Blog do José Cruz

Arquivo : Edinho Silva

O jogo baixo do Planalto na preparação do país olímpico
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José Cruz

A 16 meses da abertura dos Jogos Olímpicos do  Rio de Janeiro, o presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), general Fernando Azevedo, entregou o cargo, ontem, no Palácio do Planalto –  promotor de sua “fritura” durante uma semana.

A forma rasteira como o governo federal trata as questões mais sérias do esporte está à altura da falta de credibilidade do Executivo, do Legislativo e das instituições políticas em geral, mergulhadas em crise de corrupção com repercussão internacional.

Ao forçar o pedido de demissão do general – que dirigiu a preparação dos Jogos Mundiais Militares, em 2011 – Dilma Rousseff abriu espaço para acomodar o deputado estadual Edinho Silva (PT/SP), tesoureiro da campanha presidencial (foto). É a forma de o chefe da Casa Civil, Aloysio Mercadante, intervir na organização dos Jogos do Rio de Janeiro. edinho silva

Estarrece a justificativa de Dilma para a abertura dessa vaga: ter no cargo da APO alguém que dialogue com os setores esportivos que ficaram contrariados com a nomeação de George Hilton para o Ministério do Esporte.

Bobagem. O general Fernando é muito mais ligado ao esporte que Edinho Silva. É desportista, antes de tudo. Mas  Dilma não está nem aí para esse segmento. Edinho, segundo relatos de políticos, é um especialista em dialogar com empreiteiras. Essa relação dele é investigada pela Polícia Federal na operação Lava-Jato. Segundo as denúncias de quem está preso e muito enrolado nesse escândalo, foi nas construtoras que servem a Petrobras que Edinho buscou parte da verba para a última campanha presidencial.

No meio dessas disputas não estão questões domésticas, exclusivas, mas a organização de um evento, a Olimpíada, que consumirá R$ 37 bilhões, cujas obras esportivas, calendários e organogramas têm fiscalização internacional.

Imagino o esforço das autoridades do Comitê Olímpico Internacional para entenderem esse jogo político de interesses, que os levará a reiniciar o diálogo com o terceiro presidente da APO, em apenas três anos.

Para saber mais sobre os Jogos Rio 2016

Problemas e atrasos afetam 7 dos 8 compromissos olímpicos do governo do RJ

http://olimpiadas.uol.com.br/noticias/2015/02/07/problemas-e-atrasos-afetam-7-dos-8-compromissos-olimpicos-do-governo-do-rj.htm


A dívida, a dúvida e o risco de um escândalo olímpico
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José Cruz

A cobrança da dívida fiscal dos clubes de futebol entra na fase final de solução no momento em que o governo federal enfrenta grave crise política-institucional-partidária.

A dívida, em torno de R$ 4 bilhões, vem do início de 1980, quando o INSS já cobrava os clubes, mas sem sucesso. Vieram os “Refis” – refinanciamentos –, que não foram cumpridos. E a dívida cresceu. Criaram a loteria Timemania, um fracasso, que agravou o débito. Agora, para garantir que clubes e CBF cumprirão um acordo de refinanciamento, sugere-se uma “Agência do Futebol”, órgão estatal fiscalizador de acertos fiscais.  ajuste-fiscall

E as federações estaduais de remo, judô, atletismo, natação, basquete, etc, falidas e alijadas do contexto das decisões do desporto? E as confederações, muitas também devedoras ao fisco e com seus limitados patrimônios ameaçados? O “bom senso” abrangerá os caloteiros olímpicos, também, para dar novos rumos e oportunidades ao esporte? Há certeza de que só isso é solução para a desordem que temos nessas estruturas?

A proposta que o governo prepara, mesmo em forma de medida provisória, passará pela “análise e votação” das excelências, no Congresso Nacional que, não raro, reabriu os trabalhos com credibilidade em baixa.

Nesse panorama e diante da crise governamental, a partir do esquema da Petrobras, é um risco colocar qualquer tema em votação neste momento, pois não há clima para discussão isenta ou votação limpa.

 Enquanto isso…

A nova fase da Operação Lava-Jato chegou hoje ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, suspeito de operar pagamento de propina envolvendo a diretoria de Serviços da Petrobras. Vaccari foi levado pela Polícia Federal ao juiz da operação para prestar depoimento, a partir das denúncias de empresários que estão presos. Há uma tremedeira nacional e ranger de dentes, com receios do que pode vir daí.

Escândalo olímpico?

E se o assunto evoluir? Aí, a operação poderá chegar ao tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, Edinho Silva (PT/SP), cuja suspeita de envolvimento dele no esquema da Petrobras foi denunciado por empreiteiros presos, que não querem pagar o pato sozinho.

Ironicamente, Edinho é o candidato do chefe da Casa Civil da Presidência, Aloizio Mercadante, para presidir a Autoridade Pública Olímpica. Se vier a ser confirmado nesse cargo e, mais tarde, convocado para depor na operação Lava-Jato, poderemos dizer que o escândalo da Petrobras ganhou dimensões olímpicas? E como isso repercutirá em nível internacional?

