Blog do José Cruz

Judô teve orçamento de R$ 47 milhões, em 2013

José Cruz

Um total de R$ 47 milhões turbinou a preparação da equipe brasileira de judô, que disputa o Campeonato Mundial, na Rússia. O orçamento da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) recebeu investimentos públicos e privados.  erikaO evento está no terceiro dia, e o Brasil já conquistou bronze, com a meio-leve Erika Miranda (foto), judoca do Minas Tênis Clube.

O principal aporte financeiro no judô em 2013 foi de “patrocinadores”, com R$ 28 milhões, conforme o balanço financeiro da CBJ. Esses valores também financiam as seleções das categorias de base.

FONTE 2013

R$ Milhões

Patrocinadores

28,3

Lei Incentivo ao Esporte

10,9

Lei Piva

4,3

Min Esporte – Convênios

3,7

TOTAL        47,2

 

Considerada “modelo” de gestão – com reservas, depois do escândalo na Confederação de Vôlei – a CBJ tem na Sadia o seu principal patrocinador, categoria “master”. O valor oficial do patrocínio não consta no balanço. Bradesco, através da Lei de Incentivo, é outro patrocinador, mas na categoria “oficial”. Scania e Cielo constam como “parceiros oficiais”.

 Enquanto isso…

Como nas demais modalidades esportivas, as confederações estão bem supridas de verbas para a preparação das seleções.

Porém, as federações estaduais, que dão sustentação institucional às confederações, estão na miséria e, muitas, abandonadas, literalmente. Mas é no trabalho das federações junto aos clubes e associações que se identificam talentos e se forma a base de qualquer modalidade. Sem exageros, assim como a poderosa CBF as confederações estão muito bem, mas suas filiadas muito mal.

 Realidade

O presidente da Federação Metropolitana de Judô (DF), Luiz Gonzaga Filho, revelou que há uma perda anual muito grande de talentos, por falta de dinheiro.

Competidores das categorias menores que se classificam para eventos nacionais ficam sem viajar porque não podem comprar passagem nem pagar hospedagem. Frustrados, acabam se afastando do esporte.

“Teremos um Campeonato Brasileiro sub-23, em Natal, mas recebo ligações dos judocas classificados dizendo para colocar outro no seu lugar, pois não conseguiram dinheiro para as despesas”, contou Gonzaga Filho.

A CBJ, segundo Gonzaga, ajuda com “bons tatames, com computadores”. Mas o problema maior são as despesas com as seleções para os campeonatos brasileiros.

Este problema é grave e antigo, porém sem uma só reação do Ministério do Esporte.

A realidade demonstra que o modelo está falido e, mesmo assim, o governo continua suprindo, com fartura de dinheiro, a elite de todas as modalidades, em detrimento de quem trabalha na iniciação. O desperdício de talentos é real.