Blog do José Cruz

Arquivo : janeiro 2015

Endividado, DF terá que receber a F-Indy ou pagar multa milionária
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José Cruz

Texto atualizado às 22h, ao final

Uma semana depois de empossado, o governador do Distrito Federal,Rodrigo Rollemberg, suspendeu a realização da 45ª Corrida de Reis, em 10km, a segunda mais antiga do país, atrás da São Silvestre.  A medida deve-se à precariedade do cofre herdado do governo de Agnelo Queiroz:  dívida de R$ 3,5 bilhões e saldo bancário de R$ 64 mil, conforme números oficiais.

Porém, para outra corrida, orçada em mais de R$ 100 milhões, o governador não terá a mesma ousadia, pois se trata da prova de abertura do calendário da Fórmula Indy, no dia 8 de março, no Autódromo de Brasília, em reforma (foto). A venda de ingressos para o evento internacional começa hoje.

Pista lateral com estádio

Decisão

Mesmo com a cidade em total desordem, segurança precária, sistema de saúde falido e milhares de servidores em greve, com salários atrasados, Rollemberg terá que honrar o contrato com o Grupo Bandeirantes, promotora da Indy no Brasil. Caso contrário, pagará multa de US$ 70 milhões (R$ 189 milhões).

“A decisão do governador é realizar a corrida. Vamos fazer a corrida”, disse o futuro presidente da Terracap, Alexandre Navarro Garcia, que assumirá o cargo na próxima semana. “O contrato para a corrida, por cinco anos, é interessante para o Distrito Federal e há uma multa de 70 milhões de dólares (R$ 190 milhões) pelo distrato”, afimou.

A Terracap é a estatal que cuida das transações das áreas pertencentes ao governo do Distrito Federal. É a mesma empresa que abriga o novo Estádio Mané Garrincha, construído ao custo de R$ 1,6 bilhão. Agora, a Terracap administra e financia as obras de reforma do Autódromo Nelson Piquet, local da Indy.

Custos

Para receber a Fórmula Indy, o então governador Agnelo Queiroz assinou contrato com o Grupo Bandeirantes, em junho do ano passado.  O compromisso foi de US$ 38 milhões, em torno de R$ 102 milhões, em quatro parcelas. O valor foi dividido em partes iguais entre o Governo do Distrito Federal e a Terracap:  R$ 51 milhões para cada entidade.

“A Terracap já pagou três das quatro parcelas  (R$ 12,75 milhões cada uma). O GDF não pagou nada, disse Alexandre Navarro, um administrador de empresas, com especializações, natural de Marília (SP), há 32 anos morando em Brasília.

O valor total das obras no Autódromo ainda não é público, mas estima-se em R$ 40 milhões. Apenas a cobertura da nova pista está orçada em R$ 18,4 milhões.  Além disso, correrá por conta do Governo local despesas com a instalação de arquibancadas e boxes temporários (desmontáveis), compra de pneus para a proteção dos carros durante a corrida, operações de segurança, limpeza etc.

Pista Máquina

O trabalho de recapeamento da pista não para nem nos domingos: faltam apenas 52 dias para a prova, que deixou de ser realizada em S.Paulo

Apelo

A reportagem apurou que, poucos dias depois de eleito governador do Distrito Federal, no segundo turno, Rodrigo Rollemberg recebeu a visita de diretores do Grupo Bandeirantes. O apelo foi no sentido de que ele não suspendesse a prova da Indy, pois o prejuízo seria muito grande, com o pagamento de multas contratuais, principalmente.  O compromisso foi acordado. Agora, Brasília convive com a dualidade de extremos: uma capital endividada e com greves, devido a atrasos salariais, enquanto se prepara para receber uma prova milionária que consumirá boa verba pública.

Suspensões

A situação financeira deixada por Agnelo Queiroz é tão precária, que Rollemberg negocia junto ao Governo Federal a antecipação  de R$ 412 milhões do Fundo Constitucional. Além disso, o governador precisou tomar medidas extremas, como suspender o verbas para o Carnaval. Antes, ele há havia declinado de sediar a Universíade, em 2019, para não pagar direitos de R$ 78 milhões, atrasados há dois anos.

E não há certeza de que os salários de janeiro sejam pagos integralmente, pois as receitas neste mês estão bem abaixo das despesas.

