Blog do José Cruz

Dinheiro público financia ditadura do cartola

José Cruz

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) realiza neste sábado sua primeira assembleia do ano, presidida por Jorge Rosa que, por sinal, está sendo investigado pela Polícia Federal.

O processo é demorado. Foi desmembrado para consultas em outros três estados mais o Distrito Federal, e corre em segredo de Justiça na capital paulista.

Por extensão, os membros da assembleia  de hoje  – presidentes de federações –,  que validam os atos do presidente, estão na mesma rota de suspeição. Jorge é o cartola que mudou o estatuto da CBT para se manter no poder por tempo indeterminado. Agora, quer acabar com eleição para os cargos de diretoria. Ele escolhe os nomes e pronto.

É a ditadura da confederação privada que se sustenta com dinheiro público. Baita negócio!

Rompimento

Parceiro por mais de duas décadas de Jorge Rosa, o empresário Ricardo Marzola rompeu com o amigo. Na última conversa que tiveram, Rosa confidenciou que estava sendo “roubado”.  Pior: que até extratos bancários foram adulterados para acompanhar a prestação de contas da verba aos Correios, patrocinador do tênis.

Jorge desmente esse diálogo. Assim, para que não fiquem dúvidas, o setor de prestação de contas dos Correios pode pedir os extratos bancários originais da CBT e confrontá-los com as cópias apresentadas nas prestações de contas. Não precisa nem de polícia para fazer isso.

A reportagem sobre esse novo escândalo, que fiz com o companheiro Rafael Sampaio, do UOL Esporte, em São Paulo, está aqui.

Desmandos

É um novo capítulo da corrupção no esporte, onde as estatais, patrocinadoras, têm suas marcas envolvidas num lamaçal de denúncias de corrupção, quando o objetivo seria o de se vincular aos atletas, resultados e pódios.

Vôlei, handebol, ciclismo, futsal, basquete, tênis, taekwondo, futebol … a festa é grande, e daí?  Quem tem poder e autoridade para conter essa avalanche de desmandos da cartolagem?

Não, não contem com o Ministério do Esporte, pois ali a preocupação é controlar a torneira de onde sai parte da grana que alimenta um dos braços da corrupção esportiva.