. Notícia ruim, o ministro continua o mesmo”.

Mesmo no humor, é triste constatar que a estrutura do governo está tão desmoralizada e sem credibilidade que as autoridades oficiais transformaram-se em personagens de deboches hilários, até entre colegas, pois George Hilton é deputado federal, antes de ser ministro do Esporte.

Este é o um dos reflexos da desordem institucional, com o governo buscando apoios partidários temporários e rifando cargos valiosos – também com prazo de validade –  para tentar administrar a crise econômica.

Esporte

Neste contexto enquadra-se o Ministério do Esporte, cuja excelência, George Hilton, ocupa a pasta da mesma forma que o PMDB estará na Saúde: troca de favores. Como diz Janio de Freitas em artigo na Folha de S.Paulo, hoje, “…no Brasil, gestos de dignidade não considerados inteligentes”.

Com esses dirigentes, o que esperar o Brasil pós Jogos Rio 2016? O mesmo que ocorre com a “pátria educadora”? Então, estamos perdidos!

Educação

A tal “desordem” se espalha. Em Brasília, o governador Rodrigo Rollemberg anexou a Secretaria de Esporte à de Educação. Antes fosse para o Turismo, pois, como “negócio” que se transformou, o esporte não tem mais nada de educacional. Lamentavelmente!

Enquanto isso…

… é preciso reconhecer que a Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados desenvolve um excelente ciclo de debates, ouvindo em audiências públicas representantes de todos os segmentos, para melhor propor sobre uma política nacional para o setor. A coleção de informações até agora é valiosa para o texto final que está sendo projetado.

Esse debate ganhou força porque, um servidor público, Lindberg Cury Junior, secretário da Comissão de Esporte, levou adiante uma proposta preliminar de idealistas do esporte, na troca de ideias e aprendizados com mestres da Faculdade de Educação Física da UnB.

Em meio à desordem política que se critica, faz muito bem ver a Comissão de Esporte da Câmara liderando um debate valioso para a apresentação de propostas reais, registro que faço com grande satisfação.

Na Memória

… faz 126 dias  que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça.

… faz 98 dias do lançamento da primeira de cinco pesquisas do Diagnóstico do Esporte. E as outras?

… faz um ano e dois meses do final da Copa 2014, que teve R$ 1 bi de isenção fiscal. E o balanço financeiro do Comitê Organizador?

 


Primeira dama do esporte ganhou credencial de escalão ministerial, no Pan
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José Cruz

Gorete Cecílio, esposa do ministro do Esporte, George Hilton (foto), desfilou com credencial de escalão ministerial nos vários centros dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Gorete acompanhou o marido, que estava em missão de governo, nos cinco primeiros dias do evento esportivo, que termina no dia 25.  casal

O credenciamento da primeira dama do esporte, no mesmo nível do ministro, foi a “única gentileza” do Comitê Olímpico, segundo um assessor de George Hilton, ao ser indagado se o COB havia pago das despesas do casal.

Quem pagou?

As despesas de viagem de Gorete foram pagas pelo marido, George Hilton. O ministro, por sua vez, recebeu passagens e diárias do Ministério que dirige, o que é de lei, segundo a mesma fonte oficial.

Com isso, George Hilton evitou repetir o escândalo de 2003, quando o então ministro, Agnelo Queiroz, e sua mulher, Ilza, tiveram as diárias, despesas extras do hotel e carro com motorista pagas pelo COB, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.

A denúncia foi da então secretária nacional do Esporte, Paula Gonçalves, que se demitiu do cargo pouco tempo depois. Agnelo garantiu que devolveu aos cofres do Ministério as diárias recebidas.

Cortesia 

Ser gentil com autoridades públicas é rotina do Comitê Olímpico do Brasil. Mas há casos de cortesias constrangedoras, pois o Ministério do Esporte é, também, órgão fiscalizador das verbas públicas que libera, para o COB,  dirigido por Carlos Nuzman.

Nos eventos olímpicos essas cortesias são praxe, inclusive entre os cartolas, que viajam com seus familiares, para privarem da convivência com astros famosos do esporte.

