Blog do José Cruz

Arquivo : Aldo Rebelo

Quais os rumos do nosso esporte para depois de 2016?
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José Cruz

Aldima

 

Na despedida do Ministério do Esporte, Aldo Rebelo relembrou que, certo dia, a presidente Dilma Rousseff quis saber o que faltava para o Brasil se colocar no top 10 dos países olímpicos, em 2016. A resposta:

“Investimento, dinheiro!” 

Foi assim que nasceu o Plano Brasil Medalhas, em 2012, destinando R$ 1 bilhão, para projetos olímpicos e paraolímpicos. Mais da metade desse dinheiro (R$ 690  milhões) vai para a Bolsa Pódio, contratação de técnicos, aquisição de equipes multidisciplinares e treinamentos de atletas no exterior. Os R$ 310 milhões restantes são para a construção e reforma de centros de treinamento e complexos multiesportivos.

Fica claro que é um projeto emergencial, específico para se ter uma equipe competitiva  em 2016. Isso demonstra que o Ministério do Esporte ainda não teve tempo de elaborar uma proposta para se ter um país esportivamente estruturado, com programas de massificação do esporte e de longo prazo.

E depois de 2016? Teremos esses projetos? Teremos projetos para as instalações construídas, pistas etc? Há professores, técnicos e instrutores para receberem candidatos a atletas nessas áreas? E quem pagará essa conta, as prefeituras, os governos estaduais? Há um “projeto Brasil” para a pós-Olimpíada que englobe essas questões?

Assim como “a Copa das Copas”, o Brasil poderá se orgulhar do evento olímpico. Quem sabe, como evolução no pódio. Mas não temos iniciativas para a base para dar continuidade na maioria dos esportes.

São 14 anos de um só governo, que desperdiçou tempo na construção e direcionamento desse segmento, com a inclusão da sociedade em projetos de abrangência pública. E não foi por falta de dinheiro. Pelo contrário…


O decepcionante retrocesso de Aldo Rebelo
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José Cruz

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, foi à posse de Eurico Miranda, na presidência do Vasco da Gama, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro.

“Quero mais uma vez, agora publicamente, confessar que foi uma das grandes alegrias que tive este ano ver a sua eleição para a presidência dessa gloriosa e grande instituição do futebol brasileiro”, disse Rebelo em um dos trechos de seu discurso.

Desmoralização

Aldo Rebelo presidiu a CPI da CBF Nike, na Câmara dos Deputados, em 2001, cujo relatório final não foi votado. Aldo II Na última sessão da CPI, o então truculento deputado Eurico Miranda rasgou o relatório elaborado pelo deputado Sylvio Torres.

Numa sessão tumultuada, com muitos gritos e desaforos, Eurico Miranda apresentou um relatório substitutivo, favorável aos cartolas, que não valia nada.

Mesmo assim, Aldo e Sylvio Torres saíram engrandecidos e prestigiados por terem realizado um trabalho investigativo de alto valor e credibilidade,  comprovando como os negócios obscuros do futebol contribuíam para a formação de fortunas privadas, administradas em paraísos fiscais…

Agora, Aldo se abraça ao dirigente que desmoralizou o seu trabalho de parlamentar na CPI do Futebol. Se abraça ao dirigente que simboliza o retrocesso na gestão do suspeito futebol .

Que tristeza, ministro, que tristeza!

 

(atualizado às 8h30)


O esporte em berço esplêndido. Aplausos para o ministro
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José Cruz

Entre colegas parlamentares e num ambiente fraterno, com trocas de elogios e gentilezas, o ministro Aldo Rebelo exibiu o panorama do esporte nacional, nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, algo na base da “ordem e progresso”. Em audiência pública na Comissão de Esporte, o ministro voltou a exaltar a festa do futebol, a segurança e alegria populares na Copa do Mundo. AldoRabelo1

Aldo Rebelo também anunciou o “legado antecipado” dos Jogos Olímpicos Rio 2016, graças à construção da rede de centros de treinamento de alto rendimento e cobertura de dez mil quadras esportivas. O esporte em berço esplêndido, como nunca!

Enquanto isso…

Três meses depois da Copa, está claro que o Brasil “funcionou” apenas para os 30 dias de jogos. Agora, os desmandos são evidentes, na economia e nos serviços públicos, principalmente. O Brasil da Copa foi peça montada para turista ver.

