As novas e boas “brigas” do senador Romário
José Cruz
O ex-deputado Romário (PSB) e o jornalista gaúcho Lasier Martins (PDT) são os dois senadores com perfil de desportistas que assumiram o Senado Federal, ontem, sob o comando do reeleito Renan Calheiros (PMDB/AL).
Renan, que já se declarou “fã do Baixinho”, é amigo do ex-todo-poderoso Ricardo Teixeira, de quem Romário é inimigo e, por extensão, da própria CBF.
Teixeira não influencia mais, e o poder do atual presidente, José Maria Marin, está no final. Em abril, assumirá Marco Polo Del Nero, por quem Romário também não é “apaixonado”. Mas os poderes políticos da República e do futebol um dia se encontram e, então, é preciso conversar.
Não é só sobre os rumos dessa relação política-esportiva que se criam expectativas sobre o desempenho do senador Romário. Ele também atuará na Medida Provisória sobre a dívida fiscal dos clubes, atualmente em discussão por especialistas do governo e da sociedade.
Boa briga
Antes, a primeira “boa briga” de Romário – e do PSB – é tentar a presidência de uma das prestigiadas Comissões temáticas do Senado Federal.
As comissões mais importantes, como a de Educação, Cultura e Desporto, são destinadas aos partidos com maior bancada. O PSB tem sete senadores, estará na quinta ou sexta ordem de preferência. Além disso, o governo atua para que essa Comissão não seja entregue a parlamentares críticos, como Romário se mostrou, na Câmara dos Deputados. Principalmente agora, quando a educação está na prioridade da presidente Dilma Rousseff.
Mas, toda essa disputa dependerá, também, do prestígio e do jogo de cintura do “Baixinho”, principalmente junto ao amigo Renan, para tentar um lugar na privilegiada “janela”, mesmo tendo chegado agora ao Senado.