Blog do José Cruz

Arquivo : janeiro 2014

A ousadia de Adriana no país olímpico
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José Cruz

As autoridades do Ministério do Esporte continuam com atrasos e desculpas sobre a Bolsa Atleta. A burocracia, a frágil estrutura do setor e a política econômica do governo, que segura o orçamento para aumentar o superávit primário, são os responsáveis por atrasos que prejudicam 5.500 atletas.

No final ano passado, Adriana Sereia Azevedo, escreveu ao ministro Aldo Rebelo. A carta foi publicada neste espaço. Houve promessas, não cumpridas. Atleta paraolímpica dos 100m livre, 100m costas, 100mpeito, 50 livre e 50 borboleta, Adriana não silenciou diante da omissão oficial e começou 2014 com o mesmo fôlego e determinação.

Esta semana, ela publicou em seu blog  uma foto amordaçada, segurando um cartaz de protesto, o que provocou nova reação do Ministério do Esporte e, pasmem, do Tesouro Nacional, com novas promessas, claro. Então está muito claro que o problema do atraso não era o tal “contrato com a Caixa Econômica”, mas o cofre fechado do Tesouro da União.

Assim como os olímpicos, omissos, também os paraolímpicos silenciaram diante de seus direitos não atendidos. Temem que suas manifestações provoquem represálias. Esquecem que estão amparados por lei federal, e que a bolsa que recebem é conquista merecida, sem favor algum do governo. Ignoram o principal: sem atleta não há esporte, competição, Ministério, nada!

O mais importante nesse episódio que se estende por meses é que a manifestação de Adriana não foi um ato em causa própria, mas pelo coletivo. Vejam o que ela escreveu em seu blog:

“Quando fiz a foto amordaçada e lancei um protesto em rede social e em meu blog pensei em cada um de meus amigos atletas e principalmente nos paratletas nordestinos que dependem exclusivamente da Bolsa Atleta para custear seus treinamentos e ter uma vida mais digna. Em menos de 24 horas, esse protesto foi divulgado pela mídia e alcançou milhares de pessoas. Finalmente, O Tesouro Nacional liberou a verba e nos próximos dias teremos a Bolsa quitada!”

E agora, vai?

Vamos ver. A resposta do Ministério está aqui


Vitorioso vôlei enfrenta crise institucional
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José Cruz

O vôlei de quadra e o de praia, as duas mais vitoriosas modalidades coletivas brasileiras em competições internacionais, enfrentam uma crise institucional que aos poucos vai se tornando pública. Apesar de o conflito já ser de domínio de técnicos e atletas, na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei)  o assunto é tratado em silêncio, reservadamente, como convêm a um esporte com enorme visibilidade e poderoso e histórico parceiro, o Banco do Brasil.

“A bomba vai estourar a qualquer momento”, disse um destacado jogador que conhece o assunto em detalhes, mas não quis se identificar. Uma ex-atleta, mas ainda integrada ao movimento esportivo, também confirmou os comentários sobre “crise” e que batem, segundo as fontes ouvidas, no ex-presidente Ary Graça.

Um dirigente contou que o estopim surgiu com a saída de Ary Graça da presidência da CBV, em setembro de 2012, para assumir a FIVB (Federação Internacional de Voleibol).  Walter Pitombo, o Toroca, assumiu a CBV. Porém, Ary não quis abrir mão do comando e se manteve no poder, acumulando o cargo com a FIVB. A duplicidade de funções entre cartolas não é novidade. Carlos Nuzman, por exemplo, presidente o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. Gesta de Melo também presidiu a Confederação de Atletismo e a Confederação Sul-Americana da modalidade.

Homem de poucas palavras e avesso a entrevistas, Toroca tomou conhecimento de fatos que comprometeriam a gestão de Ary Graça. Divulgar ou silenciar?

Diante do dilema, Toroca fortaleceu a sua equipe com a contratação de dois experientes gestores, Radamés Latari e o ex-jogador Renan dal Zotto, ambos prestigiados na comunidade do vôlei. E entregou os tais “documentos suspeitos“ a um amigo para analisar e dar o encaminhamento devido, Ministério Público, se preciso. Com isso, Ary Graça sentiu-se fragilizado e, aí sim, pediu demissão da CBV, encerrando uma dinastia que começou em 1975, com Carlos Arthur Nuzman. No bom português, o vôlei brasileiro está em novas mãos.

