Blog do José Cruz

Arquivo : agosto 2014

Resultados das Seleções escondem problemas na gestão do vôlei
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José Cruz

Os problemas da gestão na Confederação Brasileira de Vôlei são antigas, de 1997, quando o TCU identificou irregularidades no patrocínio com o Banco do Brasil. Essa “memória”, que recuperei no processo 925/97-7 do Tribunal, está no final deste artigo.

Em setembro do ano passado divulguei que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) enfrentava problemas de gestão financeira. Em março deste ano, o repórter Lúcio de Castro publicou os primeiros indícios de que a coisa ia mal, inclusive com o pagamento de comissão, para ex-diretores da CBV negociarem o contrato de patrocínio com o Banco do Brasil. Na semana passada, soubemos como as promoções do vôlei transformaram-se negócios de família, envolvendo o ex-presidente Ary Graça.

Estamos em agosto, a um mês de completar um ano das primeiras denúncias. A CBV já tem o relatório da Price Waterhouse sobre auditoria realizada. A questão é tão grave, que o ex-presidente, Ary Graça (foto), se demitiu. aryyy

Há quase dois anos na presidência da Federação Internacional de Vôlei, Ary queria dirigir a CBV à distância, tendo seu vice, Walter Pitombo Larangeiras, como seu representante. Diante das denúncias, pediu as contas.

Em quadra, é a modalidade esportiva mais vitoriosa no país, apesar de, internamente, nossas competições estarem limitadas a meia dúzia de estados e a apenas 12 equipes de cidades da elite da economia brasileira. Logo, a diretoria da CBV não pode usar a euforia das conquistas nas quadras para esconder a realidade de sua gestão financeira, iludindo o torcedor como se ali tivéssemos modelo administrativo equivalente ao esportivo.

E se o vôlei se tornou “escola de referência internacional” é porque há 23 anos tem patrocínio do Banco do Brasil, em todas as categorias. A CBV também recebe das loterias, via Comitê Olímpico, e de convênios com o Ministério do Esporte. Portanto, é uma instituição financiada por verbas públicas. Logo, a transparência deve ser pública. Mas é escondida.

Afinal, o relatório da auditoria será encaminhado ao Ministério Público? Os nomes até aqui denunciados estão mesmo envolvidos em falcatruas? Há outros personagens além dos divulgados até aqui? Quem? Desde quando? A Polícia Federal deve investigar se houve enriquecimento ilícito? Quem, enfim, decidirá sobre o destino desse tal relatório?

Memória Importante

Em 1997 a Confederação de Vôlei figurou num episódio estranho, identificado pelo TCU (Tribunal de Contas da União), quando Ary Graça já era presidente, em substituição a Carlos Arthur Nuzman. O Tribunal chegou a esse caso a pedido do então deputado federal Augusto Carvalho.

O TCU comprovou que  houve significativa redução na quantidade de etapas do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia: 19 etapas realizadas em 1994, 17, em 1995 e apenas 10 em  1996. Mas o valor do contrato com o Banco do Brasil não foi alterado: R$ 10,5 milhões para as três temporadas. E, surpreendentemente, foram pagos pela CBV 40% de comissão à Sport Media, segundo o TCU.

O ministro relator desse processo, Fernando Gonçalves, aprovou a proposta dos auditores e, quem sabe, a diretoria da CBV tivesse que devolver o dinheiro das etapas de vôlei de praia não realizadas.

Porém, o ministro Gonçalves adoeceu e novo relator do processo foi o ministro Adhemar Ghisi, que já morreu. Seu relatório foi favorável à CBV, alegando que a parceria com o Banco do Brasil “era bem sucedida”.

Mais

Sobre a redução das etapas de vôlei de praia, vejam o que decidiu o ministro Ghisi:

“Na realidade, não houve um descumprimento de cláusula contratual que tenha redundado na redução das etapas do circuito de vôlei de praia. Na verdade, o que ocorreu foi a ausência de previsão contratual para o número de tapas nos anos de 1995 e 1996, o que possibilitou sua redução”.

Ou seja, como não previram, a CBV fez o que bem entendeu. O Banco do Brasil pagou e não levou. E o dinheiro que sobrou não se sabe onde foi aplicado. E o TCU, através do então ministro Ghisi, disse que isso era muito normal.