Legado antecipado

Sobre “legados” olímpicos anunciados pelo ministro Aldo: são reais as obras, mas estão inseridas em que plano de longo prazo? Que garantias se tem de continuidade desses espaços, depois de 2016? De onde sairão os recursos para manutenção dos centros de treinamentos?  Sem os Jogos Olímpicos, não teríamos esses investimentos?

A propósito…

Em 1997 o governo federal criou a “Rede Cenesp”, centros de ciência e pesquisa do esporte, vinculados às universidades. Em 2003, esses ricos espaços acabaram. A rede rompeu, coincidentemente com a chegada do PCdoB ao Ministério do Esporte. O abandono dos centros e equipamentos é retrato negativo do legado do desperdício.

Está claro que o governo trabalha em cima de projetos emergenciais. Precisamos ficar no top 10 dos países olímpicos e tudo se volta para isso, o dinheiro, inclusive.

Mas não há um projeto de esporte de longo prazo, com garantias orçamentárias. Sem exageros, vivemos a mesmice do século passado e, por isso, o discurso do ministro Aldo Rebelo é sem novidade, porque ele, também como deputado, é ator desse cenário repetitivo de longo prazo.

Finalmente

No discurso oficial de quarta-feira, não se observou em Aldo Rebelo o tom melancólico de despedida, dos que estão deixando a Esplanada dos Ministérios, neste fim de governo.

De repente, a exemplo de Dilma, consagrada pelo voto, Aldo continuará ministro, prestigiado pelo dom de controlar a nau do esporte nas águas agitadas dos megaeventos.


A reforma ministerial e o futuro do esporte
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José Cruz

A opção pelo comando político na pasta do Esporte é indício de que continuaremos na mesmice e no atraso, apesar de sermos um “país olímpico”. E se Dilma Rousseff optar pelo PT instalará na Esplanada dos Ministérios um importante braço da CBF, para a alegria dos cartolas, em geral, e da Bancada da Bola, em particular

Quinze ministros já entregaram seus cargos a presidente Dilma Rousseff, para facilitar a reforma ministerial. Entre eles não aparece Aldo Rebelo, do Esporte. Mas Aldo já havia anunciado que não desejaria permanecer no segundo mandato. Rebelo

Hoje, a jornalista Denise Rothenburg, anuncia em sua coluna, no Correio Braziliense, que o PCdoB quer a permanência de Aldo na pasta. A estratégia aparece um dia depois de PT e PMDB terem manifestado interesse pela vaga.

No tabuleiro do xadrez político é preciso acomodar os partidos da “base” – que apoiam o governo no Congresso Nacional, com alguns “traidores” de ocasião – e políticos que querem cargos, poder e orçamento, como sempre se expôs o PMDB, por exemplo.

Orçamento, não é o principal atrativo do Esporte. Este ano, são apenas R$ 3,3 bilhões, insignificantes diante dos R$ 82 bilhões para a Saúde ou R$ 42 bilhões para a Educação.

Se a estratégia comunista não vingar, Aldo ficará sem mandato em 2015, algo incomum para esse político de tradição, ex-presidente da Câmara dos Deputados, relator de importantes projetos e, principalmente, fiel ao governo, coisa rara nos dias de hoje.

Aldo Rebelo conduziu o barco na tempestade da preparação do país à Copa do Mundo. Mas não foi lembrado quando Dilma declarou em entrevista coletiva que se fez “a Copa das Copas”. Magoado, meses depois ele anunciou que sairia. Agora, Aldo torna-se a “estratégia de salvação” para que o PCdoB se mantenha na Esplanada dos Ministérios, na pasta que só tem alguma importância graças aos megaeventos que o próprio ministro ajudou a construir.

Porém, nos últimos anos, cresceu a intromissão do Estado nas questões do futebol, principalmente por pressão da Bancada da CBF, com o petista Vicente Cândido liderando as ações.

Vice-presidente da Federação Paulista, Cândido é sócio do futuro presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Daí, o interesse em garantir a pasta do Esporte. Mas, se isso ocorrer, a presidente Dilma instalará, indiretamente, a própria CBF em seu governo. E a Bancada da Bola fará a festa por quatro anos.

Pelo andar da carruagem e independentemente de quem vier a ser nomeado não teremos a “reforma” que tanto precisa o nosso esporte.