ATUALIZAÇÃO

Às 22h recebi atualizações ao texto acima, enviadas pela assessoria do presidente da Terracap, Alexandre Navarro, que transcrevo a seguir:

Onde se lê:  “O contrato para a corrida, por cinco anos, é interessante para o Distrito Federal e há uma multa de 70 milhões de dólares (R$ 190 milhões) pelo distrato”, afimou.

Leia-se: Segundo Navarro, a prova da Indy é importante para o Distrito Federal, mas é preciso resolver os problemas apontados pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do DF.

 

Onde se lê: “O compromisso foi de US$ 38 milhões, em torno de R$ 102 milhões, em quatro parcelas.”

Leia-se: O compromisso foi de US$ 16 milhões (cerca de 38 milhões de reais), em quatro parcelas.


O esporte nas mãos de amadores
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José Cruz

Depois que a presidente Dilma Rousseff  nomeou um ministro que não entende de esporte, mas entende de gente…,  o governador do Rio de Janeiro,  Pezão, empossou um guri de 22 anos na Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, do estado que receberá os Jogos Olímpicos.  

cabral

O distinto garoto é Marco Antônio (foto),  filho do ex-governador Sérgio Cabral. Apesar de jovem, foi eleito deputado federal (PMDB/RJ), mas acabou de ser premiado com um cargo no Executivo. A primeira visita do secretário foi à sede da CBF, para conversar com José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Próxima visita: Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Que beleza!

Surpresas

Relembro outras surpresas, como o pastor Carlos Henrique Silva,  nomeado secretário de Esportes de Minas Gerais.  Carlos Henrique estava com o agora ministro do Esporte, George Hilton, no aeroporto da Pampulha, em 2005, ambos detidos com caixas de dinheiro legalmente doado pelos fieis da Igreja Universal.

Jean Madeira, em São Paulo, e David Duran, no Ceará, também nomeados secretários de Esporte, são do time PRB/ Igreja Universal. Salva-se nessa seleção a ex-jogadora Leila, bronze olímpico no vôlei, secretária no Distrito Federal. Atleta exemplar,  ela conheceu as dificuldades do esporte na quadra e na convivência com cartolas.

Na mensagem anterior, provoquei sobre a falta de políticas de governo para o esporte, justamente porque os cargos têm sido ocupado por nomes inexpressivos. Isso dificultará, com certeza, a formulação de propostas de longo prazo, diante das prioridades políticas tradicionalmente conhecidas.

 


Quais os rumos do nosso esporte para depois de 2016?
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José Cruz

Aldima

 

Na despedida do Ministério do Esporte, Aldo Rebelo relembrou que, certo dia, a presidente Dilma Rousseff quis saber o que faltava para o Brasil se colocar no top 10 dos países olímpicos, em 2016. A resposta:

“Investimento, dinheiro!” 

Foi assim que nasceu o Plano Brasil Medalhas, em 2012, destinando R$ 1 bilhão, para projetos olímpicos e paraolímpicos. Mais da metade desse dinheiro (R$ 690  milhões) vai para a Bolsa Pódio, contratação de técnicos, aquisição de equipes multidisciplinares e treinamentos de atletas no exterior. Os R$ 310 milhões restantes são para a construção e reforma de centros de treinamento e complexos multiesportivos.

Fica claro que é um projeto emergencial, específico para se ter uma equipe competitiva  em 2016. Isso demonstra que o Ministério do Esporte ainda não teve tempo de elaborar uma proposta para se ter um país esportivamente estruturado, com programas de massificação do esporte e de longo prazo.

E depois de 2016? Teremos esses projetos? Teremos projetos para as instalações construídas, pistas etc? Há professores, técnicos e instrutores para receberem candidatos a atletas nessas áreas? E quem pagará essa conta, as prefeituras, os governos estaduais? Há um “projeto Brasil” para a pós-Olimpíada que englobe essas questões?

Assim como “a Copa das Copas”, o Brasil poderá se orgulhar do evento olímpico. Quem sabe, como evolução no pódio. Mas não temos iniciativas para a base para dar continuidade na maioria dos esportes.