Ajuda?

Bernard “jornada nas estrelas” Rajzman, premiadíssimo jogador de vôlei e, há bom tempo, destacado diretor do Comitê Olímpico do Brasil, é genro do ministro Adhemar Ghisi.

 


O estratégico fim da parceria do basquete com a Eletrobras
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José Cruz

Depois de 10 anos de parceria e R$ 82 milhões de investimentos, a Eletrobras encerrou o patrocínio com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB). O novo patrocinador é o Bradesco, mas ainda não tenho o valor oficial nem a duração do contrato.

Um comunicado da empresa informou os motivos do fim do patrocínio:

“A Eletrobras reavaliou suas prioridades, em função da menor disponibilidade orçamentária”.

É uma resposta elegante, mas, particularmente, acredito que as denúncias de má gestão financeira da CBB influenciaram nesse recuo. O noticiário negativo da CBB, exibia, por extensão, a marca da patrocinadora. Logo…

Convite nebuloso

Indaguei à CBB se já pagaram o “convite” para o Brasil participar do Mundial da Espanha, a partir de 30 de agosto. A resposta da assessoria de imprensa não é nada transparente:

“Esse é um assunto administrativo entre a FIBA e a CBB.”

Como se sabe, o Brasil não se classificou para o Mundial. Mas recebeu um “convite” da FIBA (Federação Internacional de Basquete), desde que pague para jogar.

Enquanto isso…

Há oito anos, o Bradesco tentou entrar no esporte de alto rendimento patrocinando o valorizado vôlei, mas esbarrou no contrato com o Banco do Brasil, que manteve a prioridade. O presidente da CBV era Ary Graça, que fez força para que a troca ocorresse.

Agora, o Bradesco, que já é o banco olímpico, estreia em esportes coletivos, às vésperas do Mundial de Basquete. Resta saber se esse apoio continuará após os Jogos Rio 2016 ou se é apenas para aproveitar o momento de maior visibilidade.

Trocar o patrocínio das estatais ao esporte por empresas privadas é o sonho antigo de muitos dirigentes. Patrocínio estatal é uma “chatice”, como dizem alguns cartolas. As verbas são auditadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e a prestação de contas é rigorosa. Nem sempre a conta fecha.

Com o patrocínio privado a conversa é outra e ninguém deve explicação aos órgãos de fiscalização do governo.

Porém, se não fossem as verbas públicas – Lei de Incentivo ao Esporte, loterias, Banco do Brasil, Caixa, Correios, Petrobras, Infraero, Bolsa Atleta –, desde 2003, o esporte de alto rendimento ainda estaria no chão.

Cartolas ingratos. Bah!


O esporte das ilusões e o Brasil como potência olímpica
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José Cruz

Fora do futebol, depois da Copa das Copas, a vela internacional testou a Baía da Guanabara em evento com velejadores de 35 países. E as raias olímpicas foram aprovadas. Ninguém esbarrou em sofás, garrafas, telefones, nada! Está aí o primeiro “legado antecipado” dos Jogos Olímpicos: a bela Baía da Guanabara não precisa ser despoluída! Os esgotos continuam sendo despejados na marina, mas isso é bobagem, claro…

129_551-regata internacional                                             Foto de Alexandre Cassiano / O Globo

E o GP de Atletismo, em Belém, também foi um sucesso, mesmo com estádio vazio. Já o vôlei feminino venceu seus três jogos locais pelo Grand Prix Mundial, com belas atuações sobre as poderosas Rússia e Estados Unidos.

É o Brasil esportivo a dois anos dos Jogos Olímpicos. Tomaremos um indispensável banho de eventos-testes, e acreditaremos que somos uma potência esportiva. Não somos. O governo, pronto para injetar mais R$ 240 milhões no treinamento de atletas, trabalha no emergencial, para evitar outro 7 x 1… enquanto uns treinam outros fazem contas para projetar medalhas. Segurança é por aí.

Enquanto isso…

… nossa legislação esportiva é um fracasso. A Lei Pelé, retalhada, costurada e emendada anualmente, é exclusiva para o futebol. E vem aí mais um remendo, com a “responsabilidade fiscal dos clubes”.