Segredo

Ninguém fala sobre o conteúdo dos documentos, mas os que conhecem o assunto garantem que se trata de “caso muito grave”. E arriscam apostar que se tornarão públicos.

Muito apoio

Para chegar ao perfil vitorioso, o vôlei brasileiro conta com elevados subsídios federais. Só de patrocínios, a CBV recebeu R$ 50 milhões em 2011 e R$ 77 milhões em 2012, sendo o Branco do Brasil o principal e histórico parceiro.

Segundo o balanço da CBV do ano passado, R$ 16 milhões foram conquistados através da Lei de Incentivo. Outros R$ 3,8 entraram na confederação pela Lei Piva, via Comitê Olímpico.

O Centro de Treinamento de Saquarema, adquirido no início da década passada, também foi comprado com recursos federais. Cerca de R$ 3,5 milhões repassados pelo então ministro do Esporte, Carlos Melles, no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Vitorioso e prestigiado por resultados importantes em eventos mundiais e com o caixa reforçado por verbas públicas, Ary Graça sempre teve poder para negociar a venda de imagens para a televisão e esse é um dos temas que também pode estar em investigação. É nesse filão que a TV busca também dominar as imagens do basquete, garantindo, aos poucos, monopólio do esporte de alto rendimento

Memória

Há alguns anos, o Bradesco tentou negociar com a CBV para assumir o valioso patrocínio. Os cartolas em geral apoiaram a ideia, pois é preferível parceiros privados aos públicos, já que esses estão sujeitos a controles rigorosos, auditorias do TCU, CGU etc. Mas o negócio não evoluiu e o Banco do Brasil se impôs.

Toda essa situação confirma a tese de que o esporte de alto rendimento tornou-se negócio rentável. Não apenas o futebol, mas o vôlei, o basquete, o tênis etc. E é nesse negócio que o governo investe muito dinheiro, desde 2003, mas sem um mínimo de participação ou controle sobre as ações daí decorrentes.

O episódio “vôlei” sugere, mais uma vez, a inadiável necessidade de se rever a legislação e a participação do Estado no “negócio” esporte.


Afinal, quem fatura com o Mané Garrincha?
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José Cruz

Por que será que o governo do Distrito Federal não fala mais em “privatização do estádio Mané Garrincha”?

Durante a construção, o governador Agnelo Queiroz disse várias vezes que propostas de empresas se acumulavam sobre a sua mesa. Disse, também, que especialistas elaboravam o edital para regular a privatização,  e que esse negócio tiraria do governo o ônus de manutenção do estádio.

Passou o tempo e nada aconteceu. Ninguém mais fala em edital para privatização. Também não se conhece quem é o grande gestor dos eventos que ali se realizam. Oficialmente é o governo do Distrito Federal. Mas quem é o homem da mala? – ou melhor, o cara do caixa?

Quem negocia com clubes ou empresas de espetáculos os preços de aluguel do Mané Garrincha? Quem ganha comissão nessas parcerias? Quanto o GDF já faturou nos eventos ali realizados?  Para onde foi o dinheiro de um espaço que é “público”? Não esquecendo que só a renda de Santos x Flamengo, no ano passado, foi de R$ 6,9 milhões, recorde nacional!

Há algum contrato do GDF com a empresa Golden Goal para que seja ela a gestora do estádio? Em caso positivo, como essa empresa foi escolhida e que critério usaram fora da licitação? Em caso negativo, porque a Golden Goal foi citada em propaganda num dos jogos do Mané Garrincha?

Enfim, o silêncio do governo sobre a privatização, a falta de um edital abrindo prazo para o recebimento de propostas e a obscuridade nas parcerias até aqui realizadas provocam suspeitas de que o estádio esteja a serviço de um grupo de pessoas em detrimento dos interesses públicos.

Afinal, o Mané Garrincha foi construído com verba oficial! Foram R$ 1,4 bilhão que Agnelo deixou de aplicar em áreas prioritárias. E agora, quem é o dono da renda daquele privilegiado espaço?

Somos tão ricos em corrupção, com fatos diários superando os de ontem, que até esquecemos de questionar sobre suspeitas como essa da gestão do Mané Garrincha. Mas está aí um assunto que não pode ficar no passado.


