Blog do José Cruz

Arquivo : Atletas

Boicote de atletas da canoagem não terá punição
Comentários Comente

José Cruz

Ficou no passado o boicote de quatro atletas da equipe olímpica de canoagem  – Isaquias Queiroz, Erlon de Souza, Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira -,  em evento teste, no Rio de Janeiro, sob alegação de atraso no repasse de bolsas.

Mesmo tendo sido chamado de “mentiroso” por Isaquias de Queiroz, o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini (foto), amenizou a crítica, afirmando que não houve atraso, mas um “mal-entendido”, e justificou, numa entrevista ao blog:

Joao tomasini“Estamos procurando resolver o problema de uma forma que possamos manter a evolução da equipe rumo aos Jogos Olímpicos. Cremos que houve um mal-entendido pelos atletas e buscamos o diálogo e união para o bem da modalidade”

disse o presidente da Confederação de Canoagemm. O Blog tentou contato com os atletas, mas não obteve retorno.

Tomasini contestou a crítica de que está há 27 anos no comando da Confederação. Disse que sua recondução por longo tempo se dá “pelo voto de um colégio eleitoral com representantes de federações e de clubes.”

Quais são os ganhos dos atletas de ponta, isto é, as fontes de financiamento públicas (salários, bolsas, patrocínios), e quantos atletas são beneficiados por essas fontes?

– O ganho dos atletas da ponta da Canoagem Brasileira tem como base os resultados atingidos pelos próprios, seguindo orientação de categorização do apoio financeiro (bolsa-auxílio) aos atletas, tendo como referência as regras do bolsa-atleta do Ministério do Esporte. Mais informações dos valores desse apoio e a categorização na bolsa pode ser verificado na tabela em anexo.

Atualmente a Canoagem Brasileira assiste, por meio de bolsa dos projetos via patrocínio do BNDES o seguinte número de atletas: 31 no CT Canoagem Velocidade em Curitiba, seis no CT Paracanoagem em São Paulo, 23 no CT Canoagem Slalom em Foz do Iguaçu, e os quatro canoístas do CT Canoa Masculina em Lagoa Santa (de junho/2013 a dezembro/2014) e a partir de agora com o novo projeto.

No boicote do Rio de Janeiro, os atletas alegaram que não receberam “salários”. Essa questão está regularizada?

– Os atletas nunca deixaram de receber os recursos. Enquanto o projeto do CT de Lagoa Santa ainda passava por todos os trâmites administrativos e burocráticos, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) acordou com o COB para que o Comitê assumisse o pagamento enquanto o projeto não era liberado e assim garantisse a tranquilidade da equipe no Campeonato Mundial e na preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os atletas já dispunham das minutas de seus respectivos contratos desde a véspera do Aquece Rio de Canoagem Velocidade que lhes foi entregue na sede do COB, no Rio de Janeiro, em reunião entre CBCa, COB, BNDES e os quatro atletas. Na ocasião, também lhes foi informado que os recursos já se encontravam disponíveis e que o pagamento das bolsas se daria em dez dias a partir da assinatura dos contratos.

O balanço de 2013 da Confederação apresenta débito fiscal de R$ 3,9 milhões. Quem são os credores e como está esta situação da dívida fiscal? 

– É com a Receita Federal e a dívida é originária dos bingos, contudo o montante foi parcelado pelo REFIS. Certidões negativas da CBCa em anexo.

A Academia Brasileira de Canoagem é parceira da Confederação para operar os recursos oficiais?

– A ABraCan (Academia Brasileira de Canoagem) é pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos, com o objetivo promover, apoiar, favorecer e divulgar atividades de práticas e intelectuais de canoagem nas manifestações do desporto educacional, desporto de participação e desporto de rendimento, visando o crescimento qualitativo e quantitativo da Canoagem Brasileira, e têm as federações estaduais entre suas filiadas. Atualmente, com o apoio da Confederação Brasileira de Canoagem – CBCa e do Ministério do Esporte e o patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, a Academia Brasileira de Canoagem mantém projetos esportivos como os Centros de Treinamentos da Canoagem Brasileira (CT Paracanoagem em São Paulo, CT Canoagem Velocidade Curitiba e, a partir de setembro o CT Canoa Masculina Lagoa Santa), além dos projetos para a participações e realizações dos eventos nacionais e internacionais.

Quais são as receitas públicas da Confederação no atual ciclo olímpico?