… continua escondido o resultado da auditoria na Confederação de Vôlei. Conhecemos os desmandos na gestão de Ary Graça pela atuação do repórter Lúcio de Castro, que nos revelou, recentemente, negócios do vôlei em família, avançando para a Confederação de Desportos Aquáticos. Com verbas públicas, claro.

Estamos diante de um escândalo que envolve recursos do Banco do Brasil, patrocinador! E a tal auditoria ficará escondida? Não irá ao Ministério Público? À Polícia Federal? Nada? Quem toma essa decisão entre a transparência e a ocultação de desmandos de gestão?

Pior!

Esse não é caso isolado. Há desmandos no tênis, no basquete, no taekwondo… Por conta da euforia olímpica vivemos uma era de derrame de dinheiro público para o esporte como nunca se viu. Mas sem que o governo federal fiscalize a farra, que se perpetua. O dinheiro público financia o privado e, agora, com negócios em família.  Mas o que é isso, diante de compras de refinarias superfaturadas ou construções de aeroportos privados?

Para saber mais:

http://blogdojuca.uol.com.br/2014/08/de-alberto-murray-neto-para-dilma-rousseff/

 


Luiz Estevão contesta dívida milionária do Brasiliense F.C ao fisco
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José Cruz

O ex-senador Luiz Estevão, dono do Brasiliense F.C, atualmente na Série D, nega que o clube seja o líder dos devedores ao fisco. Em dezembro de 2013, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional divulgou os principais débitos no futebol e o Brasiliense aparecia em primeiro, com R$ 304.359.392,41. O segundo maior devedor era o Flamengo, com R$ 254.010.132,59. Os valores atuais não são divulgados e nem o Ministério do Esporte sabe o valor total do calote.

“Esta dívida não tem nada a ver só com o Brasiliense. O que o clube devia parcelei, estou em dia”, contestou Luiz Estevão.

“Não sei quanto é a dívida só do Brasiliense, pois o valor está unificado com as demais (dívidas fiscais) de minhas outras empresas”.

Torcedor do Fluminense e apaixonado por futebol, Estevão fundou o Brasiliense F.C em 2000, no mesmo ano da cassação política e, segundo a PGFN, o clube nunca recolheu impostos (R$ 296,8 milhões para a Receita Federal e R$ 7,5 milhões para o INSS). Mas o cartola contesta:

“Meu grupo tem18 empresas, e os débitos de todas foram unificados, inclusive os do Brasiliense. Em 2005 tive algumas dificuldades em função dos meus problemas (com a Justiça). Mas, em junho, retornei aos acertos e fracionei as dívidas, agora unificadas. O pagamento das parcelas está em dia.”

Senador cassado

Senador cassado em 2000, acusado de fraudar licitação e superfaturar a obra do fórum Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo, com o juiz Nicolau dos Santos Neto, o dono do Brasiliense foi condenado a 31 anos de prisão e pagamento de R$ 3 milhões de multas, mas ganhou o direito de responder em liberdade. Atualmente, ele paga o parcelamento das dívidas ao governo com o aluguel de seus imóveis a órgãos federais. Em maio deste ano, Estevão foi beneficiado com a prescrição de dois dos cinco crimes a que foi condenado.

O clube

O Brasiliense é o líder do Grupo A5 da Série D do Campeonato Brasileiro. Teve passagem efêmera pela Série A, mas foi finalista da Copa do Brasil, em 2002, depois de eliminar o Náutico, o Fluminense e o Atlético Mineiro. Na final, foi derrotado pelo Corinthians.

“O Brasiliense não é time de Série A. Se chegar lá fica um ano e cai, pois os custos para a primeira divisão são muito altos. Os clubes da Série A levam todo o dinheiro da TV. Para os pequenos ficam apenas 2% do total”, disse o cartola.

Luiz Estevão sempre teve atuação na política. Agora, sem poder se candidatar, aliou-se ao ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, ambos no PRTB que, em 2006, elegeu Fernando Collor senador por Alagoas (hoje, Collor está no PTB). Estevão e Roriz apoiam a candidatura do ex- governador José Roberto Arruda, do PR, que lidera as pesquisas ao Palácio do Buriti.


O Corinthians paga o pato, mas…
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José Cruz

“Pagar dívida e cair não adianta nada. É melhor dever e não cair. Paga depois.” 

(Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, em entrevista ao UOL Esporte)

 

Interessante que todo esse barulho sobre a cobrança da dívida fiscal do Corinthians ocorre enquanto clubes, jogadores e governo negociam um projeto de lei justamente para isso, parcelar a dívida e dar fôlego financeiro aos devedores.

Essa cobrança pública da dívida corintiana indica que a proposta do governo, em elaboração no Ministério do Esporte, será dura e sem vantagens exageradas, como queriam os cartolas e deputados, com apoio do próprio ministro Aldo Rebelo?

Essa é a questão: enquanto o ministro quer ser bonzinho, a Fazenda e o Planejamento querem receber o que lhes foi surripiado.

Durante toda o debate sobre a dívida fiscal dos clubes, desde o ano passado, o Ministério do Esporte se alinhou aos cartolas, enquanto o Ministério da Fazenda, principalmente, alertava que não facilitaria na redução dos juros nem em prazos exagerados.

Fato real

Não é só o Corinthians que desconta os percentuais fiscais de atletas e funcionários e embolsa a grana, em vez de recolher ao fisco, promovendo a tal “apropriação indébita” ou calote. A maioria dos clubes age assim.

Hoje, em entrevista ao UOL Esporte, o ex-presidente do Flamengo, Kleber Leite, incentiva essa prática fraudulenta aos cofres públicos. Referindo-se à péssima campanha do clube carioca e a iminência do rebaixamento, vejam o que sugeriu o ex-cartola:

“Pagar dívida e cair não adianta nada. É melhor dever e não cair. Paga depois.”  

Vasco

Nessa questão de “calote fiscal”, Kléber é da mesma escola de Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco.

mirandinha

Em 6 de outubro de 2013, numa audiência pública na Câmara dos Deputados e presença de várias autoridades, Eurico disse o seguinte:

“Todos nós aqui sabemos como essa dívida (fiscal) foi criada e cresceu. Os clubes não recolheram (aos cofres públicos) os valores retidos dos jogadores e funcionários. É sempre assim”.

Esses depoimentos de Eurico Miranda e Kléber Leite são declarações oficiais da fraude e de incentivo para que continuem fazendo o mesmo. Não há mais vergonha nem constrangimento e agir assim, e todos continuam soltos.

Botafogo

E o que dizer do Botafogo, cujo presidente, Maurício Assumpção, não pagou a dívida negociada, mesmo tendo dinheiro em caixa?

Na memória:

Ao sair da presidência do clube, em 2008, o então presidente, Bebeto de Freitas, deixou todas as dívidas fiscais negociadas e parceladas. O dinheiro que o clube receberia nos anos seguintes era suficiente para honrar o parcelamento.

Além disso, Maurício Assumpção herdou um bem valioso: Bebeto deixou no clube todas as certidões negativas, fato raro na maioria das agremiações esportivas, pois a direção do Botafogo poderia captar recursos públicos.

No entanto, Assumpção, mesmo com caixa positivo, optou pelo calote, pelo drible ilegal, e perdeu todas as certidões negativas. Agora, de joelhos, pede apoio ao governo, enquanto a Justiça não bate à sua porta.

São esses, presidente Dilma Rousseff, os personagens que vão ao seu gabinete pedir benefícios para pagar o calote fiscal.

Para saber mais:

http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2013/10/eurico-miranda-explica-como-ocorreu-calote-dos-clubes/

 

http://sportv.globo.com/site/programas/redacao-sportv/noticia/2014/08/bebeto-de-freitas-seu-estivesse-no-bota-teria-pago-100-de-sua-divida.html


Atletas para os Jogos Rio 2016 terão R$ 213,8 milhões do governo federal
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José Cruz

O Ministério do Esporte reservou R$ 213,8 milhões de seu orçamento para aplicar, até dezembro, em 41 projetos. Das 32 modalidades olímpicas, 18 foram contempladas. Outros R$ 4,2 milhões serão destinados ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) e R$ 2,1 milhões ao CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro). O dinheiro fortalecerá a preparação das equipes rumo aos Jogos Rio 2016.

A meta do governo e do COB é colocar o país no top 10 dos países medalhistas, sem considerar a contagem tradicional, em que a medalha de ouro tem peso diferenciado e muda a classificação. Em Londres, por exemplo, o Brasil ganhou 17 medalhas (três ouros, cinco pratas e nove bronzes), e ficou em 22º lugar. Mas apenas pela soma das 17 medalhas ficaria em 15º.

