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Arquivo : Calote

Sem crédito público, Basquete ganha socorro privado para pagar calote
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José Cruz

Bradesco e Nike, patrocinadores da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), pagarão a dívida do Brasil junto à Federação Internacional de Basquete (FIBA), em torno de R$ 2,5 milhões, segundo a Folha de S.Paulo. A dívida é referente ao “convite” para a Seleção masculina disputar a Copa do Mundo da Espanha, em 2014, pois não conseguiu classificação em quadra. Com essa pendência, o Brasil ainda não recebeu o convite para ter as Seleções, masculina e feminina, nos Jogos Olímipicos Rio 2016.

Este acordo com patrocinadores privados é porque a CBB perdeu o crédito interno para fechar parceria com qualquer estatal. Perdeu a Eletrobras, em 2013, e tenta os Correios. Mas a direção da empresa está temerosa. Sabe que o presidente-gestor da CBB, Carlos Nunes (foto), é pra lá de reincidente em gestões fracassadas. carlos nunes

Operando com verbas doadas pelo Ministério do Esporte, Lei de Incentivo e Lei Piva, a CBB acumulou em 2014 mais uma temporada de prejuízo, desta vez de R$ 13 milhões. A situação é tão grave que a Unity, auditora das contas do basquete, decretou:

“A entidade vem apresentando déficits sucessivos e, consequentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto. A administração da entidade deve planejar e/ou buscar alternativas de curto prazo para reverter esta situação”.

Ousadia

No sábado, o presidente do COB e Comitê Organizador Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e o presidente da CBB, Carlos Nunes se reuniram dirigentes da FIBA, para acertar o pagamento do calote, via apoio dos patrocinadores.

Observem:

Carlos Nunes, o gestor que há anos compromete as verbas públicas que recebe, a ponto de criar problemão internacional para o esporte, continua à frente dos negócios da confederação falida.

Nem o governo-doador das verbas, agiu para afastá-lo e estancar o desperdício do dinheiro público.

E o presidente da instituição maior, Carlos Nuzman, dá aval ao fracasso, como se nada de estranho estivesse acontecendo nesses negócios e estivéssemos à frente de pessoas altamente responsáveis!

Não é estranha tanta ousadia?

Foto de Ari Ferreira

 


A Universíade do calote
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José Cruz

O calote que R$ 75 milhões que o governador Agnelo Queiroz aplicou na Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU), provocando o cancelamento da Universíade 2019 em Brasília, foi o derradeiro capítulo de um governo que fracassou na sua política de esportes, de segurança, de saúde… Consultado sobre o assunto, a assessoria de Agnelo silenciou. Faz sentido.

Já o Ministério do Esporte não se manifesta porque, segundo a assessoria do ministro Aldo Rebelo, “não recebeu comunicação do Governo do Distrito Federal, responsável pela candidatura e realização dos Jogos Mundiais Universitários 2019.”  E a direção da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) aguardará a informação oficial do governo de Rodrigo Rollemberg (foto),  roooolque assumirá em 1º de janeiro, para ver junto à Federação Internacional de Desporto Universitário sobre os novos rumos da Universíade 2019.

Atitude corajosa

O advogado paulista Alberto Murray Neto, pai de atletas da esgrima, disse o seguinte sobre a decisão extrema do futuro governador, Rollemberg, abrir mão dos Jogos Mundiais Universitários, em Brasília:

“Esse ato mostra a irresponsabilidade financeira com que são tratadas as questões do esporte no Brasil, aliada à megalomania dos políticos e dos dirigentes. É melhor mesmo cancelar, do que gastar dinheiro que não se tem com essa competição, aumentando o rombo financeiro estatal e, ainda por cima, sem que legal algum fosse deixado ao Distrito Federal e ao Brasil. Acho uma atitude corajosa do novo governo. Agnelo Queiróz foi o que de pior aconteceu para o esporte, enquanto foi Ministro, e foi um péssimo governador. O legado de Agnelo pela política é que ele serve de exemplo daquilo que não se deve fazer. Não deixou nenhuma política esportiva de Estado para o esporte nacional, enquanto teve todas as condições de fazê-lo.

Falta de respeito

“É lamentável que se trate um evento esportivo internacional como a Universíade como uma festa de menor importância. Assim como ocorreu em Porto Alegre, na década de 1960, Brasília poderia registrar a passagem de uma competição esportiva que deixaria um legado intangível para várias gerações. Falta de respeito para com a sociedade e o esporte. É assim que vejo essa volta atrás dos gestores brasilienses”, afirmou a jornalista, professora de educação física da USP e pós-doutorada em psicologia social, Kátia Rúbio.

Brasília perdeu um grande evento

Depoimento de Diego Chargal, da equipe brasileira de atletismo, especialista nos 800 metros.

“Em 2005 participei do Universíade, em Izmir, Turquia. Fui quinto na final dos 800m. Um ano antes, corri os 800m no Mundial Juvenil de Atletismo, em Grosseto, Itália. A maioria dos atletas, pelo menos dos 800m, estaria na Universíade no ano seguinte, o que demonstra a importância dessa competição. Não só atletas que recém saíram do juvenil participam dessa competição. Do Brasil, nessa edição italiana, tivemos vários atletas olímpicos, como a ginasta Daiane dos Santos, Nathalia Falavigna, do taekwondo, Fabiano Peçanha, do atletismo, que havia sido bronze no Pan em 2003 e acabará de correr o Mundial de Atletismo em Helsinki, e Matheus Inocêncio que foi finalista em nos 110m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Sidney e no Mundial de Helsinki. Está claro que o nível das provas é fortíssimo na Universíade. Brasília passa por um momento complicado, com salários atrasados em diversos setores do serviço público, falta de medicamentos e acessórios nos hospitais, trânsito caótico e um estádio que vale mais do que um elefante branco. Mas Brasília perdeu um grande evento ao abrir mão dos Jogos Mundiais Universitários de 2019.”