Fifa admite fraudes no mercado da bola
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José Cruz

A partir da obscura venda de Neymar para o Barcelona, comentei na semana passada sobre a lavagem de dinheiro no futebol.

Polícia Federal, Interpol, Banco Central, Ministério da Justiça, o governo brasileiro, enfim, sabem sobre isso. Todos têm acesso a relatórios atualizados revelando que boa parte desses negócios suspeitos passa ao largo do fisco, sem reação oficial para conter o jogo dos espertos.

Oficial

Agora, é a Fifa que admite o drible suspeito nas transações, a voltinha no fisco:

“Cerca de R$ 4,8 bilhões por ano jamais aparece nas contas oficiais dos clubes, nos contratos dos jogadores nem nos revelados ao s fiscos dos países.” Quem conta essa história é o repórter Jamil Chade, no jornal O Estado de S.Paulo. Essa informação confirma o relatório do Banco Central sobre o assunto, aqui comentado há uma semana.

Mais

“… 40% de todo  movimento de dinheiro nas transferências de jogadores de futebol jamais são declarados, transformando o mercado mundial de craques num dos maiores canais de fluxo ilegal de dinheiro do mundo” … “Apenas em 2011, a Fifa registrou mais de 5 mil vendas e compras de jogadores, com uma movimentação de US$ 2,3 bilhões. Mas isso, segundo a Fifa, seria apenas parte da história e quatro de cada dez dólares negociados nunca aparecem nas contas oficiais”, escreveu Jamil Chade.

Contexto global

É nesse contexto que o futebol profissional e a Copa do Mundo, por extensão, precisam ser entendidos.  Torcedores vibram com as jogadas dos craques, com os gols espetaculares, envolve-se com a discussão sobre a arbitragem, o gol anulado, o impedimento que não existiu etc. Enquanto isso, os negócios milionários e suspeitos correm soltos. As vendas de Neymar e outros craques e a confusão sobre a queda da Portuguesa etc confirmam a tese.

O relatório do doutor em economia, Mauro Salvo, do Banco Central, mostra que esse mercado da bola se desenvolve no submundo da economia dos países com clubes famosos ou não.

Diz Mauro Salvo:

“As técnicas utilizadas para lavagem de dinheiro variam desde o básico até técnicas complexas, incluindo a utilização de dinheiro em espécie, transferências transfronteiriças, paraísos fiscais, empresas de fachada, profissionais não-financeiros e PEP´s, que são pessoas expostas politicamente.”

No Brasil

Esse último elemento é facilmente identificado no Brasil.  Por exemplo, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados, que analisa o projeto de lei para anistiar R$ 4 bilhões de dívida fiscal dos clubes, o “Proforte”, é formada por bom número de deputados-cartolas. São as tais “pessoas expostas politicamente”, que utilizam a influência e imunidade de parlamentares em benefício de seus clubes sonegadores de impostos.

O deputado Jovair Arantes, que é o vice-presidente do Atlético Clube Goianense, preside a Comissão Especial.  Já o presidente desse clube, deputado Valdivino de Oliveira, também integra a Comissão Especial do Proforte, com voz influente. O autor de fato do projeto de lei do Proforte é o deputado Vicente Cândido, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol. E por aí vai. Tudo com o apoio e consultoria escancaradas de assessores da CBF.

Enfim, é apenas mais um capítulo para entender a força e o apelo do futebol e os trambiques daí decorrentes. Este assunto continuará na pauta do blog, pois a Comissão Especial do Proforte voltará a se reunir já em fevereiro.


A Fifa nunca mais será a mesma depois da Copa no Brasil
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José Cruz

Na sede da Fifa, semana passada, a presidente Dilma Rousseff afirmou que “estádios são obras relativamente simples”. Disse, também, que “haverá todo o empenho para ser a Copa das copas. Isso inclui estádios, aeroportos, portos”.

Essas duas curtas manifestações exibem o tom da ilusão e de como nossa presidente está distante da realidade de eventos esportivos  gigantescos e bilionários. Impressiona, também, como seus assessores não a atualizaram sobre o que de fato ocorre nessa trágica preparação brasileira.