Até agora, as modalidades estão “selecionadas”, conforme comunicado do Ministério do Esporte, em cumprimento ao edital de “Chamamento Público 6/2013”. A data da liberação dos recursos ainda não foi anunciada. Os recursos correspondem a um quinto do “Plano Brasil Medalha”, lançado pelo governo em setembro de 2012, com promessa de injetar R$ 1 bilhão no ciclo olímpico (2023/2016).

Contemplados

Das modalidades contempladas, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) é a que mais se beneficiará, com R$ 48,2 milhões. Em outro projeto de basquete, o Ministério do Esporte aplicará R$ 4,4 milhões na Liga Nacional Feminina.

Em dezembro, a CBB perdeu o patrocínio da Eletrobras, que, em 10 anos, investiu R$ 82 milhões na modalidade. A Eletrobras suspendeu a parceria porque “reavaliou suas prioridades, em função da menor disponibilidade orçamentária”, conforme comunicado da empresa.

Além das confederações contempladas (no quadro, abaixo), os Comitês Olímpico e Paralímpico receberão recursos federais, também para projetos de preparação dos atletas.

A seguir, as entidades selecionadas pelo Ministério do Esporte e o respectivo valor. O número entre parêntesis corresponde ao total dos projetos aprovados.

 

 MODALIDADEVALOR R$
Basquete (9)    48.256.066
Tênis de mesa (6)    37.491.144
Atletismo (1)    33.602.675
Hipismo (1)    14.955.918
Tiro com arco (3)    11.511.416
Judô (3)    10.799.298
Lutas associadas (3)      8.599.516
Desporto na neve (1)      7.873.399
Handebol (3)      7.757.973
Desportos aquáticos (1)      5.420.264
Hoquei sobre grama (1)      4.901.295
Liga Basquete Feminino (1)      4.409.793
Fed.Paulista Luta Olímpica (1)      4.400.000
Comitê Olímpico do Brasil      4.212.815
Tiro esportivo (2)      2.233.597
Golfe (1)      2.231.230
Comitê Paralímpico Brasileiro      2.144.859
Federação de Ciclismo RJ (1)      1.590.441
Ginástica (1)      1.029.887
Federação Tênis Mesa RJ (2)        285.048
Bocha e bolão (1)        111.078
T O T A L  213.817.712

Elite do futebol toma o “drible da vaca”
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José Cruz

Com diálogo educado e persistente, o Bom Senso F.C aplicou o clássico “drible da vaca” em deputados da bancada da bola, cartolas em geral, CBF e Ministério do Esporte, que pediam votação apressada do projeto de lei sobre a dívida fiscal dos clubes.

Na prática, os jogadores do Bom Senso chutaram a bola para um lado e correram para o outro, conseguindo nessa elegante jogada o adiamento de votação do projeto de refinanciamento da dívida, elaborado originalmente por deputados-cartolas e fortíssimo lobby da CBF.

Assim…

enquanto atletas dialogava, ontem, na Câmara dos Deputados, onde receberam o apoio de uma frente parlamentar apartidária, outros jogadores estavam no Ministério do Esporte, de onde sairá o texto alternativo ao relatório do deputado Otávio Leite, que já está no plenário, onde será votado depois das eleições de outubro.

Dever de casa

Como dever de casa, a presidente Dilma Rousseff determinou que o Ministério do Esporte apresente texto alternativo ao relatório de Otávio Leite, acolhendo propostas do Bom Senso F.C, com quem ela conversou e conheceu os desmandos da cartolagem em geral. Ironias do destino, mas caberá a Aldo Rebelo e ao secretário de Futebol, Toninho Nascimento, apresentar a redação final, logo eles, que durante toda negociação se posicionaram ao lado da CBF e cartolas.

Nessa jogada, mesmo vestindo a camisa do governo, Aldo Rebelo marcou gol contra. Aldo sabe que os ministérios da Fazenda e Planejamento são contrários aos 300 meses de prazo para pagamento do calote fiscal, e nem querem ouvir falar na redução dos juros de 11% para 5%. Se aceitasse isso, o governo estaria beneficiando o sonegador de longo prazo e caloteiro confesso.

