Calote do futebol ao fisco avança com apoio oficial
José Cruz
O PT quer sancionar até maio o projeto de lei do Proforte, que anistia, entre outras medidas, a dívida fiscal de R$ 2,8 bilhões de 100 clubes de futebol. A sanção está sendo articulada para o momento em que a população em geral estiver envolvida com as emoções da fase preparatória da Copa do Mundo, a partir de 14 de junho.
Há poucos dias escrevi que o projeto de Lei do Profote havia fracassado e novo texto deveria ser apresentado.
Deveria! Porque, acredite, leitor e contribuinte, não vai mudar nada.
Esta semana, o deputado inspirador do projeto, Vicente Cândido, do PT/SP, também vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, anunciou que em dois ou três meses a presidente Dilma deverá sancionar “esta importante lei para o esporte brasileiro”!
Cândido usa o cargo de parlamentar para defender interesses de instituição na qual ele tem interesse direto, o futebol, modalidade onde é farta a corrupção.
Esquema
Para aprovar o projeto em dois meses é sinal que o esquema já está armado também no Senado, onde o governo tem maioria e atropela o que bem entende.
E apoiando esse trambique fiscal está o Ministério do Esporte, cujo ministro, Aldo Rebelo, já se manifestou favorável ao projeto e liberou seu secretário de Futebol, Toninho Nascimento, para também agir no Congresso Nacional. Porém, entre os membros da Comissão há descontentamentos com essas manobras, assunto para um outro artigo que preparo.
Perda de tempo
Não valeu para nada os alertas feitos por especialistas que estiveram na Comissão Especial do Proforte. O “diálogo” foi perda de tempo. Ainda bem que nem apareci lá quando me convidaram para debater o projeto, porque conheço bem as intenções dessa gente.
A expectativa, agora, é para o relatório final do deputado Otávio Leite, do PSDB/RJ. Ele poderá mudar a redação do projeto e determinar que os devedores paguem seus débitos, como ocorre com todos os demais contribuintes brasileiros.
Repare, eu disse que o deputado “poderá”! … Alguém acredita?