São 14 anos de um só governo, que desperdiçou tempo na construção e direcionamento desse segmento, com a inclusão da sociedade em projetos de abrangência pública. E não foi por falta de dinheiro. Pelo contrário…


Sangue ruim no esporte
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José Cruz

eletro

 

Dorrit Harazim, experiente jornalista, com várias coberturas olímpicas no currículo, escreveu em O Globo, hoje:

“O que a gente quer é muito mais do que uma impecável festa de esportes olímpicos que deixará saudades a toda uma geração. O que a gente quer e precisa é de um Plano Nacional de Esporte da dimensão do Brasil, capaz de garimpar o inexporado potencial esportivo nacional. Jogos Olímpicos são um desperdício de esforço e de recursos quando não acompanhados de uma política pública para o esporte. O inverso talvez fosse mais sadio: os Jogos como coração da melhoria na formação esportiva da nação”!

Com licença, O Globo, para repercutir esta obra-prima da crônica esportiva.

 

Para saber mais:

Sobre a denúncia de doping em atletas russos: 


Novo ministro do Esporte evita conversar com jornalistas
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José Cruz

Também pastor da Igreja Universal, ministro George Hilton confessou: “Não entendo de esporte, mas entendo de gente”, justificando sua disposição para, dialogando, se sair bem na função

Num auditório lotado, mas esvaziado de atletas, com poucos dirigentes e a ausência de representante do COB (Comitê Olímpico do Brasil), o deputado federal George Hilton (PRB-MG) assumiu o Ministério do Esporte com um discurso de otimismo. E, humildemente, o também pastor da Igreja Universal, confessou: “Não entendo de esporte, mas entendo de gente”, justificando sua disposição para, dialogando, se sair bem na função. Até o encerramento deste artigo não se sabia o motivo oficial sobre a ausência do COB. Coaracy Nunes, presidente da CBDA (Confederação de Desporto Aquáticos) e decano dos dirigentes, esteve na cerimônia, assim como os presidentes do Judô, Basquete, Canoagem entre outros. O ex-presidente do Corinthians, Andréz Sanches, agora deputado federal (PT/SP), também compareceu à solenidade. geeeoorfrr

Talvez por ainda conhecer pouco sobre o complexo assunto o ministro tenha desaparecido logo depois de encerrada a cerimônia de transmissão de cargo, promovida pelo ex-ministro Aldo Rebelo. Hilton recebeu meia dúzia de cumprimentos e escapou do assédio dos repórteres.

Antecipadamente, sabia-se que o ministro não daria entrevistas coletiva nem individual. Isso ocorrerá só daqui a uma semana, depois que George Hilton (foto) se reunir com assessores e conhecer melhor os números do setor, segundo a assessoria dele.

Mesmice

A exemplo de Agnelo Queiroz, em 2003, Orlando Silva, em 2006 e Aldo Rebelo, em 2011, o novo ministro disse que intensificará parceria com o Ministério da Educação. “O esporte escolar é o caminho para o desenvolvimento sustentável do esporte brasileiro”.

Na prática não há parceria com a Educação, mas iniciativas individuais, porque não temos um programa de governo, cada pasta faz o que acha que é o correto. O novo lema do governo Dilma Rousseff é “Brasil, pátria educadora”, mas também no discurso de posse, na quinta-feira, a presidente não fez referência a projeto integrado de “educação e esporte”.

Sobre os Jogos Olímpicos Rio 2016, George Hilton assumiu compromisso: “Eu me comprometo com o legado dos Jogos e quero que seja amplo, democrático, nacional e duradouro”.

Na plateia, o general Fernando Azevedo e Silva, presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), que já trabalha nesta questão, por ser competência do órgão que dirige, conforme a legislação.

No mês passado, Azevedo e Silva viajou a Londres para conhecer o projeto de legado dos Jogos de 2012 e melhor encaminhar o assunto no Brasil. O cerimonial do Ministério do Esporte falhou em não chamar o presidente da APO para a mesa, pois ele é a autoridade maior do governo federal para assuntos dos Jogos 2016, o representante do Palácio do Planalto nas relações com os governos municipal e estadual do Rio de Janeiro.

Dos atletas da ativa, apenas Emanuel, medalha de ouro no vôlei de praia, com Ricardo, nos Jogos de Atenas. Ele é marido da ex-jogadora Leila (PRB/DF), que ontem assumiu a Secretaria de Esportes do Distrito Federal e hoje foi levar o seu apoio ao novo ministro e correligionário.