A opção pelo comando político na pasta – indispensável para a “governabilidade” – é indício de que continuaremos na mesmice e no atraso, apesar de sermos um “país olímpico”.

 

 


O que falta para Aldo Rebelo continuar no Esporte
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José Cruz

Encerrado o recesso, Câmara e Senado voltaram a funcionar nesta semana, reta final do ano legislativo. Tivemos reuniões nas comissões temáticas, como a de Esporte, presidida pelo deputado Damião Feliciano (PDT/PB).

A pobreza nos debates e propostas mostram o distanciamento do Legislativo da necessidade se dar novos rumos à gestão do esporte. E, antes, a definição do que significa esse segmento no contexto do governo federal. Mas não há sinal de mudanças para 2015!

Foi nessa caminhada pelo Congresso Nacional, na quarta-feira, que ouvi parlamentares sobre especulações ministeriais. Por exemplo, que o ministro Aldo Rebelo deverá continuar na pasta. O que falta para isso é um pouco de “carinho”. AldoRabelo1

Aldo chegou ao Esporte para apagar incêndio provocado pelo ex-ministro, mas agora deputado, Orlando Silva, acusado de não combater farta corrupção. Foi demitido. Aldo também precisava levar o país à realização de uma Copa do Mundo sem estragos para a imagem do governo. Conseguiu, no dizer do próprio governo, para quem fizemos a “Copa das Copas”, apesar disso ter sido apenas para estrangeiro ver….

E como não tivemos catástrofes nos 30 dias de muitos jogos, gols, samba e festas, a presidente Dilma fez logo o balanço público positivo, mas a importância de Aldo Rebelo, que enfrentou as tormentas da preparação, ficou no esquecimento.

Isso, segundo dois parlamentares, teria desgostado o ainda deputado, mas sem futuro mandato, porque não disputou a eleição de outubro. Discreto e elegante, Aldo avisou que sairia independentemente do resultado das urnas presidenciais.

Mas quem o substituirá? O PCdoB continuará com a pasta ou irá para o PT ou novo partido que reforce a base aliada, com o PSB?

Na dúvida e para evitar surpresas às vésperas dos Jogos Rio 2016 é possível que Dilma Rousseff conceda afagos e reconhecimentos ao ministro Aldo para que ele permaneça. O trabalho, agora, é facilitado pela atuação da Autoridade Pública Olímpica. E para quem já conhece o processo do megaevento esportivo, Aldo seria garantia ao governo para realizar os “Jogos dos Jogos”,  mas com “legado” suspeito, apenas para estrangeiro ver. Lembram do Pan 2007?

Porém, se a pasta for para outro partido, o ministro poderá ter “afago” com missão menos incômoda, à altura dos que foram fieis ao Planalto e ganhar cadeira de ministro no TCU (Tribunal de Contas da União).  Nesse caso, Aldo estará na situação de julgar e votar sobre os gastos do governo, que ele ajudou a construir para que tivéssemos a “Copa das Copas”.


O Esporte entrará nas reformas anunciadas por Dilma Rousseff?
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José Cruz

 

O deputado Aldo Rebelo avisou que sairia do Ministério do Esporte, independentemente do resultado da eleição presidencial. Mas, para onde vai o Ministério do Esporte nesse quarto mandato do PT?

diiillma No discurso da vitória, a presidente Dilma Rousseff reforçou que fará “mudanças” e “reformas”, temas da campanha. Para isso, precisará de base fortalecida no Congresso Nacional. E a pasta do Esporte será valiosa moeda de troca para garantir preciosos votos em plenário. É do jogo. Foi sempre assim.

Por isso, a questão é: que partido ficará com o Ministério do Esporte? E, nas futuras “reformas” será definido o que compete ao Ministério ou a pasta continuará a ser mera financiadora do alto rendimento, com gestão privatizada de milionárias verbas públicas?

Neste panorama, o PCdoB poderá ser desalojado, 11 anos depois de ter assumido o Ministério, pois perdeu força ao ter sua bancada reduzida de 15 para 10 deputados federais e de dois para um senador.

O PT, com certeza, estará na fila para herdar a pasta. Mas o PT é o próprio governo, tem obrigação de votar com as propostas presidenciais.