Ironias de lado, … mas a que ponto de desmoralização chegamos…


Candidato de Dilma à APO é citado na Operação Lava-Jato
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José Cruz

Edinho Silva, tesoureiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff –   à espera de uma canetada para ser presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica) –   está preocupadíssimo com os rumos da investigação do escândalo da Petrobras.

Desde janeiro, Edinho (foto) aparece nas denúncias de acusados da operação Lava-Jato: o dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, preso em na carceragem de Curitiba, revelou –  segundo reportagem de Veja –  que Edinho Silva negociou doações de R$ 18 milhões dessa empresa, em duas parcelas, para o comitê de Dilma e ao diretório do PT. Edinho negou.   A UTC está entre as acusadas de superfaturamento em obras da Petrobras. Ricardo Pessoa é apontado com o chefe do “Clube das Empreiteiras”. edinho

Mais: em janeiro, já na prisão, Pessoa fez anotações, divulgadas por O Globo, onde alertava ao governo:

“Vale para o Executivo também. As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. Já pensou se há vinculações em algumas delas. O que dirá o nosso procurador-geral da República. STF a se pronunciar”.

Hoje, a Folha de S.Paulo divulga hoje que “empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato participam de 73% do volume de obras para a Olimpíada de 2016. O custo total de preparação para os Jogos é de R$ 37,7 bilhões. As empresas citadas (a UTC não está entre elas) participam em obras que somam R$ 27,5 bilhões.

Mudança

É no comando da gigantesca operação de governo para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, que há 14 meses entrou no rumo da organização profissional e ganhou credibilidade internacional, que a presidente Dilma quer colocar o seu afilhado, o deputado estadual Edinho Silva (SP)

Enquanto isso…

Quando assumiu a presidência da APO, há 14 meses, Fernando Azevedo e Silva recebeu de Dilma o pedido para dar perfil técnico ao órgão, evitando corrupção, como a do Pan 2007, e as disputas políticas entre os três entes que formam a autarquia olímpica, os governos Federal,  o Estadual e o Municipal do Rio de Janeiro.

O pedido está sendo cumprido. Há planejamento, cronogramas e metas. Trocar esse comando é a contramão da proposta original da própria presidente. É, também, sério risco à montagem da estrutura física dos Jogos, o que agravaria a já desgastada imagem do país, principalmente junto aos organismos esportivos internacionais.


A estupidez olímpica de Dilma Rousseff
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José Cruz

O “sucesso da Copa” provocou em Dilma Rousseff o desejo de usar o megaevento Rio  2016 para dar visibilidade política ao governo. Para isso, poderá transformar a estatal APO numa extensão do Palácio do Planalto. Se isso se confirmar, será o segundo chute de Dilma no traseiro dos desportistas. O primeiro foi quando nomeou um ministro leigo em esporte, mas especialista em transporte de valores religiosos.

Em apenas uma semana tivemos três notícias de mudanças no comando da APO (Autoridade Pública Olímpica). A mais recente coloca Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, no lugar do general Fernando Azevedo e Silva.

Assim como o ministro que não entende de esporte, mas  de “gente”, a estatal do governo encarregada dos Jogos Rio 2016 poderá ter um leigo em olimpismo, mas especialista em dinheiro.

edinho-silva

Segundo a Folha de S.Paulo, “Dilma quer que Edinho retome a interlocução com os setores esportivos que a apoiaram na campanha e ficaram insatisfeitos com a nomeação de George Hilton.”

Isto é: a presidenta fez uma burrada  e, agora, a 560 dias dos Jogos Olímpicos, quer compensar a estupidez. Para isso desfalcará a APO de um especialista que deu rumo ao setor e, principalmente, credibilidade internacional neste país de imagem corrupta, renovada com facilidade espantosa. E ignora que a APO não se relaciona com atletas, pois cuida das obras e do legado olímpico. Atletas é com o COB e confederações, Presidenta!

Futuro

No próximo mês, teremos dois eventos importantes: a chegada da delegação do COI para vistoria nas obras Rio 2016 e a entrega da matriz de responsabilidade, atualizada pela APO. Este ano, o Rio receberá 45 eventos-testes de várias modalidades, e é nesse calendário de compromissos desportivos, burocráticos e relações internacionais que o Palácio do Planalto fala em trocar o comando de seu órgão olímpico que tem planejamento, metas e rumo sob comando.

O “sucesso da Copa” provocou em Dilma o desejo de usar o megaevento de 2016 para dar visibilidade ao seu governo. Para isso, poderá transformar a estatal APO numa extensão do Palácio do Planalto. Se isso se confirmar, será o segundo de chute de Dilma Rousseff no traseiro dos desportistas. O primeiro foi quando nomeou um ministro leigo em esporte, mas especialista em transporte de valores religiosos.

E os desportistas em geral, cartolas, atletas, técnicos, ex-atletas, Conselho de Educação Física, Conselho de Clubes etc,  curvam-se e, em silêncio, abonam as burradas da corte.


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