Para um país que têm empreiteiras construindo até hidrelétricas, mundo afora, de fato construir estádios é uma barbada. Difícil é fazer isso aqui, principalmente devido à corrupção endêmica e à falta de um órgão gestor central para a Copa do Mundo, eficiente e confiável. Não temos isso. 

Ao afirmar que “haverá todo empenho” para realizar a Copa, Dilma Rousseff revela como o governo tratou com desleixo essa questão. Empenho, agora? Conquistamos a sede dos dois maiores eventos mundiais sem elaborar um único plano de formação de atletas, sem que se tenha o esporte como parceiro da atividade escolar, sem vincular o esporte a projetos sociais efetivos e não de caráter emergencial e apelo político. Nada! O material se sobrepôs ao humano, porque daí que sai o lucro superfaturado de muitos.

Aqui, é tão fácil construir estádios quanto destruí-los. Foi o que o próprio governo de Dilma Rousseff permitiu com o velódromo do Rio de Janeiro.  E o que dizer do Engenhão, inaugurado há sete anos, mas já inativo, às vésperas da Copa do Mundo?  E o estádio de atletismo Célio de Barros, abandonado?

Impressiona que todos os envolvidos nessas barbaridades destrutivas, recheadas de superfaturamentos e corrupção, continuem em seus cargos, tomando decisões e intimamente vinculados à preparação da Copa e Jogos Olímpicos.

Assim como Câmara e Senado,  omissos diante dos confrontos sociais. O Legislativo é cúmplice, sim, dos saques oficiais, como as isenções fiscais concedidas à poderosa Fifa. As excelências agiram assim na esperança de receberem convites para os badalados  camarotes VIPs da Copa. O órgão fiscalizador transformou-se em cúmplice da bandalheira.

Movimento de rua

Cresce na rede social o movimento “não vai ter Copa”. E não faltam motivos para essa ameaça indignada da população.

O então presidente Lula usou a Copa como apelo para fazer crescer a popularidade de seu partido. Afinal, futebol é a paixão brasileira. Mas o desleixo como o assunto foi tratado inverteu o interesse dos torcedores. Até porque, ir a um jogo do Mundial é exclusivo para quem pode pagar muito por um ingresso de luxo.

O próprio ministro Aldo Rebelo antecipou isso numa entrevista à revista Veja, no ano passado:

“Os novos estádios não foram feitos para o torcedor comum. Em dias de jogos da Copa esses torcedores não vão passar nem na frente deles”.

A irresponsabilidade de nossos dirigentes chegou a esse ponto. Portanto, aguentem as manifestações. Elas chegaram e vão crescer, enquanto a polícia já realiza operação tartaruga anunciando que está disposta a parar. E o futebol, quem diria, está apressando o caos em tempo que seria de muita festa.

A Fifa nunca mais será a mesma depois da Copa no Brasil.


O crescente trambique fiscal do futebol
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José Cruz

O rombo na conta da Previdência Social não para de crescer: saltou de R$ 42 bilhões, em 2012, para R$ 49,9 bilhões, no ano passado.

Desse calote, os clubes de futebol participam com R$ 4 bilhões, aí incluído o débito para com a Receita Federal. Ou seja, só o futebol corresponde a cerca de 10% da dívida total. Na medida em que os devedores não pagam, os valores crescem com os juros e correções. Assim, quanto maior a dívida melhor para justificar que “a conta é impagável…” E fica mais fácil para dar a tal “voltinha” no governo. Afinal, futebol tem apelo, né?

É com este balanço de valores crescentes que uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados discute, desde o ano passado, um projeto de lei para perdoar a dívida dos clubes, os tais R$ 4 bilhões.

Se o projeto evoluir e for aprovado, como o governo explicará aos demais devedores esse benefício suspeito? Por que o privilégio para uns, contrariando a lei que manda cobrar de todos? Não é estranho?

Memória

A Comissão Especial que discute o projeto de lei é dominada por deputados-cartolas. Com apoio de assessores da CBF, eles atuam sem escrúpulos em causa própria e em favor de uma modalidade, o futebol, que tem gestão altamente suspeita de corrupção sistemática.

E toda essa armação ocorre na “casa da democracia”, pois é assim, com leis, que trabalham com agilidade para legalizar o trambique. A partir de fevereiro, quando o Congresso reiniciar os trabalhos, vamos ver o que as excelências aprontaram para a temporada.