Foto: Edy Fernandes – jornal O Tempo/BH


Esportes: o novo templo na Esplanada dos Ministérios
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José Cruz

Ministro do Esporte nomeia dois filhos de políticos da Igreja Universal

Por Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

O Ministro do Esporte, George Hilton, deputado federal licenciado pelo PRB-SP, nomeou para cargos comissionados (sem concurso público) dois filhos de políticos ligados à Igreja Universal do Reino de Deus. hhhiiii

Além deles, também foram nomeados para trabalhar na pasta, pelo menos, sete políticos filiados ao PRB, partido do ministro e ligado à Universal. Das quatro secretarias que compõem o Ministério do Esporte, três foram postas por George Hilton sob o comando de políticos do PRB ligados à Igreja Universal.

A reportagem completa está aqui

Comentário do blogueiro

As nomeações funcionais do ministro George Hilton são práticas que se perpetuaram no governo federal, há décadas. O rateio dos ministérios entre os partidos serve, também, para que ali se abriguem amigos e partidários, como ocorreu com o PCdoB, nos 12 anos que esteve à frente da pasta.

O uso da máquina pública pelos “amigos” contribui para influenciar na liberação de verbas aos redutos eleitorais do partido, como se observa ao longo dos anos. para muitos, isso funciona como trampolim para a carreira política, e repercute com a eleição de bancada mais representativa e fortalecimento partidário.

Orlando Silva, ex-ministro do Esporte, e Wadson Ribeiro, ex-secretário executivo do Ministério do Esporte, que liberava verbas do Pintando a Cidadania, foram eleitos deputados federais em outubro, e são exemplos dessa prática, que é uma forma disfarçada de corrupção, pois as verbas públicas são direcionadas de forma político-partidário com interesses de ocasião.


Os primeiros 100 dias e os últimos 14 anos…
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José Cruz

Completamos 100 dias do segundo tempo do governo da presidente Dilma Rousseff. Cem dias, também, de atuação do ministro George Hilton. Curiosamente, o discurso de hoje difere na forma de dizer as mesmas coisas de 14 anos atrás. Com um alerta: até 2001, quando foi criada a Lei Agnelo Piva, o dinheiro era limitadíssimo. 

Confiram o que disseram os ex-ministros, as promessas ao longo dos anos e a realidade de agora, quando temos  a Lei de Incentivo, a Bolsa Atleta, apoio das Forças Armadas, reforço do patrocínio das estatais, convênios do Ministério do Esporte com as confederações, etc. Mas…

Melles 2001 – CARLOS MELLES

“Vamos beneficiar 36 milhões de crianças com a construção de 10 mil quadras esportivas em todo o país, voltando com a obrigatoriedade da prática saudável da educação física nas escolas. O Esporte na Escola contribuiu decisivamente para a democratização de esporte brasileiro e ao mesmo tempo criou um instrumento estratégico para o processo de transformação do Brasil em potência esportiva.”

2002 – CAIO CARVALHO Caio

“Eu fico impressionado em ver que, de certa forma, passaram-se 25 anos e nós não avançamos nada em termos de legislação. Aprendi que cabe sim ao Estado desregulamentar, deixar por conta da sociedade, do setor privado, desde que o consumidor e a sociedade não fiquem desamparados” …  “De nada adianta construir escolas ou qualquer instituição de ensino se não tivermos gente capacitada para promover o esporte saudável”.

2003 – AGNELO QUEIROZ 

Agnello“A par da grandiosidade econômica do segmento esportivo, tenho entusiasmo especial ao imaginar o esporte como fator de desenvolvimento humano, vertente prioritária da ação governamental que juntos iremos empreender. Tenho pressa, porque o ritmo da atividade assim o exige. Tenho limitações, porque elas existem nos homens apesar da nossa vontade contrária, mas tenho, acima de tudo, um desejo enorme de acertar e de contribuir para o engrandecimento do desporto nacional.”

2007 – ORLANDO SILVA  

Orlando

“O Pan no Brasil coloca o esporte na agenda nacional, estimula a atividade física cotidiana, importante para a produção de saúde, a qualidade de vida e a criação de um ambiente social mais amistoso. A juventude, referenciada em temas caros ao esporte, como a solidariedade, persistência, disciplina, entre outros, pode afirmar valores fundamentais para a formação cidadã.  Por isso, temos plena consciência da importância do Pan para o Brasil. “

 

 2013 – ALDO REBELOaldo

  “A base permanente, onde cada sociedade busca atletas para alto rendimento, é na escola. Acho que essa experiência permite uma aproximação maior entre ministérios do Esporte e da Educação, que eu creio que deva ser o destino do esporte educacional no Brasil”.