– As receitas públicas da Canoagem Brasileira são oriundas da Lei Agnelo Piva, no caso da Confederação Brasileira de Canoagem, e do BNDES e Ministério do Esporte no caso da ABraCan e da Federação Paranaense de Canoagem (FEPACAN).

LEI PIVA

2013R$ 2.952.018,91
2014R$ 2.902.273.59
2015R$ 3.078.000,00

 

BNDES e MINISTÉRIO DO ESPORTE

Através da Academia Brasileira de Canoagem (AbraCan) e Federação Paranaense de Canoagem (FepaCan)

FONTE201320142015A ReceberTOTAL
AbraCan  3,13  8,45   10,29   5,62   27,49
FepaCan  1,98  3,85     5,82   2,46   14,11
TOTAL 5,01 12,3  16,11  8,08  41,60


Conflito na canoagem: atletas X cartolas. Quem é o mentiroso?
Comentários Comente

José Cruz

O conflito entre atletas e dirigentes da canoagem é mais um indicativo para a urgente necessidade de se passar a limpo os rumos do dinheiro público para o esporte, com rigorosa investigação, tipo Polícia Federal. O Tribunal de Contas da União já constatou a fragilidade do sistema do governo para controlar a aplicação das vebas federais

O principal nome da canoagem brasileira, Isaquias Queiroz (foto), candidato a pódios nos Jogos Olímpicos 2016, é o mais recente atleta a se rebelar contra a ditadura dos cartolas. E faz isso chamando de “mentiroso” o presidente da Confederação de Canoagem, João Tomasini, há 27 anos no poder.  Isaquias

Isaquias, Erlon de Souza, Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira alegaram que a Confederação de Canoagem há oito meses não paga o salário combinado, e ficaram fora de evento teste aos Jogos Rio 2016. A verba para esse compromisso é via patrocínio do BNDES.

A Confederação e o BNDES contestam os atletas, mas eles teriam chegado a essa decisão de confronto e acusações extremas se tudo estivesse em dia? Afinal, quem é o mentiroso nessa história que envolver verbas públicas?

Constatações

Os atletas, enfim, se rebelam. Atletas de ponta! Em fevereiro, Élora Hugo foi a primeira a denunciar irregularidades na Confederação de Esgrima, até hoje com opacos esclarecimentos da entidade.

Mais recentemente, competidores do atletismo questionaram a Confederação sobre o fracasso da equipe no Mundial de Pequim. Agora, é a canoagem que bota a boca no trombone, de forma nunca vista.

Essa realidade, a menos de um ano dos Jogos Rio 2016, demonstra como a gestão do esporte, em geral, está à deriva. O sistema, fundamentado em muito dinheiro (R$ 7 bilhões para o atual ciclo olímpico) e estrutura institucional falida, não se sustenta mais, constatação, também, do TCU.  A começar pelo Ministério do Esporte, onde o titular é leigo no setor, apesar de experiente em ações humanas: “Entendo de gente”, disse George Hilton, ao assumir a pasta, em janeiro.

Finalmente:

Os modelos mudam de acordo com as modalidades, mas, de comum, todo o alto rendimento é dependente de verbas públicas para o pagamento de salários, bolsas, prêmios e bonificações por resultados. Tudo com dinheiro público! Essa realidade continuará após 2016, diante da crise da economia, com cortes orçamentários de R$ 30 bilhões?

Volta-se ao questionamento: compete ao Estado o modelo atual de financiar o esporte-espetáculo? o esporte-negócio? Bolsa-Atleta, de até R$ 15 mil, para quem já tem salário, patrocínio de empresas privadas, prêmios por resultados e patente nas Forças Armadas?


Cartolas da esgrima abrem diálogo com os atletas, depois da pressão
Comentários Comente

José Cruz

Um mês depois do protesto de  Élora Ugo, que se afastou das competições oficiais de esgrima alegando falta de verbas para treinar, rumo aos Jogos Rio 2016, a direção da CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) receberá representante dos atletas para debater sobre o uso de verbas públicas entre os competidores.

A reunião será amanhã, com a diretora da Associação Brasileira de Esgrimistas, Maria Júlia Herklotz, e atende a um abaixo-assinado de mais de cem atletas que apoiaram as críticas de Élora, que pedia transparência na gestão da CBE. Esgrimistas

Inicialmente, a CBE convocou para a reunião a Comissão de Atletas – Renzo Agresta, Taís Rochel e Athos Schwantes, que estão treinando na Europa. Para não deixar o assunto sem resposta, a ABE irá para a conversa. Já no próximo sábado será realizada assembleia geral da CBE, cujo plenário é formado por representantes de apenas três federações: Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. A sede da CBE é no Rio, mas o presidente, Gerli dos Santos, mora em Brasília.