O calote dos clubes de futebol e a dívida dos aposentados
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José Cruz

A prisão do empresário Luiz Estevão, dono do Brasiliense F.C, em São Paulo, condenado pelo desvio de R$ 1 bilhão em obras públicas, sugere voltar a um tema que ficou silencioso, mas não demora estar nas manchetes. jacare

Como cartola, Luiz Estevão lidera a lista dos 100 principais clubes sonegadores do futebol, com calote de R$ 304 milhões ao INSS e Receita Federal, conforme a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, dados de fevereiro deste ano. Até hoje não se sabe qual é o débito dos clubes junto ao FGTS.

Novo debate

Essa batida discussão terá novo capítulo ao final da eleição presidencial, quando a cartolagem espera votar o projeto de lei sobre a “Responsabilidade Fiscal dos Clubes”.

A dívida extraoficial é de R$ 4 bilhões, sem o FGTS. O projeto de lei prevê dividir o débito de cada clube (INSS e Receita Federal) em 300 meses – 25 anos. O Ministério do Esporte prepara emendas ao projeto, que já está na Mesa da Câmara, para incluir propostas do Bom Senso F.C e dos cartolas, claro.

Enquanto isso…

Aposentados endividados com empréstimos consignados, poderão pagar em até 72 meses seus débitos, contraídos por necessidade, na maioria, devido à perda de seus miseráveis ganhos. As informações detalhadas, no blog do companheiro Oscar Andrades, estão aqui

Para o futebol 600 meses. Para os aposentados, 72 meses…

E nenhum candidato presidencial discutiu sobre esses extremos.

 


PL que beneficia o calote fiscal dos cartolas será votado só em agosto
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José Cruz

Atualizado às 22h05 (10 de junho)

Ficou para o segundo semestre a apreciação do projeto de lei sobre a dívida fiscal dos clubes. Na sessão da Câmara dos Deputados desta tarde, PSDB, DEM, PPS, SD e PSD declararam obstrução a todas as votações até que seja analisado o projeto (PDC 1491/14) que anula os efeitos do decreto presidencial (8.243/14) sobre a Política Nacional de Participação Social.

Segundo a Agência Câmara, “a manobra inviabilizou as votações do Plenário da Câmara dos Deputados durante a semana. Nesta quarta-feira será realizada sessão,mas apenas para debates.”

Além dos jogos da Copa do Mundo, a campanha para a eleição de outubro próximo atrapalhará a agenda legislativa. Dependendo do acordo de lideranças, a votação de projetos como o da dívida fiscal dos clubes poderá ser adiada para 2015.

Artigo original (publicado às 11h)

A dois dias da abertura da Copa do Mundo, as atividades no Congresso Nacional se arrastam, com reforço das festas juninas, propícias para tirar de Brasília políticos interessados no contato com as “bases”. Por isso, a extensa pauta de votações deve se esgotar hoje, porque amanhã é dia de voar para São Paulo, palco de Brasil x Croácia. E, depois, até 14 de julho, final do Mundial de Futebol, sabe-se lá que motivação terão as excelências para votar seja lá o que for.

É nesse ambiente que “poderá” entrar hoje (10 de junho) na pauta de votações o polêmico e suspeito projeto de lei sobre o refinanciamento da dívida fiscal dos clubes, R$ 4 bilhões, extraoficialmente.

A agitação política-esportiva deste momento é propícia para a aprovação do projeto. Além da euforia parlamentar com os jogos do Mundial de Futebol e o recesso parlamentar que se aproxima, faltará tempo para discussões sobre os benefícios diferenciados oferecidos aos cartolas caloteiros do fisco. O voto será “no grito”, como convém.

E como o PT, principal interessado em aprovar a proposta do relator, deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), tem maioria no plenário, isso favorece as manobras regimentais para colocar o projeto em votação.

Na prática, há um “requerimento de urgência” para que o projeto do calote fure a fila, legalmente, claro, para ser votado logo. Depois irá ao Senado. Mas há outros três requerimentos, também de urgência, na frente. E cada um que for aprovado provoca a imediata votação do projeto de lei. Isso demanda tempo, atrasando a ideia de fazer o Proforte andar mais rápido. Inclusive, porque no meio dos trabalhos da Câmara haverá uma sessão do Congresso Nacional.

Especialistas na atividade legislativa não acreditam que o projeto de lei de Otávio Leite seja votado neste semestre. Deverá ficar para agosto. Mas entre políticos tudo é possível, principalmente quando está em jogo os interesses de deputados-cartolas, como o presidente da Comissão Especial do Proforte, Jovair Arantes (PTB/GO) e Vicente Cândido (PT/SP), inspirador da proposta, ambos intimamente vinculados a clubes de futebol devedores do fisco. Mas, o clima é de Copa. Logo, tudo é possível,

Conheça aqui o projeto de lei que irá à votação beneficiando mais de 100 clubes de futebol que não recolheram ao fisco as parcelas do Imposto de Renda, Fundo de Garantia e INSS.


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