Por isso, o Esporte poderá ir para outro partido que esteja com bancada fortalecida. Será o PSB, que aumentou a bancada na Câmara, de 24 para 34 deputados? Ou será que o ministro Aldo Rebelo vai rever sua decisão e garantir vida longa ao PcdoB na Esplanada dos Ministérios?

A presidente tomará posse em 1º de janeiro, mas as disputas por cargos e prestígio já começaram.

Boa sorte ao novo governo.


Elite do futebol toma o “drible da vaca”
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José Cruz

Com diálogo educado e persistente, o Bom Senso F.C aplicou o clássico “drible da vaca” em deputados da bancada da bola, cartolas em geral, CBF e Ministério do Esporte, que pediam votação apressada do projeto de lei sobre a dívida fiscal dos clubes.

Na prática, os jogadores do Bom Senso chutaram a bola para um lado e correram para o outro, conseguindo nessa elegante jogada o adiamento de votação do projeto de refinanciamento da dívida, elaborado originalmente por deputados-cartolas e fortíssimo lobby da CBF.

Assim…

enquanto atletas dialogava, ontem, na Câmara dos Deputados, onde receberam o apoio de uma frente parlamentar apartidária, outros jogadores estavam no Ministério do Esporte, de onde sairá o texto alternativo ao relatório do deputado Otávio Leite, que já está no plenário, onde será votado depois das eleições de outubro.

Dever de casa

Como dever de casa, a presidente Dilma Rousseff determinou que o Ministério do Esporte apresente texto alternativo ao relatório de Otávio Leite, acolhendo propostas do Bom Senso F.C, com quem ela conversou e conheceu os desmandos da cartolagem em geral. Ironias do destino, mas caberá a Aldo Rebelo e ao secretário de Futebol, Toninho Nascimento, apresentar a redação final, logo eles, que durante toda negociação se posicionaram ao lado da CBF e cartolas.

Nessa jogada, mesmo vestindo a camisa do governo, Aldo Rebelo marcou gol contra. Aldo sabe que os ministérios da Fazenda e Planejamento são contrários aos 300 meses de prazo para pagamento do calote fiscal, e nem querem ouvir falar na redução dos juros de 11% para 5%. Se aceitasse isso, o governo estaria beneficiando o sonegador de longo prazo e caloteiro confesso.

Emendas

O assunto é polêmico e, em plenário, poderão ser apresentadas emendas ao projeto. Uma delas será essa, do próprio governo federal, a ser elaborada pela equipe de Aldo Rebelo. E o deputado Romário antecipou que defenderá as propostas do Bom Senso FC também com emendas. Mais uma vez será um disputa de parlamentares com os lobistas da CBF.

Mas não se pode afastar a possibilidade de a renegociação da dívida fiscal – estimada em R$ 5 bilhões – vir por medida provisória. E o resultado da eleição presidencial, em outubro, poderá influenciar nessa decisão.

Para evitar desgaste num tema que envolve vários interesses e abusos – inclusive com a falta de cumprimento de compromissos trabalhistas dos clubes –, e considerando que em outubro já conheceremos a nova composição do Congresso, com os deputados derrotados nem aparecendo em Brasília, o governo poderá optar por medida provisória.

Enquanto isso…

… diante do adiamento da votação do projeto de renegociação da dívida fiscal, como reagirão os cartolas que, na reunião com a presidente Dilma Rousseff, pediram decisão “urgentíssima”, sob pena de alguns clubes não chegarem ao fim do campeonato, devido à falência financeira? Virá represália com mais atraso de salários?

Até aqui, o que se viu foi que, com inédita unidade dos atletas, a esperança derrotou o trambique.

Finalmente

Na reunião de ontem da Frente Parlamentar com o Bom Senso F.C, nenhum deputado alinhado à Bancada da CBF compareceu: Jovair Arantes (vice-presidente do Atlético-GO), Guilherme Campos (vice-presidente da Federação Paulista de Futebol e ex-presidente da Ponte Preta), Valdivino de Oliveira (presidente do Atlético-GO), Vicente Cândido (vice-presidente da Federação Paulista de Futebol), Rodrigo Maia, José Rocha (ex-presidente do Esporte Clube Vitória). Ninguém.

O Bom Senso FC é o movimento mais importante na política-esportiva brasileira depois da histórica “Democracia Corinthiana” e serve de exemplo para as demais modalidades.


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