Dinheiro

Como foi noticiado em fevereiro, por ocasião das críticas da esgrimista, a CBE estava devolvendo R$ 825 mil ao Ministério do Esporte. A verba, de um convênio de R$ 1,3 milhão, ficou parada sem aplicação por dois anos, principalmente no quesito de treinamento de atletas, e o governo não aceitou o pedido de prorrogação do projeto pelo terceiro ano consecutivo. É o típico exemplo de fracasso na gestão da verba pública confrontando a disponibilidade de verba e a falta de atendimento às necessidades dos atletas.

A verba foi liberada pelo Ministério em abril de 2012, a título de “modernização da infraestrutura de equipamentos e de materiais para treinamentos e realização de competições de esgrima, visando a preparação de atletas aos Jogos Rio 2016”.

Dois anos depois, a Confederação foi intimada a devolver cerca de 80% do recurso recebido por falta de execução do projeto. Isso ocorreu, apesar de a CBE ter contratado a SB Promoções, especializada em gestão de verbas públicas, que recebeu R$ 13 mil mensais para, ao final administrar apenas 20% do valor recebido.

Na próxima mensagem vou detalhar sobre esse processo, com base em documentos do Siconv, que é o sistema do governo federal que torna transparente a aplicação dos recursos públicos.

 

 

 


Esgrimistas se solidarizam a Élora Ugo e criam movimento nas redes sociais
Comentários Comente

José Cruz

A esgrimista Élora Ugo não está sozinha na luta pacifica contra a ditadura dos cartolas. Mesmo em crise,  atletas da esgrima seguem exemplo dos jogadores de vôlei – no escândalo que envolveu o ex-presidente Ari Graça – , manifestam-se e criam o movimento #Estamos com Élora

Em desabafo público, por ter sido prejudicada em seu treinamento aos Jogos Rio 2016, Élora recebeu, durante evento no Rio de Janeiro, manifestação de colegas de vários clubes, de diferentes categorias,  de jovens esgrimistas e de atletas de gerações passadas, que honraram esse esporte. 

1

 

6

                                           

Hoje, a Associação Brasileira de Esgrimistas divulgará documento, com assinaturas de atletas, apresentando sugestões e pedindo diálogo com a CBE. Roberto Lazzarini, um dos nossos maiores esgrimistas, olímpico em 1988 e 1992, ainda jogando em alto nível pelo Esporte Clube Pinheiros, também subscreveu o documento.

8                  5

 

As fotos publicadas nas redes sociais inauguram novos tempos no esporte. São atletas se expondo, sem medo de retaliações e fortalecendo a Associação Brasileira de Esgrimistas  

74

2

Essas fotos contrariam a expectativa da CBE, de que “Élora está sozinha nessa hitória”. Não está. 


Esgrimistas silenciam no escândalo que prejudicou a própria modalidade
Comentários Comente

José Cruz

Uma coisa são as explicações da diretoria da Confederação de Esgrima (CBE) ao desabafo da atleta Élora Ugo, que saiu equipe pré-olímpica. Outra é o intrigante silêncio na comunidade do esporte, como se nada de anormal tivesse ocorrido em desastrosa gestão de verbas públicas, exercida em nome dos atletas.

Inicialmente, que não se espere nada do COB. O silêncio olímpico é estratégico. Foi assim em outros escândalos, do vôlei, basquete, tênis…
Mas a comunidade da esgrima, o que diz da colega que “cansou de engolir mentiras” de dirigentes que deveriam zelar pela carreira dos atletas? Nada? Nada!

Até 2003, “faltava apoio, faltava verba”. E agora, o que dizer dos que devolvem dinheiro, porque não foram capazes de executar um projeto em dois anos, prejudicando os que estão em preparação aos Jogos do Rio de Janeiro?

A nota da Confederação de Esgrima, que comentarei na próxima semana, é frágil na maioria dos pontos. E confirma a tese de que sua direção opera nas horas de folga ou no fim de seus expedientes profissionais. Incentivados, claro, pela possibilidade de contratar especialistas, como ocorreu, e, mesmo assim, de forma fracassada, pois a perda foi de quase R$ 1 milhão!