2015 – GEORGE HILTO

hilton

  “O esporte deve ser mais que uma política de governo, deve ser de Estado. Vou dar atenção especial ao esporte social, de inclusão, educacional e comunitário. Quero intensificar a parceria com o Ministério da Educação. O esporte escolar é o caminho para o desenvolvimento sustentável do esporte brasileiro”. 

 

ESPAÇO RESERVADO PARA O PRÓXIMO MINISTRO

“……………………………………………………………………………………………………………………………..”


Governo vai “desenvolver” o futebol feminino
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José Cruz

A promessa do ministro do Esporte, George Hilton, de “priorizar e desenvolver” o futebol feminino mostra que não se pode esperar muito da pasta neste novo-continuado governo de Dilma Rousseff

Não é missão do governo “desenvolver” qualquer esporte ou se misturar com campeonatos de futebol, como se desejasse estatizar essa prática esportiva, quem sabe por ser popular e isso render votos…  Esse anúncio é espécie de intromissão nas competências da CBF.

feminino

 Ministro Hilton com a cúpula da CBF e Fifa, fazendo promessas

Novos rumos

Com certeza o futebol feminino merece novos rumos, principalmente para se aproveitar o potencial técnico desperdiçado pela ausência de clubes, organização, competições, etc. Mas faltam visão e gestão empresariais, projetos conjugados com a CBF, como promover campeonatos regionais e nacionais  com partidas preliminares da competição masculina, por exemplo.

Está claro que a CBF não está nem aí para isso, a não ser para promover a Seleção Brasileira feminina e garantir presença do país em eventos internacionais.

O ex-ministro Aldo Rebelo cometeu a mesma intromissão. Com R$ 10 milhões da Caixa financiou um campeonato nacional feminino com meia dúzia de clubes de três ou quatro estados.  O que isso significou para o fortalecimento do esporte? Onde estão as jogadoras daquele evento? Quem foi a revelação? Qual o “legado” da ação do governo?

A CBF que assuma o que lhe compete – e agora, tem verba da Fifa para tanto. E que dê as mulheres o oportunidade de praticarem o esporte como “direito”, garantido a todos pela Constituição, promovendo o mercado de trabalho e valorizando novas seleções. Talentos temos de sobra.

 

A foto que ilustra este artigo é da assessoria de imprensa do  Ministério do Esporte


Para que serve o Ministério do Esporte – II
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José Cruz

Esse novo ministro do Esporte, George Hilton, conseguiu a façanha de ser expulso do PFL !   O PFL se originou do PDS, que veio de dissidentes da Arena, partidos que deram sustentação ao regime militar! Paulo Maluf,  Antônio Carlos Magalhães, Edison Lobão , Jorge Bornhausen e por aí vai eram alguns dos expoentes… 

 E lá se vão 12 anos…

Alegria dos atletas e dirigentes, quando Lula da Silva anunciou a criação do Ministério do Esporte, ainda em 2002, logo depois de eleito presidente da República. E a surpresa ao entregar a pasta ao PCdoB, inexperiente em questões do esporte, e nomear Agnelo Queiroz ministro.

Com esse gesto, Lula homenageou os companheiros comunistas, históricos parceiros do PT na luta pela redemocratização do pais. Lula não estava preocupado com o setor, mas em ter mais um ministério que alojasse deputados e senadores aliados do Palácio do Planalto. Foi a manifestação explícita do “é dando que se recebe”, também praticada nos governos de FHC, Itamar, Sarney …

Passou o tempo, Agnelo dançou. Veio Orlando Silva (foto)orlando-silva, que foi demitido, acusado de não combater a corrupção. E chegou Aldo Rebelo, que ficou amigo dos cartolas, do futebol, inclusive, que ele combateu na CPI da CBF Nike, em 2001.

Um ato foi comum entre os três ministros: eles ignoraram o esporte escolar e a prática esportiva como “direito de todos” . Preferiram valorizar o alto rendimento, onde circulou muita grana pública, boa parte perdida na corrupção, com mostraram relatórios do TCU sobre os Jogos Pan-Americanos de 2007.

