Blog do José Cruz

Arquivo : Carlos Nuzman

A ditadura dos cartolas e o abuso dos poderosos
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José Cruz

Ao contrário dos idos de 1964… a ditatura dos cartolas permanece  no esporte, com abuso assustador

Mas somos um país olímpico…

Chega com seis anos de atraso a manifestação do TCU (Tribunal de Contas da União) de que o acúmulo de cargos de Carlos Arthur Nuzman (foto), presidente do Comitê Olímpico do Brasil e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, contraria o Código Civil, no que diz respeito às boas práticas de governança.  Nuzman

O Rio de Janeiro foi eleito sede dos Jogos em outubro de 2009. Desde então, Nuzman se autonomeou presidente do Comitê Organizador, caso inédito na história olímpica. Agora, o ministro Augusto Nardes revela que há, sim, “risco potencial” para as duas entidades.

Por exemplo: Nuzman poderá ser a autoridade de decisão dele mesmo, em caso de recurso de uma ou outra entidade. O comando de devedor e credor seria da mesma pessoa nas operações entre as entidades. É o tal “risco em potencial”, pois a União é financiadora dos Jogos e responsável pelos prejuízos, caso ocorram.

Mas um detalhe, em especial, não pode ser ignorado: o abuso de poder. É uma cultura persistente, e o exemplo de Nuzman incentiva os demais cartolas a fazer o mesmo. E fazem.

Lembram do presidente da Confederação de Tênis, Jorge Rosa, que se elegeu em 2004 para “moralizar” a entidade? Mudou o estatuto impedindo a tripla reeleição. Depois, arrependido, voltou atrás, e lá está ele, há 11 anos, numa gestão crivada de processos sobre irregularidades financeiras.

Há poucos dias, o decano dos dirigentes olímpicos, Coaracy Nunes disse que, com problemas de saúde, quer sair da CBDA (Confederação de Desportos Aquáticos). Mas, em vez de promover a democrática disputa entre candidatos, Coaracy já anunciou que Ricardo Moura, superintendente da CBDA, o substituirá. E como a assembleia é, tradicionalmente, obediente…  Não há exemplo mais triste de autoritarismo no esporte do que esse que vem da natação.

Nuzman, Coaracy e tantos outros cartolas são frequentadores assíduos do Congresso Nacional. Aqui comparecem para o diálogo e prestações de contas de suas gestões, sustentadas por farta verba pública.

Mas essa proximidade com o Parlamento ao longo dos anos ainda não despertou nas excelências o desejo de implantar a democracia às suas entidades. Ao contrário dos idos de 1964… a ditatura dos cartolas permanece com força assustadora.

Mas somos um país olímpico…


Sem crédito público, Basquete ganha socorro privado para pagar calote
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José Cruz

Bradesco e Nike, patrocinadores da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), pagarão a dívida do Brasil junto à Federação Internacional de Basquete (FIBA), em torno de R$ 2,5 milhões, segundo a Folha de S.Paulo. A dívida é referente ao “convite” para a Seleção masculina disputar a Copa do Mundo da Espanha, em 2014, pois não conseguiu classificação em quadra. Com essa pendência, o Brasil ainda não recebeu o convite para ter as Seleções, masculina e feminina, nos Jogos Olímipicos Rio 2016.

Este acordo com patrocinadores privados é porque a CBB perdeu o crédito interno para fechar parceria com qualquer estatal. Perdeu a Eletrobras, em 2013, e tenta os Correios. Mas a direção da empresa está temerosa. Sabe que o presidente-gestor da CBB, Carlos Nunes (foto), é pra lá de reincidente em gestões fracassadas. carlos nunes

Operando com verbas doadas pelo Ministério do Esporte, Lei de Incentivo e Lei Piva, a CBB acumulou em 2014 mais uma temporada de prejuízo, desta vez de R$ 13 milhões. A situação é tão grave que a Unity, auditora das contas do basquete, decretou:

“A entidade vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto. A administração da entidade deve planejar e/ou buscar alternativas de curto prazo para reverter esta situação”.

Ousadia

No sábado, o presidente do COB e Comitê Organizador Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e o presidente da CBB, Carlos Nunes se reuniram dirigentes da FIBA, para acertar o pagamento do calote, via apoio dos patrocinadores.

Observem:

Carlos Nunes, o gestor que há anos compromete as verbas públicas que recebe, a ponto de criar problemão internacional para o esporte, continua à frente dos negócios da confederação falida.

Nem o governo-doador das verbas, agiu para afastá-lo e estancar o desperdício do dinheiro público.

E o presidente da instituição maior, Carlos Nuzman, dá aval ao fracasso, como se nada de estranho estivesse acontecendo nesses negócios e estivéssemos à frente de pessoas altamente responsáveis!

Não é estranha tanta ousadia?

Foto de Ari Ferreira

 


As excelências e o jogo do faz de conta
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José Cruz

A Câmara dos Deputados anuncia que o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, estará na audiência pública da Comissão do Esporte, desta quarta-feira, para falar sobre os “investimentos e organização” dos Jogos 2016.

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Nuzman é o presidente do Comitê Organizador do Jogos. Na última vez que foi convidado pela Comissão de Esporte não apareceu, viajava ao exterior. Quem veio foi Marcus Vinícius Freire, superintendente de Esportes do COB, que falou sobre a preparação da equipe brasileira.

Audiências na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados estão vulgarizadas. É um setor inexpressivo no ranking das decisões políticas-esportivas.  As audiências na Comissão do Esporte acabam em recepções simpáticas aos convidados e justificativas disfarçadas de “diálogo”.

Deputados e senadores viajaram a todas as capitais-sedes da Copa do Mundo. Encontraram desmandos, a maioria divulgada pelo Tribunal de Contas da União. Em que resultaram essas viagens?

Que conhecimento têm esses senhores sobre esporte e olimpismo para visitar as obras no Rio de Janeiro e provocarem alguma mudança de rumo, se for o caso?

Qual a reação das excelências para um estádio “olímpico” fechado há dois anos? Uma pista de atletismo, a Célio de Barros, transformada em estacionamento de luxo? Para a construção de um campo de golfe em área em litígio judicial?

Qual a preocupação de deputados e senadores para o fato de o Brasil ter perdido o credenciamento da Agência Mundial Antidoping e, até hoje, a ano e meio dos Jogos, não ter um laboratório em condições de receber o evento olímpico?

Que ação deputados e senadores tomaram para evitar os problemas pós-Pan 2007?  E que providências adotaram para que o “legado” das instalações esportivas seja para atletas e população?

Em janeiro teremos outra Câmara dos Deputados, renovada em 43,5%. Por isso, as audiências públicas de fim de ano são apenas para encher o calendário do faz de conta e fingir que estão trabalhando. Não servem para nada!

A foto acima, do Parque Olímpico, no Rio, é de

http://www.cidadeolimpica.com.br/galeria/parque-olimpico-2/

 


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