Assim como as confederações de Vôlei, de Basquete, de Tênis, etc a de esgrima será apenas mais uma a ilustrar a história da nossa ainda amadora administração esportiva.

Até o dia em que os atletas se convençam de que sem eles não se faz esporte. Sem atleta a estrutura desmorona! Portanto, a solução para essa desordem em meio à fartura financeira está na voz exclusiva dos competidores. Élora deu o primeiro grito e escancarou a porta…


Patrocinada pela Petrobras, esgrima não tem verbas para viagem de atletas
Comentários Comente

José Cruz

Patrocinados pela Petrobras, mas sem apoio para representar o Brasil em eventos internacionais, esgrimistas brasileiros pagam as suas despesas de viagem, e a maioria se apresenta com agasalhos emprestados. Será que as denúncias de corrupção na Petrobras influenciam no repasse dos patrocínios ao esporte? Mesmo com dificuldades, nova geração da modalidade conquistou cinco pódios no Pan-Americano de Toronto, encerrado ontem.

 Com uma delegação de 27 competidores o Brasil disputou o Pan-Americano Cadete e Juvenil de Esgrima, em Toronto, no Canadá, encerrado ontem, com atletas de oito países, entre eles os Estados Unidos, Argentina e México.

A nova geração da modalidade –  dos 14 aos 17 anos, na categoria Cadete, e dos 18 aos 20, na Juvenil –  conquistou cinco medalhas: uma de ouro, duas de prata e duas de bronze.

esta esgrima

Espécie de “primo pobre” do esporte brasileiro, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) ainda não tem dinheiro suficiente para financiar as viagens dos jovens talentos, segundo relato de atletas e técnicos. Nesse evento de Toronto, cada atleta pagou as suas despesas, com ajuda dos pais, de seus clubes, amigos e um mínimo de patrocinadores.

Pior:

Nem agasalhos fornecidos pela CBE nossa delegação tem para viagens de representações oficiais.

Há bom tempo, muitos atletas que competem no exterior pedem os agasalhos emprestados para os que ficam. Por isso, é comum, na abertura dos eventos, cada um desfilar com  modelo diferente. Chegamos ao ridículo de um  atleta emprestar o agasalho para o colega ir ao pódio. E quem quiser vestir a roupa oficial que compre, na Confederação Brasileira de Esgrima. A tabela de preços está aqui.

Mas os resultados agora obtidos no exterior deverão contribuir para melhorar a Bolsa Atleta dos esgrimistas premiados.

Nesta viagem a Toronto, os únicos que estão com as despesas pagas são o chefe da delegação, Jorge Tuffi, presidente da Federação Paranaense de Esgrima, e o técnico Mestre Kato, também do Paraná.

Ironicamente, a Confederação de Esgrima têm o patrocínio da Petrobras, que exige a exibição de sua marca, agora desvalorizada devido às denúncias de corrupção.

Verbas

Este ano, a  Confederação de Esgrima receberá R$ 1,9 milhões da Lei Piva, via Comitê Olímpico Brasileiro. Recebeu R$ 1,7 milhão, em 2014.

Em 2012 e 2013 o Ministério do Esporte repassou R$ 2,3 milhões à CBE, para a compra de equipamentos e treinamento de atletas.

Petrobras

Em sua página na Internet sobre patrocínios ao esporte a Petrobras remete para o link do Instituto Passe de Mágica, executora do projeto de esgrima, junto com os de remo, boxe, levantamento de peso e taekwondo. Chegou a ser anunciado que, em cinco anos, o executor receberia R$ 100 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte, para todos os projetos.

Porém, o site do Passe de Mágica foi retirado da rede e, assim, não se sabe o valor do investimento da estatal em cada uma dessas modalidades. E a Petrobras não respondeu o pedido de informações sobre os seus patrocínios.

Conquistas

No Pan-Americano de Toronto, encerrado ontem, o paranaense Alexandre Camargo, categoria Cadete, foi medalha de ouro na Espada, vencendo o mexicano Diaz. Campeão brasileiro e sul-americano Cadete, Camargo tem vencido competições adultas no Brasil. Gabriel Bonamigo, também do Paraná, ganhou bronze na mesma prova.

No feminino, a gaúcha Gabriela Cecchini, do Grêmio Náutico União, foi prata no Florete Juvenil. Gabriela já foi medalha de bronze no Mundial Cadete. Ela representou o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude. Também competiu na Europa várias vezes, mas sem dinheiro do COB ou da CBE.