O caso Neymar e a lavagem de dinheiro no futebol
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José Cruz

Foi preciso um jogador famoso, Neymar, para que a corrupção no futebol ganhasse destaque internacional e atenção das autoridades tributárias no Brasil.

A denúncia de irregularidades na venda de jogadores é pública no Brasil desde 2012, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório afirmando que o futebol é a maior lavanderia a céu aberto do mundo.

O documento foi elaborado pelo GAFI (Grupo de Ação Financeira), organização intergovernamental, com sede em Paris, criada pelo G-7. É o principal órgão no sistema internacional antilavagem de dinheiro.

Agora, as imundices ocultas do futebol voltam ao Brasil, e o negócio torna-se mais suspeito e real com o pedido de demissão do presidente do poderoso Barcelona, Sandro Rosell.

Como lembra Juca Kfouri em seu blog, esse senhor já presidiu a Nike Brasil e foi amigo de Ricardo Teixeira. Ambos, Sandro e RT motivaram a criação da CPI da CBF Nike, em 2001, quando os deputados, com dados de quebras de sigilos bancários e fiscal, escancaram a corrupção nos clubes, federações e CBF, claro. Há 13 anos conhecemos essa história…

João Havelange renunciou ao cargo de presidente de honra da Fifa, depois de denuncia de corrupção no caso ISL. Em 2011, ele já havia deixado seu cargo na assembleia do Comitê Olímpico Brasileiro.

Havelange se demitiria se fosse apenas uma “denúncia”, feita inicialmente pelo jornalista Andrew Jennings? O ato extremo denuncia a realidade.  Quando esses poderosos senhores se afastam de cargos tão valorizado$ é porque a lama está perto de seus gabinetes.

Agora, as autoridades brasileiras correm para saber se toda a grana envolvida na transação do Neymar passou pelo Banco Central, para a correta operação de câmbio e, claro, recolhimento dos impostos, de renda, inclusive.

E os negócios com centenas de jogadores que entram e saem do Brasil, têm suas fichas financeiras limpas? Esse comércio passa, de fato, pelos guichês do fisco nacional?

Enfim, o mais emocionante esporte mundial, o mais prestigiado e de valorizadas imagens na TV mostra seu bastidor: corrupção, sonegação fiscal, negócios em paraísos fiscais, enriquecimento ilícito, traições e por aí vai.

Um importante e atualizado artigo foi publicado pelo doutor em economia, Mauro Salvo,funcionário do Banco Central,  analisando o mercado brasileiro com enfoque na transferência de jogadores de futebol, detalha que o fluxo do dinheiro envolve “vários e importantes agentes financeiros na indústria do futebol: os clubes, os jogadores, patrocinadores, meios de comunicação, investidores individuais, os clubes de empresas, agentes de futebol”  e até governos entram nesse negócio suspeito.

Não é isso que estamos vendo no caso Neymar? E os outros…?

Finalmente

Com a saída do presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu assumirá o cargo. Aqui, na CBF, o presidente é José Maria Marim. No futebol, cada país tem o Zé Maria que merece…


O lucro saiu pela culatra
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José Cruz

Enquanto uma equipe do Comitê Olímpico Internacional fiscaliza as obras para os Jogos Rio 2016, a presidente Dilma Rousseff encontra-se hoje com o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Nas duas reuniões há uma preocupação comum: atrasos nas obras e apreensões quanto à reação popular, principalmente depois das manifestações de rua no ano passado.

No Rio, a Autoridade Pública Olímpica cuida das relações entre os três órgãos de governo envolvidos na organização dos Jogos: prefeitura carioca, governo do estado e governo federal. Mas para a Copa, onde está centralizado nosso comando maior? No Ministério do Esporte? E temos lá gente especializada nesse assunto complexo que envolve todos os segmentos do governo e expectativa de invasão de turistas?

Assim, a Copa, que seria um evento para “impulsionar o desenvolvimento e modernidade do país” – como no discurso oficial – tornou-se um pesadelo que se resume a apenas duas frentes agora emergenciais: estádios e aeroportos.

No Palácio do Planalto, “segurança” está na ordem do dia e o governo já se prepara para enfrentar manifestações de rua, em plena realização da Copa.