Emendas

O assunto é polêmico e, em plenário, poderão ser apresentadas emendas ao projeto. Uma delas será essa, do próprio governo federal, a ser elaborada pela equipe de Aldo Rebelo. E o deputado Romário antecipou que defenderá as propostas do Bom Senso FC também com emendas. Mais uma vez será um disputa de parlamentares com os lobistas da CBF.

Mas não se pode afastar a possibilidade de a renegociação da dívida fiscal – estimada em R$ 5 bilhões – vir por medida provisória. E o resultado da eleição presidencial, em outubro, poderá influenciar nessa decisão.

Para evitar desgaste num tema que envolve vários interesses e abusos – inclusive com a falta de cumprimento de compromissos trabalhistas dos clubes –, e considerando que em outubro já conheceremos a nova composição do Congresso, com os deputados derrotados nem aparecendo em Brasília, o governo poderá optar por medida provisória.

Enquanto isso…

… diante do adiamento da votação do projeto de renegociação da dívida fiscal, como reagirão os cartolas que, na reunião com a presidente Dilma Rousseff, pediram decisão “urgentíssima”, sob pena de alguns clubes não chegarem ao fim do campeonato, devido à falência financeira? Virá represália com mais atraso de salários?

Até aqui, o que se viu foi que, com inédita unidade dos atletas, a esperança derrotou o trambique.

Finalmente

Na reunião de ontem da Frente Parlamentar com o Bom Senso F.C, nenhum deputado alinhado à Bancada da CBF compareceu: Jovair Arantes (vice-presidente do Atlético-GO), Guilherme Campos (vice-presidente da Federação Paulista de Futebol e ex-presidente da Ponte Preta), Valdivino de Oliveira (presidente do Atlético-GO), Vicente Cândido (vice-presidente da Federação Paulista de Futebol), Rodrigo Maia, José Rocha (ex-presidente do Esporte Clube Vitória). Ninguém.

O Bom Senso FC é o movimento mais importante na política-esportiva brasileira depois da histórica “Democracia Corinthiana” e serve de exemplo para as demais modalidades.


Refinanciamento da dívida fiscal dos clubes deverá ser votada em setembro
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José Cruz

 
O projeto de lei sobre a dívida fiscal dos clubes de futebol deverá ser votado somente em setembro, no segundo esforço concentrado da Câmara dos Deputados, antes das eleições de outubro.
 
Depois de uma reunião de atletas do Bom Senso FC com o Secretário de Futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, ficou decidido que o governo acolheá algumas propostas apresentadas e encaminhará o assunto ao plenário da Câmara, onde o projeto de lei será votado. Dessa reunião participaram, também, representantes da Casa Civil e da AGU (Advogacia Geral da União), segundo Ricardo Borges Martins, diretor de Estratégia e Comunicações do Bom Senso F.C.
 
Inicialmente, representantes dos clubes de futebol pressionavam o governo para votar o projeto no esforço concentrado da Câmara, hoje e amanhã. Porém, as propostas do Bom Senso FC, principalmente no que diz respeito ao cumprimento dos dirigentes quanto aos compromissos trabalhistas, teria provocado o adiamento da votação. Paralelamente à reunião no Ministério do Esporte, outros atletas discutiam com deputados sobre as propostas para o projeto de lei que tem como objetivo principal o refinanciamento da dívida fiscal dos clubes.
 
A Mesa da Câmara realizará hoje reunião de líderes para definir a pauta de votação até amanhã, quando os parlamentares voltarão às suas bases para continuar a campanha eleitoral. O novo esforço concentrado está previsto para os dias 2 e 3 de setembro.
 
 

Deputado Romário lidera frente de apoio ao Bom Senso F.C
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José Cruz

Rp,[aro

Deputado Romário, senador Randolph Rodrigues, Alex  e Ricardo Martins, do Bom Senso, debatem sobre atualização no projeto de lei da dívida dos clubes

Uma frente parlamentar apartidária reforça as propostas do Bom Senso FC para tentar mudar o projeto de lei que trata da renegociação da dívida dos clubes de futebol. Enfim, os cartolas em geral e a CBF em particular têm uma oposição aos forte domínio que até então tinham sobre os políticos.