No florete juvenil, o Brasil ganhou prata, por equipe, com Rafael Melaragno, Henrique Marques, Pedro Marostega e Nathan Ferreira. O grupo venceu o Canadá por 45 a 42. Na semi-final, derrotou a Argentina por 45 a 44, mas perdeu para os Estados Unidos, na decisão: 45 a 32.

Já  a equipe feminina do florete ganhou a medalha de bronze, com Mariana Pistoia, Gabriela Cecchini, Nicole Camozzato e Ana Luiza Toldo.  Venceram o México por 45 a 34 e perderam dos EUA na semi-final por 45 a 42. Na disputa do bronze venceram o Chile por 45 a 19.

Espertos

Apesar dessa realidade, os cartolas sabem tirar proveito dos resultados dos atletas, quando conveniente. Em julho do ano passado, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, visitou o Rio de Janeiro. Naquela ocasião, a CBE pagou a passagem para que Gabriela Cecchini, bronze no Mundial Cadete, estivesse na recepção, pois o homenageado, Thomas Bach, foi medalhista olímpico de … esgrima.

Foi um jogo de cena para tentar mostrar ao ilustre visitante que o país investe na modalidade e tem seus campeões. Bobagem, pois a esgrima não está entre as prioridades do COB para 2016. Por isso, são inexpressivos os valores  da Lei Piva repassados à CBE. Mas somos um país olímpico!

Tentei conversar sobre essas informações com o presidente da CBE, mas fui encaminhado ao vice-presidente, Ricardo Machado, do qual aguardo retorno.

Para saber mais:

http://sites.petrobras.com.br/PPEC/esporte-de-rendimento

https://passedemagica.wordpress.com/category/plataforma-2016-esgrima/


As novas e boas “brigas” do senador Romário
Comentários Comente

José Cruz

O ex-deputado Romário (PSB) e o jornalista gaúcho Lasier Martins (PDT) são os dois senadores com perfil de desportistas que assumiram o Senado Federal, ontem, sob o comando do reeleito Renan Calheiros (PMDB/AL).

Renan, que já se declarou “fã do Baixinho”, é amigo do ex-todo-poderoso Ricardo Teixeira, de quem Romário é inimigo e, por extensão, da própria CBF. rromrio

Teixeira não influencia mais, e o poder do atual presidente, José Maria Marin, está no final. Em abril, assumirá Marco Polo Del Nero, por quem Romário também não é “apaixonado”. Mas os poderes políticos da República e do futebol um dia se encontram e, então, é preciso conversar.

Não é só sobre os rumos dessa relação política-esportiva que se criam expectativas sobre o desempenho do senador Romário. Ele também atuará na Medida Provisória sobre a dívida fiscal dos clubes, atualmente em discussão por especialistas do governo e da sociedade.

Boa briga

Antes, a primeira “boa briga” de Romário – e do PSB – é tentar a presidência de uma das prestigiadas Comissões temáticas do Senado Federal.

As comissões mais importantes, como a de Educação, Cultura e Desporto, são destinadas aos partidos com maior bancada. O PSB tem sete senadores, estará na quinta ou sexta ordem de preferência. Além disso, o governo atua para que essa Comissão não seja entregue a parlamentares críticos, como Romário se mostrou, na Câmara dos Deputados. Principalmente agora, quando a educação está na prioridade da presidente Dilma Rousseff.

Mas, toda essa disputa dependerá, também, do prestígio e do jogo de cintura do “Baixinho”, principalmente junto ao amigo Renan, para tentar um lugar na privilegiada “janela”, mesmo tendo chegado agora ao Senado.


A nova bancada do esporte no Congresso Nacional
Comentários Comente

José Cruz

Ex-jogadores, judoca, árbitro de futebol, comentarista esportivo, ex-ministro e cartolas garantiram vaga no Congresso Nacional. Essa variedade de “especialistas” em todas as posições ajudará a dar os rumos que o esporte precisa?

 

Com 106 mil votos, o vereador gaúcho João Derly é a mais nova representação dos atletas na Câmara dos Deputados. Eleito pelo PCdoB, ele foi o primeiro brasileiro campeão mundial de judô, em 2005, repetindo o feito em 2007. Depois, ganhou  ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro. Judo Action Photographs from the World Championships in Cairo

Derly deverá integrar a Comissão de Esporte, com outros nomes importantes, a partir do ex-ministro Orlando Silva (PCdoB), com 90 mil votos, e Andres Sanchez (PT), que presidiu o Corinthians, com 160 mil. Expectativa: será que a dupla se alinhará à Bancada da Bola, liderada por Vicente Cândido, PT/SP, também reeleito? Nesse time poderá atuar o presidente da Federação de Futebol do Espírito Santo, Marcus Antonio Vicente (PP), também eleito.

