Blog do José Cruz

O olimpismo no limite: chamem a Polícia!

José Cruz

Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB ficou “surpreso” com as denúncias de corrupção na Confederação de Vôlei e disse que “os atletas merecem explicações”. Mas a Confederação foi reduto de Nuzman por 40 anos! Ali dominou com apenas um sucessor, Ary Graça, de quem é amigo.

Portanto, são esses, Ary e Nuzman, que devem explicações aos atletas do vôlei, à comunidade esportiva e aos órgãos públicos, pois foi daí que saiu a verba que sustentou a entidade da qual se apropriaram por quatro décadas, numa flagrante consolidação ditatorial e agressão à democracia.

A expectativa é para que se tenham investigações sérias para responsabilizar, também, os presidentes das federações estaduais. Eles aplaudiram e homologaram por décadas os balanços e planejamentos da CBV. São cúmplices da ilegalidade e precisam responder pela omissão, no mínimo de não questionarem os abusos poderosos.

Ora, se o vôlei, de resultados espetaculares mundo afora, vive essa situação, o que dizer de confederações menores?

Por isso, a CGU não pode centralizar suas investigações na Confederação de Vôlei. As Confederações de Tênis e a de Basquete, no mínimo, precisam entrar no rol das investigações. Nelas, há evidências, muitas comprovadas, de fraudes e má-fé na gestão do bem público. No entanto, seus presidentes, Carlos Nunes, do Basquete, e Jorge Rosa, do Tênis, continuam assinando contratos com os patrocinadores públicos.

Finalmente, o Ministério do Esporte é outro órgão que precisa urgentemente de uma auditoria. O secretário de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves, sabe, há muito, dessas denúncias de falcatruas. No entanto, continua liberando verbas e mais verbas para os mesmos gestores flagrados em corrupção. Com que interesse Leyser age dessa forma? Que destino tem o dinheiro que ele libera e não fiscaliza?

Para que não se “surpreendam”, como Nuzman, é necessário que TCU e CGU atuem logo. Sem esquecer de chamar a Polícia Federal, pois há casos de “desaparecimento” de verbas, como os R$ 1,4 milhão de etapas de vôlei de praia não realizadas e outros R$ 440 mil que Jorge Rosa justificou os gastos com notas fiscais frias, falsas.