Blog do José Cruz

Duda faz história, mas ainda desperdiçam dinheiro e talentos

José Cruz

Mauro Vinícius ''Duda'' da Silva é bicampeão do salto em distância. Ele entrou na prova decisiva do Mundial de Atletismo, na Polônia, em sétimo lugar, conquistado na fase classificatória, e saiu consagrado da pista. Na sexta tentativa, Duda cravou 8,28 e superou o chinês Jinzhe Li, que havia registrado 8,23 m no quinto e penúltimo salto. 

História

Com este resultado, Duda mantém o atletismo brasileiro na história mundial das provas de salto, que começou a ser escrita pelo triplista Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico (1952/1956), e tem em Maurren Maggi o destaque feminino, com a medalha de ouro conquistada nos Jogos de Pequim.

Modalidade que serve de base para as demais, o atletismo ainda é o primo pobre do esporte nacional. Não por falta de recursos. Ao contrário, há 10 anos a Confederação Brasileira de Atletismo tem patrocínio da Caixa e é uma das que mais recebe verbas da Lei Piva, em torno de R$ 3,5 milhões anuais.

Desperdícios

Porém, a falta de política para a massificação do esporte e outro tanto de gestores irresponsáveis provoca um grande desperdício de talentos. Só nas escolas são 30 milhões de estudantes, potencial que, com um programa abrangente como já tivemos há 50 anos… poderia oferecer uma ótima seleção para as várias provas do atletismo. Além disso, faltam técnicos, equipamentos e instalações esportivas, principalmente.

Investimentos

Há dois anos, de olho nos Jogos Rio 2016, o Ministério do Esporte começou a investir na construção e/ou recuperação de 18 pistas, Brasil afora. A faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília foi contemplada com R$ 16 milhões para recapear duas pistas de atletismo e o seu Centro Olímpico. Porém ao final de 2013 teve que devolver o dinheiro ao Ministério, pois não apresentou o projeto detalhado para usar o recurso.

Mesmo assim, somos um país olímpico. Nada demais. Afinal, já construimos um velódromo de R$ 15 milhões, com piso de madeira importada da Sibéria e, ao final dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, o prédio foi demolido.

Até agora ninguém foi preso pela prática desse crime contra o patrimônio público.