O grupo foi formado por iniciativa do deputado Romário (PSB/RJ) e do senador Randolph Rodrigues (PSOL/AP). Os deputados Júlio Delgado (PSB/MG), André Figueiredo (PDT/CE), Chico Alencar (PSOL/RJ), Miro Teixeira (PROS/RJ), Rubens Bueno (PPS/PR) e o senador Álvaro Dias (PSDB/PR) também integram o grupo.

A primeira reunião da Frente com o Bom Senso está sendo realizada na Câmara dos Deputados, com o relator do projeto de lei, deputado Otávio Leite (PSDB/RJ), sobre mudanças no texto, que deverá ser votado até amanhã.

Já está acertado que sairá do projeto  a proposta de criação do “Fundo Nacional de Iniciação Esportiva”, que representava um risco para que dinheiro público fosse parar nas mãos de empresários do futebol.

Um ponto que está em debate é o que trata da antecipação de receitas dos clubes. O Bom Senso defende que os presidentes no último ano de gestão não recebam receitas antecipadas, da TV, por exemplo.

A reunião com representantes do Bom Senso – Alex (Coritiba e Dida (Inter) entre outros –  e deputados é uma das tantas que se realizarão nestes dois dias de esforço concentrado no Congresso Nacional.

Na reunião do Colégio de Líderes, hoje às 14h30, será definida a pauta de votações na Câmara dos Deputados. O projeto de lei da renegociação da dívida fiscal dos clubes poderá entrar na ordem do dia e, se aprovado, passará ao Senado Federal.

“As causas do Bom Senso tem defensores nesta Casa para tentar melhorar o projeto de lei que ajuda os clubes, mas não ajuda os atores, que sã os jogadores”, disse o deputado Romário.


A dívida fiscal dos clubes é fantasma! Ninguém sabe o valor total
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José Cruz

Manchete do UOL informa que a sonegação fiscal este ano deve chegar aos R$ 500 bilhões. Um por cento desse total é dívida do futebol, coisa de R$ 5 bilhões, acumulados desde os anos 1990.

Nos últimos meses, governo, cartolas, atletas e, recentemente, a TV Globo discutem sobre essa dívida fiscal. Mas não se sabe, até hoje, qual o valor real do calote. Porque, nesses R$ 5 bilhões não estão incluídos os recolhimentos do FGTS. O secretário de Futebol, Toninho Nascimento, começou o debate, há mais de um ano, falando em R$ 3 bilhões. Hoje, cartolas falam em R$ 5 bi. Nem a presidente Dilma sabe o valor exato, o que equivale dizer que discutem sobre uma dívida “fantasma”.

Pior:

O governo está preocupado em “salvar” o futebol, mas o buraco é mais embaixo e o calote também. Porque, na dívida fiscal geral, que não se sabe o valor, repito, estão incluídos os débitos de clubes sociais, federações e confederações. Essas entidades vão se beneficiar da “Lei de Responsabilidade Fiscal”, conforme o projeto de lei que está para ser votado. Mas, enfim, quando o esporte deve ao governo? quem tem esse valor?

Os cinco mais

Os últimos valores disponíveis sobre a dívida dos clubes de futebol é de dezembro de 2013, e já foram alterados, pois em sete meses incidiram juros, correção e multa. Mas, há sete meses, o Brasiliense F.C, de Brasília, era o maior devedor, pois nunca recolheu os impostos ao fisco, segundo informações de depoentes nas audiências públicas na Câmara dos Deputados

 

CLUBERECEITA FEDERALINSSTOTAL
Brasiliense F.C296.815.368,267.544.024,15304.359.392,41
Botafogo129.550.733,0336.695.487,75165.646.220,78
Flamengo70.503.466,7575.309.504,63145.812.971,38
Corinthians96.947.661,6535.002.884,28131.950.545,93
Vasco81.234.470,4825.014.773,24106.249.243,72

 Previsão

A semana promete e é possível que os deputados votem amanhã ou na quarta-feira o projeto de lei que trata da dívida fiscal dos clubes. Atenção: é possível!, não há certeza! Porque, da eficiência dos parlamentares e do apito de um juiz de futebol ninguém sabe o que pode sair.

Sugestão de leitura

http://blogdejj.esporteblog.com.br/211315/RADIOLA-DE-FICHA/