Boa sorte, Ministro
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José Cruz

No discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff anunciou o novo lema de seu governo:

“Brasil, pátria educadora”

E a prática esportiva estará nas escolas para contribuir na formação do caráter dos jovens?

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Depois de 12 anos, os rumos do esporte brasileiro trocam radicalmente de comando partidário: sai das mãos dos comunistas e vai para os religiosos capitalistas. Do histórico PCdoB  para o ainda novato PRB, braço político da Igreja Universal. Na prática, os assuntos do esporte passam de um partido aventureiro para um inexperiente no setor. Ao final desse período, 16 anos terão se passado… quatro ciclos olímpicos!

A posse do ministro George Hilton (PRB/MG), em substituição a Aldo Rebelo, é  nesta sexta-feira, às 10h, no Ministério do Esporte.

E agora?

O que esperar do novo governo, se nem sequer temos uma política de esporte e, muito menos, prática regular de educação física nas escolas públicas, e nem diálogo com os ministérios da Educação e da Saúde para um projeto integrado?

O Conselho Nacional do Esporte será reestruturado e ganhará destaque na estrutura do Ministério ou continuará sendo apenas órgão de concordância às decisões superiores?

Haverá avaliações e revisões da Lei de Incentivo ao Esporte e da Bolsa Atleta, recursos já viciados e suspeitos de irregularidades gravíssimas, como demonstraram auditorias do Tribunal de Contas da União?

O “novo” Ministério discutirá sobre as competências do Estado frente ao esporte? Por exemplo, intromissões no alto rendimento, com verbas públicas, inclusive, num setor regulado, mundo afora, por regras de mercado e poderosos patrocinadores?

Teremos, enfim, uma política de Estado para o setor, que priorize a iniciação ou continuaremos com as surpresas a cada mudança de ministro?

No único contato que tive com o novo ministro, por telefone – não foi uma entrevista, mas um gentil contato dele –, George Hilton demonstrou estar disposto ao diálogo e quer ouvir os segmentos para se atualizar e agir. E adiantou que dará atenção especial ao “legado olímpico”.

O diálogo está aberto. Vamos aguardar.

Boa sorte, Ministro!


Para que serve o Ministério do Esporte – II
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José Cruz

Esse novo ministro do Esporte, George Hilton, conseguiu a façanha de ser expulso do PFL !   O PFL se originou do PDS, que veio de dissidentes da Arena, partidos que deram sustentação ao regime militar! Paulo Maluf,  Antônio Carlos Magalhães, Edison Lobão , Jorge Bornhausen e por aí vai eram alguns dos expoentes… 

 E lá se vão 12 anos…

Alegria dos atletas e dirigentes, quando Lula da Silva anunciou a criação do Ministério do Esporte, ainda em 2002, logo depois de eleito presidente da República. E a surpresa ao entregar a pasta ao PCdoB, inexperiente em questões do esporte, e nomear Agnelo Queiroz ministro.

Com esse gesto, Lula homenageou os companheiros comunistas, históricos parceiros do PT na luta pela redemocratização do pais. Lula não estava preocupado com o setor, mas em ter mais um ministério que alojasse deputados e senadores aliados do Palácio do Planalto. Foi a manifestação explícita do “é dando que se recebe”, também praticada nos governos de FHC, Itamar, Sarney …

Passou o tempo, Agnelo dançou. Veio Orlando Silva (foto)orlando-silva, que foi demitido, acusado de não combater a corrupção. E chegou Aldo Rebelo, que ficou amigo dos cartolas, do futebol, inclusive, que ele combateu na CPI da CBF Nike, em 2001.

Um ato foi comum entre os três ministros: eles ignoraram o esporte escolar e a prática esportiva como “direito de todos” . Preferiram valorizar o alto rendimento, onde circulou muita grana pública, boa parte perdida na corrupção, com mostraram relatórios do TCU sobre os Jogos Pan-Americanos de 2007.

Agora, com o Brasil em grande exposição internacional, devido à Copa e Olimpíada, a presidente Dilma Rousseff também dá uma banana para atletas, dirigentes e toda a comunidade brasileira, ao entregar o Ministério para um leigo, um inexperiente no setor, o deputado George Hilton (PRB/MG)

Pior! Esse novo ministro conseguiu a façanha de ser expulso do PFL!