Do futebol gaúcho retorna Danrlei de Deus (PSD), ex-goleiro do Grêmio. Outro ex-goleiro, Afonso Hamm (PP), também se reelegeu. Ainda na bancada dos jogadores de futebol, Deley, ídolo do Fluminense nos anos 1980, garantiu vaga pelo PTB/RJ.

Um excelente nome para a Comissão de Esporte é o do paulista Silvio Torres (PSDB), relator da CPI da CBF Nike, em 2001. Combativo e atuante, sempre teve circulação respeitada entre os parlamentares.

Também a arbitragem terá representação na Câmara dos Deputados. O ex-juiz de futebol, Evandro Roman, foi eleito pelo PSD do Paraná. Assim, a tradicional pelada semanal dos parlamentares estará garantida até com juiz de primeira linha. No esquecimento dos eleitores ficou o deputado baiano Popó. De inexpressiva passagem pelo Legislativo, não conseguiu reeleição. Não fará falta alguma.

Com essa variedade de “especialistas”, pode-se esperar novos rumos para a desordem do nosso esporte? Assunto para o próximo comentário, assim como os desafios da Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados.

Senado

O Senado será reforçado pela presença de Romário, eleito pelo PSB com 4,6 milhões de votos e deverá atuar nas comissões de Saúde e na de Educação, Cultura e Esporte. Lá, encontrará o radialista e apresentador de TV, Lasier Martins, agora senador pelo PDT/RS.

Lançamento

Hlivro!23oje é dia de prestigiar o lançamento do livro Direito Desportivo, do advogado brasiliense Luiz César Cunha Lima. É uma publicação importante para atletas, dirigentes, advogados jornalistas, pois trata dos principais temas desse segmento com análises e comentários.

A partir das 19h no restaurante Carpe Diem, 104 Sul, Brasília.


Patrocinadores estão assustados com a falta de transparência no esporte
Comentários Comente

José Cruz

A Atletas pelo Brasil, o Lide Esporte, o Instituto Ethos e empresas que investem no esporte de alto rendimento querem “ética e transparência” na gestão dos recursos que investidos.

dinheiro  Um comunicado assinado por poderosos patrocinadores (Banco do Brasil, Nestlé, Voks, Natura etc) demonstra preocupação “na associação de suas marcas com uma melhor gestão e transparência, na utilização dos recursos de patrocínio e têm grande responsabilidade com os rumos e os resultados do país no esporte de alto rendimento.”

Rumos

Então, se essa preocupação parte de quem financia o esporte é porque a situação é grave. E não é de hoje. E isso acontece, também, pela falta de rumos, apesar de termos um ministério específico, mas, igualmente, suspeito de corrupção, falta de definições e prioridades para o dinheiro que administra.

Porque, enquanto o Ministério do Esporte não analisar com rigor as prestações de contas do dinheiro que libera, passa a ser cúmplice das falcatruas, descobertas ao acaso, como ocorreu com a Confederação Brasileira de Tênis, a de Hipismo etc.

Quem é quem?

A união de forças como essa surgida em São Paulo é oportuna. Mas estamos atrasadíssimos em todas as frentes. Faltam definir competências a todos os entes do esporte. Nos últimos anos, há uma evidente concorrência do Ministério do Esporte com o Comitê Olímpico. Isso está claro na farta liberação dos recursos em Brasília, enquanto o COB tem um projeto com objetivos e visão integrada.

Na prática, são dois órgãos – um técnico-privado e outro público-político – disputando os mesmos cliente$, já turbinado$ por outras fontes, públicas, principalmente. Quem discute sobre essa desordem, que leva ao desperdício e, por isso, incentiva a corrupção e injustiças que, agora, os patrocinadores agem para estancar?

Quem discute, também, sobre a ineficiência das federações, muitas falidas, desacreditadas e que servem apenas para dar sustentação aos poderosos das confederações, onde se concentram os valorizado recursos públicos?

Todas as ações para melhorar são bem-vindas, mas o ponto de partida é discutir sobre a estrutura que aí está, falida e suspeita. E, por isso, ameaçando expor na bagunça esportiva marcas poderosas de já assustados patrocinadores.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>