O vexame do basquete: novo calote?
José Cruz
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) presidida por Carlos Nunes, ainda não pagou o “convite” para jogar a Copa do Mundo de Seleções, na Espanha, em agosto. Se não honrar o compromisso ficará fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
O vergonhoso alerta, em tom indignado, é do secretário-geral da Federação Internacional de Basquete para as Américas, o argentino Alberto Garcia.
Na reportagem de Daniel Neves, do UOL Esporte,Garcia afirma que a CBB “está quebrada e não tem condições de cumprir uma série de compromissos assumidos com a Federação Internacional na conquista de um convite para a Copa do Mundo da modalidade.”
Não será o primeiro calote da confederação patrocinada pela Eletrobrás passa por situação dessas. No ano passado, o Banco Itaú processou Carlos Nunes para receber um empréstimo feito à Confederação que ele preside.
Situação ruim
Em outra entrevista, o secretário Garcia disse mais?
''Estamos muito preocupados com a administração da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). A situação financeira da entidade está muito ruim'', afirmou.
Garcia irritou-se com a recusa de um convite ao Brasil para um torneio sub-18 feito pela Euroliga, em Milão.
“Alegaram que não havia dinheiro'', disse o dirigente, que alertou para o fracasso no trabalho de base: ''A Liga feminina tem oito equipes, e todos os times do NBB precisam de estrangeiros para completar seus elencos. Não há formação de jogadores. A base não existe''.
Desde 2011 eu e o companheiro Fábio Balassiano, que assina o blog Bala na Cesta, denunciamos a precária gestão da CBB, com base em seu balanço financeiro anual.
Irresponsabilidade
Mesmo diante desse quadro caótico de uma instituição filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro, o Ministério do Esporte liberou R$ 14,6 milhões para a CBB, no ano passado, em várias parcelas. Entre os projetos contemplados estavam dois para a preparação das equipes masculina e feminina “sub-18”, totalizando R$ 3,6 milhões.
Quem liberou a grana foi o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, que já sabia que a gestão financeira da CBB era temerária e com fama de má pagadora.
Mas a gestão temerária é, também, de Ricardo Leyser Gonçalves, que demonstra não ter responsabilidade na destinação do bem público que administra, entregando quantia volumosa, no caso os R$ 14 milhões, a um dirigente que foi processado para pagar uma conta.
Sem esquecer que a Confederação de Tênis também já esteve na lista dos escândalos, quando seu presidente, Jorge Rosa, desviou R$ 440 mil de verba pública. Devolveu a grama, disseram lá do Ministério. Não sei, nunca vi o recibo do depósito. Mas é mais um caso olimpicamente vergonhoso!
Que tal? Imagina nos Jogos!
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