O PFL se originou do PDS, que veio de dissidentes da Arena! Era o partido de Maluf, de Antônio Carlos Magalhães, Edison Lobão, Jorge Bornhausen e por aí vai…

Diante do que ocorreu nesses 12 anos, volto à pergunta que motivou um artigo, meses atrás:

“Afinal, para que serve o Ministério do Esporte”?

Indiretamente, a presidente Dilma responde:  Pra nada!

O Ministério é apenas um órgão para alojar cupinchas apoiadores do governo, repassar dinheiro para programas insignificantes, e liberar as emendas de deputados e senadores.

O mais triste:

O Conselho Nacional do Esporte, de joelhos, silencia!


No Ministério do Esporte, PRB estreará na farra dos cargos públicos
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José Cruz

Cargos públicos enchem o olho dos partidos e dos políticos. Porque  é nos gabinetes,  espalhados pelos ministérios e ocupadas por correligionários e amigos, que se realizam negócios,  contratos e convênios …

Quando o deputado George Hilton (foto) assumir o Ministério do Esporte, no dia 1º de janeiro, terá uma experiente escola para orientá-lo na montagem da equipe: a secretaria de Esportes do Distrito Federal.

Hilton GeorgeNos últimos quatros anos, o PRB,  partido de George Hilton, ocupou a Secretaria de Esportes do Distrito Federal, com o pastor paulista Júlio César Ribeiro no comando.

Júlio César, da Igreja Universal, está em Brasília há dois anos, e já conseguiu se eleger deputado distrital. Ele estará a um quilômetro de distância do Ministério do Esporte, onde poderá orientar o correligionário e “irmão” George Hilton. Porque, na prática, “cargo público” é o que interessa a todos os políticos e partidos, para ali colocarem seus amigos e afilhados partidários.

Como secretário de Esporte, Júlio César distribui passagens aéreas e de ônibus para atletas disputarem competições. Foi ato de caráter eleitoreiro, porque as doações, com verba do orçamento, não estavam vinculadas a um projeto maior para o desenvolvimento do esporte na capital da República. A cidade continua sem um plano básico para o setor, e nem uma política de esporte é discutida pelos órgãos afins, e nem o secretário não liderou tal debate.

 Reforço

Porém, o principal reforço para a campanha de Júlio César veio do apoio de dezenas de funcionários das nove Vilas Olímpicas. São fiéis que ocuparam vagas que deveriam ser destinadas a concursados. Mas a Secretaria de Esporte nunca realizou concurso. Essa prática deverá ser aplicada no Ministério do Esporte, onde já se comenta que o PRB “ganhou o ministério com porteira fechada”, isto é, não terá interferência de outro partido para ocupar os mais de 500 cargos disponíveis.

No Ministério

No Ministério do Esporte são centenas de cargos à espera dos novos dirigentes. Só na Secretaria Nacional de Esporte, Lazer e Inclusão Social há 393 cargos na gestão der Aldo Rebelo. Desses, apenas seis são concursados. Os demais foram preenchidos por livre escolha do titular da pasta, com os correligionários tendo preferência.

Atualmente, só a Secretaria de Esporte, Lazer e Inclusão Social, dirigida por Ricardo Cappeli, tem 61 cargos ocupados por terceirizados; 72 bolsistas, 54 DAS  e 200 professores-bolsistas, que atuam na ponta do projeto Segundo Tempo. Outro tanto de vagas está disponível na Secretaria de Alto Rendimento, no gabinete do ministro e secretarias internas.

É isso que enche o olho dos partidos e políticos, porque é nessas secretarias,  que se espalham pelos ministérios, ocupadas por correligionários e amigos, onde se realizam negócios, contratos, convênios … E é este o motivo de a presidente Dilma ter dificuldades para fechar o seu grupo ministerial, pois os partidos mais poderosos brigam, claro, pelas pastas com maior orçamento.

Com essa fartura de vagas a serem preenchidas, o Diário Oficial da União, que publica as nomeações em todos os ministérios, será, com certeza, o jornal mais lido em Brasília a partir de 2 de janeiro.