O alerta avança, agora, para os presídios, de perfil caótico, onde também anunciam rebeliões. Com a imprensa estrangeira aqui instalada, “a maior Copa de todos os tempos”  teria repercussão internacional desastrosa, e a bomba estouraria nas mãos de Dilma, em plena campanha pela reeleição.

Apesar do tempo suficiente, a “Copa” foi tratada com festa e euforia, inicialmente, e como questão política, depois. Faltou planejamento, antes de tudo, repetindo os tropeços do Pan 2007, quando o prejuízo caiu na conta federal.  Tudo isso ocorre de propósito? Quem sabe… As obras emergenciais e superfaturadas deixam a essa suspeita.

Até aqui, o lucro Brasil saiu pela culatra.


Copa 2014: o lucro saiu pela culatra
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José Cruz

Enquanto uma equipe do Comitê Olímpico Internacional fiscaliza as obras para os Jogos Rio 2016, a presidente Dilma Rousseff encontra-se hoje com o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Nas duas reuniões há uma preocupação comum: atrasos nas obras e apreensões quanto à reação popular, principalmente depois das manifestações de rua no ano passado.

No Rio, a Autoridade Pública Olímpica cuida das relações entre os três órgãos de governo envolvidos na organização dos Jogos: prefeitura carioca, governo do estado e governo federal. Mas para a Copa, onde está centralizado nosso comando maior? No Ministério do Esporte? E temos lá gente especializada nesse assunto complexo que envolve todos os segmentos do governo e expectativa de invasão de turistas?

Assim, a Copa, que seria um evento para “impulsionar o desenvolvimento e modernidade do país” – como no discurso oficial – tornou-se um pesadelo que se resume a apenas duas frentes agora emergenciais: estádios e aeroportos.

No Palácio do Planalto, “segurança” está na ordem do dia e o governo já se prepara para enfrentar manifestações de rua, em plena realização da Copa.

O alerta avança, agora, para os presídios, de perfil caótico, onde também anunciam rebeliões. Com a imprensa estrangeira aqui instalada, “a maior Copa de todos os tempos”  teria repercussão internacional desastrosa, e a bomba estouraria nas mãos de Dilma, em plena campanha pela reeleição.

Apesar do tempo suficiente, a “Copa” foi tratada com festa e euforia, inicialmente, e como questão política, depois. Faltou planejamento, antes de tudo, repetindo os tropeços do Pan 2007, quando o prejuízo caiu na conta federal.  Tudo isso ocorre de propósito? Quem sabe… As obras emergenciais e superfaturadas deixam a essa suspeita.

Até aqui, o lucro Brasil saiu pela culatra.


Publicidade consumirá quatro vezes mais que combate ao doping
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José Cruz

O Ministério do Esporte gastará R$ 43,3 milhões em publicidade, neste ano. O valor é quase quatro vezes os R$ 12 milhões reservados para o programa de combate ao doping, um dos carros chefes da propaganda Brasil Olímpico.

Os números estão no orçamento de 2014 e foram publicados no Diário Oficial de ontem. No mesmo dia, o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, solicitou que a  presidente Dilma Rousseff  interceda para evitar mais atrasos nas obras para os Jogos do Rio 2016.

Coincidentemente, uma das obras atrasadas é o novo Laboratório de Controle de Dopagem (Ladetec), na Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano passado, sem atender às exigências internacionais, o Ladetec teve seu credenciamento cassado pela Wada, a Agência Mundial Antidoping.

Vexame

Por conta disso, os exames de sangue e de urina, colhidos dos jogadores na Copa das Confederações, foram realizados na Suíça. E o mesmo ocorrerá na Copa do Mundo, expondo o Brasil a duplo vexame internacional.

Pelas exigências da Wada, o laboratório deveria estar pronto dois anos e meio antes dos Jogos, para que pudesse ser testado. Mas a previsão de sua conclusão é 2015, sendo que a primeira parte está prevista para ser entregue “neste semestre”, afirmou Marco Aurelio Klein, diretor da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

Sem esquecer que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também prometeu que todos os estádios para a Copa e aeroportos estariam concluídos em dezembro de 2013…

Esta realidade demonstra como o governo federal, via Ministério do Esporte, relaxou também nessa questão. O Brasil receberá os dois maiores eventos esportivos do mundo, mas não tem um laboratório em condições de realizar os exames de doping.

Já a propaganda…