Quem será o “Arruda” da Portuguesa?
José Cruz
A decisão do conselho deliberativo da Portuguesa de ir à Justiça comum, devido ao seu rebaixamento no Brasileirão 2013, beneficiando o Fluminense, tem dois diferenciais importantes do “caso Gama”, em 1999.
A decisão dos dirigentes do clube paulista foi depois que Flávio Raupp, o ex-dirigente que levou o Gama também à Justiça Comum, mostrou o “caminho das pedras” para que a Portuguesa tenha sucesso na difícil empreitada.
Diferenças
1. O Gama tinha um “porta voz”, o então senador pelo PFL, José Roberto Arruda – que, depois, se envolveu em corrupção e perdeu o cargo de governador do DF. Mas quando era influente no Senado, Arruda mobilizou políticos e fez barulho que repercutiu mundo afora, numa derrota que humilhou a CBF.
2. Quem foi à Justiça foi o PFL e o Sindicato dos Técnicos do DF, e não o Gama. Isso preservou o clube de possíveis punições por extrapolar a Justiça desportiva.
E agora?
Quem faria o papel de Arruda e do PFL?
O único político de expressão capaz de fazer barulho e enfrentar a CBF seria o deputado Romário.
Ocorre, que o “Baixinho” é deputado pelo Rio de Janeiro, e se viesse a defender a Portuguesa se voltaria contra seu ex-clube, o Tricolor carioca (jogou também pelo Flamengo, Vasco e América), em favor de um paulista. Com certeza, colocaria em risco bom número de votos na próxima eleição.
Essa falta de parceiro político, influenciará a ponto de prejudicar a Portuguesa, numa briga em que o direito do torcedor – previstos na Lei Pelé, Estatuto do Torcedor e na Lei de Defesa do Consumidor – será argumento fundamental?