Democracia e ditadura olímpicas
José Cruz
Em 19 anos, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos teve seis presidentes, média de um a cada três anos e meio. Democracia. No mesmo período, Carlos Nuzman ocupa o cargo no Comitê Olímpico Brasileiro. Ditadura esportiva.
Em artigo, o advogado paulista Alberto Murray Neto, intimamente vinculado ao movimento esportivo, volta a criticar essa perpetuação. O texto está aqui, e aproveito a “carona” para republicar a manifestação do senador Cristovan Buarque sobre o tema, em reunião da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, que ele presidiu, no Senado Federal:
“O longo prazo dos dirigentes no mesmo cargo provoca o desprezo às bases. Cria o sentimento de que o dirigente é o dono, o proprietário do que dirige, acostuma-se aos erros e isso dificulta a luta contra a corrupção. Dirigente é uma função e não uma propriedade”.
Lembrando que, num ato de egoísmo que agride o gestor esportivo, Nuzman acumula a presidência do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, num caso inédito na história do esporte. Completará 21 anos de autoritarismo em 2016.