Blog do José Cruz

Vôlei: expectativa para a atuação da CGU

José Cruz

Fortemente amparada por verbas públicas de várias fontes, desde quando Carlos Arthur Nuzman iniciou o reinado na CBV, em 1974, a Confederação de Vôlei passará por auditoria da CGU, Controladoria Geral da União. Aos ilustres auditores apresento minha humilde contribuição.

Reservem um espaço para investigar sobre a receita de bilheterias dos jogos da Liga Mundial. Foram devidamente contabilizadas?  Os estádios estavam sempre lotados,  mas nunca se soube sobre a renda desses eventos e o destino do dinheiro. Essas rendas apareceram nos balanços da CBV, publicados anualmente? Afinal, quem se beneficiava da venda de ingressos dos jogos, que tinham, também, patrocínios de órgãos públicos?

Boa fonte para este assunto é Marcos Pina. Ex-produtor de eventos da CBV, foi demitido na semana passada ao ser denunciado por recebimento de comissão para intermediar contratos com o Banco do Brasil. Fábio Azevedo, hoje assessor de Ary Graça na Federação Internacional de Vôlei, também conhece sobre a ''renda de bilheterias dos jogos da Liga Mundial no Brasil''.

Silêncio

Na semana passada, solicitei entrevista com o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser Gonçalves para conversar sobre as denúncias na CBV. A assessoria de imprensa, exercida pela empresa FSB, não respondeu. Como de resto não me atende desde novembro do ano passado, apesar de ser uma instituição privada que ganha muito dinheiro para fazer a intermediação entre as autoridades do esporte e jornalistas. Estou levantando quanto o Ministério paga à FSB. Adianto que é muita grana!

Finalmente

Lembro às autoridades do esporte e dos órgãos de fiscalização que o escândalo no vôlei não é exclusivo. Outros estão escondidos em várias confederações, como a de Basquete, Tênis e Taekwondo, todas elas envolvendo verbas públicas.

Além de uma auditoria especifica, o esporte olímpico precisa de uma varredura rigorosa, que inicie nos repasses de verbas ainda no tempo do governo FHC. Mas uma varredura pra valer, com a participação da Polícia Federal, inclusive. Sem exageros o esporte de alto rendimento esconde negócios altamente suspeitos e milionário, e isso é em todo o mundo.

Porém, no Brasil, o governo federal não está nem aí para esta realidade. O próprio Leyser Gonçalves, sabedor de falcatruas no basquete e no tênis, manteve repassas de verbas para essas confederações. Por que? Por isso, as investigações precisam avançar sobre as ações do Ministério do Esporte.