Agora, com o Brasil em grande exposição internacional, devido à Copa e Olimpíada, a presidente Dilma Rousseff também dá uma banana para atletas, dirigentes e toda a comunidade brasileira, ao entregar o Ministério para um leigo, um inexperiente no setor, o deputado George Hilton (PRB/MG)

Pior! Esse novo ministro conseguiu a façanha de ser expulso do PFL!

O PFL se originou do PDS, que veio de dissidentes da Arena! Era o partido de Maluf, de Antônio Carlos Magalhães, Edison Lobão, Jorge Bornhausen e por aí vai…

Diante do que ocorreu nesses 12 anos, volto à pergunta que motivou um artigo, meses atrás:

“Afinal, para que serve o Ministério do Esporte”?

Indiretamente, a presidente Dilma responde:  Pra nada!

O Ministério é apenas um órgão para alojar cupinchas apoiadores do governo, repassar dinheiro para programas insignificantes, e liberar as emendas de deputados e senadores.

O mais triste:

O Conselho Nacional do Esporte, de joelhos, silencia!


Dilma transforma o Esporte “numa coisa menor”
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José Cruz

Na reforma ministerial, sai um comunista discreto e entra um teólogo,  animador e especialista em “transporte de valores”

No país da “Copa das Copas” e da Olimpíada que colocará o Brasil no top 10 das potências esportivas, segundo o governo federal, o novo ministro do Esporte é um “radialista, apresentador de TV, teólogo, animador e pastor da Igreja Universal”.

Ministro George

Com os senhores, o deputado George Hilton, baiano, mas deputado federal pelo PRB de Minas Gerais. E, em uma semana, o comandante da pasta até então nas mãos de Aldo Rebelo, que vai para a pasta da Ciências e Tecnologia 

Dribe 

George Hilton driblou as investigações da equipe de Dilma Rousseff. Ele escapou das pesquisas sobre os escândalos do Mensalão e Lava Jato, mas escorregou num flagra da polícia mineira, no aeroporto da Pampulha, em 2005, como revela Juca Kfouri, em seu blog. O futuro ministro transportava R$ 600 mil, num avião da Igreja Universal. Era a contribuição dos fieis para as beneméritas ações do bispo Edir Macedo. A causa era nobre, mas Hilton acabou expulso do PFL. Nove anos depois, Hilton chega à Esplanada dos Ministérios.

Por que o PRB?

A conta é simples:  o PCdoB terá apenas 10 deputados e um senador, na próxima legislatura. O PRB terá o dobro, 21 deputados e um senador.

Mais: o PRB foi fiel a Dilma na campanha eleitoral. Agora, o ministério é um reconhecimento ao senador Marcelo Crivella (PRB/RJ). Com o apoio do correligionário George Hilton, Crivela poderá explorar o potencial e a visibilidade do Esporte, em plena temporada olímpica, para pavimentar a sua campanha à Prefeitura do Rio, em 2016.

Memória

Quando Lula ofereceu o Ministério do Esporte ao PCdoB, em 2003, a senadora Vanessa Grazziotin protestou: “A pasta do Esporte é uma coisa menor para a importância da história do PCdoB”. Ela queria algo mais grandioso. Não vingou.

Agora, 11 anos depois, o PCdoB sai do Ministério com triste saldo: teve muito dinheiro, mas, sem gestão eficiente, não formulou política pública nem para o alto rendimento. Foi mero repassador de verbas;  fez a alegria dos cartolas, principalmente, que deveriam ser fiscalizados.

Sob o comando do PCdoB, o Esporte foi pasta de farta corrupção, principalmente nos mandatos de Agnelo Queiroz e Orlando Silva.

Futuro

O que esperar do ministro George Hilton?

O distinto parlamentar não frequenta a Comissão de Esporte. Sem conhecer o setor, a estrutura – falida – do esporte, e os vícios e espertezas dos cartolas ele não terá voz expressiva, segura,confiável para as mudanças urgentes que precisamos.

Com essa escolha, a presidente Dilma conseguiu reduzir a nada o ministério que já era inexpressivo, apesar de sua importância no contexto social, econômico,  de representatividade internacional etc.

O Ministério continuará apenas administrando recursos que privilegiam a elite do esporte, e suas autoridades frequentando espaços  para chegarem a cargos eletivos mais atrativos. O Ministério do Esporte é apenas um palanque de transição.

E só.

(O blog foi atualizado às 8h18)

 


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